man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Primal Scream - More Light
Editado no passado dia treze de maio, More Light é o décimo disco da carreira dos escoceses Primal Scream, álbum produzido por David Holmes e que sucede a Beautiful Future (2008). À semelhança do antecessor, More Light comprova um distanciamento cada vez maior ao território fértil e psicotropicamente bastante aditivo de Screamadelica (1991), na minha opinião a obra prima deste grupo liderado por Bobby Gillespie.
Apesar da criatividade que ainda era patente em Vanishing Point (1997) e XTRMNTR (2000), os rumos do cantor e compositor escocês Gillespie parecem alterados há muito tempo, apesar de ser publicamente assente que este More Light é uma nova tentativa de regresso aos dourados anos noventa e de que, por outro lado, foi objetivo da banda fazê-lo sem haver uma demasiada dependência da componente psicadélica. Este balizar de intenções e desvios acaba por ser a maior contradição de More Light, mas há no conteúdo do disco um propósito que dança pelo ritmo acelerado assumido desde Vanishing Point até a sonoridade épica, um cruzamento constante entre Can’t Go Back com Come Together, I’m Comin’ Down e I Love to Hurt (You Love to Be Hurt) e todos os contrastes que representam os blocos mais distantes da discografia dos Primal Scream, nos quais se inclui... a psicadelia.
More Light prima então pela grandeza; 2013 abre a obra de forma matadora e hipnótica nos seus nove minutos de duração. Há uma batida constituída por sintetizadores e um saxofone, que transformam a canção num sucesso instântaneo e que fazem ecoar os anos noventa de de forma clara e inesquecível. A tal grandeza também é feita com intensos instrumentais cheios de cor a acerto melódico, que também contêm algumas experimentações que se definem no que de mais intenso existe na pop atual, mas sem exageros desnecessários. Relativity e Elimination Blues , um tema muito orgânico e que conta com a partricipação especial de Robert Plant nas vozes, são bons exemplos de temas que assumem contornso imprevisíveis, apontam caminhos novos e não estão presos a qualquer condição prévia orientada para a típica sonoridade desta banda escocesa. Mas, ainda assim, mantém-se a habitual mistura de elementos do rock alternativo com a chamada acid house music, o que cria o tal som hibrído eletrónico que os Primal Scream inventaram e que hoje influencia vários nomes.
O alinhamento das canções de More Light é extenso, mas coeso e equilibrado. Numa primeira metade, abundam as mudanças de percursos e o detalhe nos arranjos e o segundo bloco é mais simples e direto e talvez menos interessante. Globalmente hà uma espécie de aúrea tântrica, boa para servir de banda sonora a momentos de reflexão, plasmada na cítara de River of Pain ou na excelente Relativity, que tem detalhes típicos da música indiana. O lado mais eletrónico e voltado para as pistas acontece com as empolgantes Hit Void e Turn Each Other Inside Out, destacando-se a última pela boa interação entre o baixo e guitarra, que cria uma textura musical viciante. Depois também há o punk rock de City Slang e a melódica balada Walking With The Beast, a engraçada Goodbye Johhny, a sexy Culturecide e a rockeira I Want You, todas canções muito bem executadas e com bastantes toques de lisergia.
Em More Light os Primal Scream de Bobby Gillespie continuam a mostrar que são mestres na arte de passear pelo blues, o rock alternativo e o acid house, sem descurar o tal espírito psicadélico e surpreendem positivamente pela capacidade que ainda demonstram de nos surpreender e de ditar tendências no meio musical alternativo atual. Espero que aprecies a sugestão...
2013
River of Pain
Culturecide
Hit Void
Tenement Kid
Invisible City
Goodbye Johnny
Sideman
Elimination Blues
Turn Each Other Inside Out
Relativity
Walking With the Beast
It’s Alright, It’s OK