man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Beach Fossils – Clash The Truth
Os Beach Fossils, uma banda de Brooklyn, Nova Iorque e que começou por ser um projeto a solo de Dustin Payseur, ao qual se juntou Tommy Gardner, regressaram aos discos a dezanove de fevereiro com Clash The Truth. Este novo trabalho foi lançado pela Captured Tracks, sucede ao homónimo de 2010 e conta com a participação especial de Kazu Makine dos Blonde Redhead, no tema In Vertigo. Ao vivo, além de Dustin e Tommy, a banda também conta com Jack Doyle Smith e Tommy Davidson e não há que esquecer Zachary Cole Smith, habitual colaborador dos Beach Fossils e líder do projeto DIIV.
Oshin, o disco de estreia dos DIIV, acabou por ter importância na sonoridade de Clash The Truth. Este novo disco, encarna uma maior aproximação aos sons da década de oitenta, com algumas experimentações que denotam um visível acerto e maturidade. As guitarras, quase uma diretriz durante a construção do homónimo de 2010 e posteriormente aplicadas no bem sucedido What a Pleasure EP (2011), agora ganharam mais distorção, aspereza e elevaram o grupo a um novo patamar criativo. O novo mundo sonoro proposto pelos Beach Fossils deixa de ser um passeio tímido à beira mar numa manhã de sol, para passar a albergar um cenário mais noturno, cinzento e urbano.
Apesar da similaridade entre alguns temas, um detalhe importante em Clash The Truth está na forma como as músicas se interligam e nas pequenas transições e interlúdios que separam algumas canções. São uma espécie de vinhetas climáticas, nomeadamente Modern Holiday, Brighter e Ascencion, que preparam o terreno, garantem a formatação de uma obra de maior alcance e até engrandecem algumas canções menores. É o caso de Crashed Out, canção posicionada no final do disco e que só não passa despercebida graças ao estímulo ambiental e sujo da curta composição instrumental que a precede.
Outra transformação curiosa na execução da obra está em perceber que mesmo cercada por um reforço sombrio e por vezes experimental, Clash The Truth é o registo que mais se aproxima do grande público. Basta o riff leve de Generational Synthetic ou a relação com o rock alternativo da década de noventa em Careless e Shallow para perceber esta intimidade. Espero que aprecies a sugestão...
01. Clash The Truth
02. Generational Synthetic
03. Sleep Apnea
04. Careless
05. Modern Holiday
06. Taking Off
07. Shallow
08. Burn You Down
09. Birthday
10. In Vertigo (Feat. Kazu Makino Of Blonde Redhead)
11. Brighter
12. Caustic Cross
13. Ascension
14. Crashed Out
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Kids Without Instruments - Kids Without Instruments EP
Os Kids Without Instruments são o sonho concretizado de uma dupla de Long Beach, na Califórnia, que se conheceu no Tumblr. Eles são FrankJavCee, um cantor, produtor e escritor de vinte anos e Marion A. Shootingstar, uma cantora de dezanove anos e juntos resolveram começar a fazer música em 2011. Kids Without Instruments é o EP de estreia deste projeto.
A dupla começou a compôr música em conjunto ainda antes de se conhecerem pessoalmente, apenas recorrendo à eletrónica e a sintetizadores de 8-bits. Uma interação mais intensa e pessoal começou quando os dois começaram a estudar juntos cinema na California State Long Beach.
Este EP chamou a atenção da indústria musical indie e recentemente assinaram pela Kobalt Music Publishing, etiqueta que alberga vários nomes de relevo, nomeadamente Skrillex, Bon Iver, Cut Copy, Gotye, Dada Life, Moby, Yeasayer, Kid Cudi, Band of Horses, LMFAO, Beck, Peaches, Tiesto, entre outros.
Um arrojado e curioso sonho que esta dupla alimenta é poderem um dia liderar um projeto de cariz solidário que possa oferecer a crianças de todo o mundo teclados alimentados a energia solar para que, de acordo com a dupla, as crianças descubram o poder da música eletrónica.
Na verdade, os Kids Without Instruments têm esse nome como banda exatamente porque fazem questão de raramente usar instrumentos convencionais, quer em estúdio quer em palco, servindo-se quase sempre de um computador portátil com um MIDI, ou seja, uma especificação para sintetizadores que assegura a reprodução de diferentes instrumentos. Espero que aprecies a sugestão...
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The Spinto Band - Cool Cocoon
Os Spinto Band de Nick Krill são uma banda norte americana de Wilmington, no Delaware, com dezassete anos de existência e uma carreira bem solidificada no universo musical indie. Há sete anos atrás receberam notoriedade por terem sido os primeiros a gravar nas já emblemáticas performances do La Blogotheque de Paris. No passado dia cinco de fevereiro deram a conhecer Cool Cocoon, o quarto disco de originais do grupo, por intermédio da Spintonic Recordings.
