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The National – Trouble Will Find Me

Sexta-feira, 31.05.13

Editado no passado dia vinte e um de maio por intermédio da 4AD e com a participação especial de St. Vincent, Sharon Van Etten e Sufjan Stevens, entre outros, Trouble Will Find Me é o sexto disco da carreira dos The National, uma das minhas bandas de eleição, um coletivo de Cincinnati, no Ohio, formado por duas parelhas de irmãos, os Dessner e os Devendorf e pelo vocalista Matt Berninger. Trouble Will Find Me é, como já referi, o sexto álbum de um grupo com catorze anos de carreira e sucede ao aclamado High Violet, disco que viu a luz do dia já no longínquo ano de 2010.

A zona de conforto sonora estabelecida pelos The National desde a estreia continua a ser o habitat exato para aquilo que este grupo norte americano apresenta em Trouble Will Find Me. Quem estiver a contar com alguma inflexão na filosofia sonora do grupo ou de experimentações insturmentais ou vocais, não encontrará neste novo trabalho algo relevante já que, felizmente, na minha opinião, os The National continuam a residir num universo algo sombrio e fortemente entalhado numa forte teia emocional amargurada, na qual se enredaram, lirica e sonoramente, principalmente desde que em 2003 apresentaram Sad Songs for Dirty Lovers.

Se por mero capricho, por exigências editoriais ou simples espírito aventureiro, um hipotético abandono da zona de conforto acontecesse, o que poderia pôr em causa a carreira dos The National, por levá-los para territórios sonoros que os descaraterizassem ou onde se sentissem inseguros, este aparente conservadorismo plasmado na opção pela continuidade tem no reverso da medalha um outro perigo relacionado com uma possível queda na redudância convencional ou na repetição aborrecida. No entanto, há que situar cada lançamento novo do grupo e perceber com clareza não tanto aquilo que une cada novo disco dos The National, mas sim os pontos de ruptura e de diferenciação. Se, como já disse, Sad Songs for Dirty Lovers  foi a estreia assumida do grupo neste contexto mais negro, apesar de não ser o primeiro disco da banda, dois anos depois Alligator trouxe uma maior variedade instrumental e, em 2007, Boxer carimbou a definitiva maturidade e internacionalização do coletivo, além de ter  posicionado na figura do vocalista um personagem que caminha confortavelmente por cenários que descrevem dores pessoais e escombros sociais. Quanto a High Violet (2010), serviu para colocar ênfase numa toada mais épica e aberta do grupo e demonstrar a capacidade eclética que também têm de compôr, em simultâneo, temas com um elevado teor introspetivo (Conversation 16, Sorrow ou Terrible Love) e verdadeiros hinos de estádio (England, Bloodbuzz Ohio). 

Agora, neste sexto registo da carreira, o quinteto não apenas regressa ao ambiente desolador que percorre desde o começo de carreira, como consegue, ao mesmo tempo, agarrar o fio condutor que tinha ficado suspenso no final de High Violet. Assim, temos instantes em que os instrumentos clamam pela simplicidade e outros em que a teia sonora se diversifica e se expande para dar vida a um conjunto volumoso de versos sofridos, sons acinzentados e um desmoronamento pessoal que nos arrasta sem dó nem piedade para o usual ambiente sombrio e nostálgico da banda. Há canções extremamente simples e que prezam pelo minimalismo da combinação de apenas quatro instrumentos (Slipped), enquanto outras soam mais ricas e trabalhadas, como I Should Live in Salt.

Agora casado e pai de uma filha, Matt afugenta os seus habituais demónios com maior conforto e uma natural aceitação em relação à impossibilidade do total desaparecimento dos mesmos, mesmo que haja atualmente mais instantes e eventos felizes na sua vida pessoal. Os versos de Demons, um dos temas mais bonitos e confessionais que Berninger já entregou, e de Sea Of Love, assim como o título do disco, são bons exemplos que nos remetem para uma certa felicidade, digamos assim, que Matt sente por ter finalmente percebido que os problemas, o sofrimento e a dor estarão sempre lá mesmo que a maior constância de eventos felizes seja uma realidade concreta na sua vida. Há como que uma tomada de consciência de que a existência humana não deve apenas esforçar-se por ampliar intimamente o lado negro, porque ele será sempre uma realidade, mas antes focar-se no que de melhor nos sucede e explorar até à exaustão o usufruto das benesses com que o destino nos brinda, mesmo que as relações interpessoais nem sempre aconteçam como nos argumentos dos filmes.

Portanto, se para os mais distraídos, os mais de cinquenta minutos de Trouble Will Find Me podem ser do que mais depressivo e angustiante ouviram nos últimos tempos, para quem acompanha com devoção a carreira dos The National este novo álbum é uma espécie de exercício de redenção, encarnado por um personagem que foi abandonado pela amada e que é transversal aos treze temas, onde o sofrimento é olhado com a habitual inevitabilidade, mas de uma outra perspetiva, mais madura, assertiva e positiva.

Como é normal com todos os discos dos The National, Trouble will Find Me é uma rodela que exige tempo, que se revela a pouco e pouco e que só será devidamente entendida após várias e repetidas mas dedicadas audições. É um álbum muito bem produzido, sem lacunas, com elevada coerência e sequencialidade, mas é sobretudo um exercício de audição individual das canções. Com ele os The National firmam a sua posição na classe dos artistas que basicamente só melhoram com o tempo. Espero que aprecies a sugestão...

The National - Trouble Will Find Me

01. I Should Live In Salt
02. Demons
03. Don’t Swallow The Cap
04. Fireproof
05. Sea Of Love
06. Heavenfaced
07. This Is The Last Time
08. Graceless
09. Slipped
10. I Need My Girl
11. Humiliation
12. Pink Rabbits
13. Hard To Find

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publicado por stipe07 às 15:59

Curtas... CIV

Sexta-feira, 31.05.13


Com lançamento novo anunciado para o Outono, David santos aka Noiserv, já desvendou um pouco mais do próximo disco, nomeadamente através da divulgação do single Today is the same as Yesterday, but Yesterday is not Today.

Numa ambiguidade contínua entre a realidade e o sonho, e entre aquilo que julgamos ser verdadeiro ou meramente fruto da nossa imaginação, esta música mantém a estética a que noiserv nos habituou, faz-nos sonhar e em seguida duvidar do que sonhámos.

O video oficial da música é assinado por Daniel Espirito Santo (bold creative studio), Pedro Sousa, João Botas e Daniela Siragusa. Em conjunto com Noiserv deixam a questão no ar: Serão os nossos dias todos iguais?

 

Take The Ride é o novo EP dos norte americanos Y LUV, uma banda de Los Angeles, Califórnia. O EP contém quatro temas, todos disponibilizados em modo ÉFV pela própria banda. Confere... 

 


Em Newcastle há uma nova banda a assumir as rédeas no cenário punk rock de teor mais psicadélico. Chamam-se Kobadelta e acabam de disponibilizar gratuitamente o single When It Rains It Pours e o respetivo b-side, The Tapestry, ambos via Soundcloud, onde podes encontrar mais dois temas do grupo. Confere...



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publicado por stipe07 às 11:39






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