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CHVRCHES - Recover EP

Terça-feira, 23.04.13

Os CHVRCHES são Iain Cook, Martin Doherty e Lauren Mayberry, um trio de Glasgow, na Escócia e Recover é o EP de estreia a banda, editado no passado dia vinte e seis de março por intermédio da Glassnote. Os CHVRCHES são uma das novas sensações da indie pop atual de cariz mais eletrónico e experimental e, devido a este EP, vistos como uma das potenciais grandes bandas dos próximos anos.

Para que se faça justiça a este novidade refrescante, os CHVRCHES devem, antes de mais, ser reconhecidos pela capacidade que demonstram em reinventar um pouco mais a pop, um género musical há algum termpo muito saturado de propostas e onde só os grandes talentos conseguem realmente se distinguir dessa amálgama sonora que a pop diariamente nos dá. Alguma excentricidade acaba por ser aquele detalhe precioso que os faz sobressair e fazer com que as canções de Recover, ainda que assentes num clima experimental e numa sonoridade livre de padrões, possam ter um acabamento ao mesmo tempo radiofónico e aprazível.

Não há como não reconhecer que a voz de Lauren Mayberry é impecável no balanço entre altos e baixos e dá-nos refrões facilmente cantaroláveis e os sintetizadores ricos acabamentos melódicos, que se aproximam da toada pop da década de noventa, tão em voga no atual cenário alternativo nórdico e que nos remete para trabalhos mais recentes de um James Blake mais dançável, dos The Knife ou dos Fever Ray, entre outros. Música pop na melhor formatação vendável das melodias, mas livre de exageros ou conceitos dispensáveis.

Bastam os instantes iniciais de ZVVL para perceber que há muito por trás da massa encefálica da tríade que compõe a banda. Mas um dos meus destaques e grande surpresa do EP é o conteúdo sonoro de Now Is Not The Time, uma música voltada para as pistas de dança e com as antigas tendências a serem trabalhadas com foco no presente e na novidade.

Como o título anuncia, Recover parece trabalhado de forma a recuperar a boa forma da música, neste caso a pop, através da apresentação ao público de uma míriade de possibilidades e transformações que encarnam um duelo constante entre a ausência de novidade na essência, mas usando sons do passado como um instrumento favorável ao ineditismo. Em suma, aplicar a velha fórmula de olhar para o que já foi feito em busca da conquista de algo novo. Uma estratégia repetida por centenas de outras bandas, mas que parece dar certo nas mãos do CHVRCHES. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 21:57

Echopark - Trees

Segunda-feira, 22.04.13

Echopark é o novo projeto do italiano Antonio Elia Forte, um músico a residir atualmente em Londres. Trees, lançado a dezasseis de abril, é o disco de estreia e foi gravado quase inteiramente num quarto arrendado em Whitechapel, nos arredores da capital britânica, com meios instrumentais rudimentares e apenas uma mão cheia de microfones.

Teleportation é o primeiro single retirado de Trees. O video foi realizado por Valentina Dell’Aquila e o download do tema pode ser feito gratuitamente através da página do soundcloud da editora Enclaves.

 

Antonio é natural de Lecce onde, com cinco anos, pegou na guitarra que era do seu pai e começou a querer tocar. Lecce é uma cidade mediterrânica do sul de Itália conhecida pelo bom tempo durante todo o ano e pelo dinâmico movimento underground. É um local onde proliferam músicos, e praticantes de skate e surf. Em Itália acaba por ser o equivalente a Echo Park, uma importante zona industrial de Los Angeles, onde se inspirou para batizar este seu projeto musical.

Para Antonio a imperfeição é um objetivo concreto, uma espécide de ideal que busca com lucidez e um bom gosto que merece amplo destaque. Atualmente abundam propostas sonoras que fazem do ruído e da imprecisão sonora pontos de partida no processo de criação musical e Echopark segue esse rumo, mas fá-lo com inegável mestria, nomeadamente na forma como consegue captar o instante mais emotivo de uma canção e deixá-lo submergir, sem que o conceito lo fi e impreciso seja subjugado.