Musicalmente, Cool Cocoon é um compêndio índie que se ouve de um só travo e que nos remete exatamente para a década em que o grupo se fundou, mas sem deixarem de abordar novos horizontes sonoros. Logo na abertura, no single Shake It Off e depois também nas harmonias inspiradas de She Don't Want Me e na indie pop meticulosa de Memo e Amy + Jen, somos transportados até um universo sonoro melódico e com belíssimos arranjos que facilmente nos encantam.
Líricamente, as canções versam e falam sobre as dúvidas da vida e a sua aparente simplicidade; Estão lá os habituais sentimentos de rejeição, nomeadamente em Shake It Off, onde se pode escutar You say it hurts to kiss me over and over again, e em She Don’t Want Me, por razões óbvias. Mas o processo de escrita das canções também procurou contemplar momentos positivos e alegres, nomeadamente em What I Love.
Cool Cocoon não é um disco festivo, não é um disco que fale do fim de relações, ou uma rodela para uma determinada ocasião específica. Cool Coccon é linear mas, ao mesmo tempo, transversal e maleável, porque tem uma pop folk simultaneamente animada e algo tímida e que se adapta facilmente ao nosso estado de espírito, seja ele qual for.
Este disco encarna mais um passo em frente de uma banda que nos últimos dezassete anos assinou alguns momentos bastante inspirados do cenário musical alternativo. Neste disco os The Spinto Band amadureceram, aprenderam o caminho e encontraram a direção certa. Espero que aprecies a sugestão...
01. Shake It Off
02. Amy + Jen
03. What I Love
04. Memo
05. Look Away
06. She Don’t Want Me
07. Static
08. Enemy
09. Na Na Na
10. Breath Goes In
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Curtas... LXXXVI
Os dance-punkers Chk Chk Chk (!!!), que anunciaram na semana passada o seu regresso com THR!!!ER para vinte e nove de abril, partilharam este fim de semana o primeiro avanço da nova produção. Chama-se Slyd e saúda-nos com uma valente energia funk, com as devidas palmas a acompanhar e um groove afrobeat corpulento num frenesim de samples e batidas opulentas. Slyd está disponível para download no site da banda em troca de um email.
Johnny Depp está a lançar uma coletânea intitulada Son of Rogue's Gallery: Pirate Ballads, Sea Songs and Chanteys, da qual já consta no alinhamento Keith Richards, Iggy Pop e Tom Waits, entre outros. Agora, outro nome confirmado foi o de Michael Stipe, em dueto com Courtney Love , no tema Rio Grande. Son of Rogue's Gallery: Pirate Ballads, Sea Songs and Chanteys daterra nos escaparates supostamente hoje.
Os Primal Scream em 2013 estão vivos com novo disco a caminho e o novo video, do tema 2013, já é uma realidade! O álbum chama-se More Light e será editado a seis de maio.
Já passaram treze anos desde que os Primal Scream apresentaram o último grande registo da carreira da banda, o álbum XTRMNTR (2000). Depois disso, apenas alguns singles e participações especiais foram aparecendo e agora resta torcer para que More Light faça reviver o período aúreo deste grupo liderado por Bobby Gillespie.
Um dos discos mais aguardados em 2013 é o dos Phoenix, por responsabilidade da própria banda devido ao excelente Wolfgang Amadeus Phoenix disco editado em 2009. Temas como Litzomania, 1901 e Rome, com melodias agradáveis e que encarnaram excelentes sonoridades pop e indie rock, já nos fazem sentir saudades da banda. Mas parece que Thomas Mars e seus parceiros estão de volta; Bankrupt! chega no dia vinte e dois de Abril e Entertainment é o primeiro single já conhecido.
Desde o lançamento de Galaxy Garden no último ano, que o produtor inglês Lone parece viver um enorme período criativo. Agora chega-nos AM Portal, um tema com cerca de seis minutos e que acompanha a formatação sonora incorporada no decorrer do álbum passado. O tema foi disponibilizado em modo ÉFV. Confere...
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Y La Bamba – Oh February EP
Depois de Court The Storm, disco que divulguei oportunamente, os Y La Bamba, um sexteto natural de Portalnd, estão de regresso aos lançamentos com Oh February, um EP que pode ser ouvido no soundcloud da Tender Loving Empire, a habitual etiqueta do grupo, e onde o single homónimo pode ser obtido gratuitamente, assim como o terceiro tema, Death On The Road. Oh February foi produzido por Chris Funk dos The Decemberists, músico que já tinha tomado as rédeas de Lupon, o disco de estreia dos Y La Bamba, editado em 2010.
