man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Futurebirds – Baby Yaga
Baby Yaga é o segundo longa duração dos Futurebirds, uma banda norte americana natural de Athens, na Georgia, formada por B-Miles, Wolmeo, Cartezz, Dahhnis e Tojo. O disco foi lançado no passado dia dezasseis de abril e sucede a Hampton's Lullaby, álbum editado a vinte e sete de julho de 2010 pela Autumn Tone Records.
No folclore eslavo Baba Yaga é um monstro do sexo feminino que vive na floresta e ataca crianças. Isso não significa necessariamente, segundo a tradição local, que seja um ser maléfico, mas é certamente um ser místico e misterioso, talvez inventado para exercer algum típo de pressão psicológica na hora de comer a sopa ou em que é necessário ir para a cama a horas decentes.
A sonoridade dos Futurebirds e o conceito da mesma enquanto banda também é um pouco assim; À primeira vista, olhando para a capa do álbum, adivinha-se que o conteúdo sonoro poderá ser algo pesado e sombrio, mas Baby Yaga é um compêndio de folk psicadélica animada e cósmica. A única faceta sombria deste disco teve a ver com o processo moroso e complicado que a banda teve de suportar para encontrar uma editora que apostasse neste seu segundo álbum, tendo sido esse o tal monstro maléfico que sobre eles pairou.
Gravadas durante sete meses e escritas pelos cinco músicos, as treze canções do álbum foram sendo apresentadas ao grande público, já que o grupo, apesar de não ter editora, decidiu não deixar de andar em digressão. sem a banda saber se alguma vez teria editora para as editar e com esperança de que alguém reparasse neles, foram tocando-as em vários concertos, algo que acabou por suceder, por intermédio da Fat Possum. Há quem considere que a transição do palco para o estúdio de algumas canções retiraram-lhe aquela faísca que só a reprodução ao vivo supostamente tem, mas estes treze temas não deixam de ter a sonoridade típica do country norte americano, com uma intensa toada rock e não são, ao contrário do que se possa imaginar, demasiado influenciadas pela estrada, com o caos a ser sempre muito controlado e a eletricidade das guitarras, apesar de enérgica, bastante ponderada e melodicamente idílica e meditativa, apesar do groove hipnótico que ficou reservado para o encerramento, com St. Summercamp.
Algumas canções ultrapassam os cinco minutos, mas não há, por isso, excessos, ou solos de guitarra empilhados, quase sempre a cargo de Dahhnis, musicalmente talvez o elemento mais criativo dos Futurebirds. Tematicamente, muitas das letras são sobre funcionamentos disfuncionais e a própria morte, servindo a música como um bálsamo comum contra a angústia que esses temas provocam. Apesar de, como já disse, todos os músicos do grupo escreverem e comporem, a crítica considera que Cartezz é, como já disse, o elemento mais inspirado, com a sua escrita, inspirada numa América confusa, a demonstrar um talento especial para o detalhe, algo bem patente nos ecos ondulantes de Virginia Slims e em Serial Bowls (When the nurse saw me drop, She said mama should’ve used that birth control, because where my heart was supposed to be, was like nothing they'd ever seen, there was nothing, but a smoking hole), canção que poderia ter sido retirada de Reckoning, o segundo disco da careira dos conterrâneos R.E.M..
No cenário indie norte americano onde a reformulação sonora de sonoridades nativas tem sido a norma, os Futurebirds ainda terão um caminho longo a percorrer até atingirem a notoriedade de nomes fundamentais da country alternativa atual, mas Baby Yaga prova que eles têm a habilidade para compôr as canções que precisam para subirem ao escalão principal do cenário musical local. Espero que aprecies a sugestão...
01. Virginia Slims
02. Serial Bowls
03. American Cowboy
04. Tan Lines
05. Felix Helix
06. Dig
07. Keith And Donna
08. The Light
09. Death Awaits
10. The Doewg
11. Womeo
12. Strangers
13. St. Summercamp