man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Widowspeak – Almanac
Molly Hamilton & Robert Earl Thomas são dois músicos com raízes em Tacoma e Chicago, mas atualmente sedeados em Brooklyn, Nova Iorque. Depois de vários singles lançados nos últimos dois anos e disponíveis no bandcamp da banda e do disco homónimo de estreia, editado em 2011, chegou Almanac, álbum lançado no passado dia vinte e dois de janeiro através da Captured Tracks.
Quando lançaram o primeiro disco, os Widowspeak andavam algures entre a pop de finais dos anos oitenta e não restam dúvidas que é nas construções musicais lançadas há cerca de três décadas que se inspiram, mas sem deixarem de lado sonoridades mais contemporâneas e renovadas. Almanac é um avanço relativamente à estreia homónima porque, apesar de ainda próximos das mesmas experiências consolidadas há dois anos, deixaram de lado as massas elétricas de distorção para viajar no tempo, intergir com maior acerto com a folk e acomodar de forma mais inteligente a tal pop de finais dos anos oitenta, com detalhes sonoros que nos remetem a décadas anteriores. No fundo, sem descurarem a bitola que os orienta, tornaram-se mais abrangentes.
Os Fletwood Mac parecem-me uma influência assumida, mas não é propriamente apenas a dream pop e os acertos típicos do rock alternativo de cariz mais urbano a ditarem as regras em Almanac. Há uma forte cariz bucólico e a presença das guitarras logo desde o início, em The Dark Age, assume uma representação curiosa e bem estruturada de tudo o que marca o atual momento desta dupla nova iorquina; Enquanto a voz de Hamilton, bastante orgânica, representa a busca do campestre, as cordas tocadas por Thomas fazem a ponte com a estreia e o elo entre Almanac e o passado.
Como seria de esperar, esta sonoridade mais polida poderia resvalar para um conteúdo mais comercial, algo a que os Widowspeak não conseguem escapar. E sabemos que esta tendência acaba, muitas vezes, por fazer cair a qualidade do conteúdo. Neste caso concreto, a banda sai airosamente desse risco já que a nova proposta instrumental que revelam vai de encontro ao movimento atual que resgata de forma renovada as principais marcas e particularidades sonoras de décadas anteriores. Temas como Locusts e Minnewaska representam com beleza e qualidade toda essa transformação e deixam água na boca para o futuro dos Widowspeak.
Tendo consciência da sonoridade que carregam, Hamilton e Thomas não fazem de Almanac uma continuação, mas uma espécie de recomeço necessário. Mesmo que por diversas vezes a aproximação com o disco anterior seja visível, cada passo dado no decorrer do disco proporciona ao casal um plano de ineditismo e natural possibilidade de invento. Espero que aprecies a sugestão...
01. Perennials
02. Dyed In The Wool
03. The Dark Age
04. Thick As Thieves
05. Almanac
06. Ballad Of The Golden Hour
07. Devil Knows
08. Sore Eyes
09. Locusts
10. Minnewaska
11. Spirit Is Willing
12. Storm King