01. Three White Horses
02. When That Helicopter Comes
03. Spirograph
04. Railroad Bill
05. Something Biblical
06. If I Needed You
07. Orpheo
08. Beyond The Valley Of The Three White Horses
man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Andrew Bird - Hands Of Glory
Apelidado de mestre do assobio, multi-instrumentista e cantor, Andrew Bird é um dos maiores cantautores da atualidade e coleciona já uma mão cheia de álbuns que são pedaços de música intemporais. Este músico americano nascido em Chicago tem tido um 2012 bastante intenso; No início do ano, em meados de março, divulguei o excelente Break It Yourself, mas o ano não termina sem termos mais um álbum, Hands Of Glory, lançado no passado dia 30 de outubro pelo selo Mom + Pop Records e que serve para complementar o conteúdo desse primeiro trabalho do ano.
Hands Of Glory tem apenas oito canções e demora pouco mais de meia hora, temas e tempo suficientes para que Andrew destile muito do que de melhor escreveu e compôs até aos dias de hoje.
O disco começa com o baixo pulsante de Three White Horses, uma grande canção que poderia ter muito bem feito parte do alinhamento de Break It Yourself. A seguir senti aquele clima típico do velho oeste em When That Helicopter Comes e a deliciosa Spirograph, faz-nos viajar também no tempo, através das cordas que sustentam a música, sempre na medida certa, sem grandes exageros, como é habitual devido à mestria interpretativa de Andrew, um músico eminentemente folk, conhecido pela arte de tocar o violino, mas que sabe dosear os vários instrumentos que fazem parte do seu arsenal particular e onde também gosta de incluir a sua própria voz. Essa voz firma-se cada vez mais como uma das marcas identitárias da sua arte. Ela sabe tocar no mais fundo de nós, como em Railroad Bill, mas também partilhar o destaque com outros executantes, como em If I Needed You, ou ainda ser introspetiva, sem recorrer ao sussurro, como na belíssima Something Biblical, uma das mais bonitas e sinceras canções de Hands Of Glory.
Mas o meu grande destaqe deste disco ficou quase para o fim; A penúltima canção, Orpheo, é uma versão alternativa da Orpheo Looks Back de Break It Yourself e se a original encontrava a sua beleza nos diversos momentos entre coro e cordas, esta nova música surge como um suspiro íntimo e pessoal que encontra o desabafo na figura mitológica do orfeu para expressar otimismo durante uma fase infernal da vida de alguém.
Em suma, a impressão que dá é que Break It Yourself foi preparado meticulosamente pela mente, enquanto Hands of Glory foi pensado com o coração. Mesmo o final com a longa e instrumental Beyond the Valley of the Three White Horses, é algo de muito emocional e sensível. Hands Of Glory não é uma súmula de oito canções que ficaram de fora de Break It Yourself, mas a melhor expressão da metade direita do cérebro de Andrew, agora plasmada na sua já notável discografia. Espero que aprecies a sugestão...