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Sanders Bohlke – Ghost Boy

Quinta-feira, 23.05.13

Sanders Bohlke é Natural de Oxford, no Massachussets, e Ghost Boy é o seu novo disco, editado no passado dia dezanove de fevereiro através da Communicating Vessels. Falo de um álbum escrito durante uma espécie de retiro que o músico fez num inverno recente nas frias montanhas da Virgínia e que espelha a evolução natural de um homem que começou por ser um simples cantor e escritor de canções, que tinha a guitarra acústica como principal amiga e confidente para, mantendo estes elementos, tornar-se num projeto a solo mais abrangente e imaginativo.

Ghost Boy abre com Pharaoh, uma canção que ao começar com um verso à capella que fala de crying eyes in the cemetery breeze, muito ao estilo de uns Fleet foxes, desde logo constrói uma soberba imagem de paz e tranquilidade dentro de nós. E esse tapete que se acomoda no nosso íntimo acaba por ser o poiso ideal para as vocalizações, a bateria, o baixo e a distorção elétrica da guitarra que Ghost Boy, o tema homónimo, contém, um tema que nos delicia com o piano e o baixo, que em conflito se abraçam numa melodia única, sendo sonoramente algo novo e refrescante no cardápio musical de Sanders. De seguida, em Lights Explode a viola e o piano criam uma atmosfera sonora contemplativa que fala da dor do arrependimento.

Mas o disco tem mais pérolas que vale a pena descobrir. The Loved Ones e Serious revisitam os momentos mais acústicos e ambientais da carreira de Sanders. Nesta toada menos elétrica sobressai a curiosa e religiosa An Unkindness of Ravens, um tema que usa uma bateria em crescendo e uma guitarra elétrica para falar da fúria de Deus e da forma emocional como ele range e chora quando lida com a a sua suposta criação e dela dispõe quando considera que não somos legítimos das maravilhas que Ele criou e vê-se forçado a fazer descer um manto de escuridão sobre a Terra. De seguida, em Across The Atlantic, o falsete de Sanders fala de uma viagem pelo oceano, na busca de paz e tranquilidade e pede ao mesmo Deus da canção anterior para que seja mais gentil, delicado e compreensivo.

Um outro tema que me marcou foi e também destaco é Atlas, uma canção que tem a particularidade de se sustentar em sintetizadores e teclados com efeito e que se prolongam em Serious. As cordas de Long Year falam da saudade de tempos passados, nomeadamente de quando o músico tinha dezoito anos e quer a letra quer a melodia tornam a música incrivelmente sombria e algo inquieta.

Ghost Boy termina com a descrição da mulher perfeita em My Baby, outro tema com belíssimos arranjos acústicos e com Death Is Like A Beating Drum, uma canção de amor que se destaca por incluir um banjo.

Ghost Boy requer tempo e merece uma audição atenta e dedicada já que é o resultado sonoro das experiências de vida de um compositor que tem lutado e ultrapassado vários obstáculos, até se tornar no músico experiente e maduro que este disco plasma, cheio de momentos complexos e etéreos e de exuberantes paisagens sonoras. Cada canção de Ghost Boy é uma espécie de extensão das memórias e das emoções de Bohlke. Espero que aprecies a sugestão...

01. Pharaoh
02. Ghost Boy
03. Lights Explode
04. The Loved Ones
05. Atlas
06. Serious
07. An Unkindness Of Ravens
08. Across The Atlantic
09. Long Year
10. My Baby
11. Death Is Like A Beating Drum

 

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publicado por stipe07 às 21:17






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