O reportório deste EP é um pouco menos alegre e festivo que Court The Storm e os seis temas têm uma sonoridade mais folk e acústica. No entanto, apesar do predomínio da viola acústica, continuam a ouvir-se as habituais referências sonoras da world music e aquele toque um pouco mexicano, algo para o qual a voz da exótica e lindíssima Luz Elana Mendoza também contribui decisivamente. Basta ouvir o segundo tema, A Poet's Tune e principalmente River In Drought, para nos sentirmos imediatamente invadidos pela paisagem tipica dos sombreros, feita de violas, acordeãos, trompetes, castanholas e uma percurssão efusiva, tudo bem regado a cerveja mexicana e tequilla.
Os Y La Bamba andam neste momento em digressão com os The Lumineers na costa leste dos Estados Unidos da América. Espero que aprecies a sugestão...
01. Oh February
02. A Poet’s Tune
03. Death On The Road
04. Clarij
05. River In Drought
06. Oh February: Mad As We Are
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Apparat - Krieg und Frieden (Music For Theatre)
Conforme anunciei num recente Curtas..., o projeto Apparat, do músico alemão Sascha Ring, está de volta cerca de um ano após a edição do excelente The Devil’s Walk. O novo álbum, Krieg und Frieden, chegou recentemente através da Mute e basicamente é a banda sonora da produção teatral de Sebastian Hartman para a peça Guerra e Paz de Tolstoi.
Tudo aquilo que tu precisas para te deliciares com o décimo registo da carreira de Apparat é um bom par de headphones e um cenário... E qualquer cenário serve, seja uma paisagem campestre e bucólica, ou um emaranhado de ruas de uma grande cidade, com milhares de pessoas que não se conhecem ou alguma vez se viram a cruzarem-se a cada segundo das suas efémeras existências. É irrelevante a tua escolha, mas os headphones são essenciais; Krieg und Frieden (Music For Theatre) está repleto com uma mistura bem interessante entre elementos de uma orquestra e música eletrónica, com alguns temas puramente instrumentais.
Em Krieg und Frieden (Music For Theatre), Apparat consegue ser, ao mesmo tempo, poderoso e delicado, criando um naipe delicioso de atmosferas sonoras, através de instrumentos digitais, mas também com alguns elementos da percussão. Há por aqui algumas parecenças com os islandeses Sigur Rós, não só no ambiente criado e na duração de algumas canções, como na pafernália de elementos inusitados de que o produtor se serve para criar sons.
São imensos os detalhes sonoros que conseguem transformar, garanto-vos, qualquer cena normal, mundana e irrelevante de um dia a dia, em algo misterioso e carregado de tensão. Esta será sem dúvida a pretensão maior de um compositor de bandas sonoras e, por isso, este disco é perfeito para ser ouvido em qualquer circunstância real.
Como numa peça de teatro, este disco tem uma sequência; É para ser ouvido, durante os cerca de quarenta minutos que dura, do início ao fim sem interrupções e asseguro-vos que vale bem a pena esperar pelo final e pela belíssima A Violent Sky. Espero que aprecies a sugestão...
01. 44
02. 44 (Noise Version)
03. LightOn
04. Tod
05. Blank Page
06. PV
07. K&F Thema (Pizzicato)
08. K&F Thema
09. Austerlitz
10. A Violent Sky
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Mister And Mississippi – Mister And Mississippi
Os Mister And Mississippi são uma banda de indie folk experimental, natural da cidade holandesa de Utrecht, formada por Maxime Barlag, Samgar Jacobs, Danny van Tiggele e Tom Broshuis. Mister And Mississippi é o disco homónimo de estreia, editado pela V2 Records, no passado dia vinte e oito de janeiro.
Os Mister And Mississippi confessam que nomes como Fleet Foxes, Monsters of Folk, Sigur Ros, Bon Iver, Angus and Julia Stone, Crosby, Stills & Nash, Other Lives, Patrick Watson, são as suas principais influências. Os onze temas de Mister And Mississippi obedecem à sonoridade indie pop, com a intimidade habitual da folk norte americana entrelaçada com a sonoridade etérea, nostálgica e, ao mesmo tempo luminosa e contemplativa que este género musical geralmente transmite, quando é proposta por grupos europeus.
De Follow The Sun a Circulate somos invadidos por cordas dedilhadas sem pressa, pequenas distorções, quase sempre com uma textura suave e, por alguns detalhes sonoros inusitados. Six Feet Under começa com um som muito orgânico que deixa mesmo a sensação que o tema está a sair das profundezas e a belíssima voz que canta em Northern Sky, assim como o reverb da guitarra em eco e o bombo final, leva-nos até mundos mais a norte.
