man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Sweet Baboo – Ships
Sweet Baboo é Stephen Black, um músico e compositor natural de Cardiff, no País de Gales e que lancou no passado dia vinte e dois de abril, por intermédio da Moshi Moshi Records, Ships, o seu segundo disco, um álbum conceptual, cujo tema principal é, supostamente, o mar... (I was writing a lot of songs about the sea and thought it was a good idea to make a concept album and call it ‘Ships. Somewhere along the way the concept got a bit confused so now I like to call it a brass based pop album inspired by girls, the north Wales Coast and mostly the sea.).
Algo timidamente, Stephen começa o disco confessando, em If I Died, que Daniel Johnston has hundreds of great tunes, and I’ve got six., uma afirmação assertiva porque Sweet Baboo ainda é um projeto em início de carreira e, por isso, com larga margem de progressão. Já agora, If I Died é o single mais recente extraído do disco, uma divertida e animada canção, com uma percussão rápida e intensa e acompanhada por um trompete fantástico. A escrita do tema teve a ajuda do amigo H.Hawkline e foi Casey Raymond quem fez o vídeo da canção, que também merece uma visualização atenta.
Logo nesta amostra inicial percebe-se que Ships é um registo sonoramente multi-colorido e onde se conjugam diversas influências, que vão da folk ao synth pop e sempre num registo algo infantil e até despreocupado. Acabamos por estar na presença de um disco que poderá agradar a faixas etárias batante juvenis que, apesar de não entenderem algumas das temáticas abordadas em várias canções, muitas vezes com um lírismo algo macabro e sombrio, poderão sentir um real fascínio pelo teor instrumental do álbum.
Há uma estranha sensação de vulnerabilidade nas canções, como se a qualquer momento pudessem sofrer algum desvio no rumo sonoro que as sustenta, o que só prova que Stephen é um poço de criatividade melódica e que ao conjugar com mestria diferentes influências, não confere um cariz estanque aos temas que, no entanto, têm a particularidade comum de serem conduzidos pela voz do músico e pela sua guitarra, cabendo à abundante secção de metais e a várias aparições de instrumentos de sopro um protagonismo também relevante.
Toda esta conjugação de factores acaba por dar alguma pompa e imponência a Ships, ainda mais quando alguns arranjos algo kitsch resolvem aparecer, quase sempre sem aviso prévio. Por exemplo, em The Morse Code For Love Is Beep Beep, Beep Beep, The Binary Code Is One One, há uma letra repetitiva e hipnótica, que parece transformar-se numa espécie de código morse, que tanto causa repulsa como, em simultâneo, uma estranha atração, causada pela secção de sopro que embeleza e conduz a canção.
Do jingle de C'mon Let´s Mosh ao ska de Build You a Butterfly, passando pela sensualidade pop de 8 Bit Monsters e sempre num evidente clima de ingenuidade e boa disposição, há um elevado dinamismo na toada das canções e na forma como elas vão surgindo e estão encadeadas. Mesmo nos momentos mais calmos, dos quais destaco a guitarra country de Chubby Cheeks e o piano que orienta o blues de Let's Go Swimming Wild, a audição de Ships é uma verdadeira festa, certamente organizada com muito amor e que merece ser elogiada pela sinceridade e pelo charme cativante com que se atreve a desafiar todos os nossos sentidos. Espero que aprecies a sugestão...
01. If I Died
02. The Morse Code For Love Is Beep Beep, Beep Beep, The Binary Code Is One One
03. Let’s Go Swimming Wild
04. C’mon Let’s Mosh!
05. Twelve Carrots Of Love
06. Chubby Cheeks
07. 8 Bit Monsters
08. You Are A Wave
09. The Sea Life Is The Life For Me (Mermaid Cutie)
10. Build You A Butterfly
11. Cate’s Song