Trees percorre o mesmo território da dream pop de uns Beach House ou uns Midas Fall, mas sem obedecer ao habitual formato canção, indo mais ao encontro do que, por exemplo, Four Tet ou Youth Lagoon costumam sugerir. É um disco que se deve ouvir de uma enfiada, como um todo, como se fosse apenas um tema de trinta e seis minutos e proporciona sentimentos antagónicos já que é um disco muito acessível mas difícil de descrever. Tem momentos intrigantes, principalmente aqueles em que se ouvem as tais imperfeições, ruídos de fundo e colagens e aqui reside o maior charme do disco porque ficamos sem saber muito bem se são sempre propositadas ou até momentos sonoros involuntários. Tão depressa surgem ruídos sintetizados como um incrível baixo (Mountain) ou sons de cordas perfeitamente limpídos (For Lore), mas sempre com um fundo, que muitas vezes é um simples bater de ondas ou a aspereza do contacto entre dois grãos de areia.

Esta primavera Antonio vai passar do quarto arrendado para os palcos e entrar em digressão para promover Trees. E uma das grandes novidades é que terá uma banda a acompanhá-lo. O disco tem momentos que poderão agradar bastante ao vivo. Espero que aprecies a sugestão...

Cranes

Teleportation

Mountain

Franky

Youth and Fury

Raindrops

Gray Clouds

Brother

No Time To Riot

Waves

For Lore

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publicado por stipe07 às 22:49

Man On The Moon - EP1 (Everything Is New TV)

Segunda-feira, 22.04.13

Além da versão rádio, na Paivense FM, o blogue Man On The Moon também já tem versão TV, na Everything Is New TV. O 1.º episódio acaba de ir para o ar e fala do álbum Help Me! dos suecos The Sweet Serenades. Confere...

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publicado por stipe07 às 18:10

R.E.M. – Live In Greensboro EP

Domingo, 21.04.13


A série de reedições comemorativas dos R.E.M., a melhor banda da história do rock alternativo, continuará no dia catorze de maio com o álbum Green (1988), que completa 25 anos e foi o primeiro trabalho lançado pela multinacional Warner, depois dos primeiros seis álbuns da banda terem visto a luz doa por intermédio da independente I.R.S..

Com a edição remasterizada do álbum original, chegará brevemente um segundo disco com vinte e uma canções gravadas ao vivo, no dia dez de novembro de 1989, em Greensboro (Carolina do Norte, EUA). Mas, para já, enquanto esse longa duração ao vivo não chega, acaba de ser lançada uma edição comemorativa do Record Store Day, que decorreu ontem um pouco por todo o mundo, o EP Live in Greensboro com cinco canções retiradas desse concerto. Espero que aprecies a sugestão...

R.E.M. - Live In Greensboro

01. So. Central Rain (I’m Sorry)
02. Feeling Gravity’s Pull
03. Strange
04. King Of Birds
05. I Remember California

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publicado por stipe07 às 22:57

Leagues – You Belong Here

Sábado, 20.04.13

You Belong Here é o disco de estreia dos Leagues, um grupo norte americano natural de Nashville e formado por Tyler Burkum, Thad Cockrell e Jeremy Lutito, três músicos já com experiência e um passado solidificado na indústria musical local. O álbum viu a luz do dia a vinte e nove de janeiro deste ano por intermédio da Bufalotone Records e sucede a um EP homónimo lançado em 2011.

leagues you belong here review

Este trio é uma das novas coqueluches do profícuo cenário indie de Nashville, devido essencialmente às suas meldias pop luminosas e aditivas, feitas com guitarras quase sempre límpidas, algo bem patente em Spotlight, o tema de abertura e primeiro single retirado do álbum.

Além de Spotlight, destaco, na sequência, a perfeição da bateria, a beleza do baixo e a melodia da guitarra do tema homónimo e depois as canções Lost It All e Friendly Fire. A última é uma balada dominada pelo piano e que exemplifica com mestria um dos grandes trunfos dos Leagues, que é a performance vocal de Thad, o vocalista, que canta quase sempre num registo agudo e que muitas vezes se confunde com uma voz feminina. Essa voz ganha novamente amplo destaque em Magic, um tema com fortes raízes locais já que o riff de guitarra remete-nos para Jack White e os coros que acompanham Thad, fazem da canção, um potencial sucesso, certamente com uma ainda maior amplitude quando interpretada ao vivo.