Além dos soberbos arranjos orquestrais, uma das virtudes deste disco é mesmo a voz em falsete com um timbre que parece pairar por entre as canções e que, no caso de Circulate, o meu tema preferido do disco, faz a canção levitar em simultâneo com o aumento progressivo da melodia da guitarra, criando uma espécie de catarse sónica.
Este disco é para ser ouvido sem pressas e tem uma beleza e uma complexidade que merecem ser apreciadas com alguma devoção e fazem-nos sentir vontade de carregar novamente no play e voltar ao inicio. Espero que aprecies a sugestão...
01. Follow The Sun
02. Nemo Nobody
03. Calm
04. See Me
05. Same Room, Different House
06. Running
07. Bon Vivant
08. Six Feet Under
09. Coloured In White
10. Northern Sky
11. Circulate
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Sigur Rós, Coliseu do Porto (13.02.13)
Brosandi
Hendumst í hringi
Höldumst í hendur
Allur heimurinn óskýr
Nema þú stendur
Rennblautur
Allur rennvotur
Engin gúmmístígvél
Hlaupandi inn í okkur
Vill springa út úr skel
Vindurinn
Og útilykt af hárinu þínu
Ég anda eins fast og ég get
Með nefinu mínu
Hoppípolla
I engum stígvélum
Allur rennvotur (rennblautur)
I engum stígvélum
Og ég fæ blóðnasir
En ég stend alltaf upp
Og ég fæ blóðnasir
Og ég stend alltaf upp
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Widowspeak – Almanac
Molly Hamilton & Robert Earl Thomas são dois músicos com raízes em Tacoma e Chicago, mas atualmente sedeados em Brooklyn, Nova Iorque. Depois de vários singles lançados nos últimos dois anos e disponíveis no bandcamp da banda e do disco homónimo de estreia, editado em 2011, chegou Almanac, álbum lançado no passado dia vinte e dois de janeiro através da Captured Tracks.
Quando lançaram o primeiro disco, os Widowspeak andavam algures entre a pop de finais dos anos oitenta e não restam dúvidas que é nas construções musicais lançadas há cerca de três décadas que se inspiram, mas sem deixarem de lado sonoridades mais contemporâneas e renovadas. Almanac é um avanço relativamente à estreia homónima porque, apesar de ainda próximos das mesmas experiências consolidadas há dois anos, deixaram de lado as massas elétricas de distorção para viajar no tempo, intergir com maior acerto com a folk e acomodar de forma mais inteligente a tal pop de finais dos anos oitenta, com detalhes sonoros que nos remetem a décadas anteriores. No fundo, sem descurarem a bitola que os orienta, tornaram-se mais abrangentes.
Os Fletwood Mac parecem-me uma influência assumida, mas não é propriamente apenas a dream pop e os acertos típicos do rock alternativo de cariz mais urbano a ditarem as regras em Almanac. Há uma forte cariz bucólico e a presença das guitarras logo desde o início, em The Dark Age, assume uma representação curiosa e bem estruturada de tudo o que marca o atual momento desta dupla nova iorquina; Enquanto a voz de Hamilton, bastante orgânica, representa a busca do campestre, as cordas tocadas por Thomas fazem a ponte com a estreia e o elo entre Almanac e o passado.
Como seria de esperar, esta sonoridade mais polida poderia resvalar para um conteúdo mais comercial, algo a que os Widowspeak não conseguem escapar. E sabemos que esta tendência acaba, muitas vezes, por fazer cair a qualidade do conteúdo. Neste caso concreto, a banda sai airosamente desse risco já que a nova proposta instrumental que revelam vai de encontro ao movimento atual que resgata de forma renovada as principais marcas e particularidades sonoras de décadas anteriores. Temas como Locusts e Minnewaska representam com beleza e qualidade toda essa transformação e deixam água na boca para o futuro dos Widowspeak.
Tendo consciência da sonoridade que carregam, Hamilton e Thomas não fazem de Almanac uma continuação, mas uma espécie de recomeço necessário. Mesmo que por diversas vezes a aproximação com o disco anterior seja visível, cada passo dado no decorrer do disco proporciona ao casal um plano de ineditismo e natural possibilidade de invento. Espero que aprecies a sugestão...
01. Perennials
02. Dyed In The Wool
03. The Dark Age
04. Thick As Thieves
05. Almanac
06. Ballad Of The Golden Hour
07. Devil Knows
08. Sore Eyes
09. Locusts
10. Minnewaska
11. Spirit Is Willing
12. Storm King