man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Hills Like Elephants – Feral Flocks
Lançado a vinte e três de março, Feral Flocks é o novo disco dos Hills Like Elephants e o sucessor de The Endless Charade, de 2012. Naturais de São Diego, os Hills Like Elephants são Sean Davenport (voz e teclas), Daniel Gallo (baixo), Andrew Armerding (guitarra), Juan Carlos Ortiz (bateria) e Greg Theilmann Key (teclas e guitarra). Feral Flocks foi produzido por Christopher Hoffee nos estúdios Chaos Recorders.
Da Califórnia continuam a surgir vários projetos que refrescam sonoridades antigas, com arranjos contemporâneos e uma visão mais atual do que de melhor se vai escutando no universo indie e alternativo. Os Hills Like Elephants são mais uma daquelas bandas fortemente influenciadas pelo sol da costa oeste, mas que, tendo em conta essa aposta vintage de cara lavada, em vez de virarem agulhas para sonoridades mais perto da surf music, vão antes bater porta das pistas de dança, neste caso do glam rock misturado com a indie rock e a pop eletrónica, que teve em David Bowie um dos expoentes máximos e nos LCD Soundsystem de James Murphy fiéis seguidores. Estas são algumas das influências bastante presentes nesta banda e Feral Flocks, de acordo com alguma crítica que li, é um passo em frente relativamente à estreia, uma espécie de Motown with Drum machines, nas palavras de Sean Davenport, o líder do projeto.
Não é fácil levar a sério um grupo que tem em Ninjavitus como título do single de apresentação de um disco, mas a verdade é que este tema de abertura de Feral Flocks acaba por ser o grande destaque do disco e uma excelente apresentação do seu conteúdo sonoro. Para o mesmo efeito juntaria também Origami Lions, outra canção que sobressai. As dez canções do trabalho são animadas e constroem uma sequência sonora divertida, ligeira e agradável de ouvir, que cai sempre bem nestes dias mais quentes e solarengos. O próprio Sean Davenport afirmou recentemente que houve um declarado propósito na concepção de Feral Flocks de fazer um disco simples e directo (I’m not trying to be profound. If I wouldn’t say it to you at a bar, I won’t say it lyrically).
A audição do disco não renega as influncias que já referi e Feral Flocks acaba por ser um quadro sonoro pintado com as ideias atitudes e estilos dos anos setenta e oitenta, mas com a tal contemporaneidade instrumental. As melodias aditivas e as letras orelhudas, cantadas por uma voz várias vezes em falsete e modulada, que facilmente acompanhamos e que quase nos convidam a isso, juntamente com os samples, as batidas típicas de um disco sound lo fi, fazem deste álbum um bom exemplo de como frequentemente, na música, as fórmulas mais simples são as que melhores resultados criam.
Não haverá nos Estados Unidos muitas bandas com uma sonoridade parecida com estes Hills Like Elephants e que misturem com tamanha habilidade certos aspetos da brit pop mais antiga com detalhes eletrónicos e a soul, universos sonoros à partida pouco permeáveis. Mas a verdade é que este coletivo faz essa simbiose com uma apreciável mestria. Espero que aprecies a sugestão...
01. Ninjavitus
02. Splendor
03. Foreign Films
04. Mystifying Oracle
05. Luxury
06. Start A War
07. Origami Lions
08. Conversation Piece
09. Empty Auditoriums
10. Haunting Press