O amor e o romantismo são as temáticas abordadas em quase todas as canções, que narram aspetos comuns da vivência humana, retratando com proximidade sentimentos normais de serem extravasados por qualquer um de nós. Haunted, um dos temas que fazia parte do EP de estreia, é um exemplo paradigmático desta proximidade com o ouvinte: You came to me in a summer dream, you came to me in a mystery. All alone on a desert road at night. I saw you in a motel room, I found my way but I do not have a clue. All along, I felt you deep inside. Everybody has a heart worth breaking, everybody has someone that got away. Everybody has a love they’re looking for. Mas a já referida Friendly Fire, canção que encerra o disco, ao referir-se à temática da separação também emociona e arrebata qualquer coração, mesmo algum que seja menos propenso às coisas do amor: I wasn’t fighting with you, I was fighting for you. I was trying to do what I could do. And if it came across wrong, that wasn’t my intention. Sometimes I come across too strong, I think I just failed to mention. And if I ever hurt you, that was never my desire. You’ve been wounded by my friendly fire.

Nesta interessantíssima estreia, os Leagues não desejam que a inocência seja um adjetivo que qualifique You Belong Here, porque as canções abordam, antes de mais, a vontade de tirar partido do amor e de outras das coisas boas da vida mesmo quando esta tem momentos mais complicados. Espero que apreecies a sugestão...

Leagues - You Belong Here

01. Spotlight
02. You Belong Here
03. Haunted
04. Walking Backwards
05. Lost It All
06. One Hand
07. Magic
08. Mind Games
09. Pass My Way
10. Friendly Fire

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publicado por stipe07 às 23:31

Colleen Green - Sock It To Me

Sexta-feira, 19.04.13

Natural de Los Angeles, Colleen Green editou no passado dia dezanove de março Sock It To Me, o seu segundo álbum, por intermédio da etiqueta de Seattle Hardly ArtHeavy Shit e Time In The World são os dois singles já conhecidos deste álbum, criado por uma artista que aposta na simplicidade e que costuma subir sozinha ao palco, apenas com uma guitarra, uma beat box e um par de óculos.


No universo musical é comum a possibilidade de dividirmos os executantes e compositores em dois grandes grupos; Por um lado há aqueles que se destacam pelas suas composições grandiosas e carregadas de detalhes que procuram abarcar uma heterogénea míriade sonora e depois há quem prefira ser o mais simples possível, servindo-se de uma teia instrumental curta e, mesmo assim, conseguir criar um bom naipe de canções. Colleen Green insere-se claramente neste segundo grupo; É fácil imaginarmos a miúda no interior de um quarto completamente desarrumado e com uma guitarra na mão, apenas acompanhada por uma beat box, a fazer música. Sock It To Me remete-nos para a pop e para o punk dos anos sessenta, seguindo a tradição minimal de uns Ramones ou uns Beat Happening e, tentando ser mais atual, com algumas semelhanças com os primeiros trabalhos dos Best Coast. Há um certo charme implícito nas limitações que Colleen impôs ao conteúdo de Sock It To Me, mas também na sinceridade com que as admite já que, por exemplo, confessa que optou utilizar uma beat box em vez da tradicional bateria, porque não sabe tocar uma.

No que concerne às canções, Heavy Shit não tem o sintetizador que se destacava em Time in the World; porém, a artista tem o dom de saber lidar com a simplicidade e, ao mesmo tempo, situar-se numa zona de conforto onde é capaz de compôr belíssimas composições.  Dois elementos fundamentais na música de Colleen Green são a distorção e uma certa toada lo fi. Ambos estão presentes, assim como uma postura vocal ímpar e guitarras bastante aditivas e com uma forte toada punk.

Além dos dois singles já citados, os fãs do filme True Romance irão apreciar a canção You're So Cool, já que se refere à relação entre a personagem Alabama, interpretada por Patricia Arquette e Clarence, interpretado por Christian slater. A temática das canções gira muito em redor de temas típicos de miúdas, algo que mais uma vez nos remete para a década de sessenta, já que também é devido à sensibilidade da escrita de Colleen, que ela recorda outras bandas desse período. When He Tells Me, Darkest Eyes e Every Boy Wants a Normal Girl, são três temas que o atestam já que falam de sentimentos e emoções típicas do universo adolescente feminino.

