man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Junip - Junip
Lançado no passado dia vinte e três de abril pela Mute, Junip é o homónimo disco dos Junip, um projeto sueco liderado por José Gonzaléz e que também incluí o baterista Elias Araya e Tobias Winterkorn nas teclas. Apesar de José González ser o grande líder e mentor deste projeto, ele próprio procura sacudir um pouco a água do pacote em relação à sua relevânvcia no processo criativo e conceptual dos Junip, afirmando que este álbum é disco de toda a banda; All the ups and downs were very ‘Junip, (...) so titling it with our name seemed appropriately iconic. It’s truly a band album. Line Of Fire e Your Life Your Call são os dois singles já conhecidos deste álbum e foram disponibilizados para download gratuito.
O folk rock e alguma psicadelia são as traves mestras de Junip, um conjunto de dez canções competentes na forma como abarcam diferentes universos dentro de um mesmo cosmos, que misturam harmoniosamente estes estilos com a voz suave de González, sendo este um álbum pop, em toda a sua elegância e sofisticação. Os arranjos são bem feitos e prendem a atenção, alternando entre climas calmos e agitados, conseguidos através da combinação da guitarra e da bateria com o órgão e com sons de um sintetizador analógico.
O tempo é um dos fatores determinantes para se entender este disco, um tempo que se revela na rapidez com que os dez temas passam e na maturidade que eles transpiram. A abertura com Line of Fire já deixa isso bem claro; Com uma interessante progressão, a música acumula timbres e camadas, que atingem um clímax nos versos With no one else around you, no one to understand you, no one to hear you calls, usados para contar que, em situações muito tensas, é natural que haja quem desista de lutar. É triste quando isso acontece, mas não é preciso fazer disso um drama. A já citada maturidade é destilada quando José González, na sua escrita, mantém uma postura mais observadora do que propriamente de protagonismo, devido a uma já interessante experiência de vida.
Suddenly plasma as mesmas melodias bonitas e a viola de González mantém-se fiel a esse mesmo espírito. Depois, vem So Clear, tema que injeta uma energia maior ao álbum, juntamente com Villain, a canção que encerra a primeira metade do disco. Entre as duas está a simpática Your Life Your Call com o refrão stand up or enjoy your fall, a ser mais um atestado de maturidade do autor.
A segunda metade de Junip começa com Walking Lightly, a canção mais longa do álbum; Com uma letra concisa mas densa, o tema tem uma cadência calorosa e envolvente e as canções seguintes continuam a misturar a realidade da vida com a beleza que ela pode ter, algo bem patente no refrão iluminado de Head First e na sonoridade peculiar do baixo de Baton. Por outro lado, Beginnings é a canção mais sombria de todo o disco, um tema que se arrasta por cinco minutos como uma ressaca melancólica, algo que se altera com After All Is Said And Done, a última música do álbum. Essa canção serena, doce e reconfortante, fala da tal questão do tempo, ouvindo-se mesmo pequenos sons de relógios fora do compasso da música, o que reproduz a tensão de quem vê o tempo correr e precisa lidar com isso da melhor forma que pode e sabe.
Enquanto muitas bandas se esforçam para denotarem maturidade de um disco para o outro, os Junip preocuparam-se mais em apresentar um disco que é uma espécie de sortido de diferentes sabores, uma coleção de canções seguras, sensíveis e que sirvam para comunicar com o ouvinte. É um álbum excelente para quem julga a beleza não é óbvia, mas algo que pode ser encontrado onde menos se espera e para quem raramente viva em pólos opostos e tem o descomplicador sempre ligado. Espero que aprecies a sugestão...
01. Line Of Fire
02. Suddenly
03. So Clear
04. Your Life, Your Call
05. Villian
06. Walking Lightly
07. Head First
08. Baton
09. Beginnings
10. After All Is Said And Done