man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Post War Years – Galapagos
Depois de The Bell, um EP que divulguei oportunamente, os Post War Years, uma banda londrina formada por Simon, Tom, Fred e Henry, estão de regresso com Galapagos, um longa duração editado a vinte e cinco de fevereiro pela Chess Club / RCA via Rough Trade. Galapagos sucede a The Greats and The Happenings, o disco de estreia dos Post War Years, que foi resultado de um intenso processo de gravação num claustrufóbico armazém de Londres e que continha uma explosão de sons lo fi dançáveis, que fizeram desta banda uma promessa que agora, em Galapagos, recebe a merecida confirmação.
Galapagos foi o resultado de ano e meio de gravações, período em que os Post War Years também andaram em digressão. O disco começa com All Eyes, um tema que fez furor na blogosfera o ano passado devido à synth pop que alberga, misturada com traços de post rock e com a voz de Henry Gigg, um dos vocalistas, a assumir o papel de grande agitador, ele que acaba por ser a peça fulcral e quem faz mover toda a engrenagem, apesar de haver três músicos na banda que cantam.
Os anos oitenta e a pop eletrónica dos New Order e dos Depeche Mode deverão ser o grande ponto de referência deste grupo, mas também se encontra, nomeadamente em The Bell, uma forte sonoridade épica, típica de uns Arcade Fire e travos funk muito bem aproveitados. O krautrock também é uma referência para o grupo, que germinou depois de um concerto em Barcelona onde os Post War Years tiveram a oportunidade de contactar com intérpretes de música eletrónica feita na Alemanha.
Há uma preocupação clara numa atmosfera vibrante e texturas sonoras que possam chegar ao grande público, com exuberância e competência, mas sem deixar de lado, alguns períodos mais contemplativos. Existe uma intensa mistura de sons, momentos em que os mesmos parecem algo decontrolados e há casos, como os de Volcano, em que as guitarras com uma sonoridade mais índie também têm um papel preponderante no processo de definição melódica, atingindo uma atmosfera shoegaze que também é percetível em Nova.
Ao segundo disco ainda não é fácil descrever com exatidão o rumo sonoro dos Post War Years e essa aparente indecisão e procura acabam por ser as maiores qualidades e defeitos na sua ainda curta discografia. Se por um lado há dispersão e a perceção de alguma falta de discernimento relativamente ao que realmente pretendem, por outro, devido à interessantíssima qualidade dos dois discos que compôem o seu catálogo, também se poderá afirmar que são sonoramente ecléticos e que não se deixam balizar facilmente por um estilo ou influência. Talvez o verdadeiro tira teimas esteja mesmo reservado para o terceiro disco e poderá vir a ser esse o trabalho que confirma o verdadeiro e cimentado amadurecimento musical dos Post War Years. Até lá não ficamos nada mal servidos com a audição quer da estreia, quer, principalmente, deste Galapagos. Espero que aprecies a sugestão...
01. All Eyes
02. The Bell
03. Glass House
04. Be Someone
05. Growl
06. Lost Winter
07. Mellotron
08. Volcano
09. Nova
10. God