Sock It To Me conjuga e atualiza para 2013 o que de melhor existia nos grupos pop femininos dos anos sessenta e o punk da década seguinte, com melodias carregadas de charme, feitas com uma beat box, riffs de guitarra simples mas poderosos e alguma sintetização. É uma coleção honesta de canções onde não parece ter havido uma especial preocupação em compôr para a crítica, mas antes, com a tal simplicidade, criar a música que Colleen mais aprecia. Here's what I got. No questions. Espero que aprecies a sugestão...

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01. Only One
02. Time in the World
03. You’re So Cool
04. Close to You
05. Sock it to Me
06. Darkest Eyes
07. Heavy Shit
08. Every Boy Wants a Normal Girl
09. Taxi Driver
10. Number One

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publicado por stipe07 às 22:28

Trêsporcento - Quadro

Quinta-feira, 18.04.13

Divulgado no Curtas... XCI, viu a luz do dia no início de novembro de 2012 Quadro, o novo disco dos Trêsporcento, uma banda de Lisboa formada por Tiago Esteves (voz e guitarra), Lourenço Cordeiro (guitarra), Salvador Carvalho (baixo), Pedro Pedro (guitarrista) e António Moura (baterista). Quadro foi editado com selo da Azáfama e os singles de apresentação, Veludo e Cascatas, já estão disponíveis e a rodar em várias rádios e plataformas digitais. Quadro foi produzido e arranjado pelos próprios Trêsporcento e por Diego Salema Reis, tendo sido gravado por Diego Salema Reis e Nuno Roque e misturado no Islignton Arts Factory Studio, em Londres.

Recentemente também foi divulgado o vídeo de Cascatas, realizado por Tomás Paiva Raposo, com um conteúdo algo negro, cru e direto, em contraste com o teor colorido  do filme divulgado anteriormente para Veludo. Quadro sucede a Hora Extraordinária, álbum de 2011, um trabalho que incluia o tema Elefantes Azuis e que fez furor na altura. A banda tinh-se estreado em 2009 com um EP homónimo.


De acordo com a entrevista que a banda me concedeu e que poderão conferir adiante, Quadro é um salto em frente no cardápio musical desta banda, já que tem um conteúdo mais maduro e dentra o processo evolutivo de composição que a banda tem sofrido desde que existe. Esta ideia de maturidade é a que salta mais à vista quando apreciamos a atualidade dos Trêsporcento, mas eles mantêm-se fiéis a si próprios e trilham o mesmo percurso sonoro que sempre os norteou, assente numa indie pop, cada vez mais aberta e luminosa e sempre cantada em português. Esta opção pela língua materna acabou por ser, de acordo com a banda, uma escolha natural, justificada por ser a língua que utilizam para comunicar com os amigos e as pessoas que conhecem e, sendo a sua música também uma forma de comunicar e estabelecer redes, cantar em português parece-lhes ser o mais indicado. Aliás, esta tendência para um cada vez maior recurso a língua portuguesa pelas nossas bandas, é bastante atual, com destaque para os TV Rural, oLUDO, O Martin ou Manuel Fúria, só para citar três exemplos dentro da esfera sonora dos Trêsporcento.

Tematicamente, o Portugal contemporâneo e as pessoas que nele vivem e lutam diariamente pela felicidade e realização pessoais são a pedra de toque do conteúdo lírico de Quadro proposto por Tiago Esteves, algo que também comprova um nítido alinhamento do grupo com outras bandas que fazem da simplicidade e dos pequenos detalhes da existência humana, ideias passíveis de serem contadas, descritas e pintadas sonoramente, com sensibilidade e altivez, no seio de uma simples canção pop, cheia de luz, de cor e de esperança. Espero que aprecies a sugestão...

Depois de Trêsporcento (EP 2009) e Hora Extraordinária (CD 2011), Já chegou às lojas Quadro. Quais são as principais diferenças entre EP e o disco de estreia e o conteúdo sonoro este sucessor?

A principal diferença é ter sido o mais recente e só por isso já reflecte uma postura diferente dos seus antecessores. A nossa maneira de fazer música tem evoluído muito ao longo destes anos, este é talvez um álbum mais maduro.

 

Da capa de Quadro à temática das canções, parece-me que há aqui algo de conceptual, uma tentativa de pintar quadros sonoros que abordam explicitamente o dia a dia de um qualquer comum mortal, apesar do teor algo abstracto da capa do disco. Como chegaram à escolha do nome para o álbum?

A capa nasceu de uma experiência feita com o artista plástico Vasco Monteiro em que lhe pedimos que pintasse alguma coisa enquanto ouvia pela primeira vez o álbum. Esta experiência foi filmada para fazer parte do videoclipe da música Veludo e o resultado originou a capa do álbum, que por ser um quadro se chama Quadro.

 

Durante a audição de Quadro chamou-me particularmente a atenção a simplicidade da vossa escrita e a mestria com que encaixam as letras na melodia. Como é o processo de criação musical dos Trêsporcento? Surgem primeiro as letras, ou elas são criadas em função de melodias que entretanto vão surgindo?

Esse processo varia muito, umas vezes as letras são escritas primeiro que as músicas, outras vezes são escritas a pensar em melodias que já existem.

 

Onde se inspiram para escrever as vossas canções?

No dia a dia, no que nos envolve e em qualquer forma de arte. A leitura, o cinema e também a música são óptimas fontes de inspiração.

 

Acompanho o universo musical indie e alternativo com interesse. Quais são as vossas principais influências musicais?

Elas são variadas, desde Pink Floyd, Beatles, The Walkmen, Jonhy Cash, Radiohead e actualmente quase tudo o que se faz em Portugal.

 

O vídeo do single Cascatas, de acordo com o press release do single, pretende apresentar o lado menos colorido de Quadro, de intenções mais cruas e directas e foi filmado por Tomás Paiva Raposo durante o concerto de apresentação do álbum em Lisboa, e editado por Highopes Visuals. Como surgiu a ideia?

Foi uma escolha natural. Os planos do Tomás já nos tinham impressionado no primeiro vídeo que lançámos, Elefantes Azuis.

 

A banda tem uma canção preferida neste álbum?

Acho que cada um tem a sua preferida no entanto nos concertos gostamos de tocar a “quero que sejas minha”!

 

Cantar em português é uma opção para a vida, ou não está colocada de lado a hipótese de cantarem noutros idiomas?

Foi tão natural como falar com um amigo. Somos portugueses e falamos para portugueses logo ter que fazer uma escolha nem nos passou pela cabeça. Quem sabe o que o futuro nos reserva, todas as formas de expressão são válidas.

 

No passado dia seis de abril participaram e tocaram na grande festa da Azáfama, que decorreu no Teatro do Bairro,em Lisboa. Como correu? É importante para os Trêsporcento esta ligação à Azáfama?

Uma loucura, o espírito da família Azáfama surgiu a todo gás no meio daquele palco. Quem lá esteve não esquecerá tão breve e claro, sentimos orgulho em fazer parte de tudo isto.

 

Onde é que os leitores de Man On The Moon podem ver os Trêsporcento a tocar nos próximos tempos?

Para já em Lisboa, possivelmente na segunda semana de Maio. Estejam atentos ao Facebook.

 

O que podemos esperar do futuro discográfico dos Trêsporcento?

Falta no nosso portefólio um registo ao vivo e é muito provável que seja um projecto a realizar ainda este ano.

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publicado por stipe07 às 23:04

Ace Reporter – Yearling

Quarta-feira, 17.04.13

Ace Reporter é o projeto musical de Chris Snyder, um cantor, escritor, compositor e multi-instrumentisata de Brooklyn, Nova Iorque e Yearling o disco de estreia deste projeto, disponível para download gratuito no sitio da banda. Snyder formou este projeto depois de em 2010 os The States, a sua banda de sempre, terem terminado.  Após quatro EPs que resultaram de uma iniciativa chamada threesixfive project, este músico, que começou a tocar violino com quatro anos, acabou por, na primavera do ano seguinte, escolher algumas das suas melhores canções e deu início ao processo de gravação de Yearling.


Este disco compila algumas das suas experiências pessoais mais marcantes e conta com as participações especiais do baterista Aaron Steele e do guitarrista Chris Kuklis, tendo sido misturado por Chris Grainger, engenheiro de som dos Wilco e dos Switchfoot, entre outros. A propósito do processo de gravação de Yearling, Chris referiu: During the threesixfive project, I had two hours every evening to write, record, and mix a new song. This meant that I had to give up on premeditation, whatever happened when I sat down to write became the song, period. I generally didn't bother to flesh out an idea before pushing the record button because I just didn't have time. Recording the album was an opportunity to see where a few of the songs could go beyond that.

O conteúdo de Yearling é diversificado e balança entre o pop rock melodioso de Untouched And Arrived, um tema onde as cordas e a bateria conjugadas com a voz de Snyder resultam na perfeição. Apreciei igualmente o groove de Collected Works e não posso ainda deixar de destacar os violinos que se podem escutar em If I See You Again.

Globalmente, Yearling acaba por relatar um ano da vida de um músico e poeta, um artista com uma enorme capacidade quer ao nível da escrita, quer da composição. Cada canção é um fragmento da sua existência e evoca diferentes locais, situações e momentos pelos quais passou e não apenas em Nova Iorque. O próprio Snyder assume que este disco é auto biográfico e o resultado de uma vontade explícita de fazer algo introspetivo e solitário, depois do fim dos The States. Suddenly I was a musician without a mission after The States broke up. I wanted to do something extremely solitary, and overnight the threesixfive project was born. The record feels like an inside-out biography, and the threesixfive project even more so, which is why the lyrics tend to oscillate between diary-like and impressionistic. The songs are snapshots of slippery, fragile moments, which are gone as soon as they come. Ace Reporter começou por ser um escape, mas agora, com Yearling na bagagem, Snyder tem argumentos sólidos para expandir este conceito e mostrá-lo ao mundo inteiro. Espero que aprecies a sugestão...

Ace Reporter - Yearling

01. Bronze
02. Untouched And Arrived
03. Stick To
04. Into Chicago
05. Aesop
06. Arcadia
07. Collected Works
08. Guilttrip
09. Pepsicosign
10. If I See You Again

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publicado por stipe07 às 21:41

Miles - Faint Hearted

Terça-feira, 16.04.13

Lançado a vinte e sete de março pelo selo Modern Love, casa de Andy Stott, Vatican Shadow e outros artistas que partilham o mesmo interesse sonoro, ou seja, que lidam com composições ambientais e sempre densas, Faint Hearted é o novo álbum de Miles, músico que também integra a dupla Demdike Stare. Faint Hearted é o primeiro disco que Miles lança através da Modern Love e sucede ao bem sucedido Luxury Problems, um dos discos mais aclamados do ano passado.

Faint Hearted contém oito temas inéditos, fragmentos e partículas sonoras que mergulham no uso de sobreposições complexas e ambientais, resultado que passeia tanto pelo dub sombrio como pela eletrónica climática dissolvida nos trabalhos de outros parceiros da Modern Love. Status Narcissism, um tema que apela às pistas de dança, foi a canção escolhida para apresentar a obra e, tal como as restantes canções, é um tema que se serve de várias camadas de sons, manuseadas com um implícito acabamento lo fi, atestando as diferentes linguagens que descrevem o cardápio sonoro de que Miles se foi servindo ao longo da carreira.

O produtor foi dando rédea solta aos sons do mundo eletrónico que se quiseram juntar ao conteúdo de Faint Hearted e da toada jungle de Lebensform, ao techno minimal de Irreligious, acabaram por surgir ambientes quentes e distantes, fabricados por vários sintetizadores que conhecem de cor os caminhos que devem seguir para atingir determinado propósito sonoro.

Faint Hearted não é um disco para as massas, está a anos luz das propostas mais radialistas, mas é rico e diversificado e transporta imagens oníricas, onde a música nos suga devido ao hipnotismo que carrega, muitas vezes apenas assente em encadeamentos repititivos, mas sempre desprendidos de fórmulas estanques.

Miles não teve receio de juntar tudo aquilo que o atrai e de deixar que a própria instrumentação lhe desse dicas sobre a melhor abordagem e a escolha do rumo que algumas canções de Faint Hearted quiseram seguir. Terá sido bastante compensador para ele o processo de composição e gravação, assim como é estimulante para nós perceber a riqueza de cada parcela do disco e ser constantemente presenteado pelo imprevisível ao longo da sua audição. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 18:56

Telekinesis - Dormarion

Segunda-feira, 15.04.13

Já chegou às lojas Dormarion, o terceiro disco do projeto norte americano Telekinesis, lançado no passado dia doze de abril de 2013, via Merge Records. Dormarion foi produzido pelo baterista Jim Eno, dos Spoon, e por Michael Benjamim Lerner, o grande mentor e líder dos Telekinesis. Dormarion sucede 12 Desperate Straight Lines, álbum lançado em 2011.

Lerner escreveu as doze músicas de Dormarion no início de 2012, em sua casa e na residência dos seus pais, mas as mesmas só foram gravadas no final do verão desse ano, no estúdio do produtor, em Austin, no Texas, chamado Public Hi-Fi. Dormarion é o nome da rua onde esse estúdio se situa. Lerner e Jim Eno tocaram todos os instrumentos no disco, mas ao vivo, a banda também conta com Erik Walters (The Globes) na guitarra, Eric Elbogen (Sy Hi) no baixo, e Rebecca Cole (Wild Flag) no teclado.

Michael Benjamin Lerner voltou à atividade depois de dois anos sem inéditos e parece tê-o feito sem grande pressão já que Dormarion divide-se em canções que retratam ambientes muito confortáveis. Dividido entre a sua casa e o lar dos seus pais, o processo de escrita e composição foi fortemente introspetivo e os resultados só vieram à tona no final desse verão, altura em que Lerner se reuniu ao produtor Jim Eno, que, além de ser baterista dos Spoon, assistiu Michael na criação e nos processos técnicos deste álbum.

Em Dormarion a sonoridade dos Telekinesis regressa um pouco às origens, aproximando-se da tranquilidade intimista do disco homónimo de estreia, editado em 2009 e que foi quebrada com 12 Desperate Straight Lines, um álbum com uma sonoridade mais elétrica e próxima do rock n'roll. Nesta toada novamente mais tranquila, Dormarion é um resumo de anteriores experiências de Michael e a junção de  algumas experimentações com sintetizadores, algo que aproxima este álbum de uma sonoridade pop feita de baladas tranquilas conduzidas pela viola e outras composições mais agitadas, algumas com interessantes efeitos vocais.

Não há, portanto, uma clara lineariedade no material de Dormarion, já que é possível sentir as frequentes mudanças a cada nova canção. Symphony, por exemplo, é uma canção romântica, vagarosa, sentimental e acústica que se encaixaria facilmente num trabalho plenamente folk e tradicional. No entanto, ela é contraposta a seguir por uma série de camadas eletrónicas e percussões frenéticas em Dark To Light. Os timbres de voz editados e permeados por uma atmosfera quase espacial não impressionam e ganham um novo caminho em Little Hill, que apoia-se num indie rock facilmente ouvido, por exemplo, nos Death Cab For Cutie.

Dormarion comprova novamente a mestria de Michael Lerner na forma como demonstra flexibilidade em abordar diferentes malhas sonoras sem deixar de ser minimamente coeso, o que lhe abre, em termos de futuro, um alargado leque de possibilidades que o poderão impulsionar para um patamar ainda mais elevado de destaque e de reconhecimento público. Temas como Power Lines e Lean On Me, com uma essência mais roqueira, talvez sejam, na minha opinião, a melhor opção que os Telekinesis deverão tomar em futuros lançamentos. Espero que aprecies a sugestão...

01. Power Lines

02. Empathetic People

03. Ghosts And Creatures

04. Wires

05. Lean On Me

06. Symphony

07. Dark To Light

08. Little Hill

09. Ever True

10. Island #4

11. Laissez Faire

12. You Take It Slowly

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publicado por stipe07 às 23:10







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