man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Efterklang - Piramida
Os dinamarqueses Efterklang, formados por Casper Clausen, Mads Christian Brauer e Rasmus Stolberg, editaram no passado dias vinte e quatro de setembro Piramida, o seu último álbum, através da 4AD. Para se inspirar, o trio assentou arraiais durante numa cidade abandonada de mineiros na vila de Pyramiden, num dos arquipélagos noruegueses do Ártico. Andaram por lá a explorar e a gravar sons criados com os elementos paisagísticos (muito à imagem dos Sigur Rós, que também andaram a fazer isso pelas montanhas islandesas) e no fim dessa tarefa tinham mais de mil gravações, que depois foram selecionadas, adaptadas e transformadas no esqueleto das canções deste Piramida. O produto final acabou por ser um disco com uma sonoridade única e peculiar.
Um dos primeiros versos que permanecem no subconsciente quando se escuta pela primeira vez Piramida é And I wonder, I wonder, I wonder what I am? It’s destructible. E realmente, tentar explicar o que o quarto disco da banda procura ser é uma tarefa um tanto obsessiva e destrutiva. O grupo tem as suas raízes num ponto do globo artisticamente muito criativo e assenta a sonoridade numa mistura de indie pop e indie rock, com post rock e alguns elementos eletrónicos, o que dá origem a algo singular e característico.
No entanto, o som do grupo não foi sempre algo estanque; Os Efterklang passaram por períodos de transformação que oscilaram entre momentos minimalistas e outros mais expansivos. E o som deste Piramida é, de algum modo, uma espécie de súmula de toda esta amálgama de elementos e referências sonoras que sustentaram a anterior discografia da banda, o que confere ao disco uma sensação um pouco dúbia, de difícil catalogação, portanto, e assim deveras interessante tentar deslindar.
Em Piramida mantem-se a fórmula que regeu a produção dos álbuns anteriores dos Efterklang; Participam diversos músicos e podemos notá-los em várias canções. Logo a abrir, Hollow Mountain tem um violino que funciona quase como um refrão e que contrapõe o pedido de ajuda do vocalista Casper Clausen, quando este instrumento surge logo após o verso Help me, I am falling down. Sedna é o instante minimalista mais bonito do disco. É uma canção cuja cadência é marcada por um baixo e uma bateria quase inaudíveis, com o simples propósito de serem uma almofada para a voz de Casper. A guitarra aparece no momento certo para, assim como uma linha de costura, unir os pedaços separados.
Até a quinta música, The Living Prayer, somos conduzidos para lugares calmos e distantes, os quais conseguem ser alcançados muito por influência de uma voz que parece conversar connosco. Na segunda metade do disco, começa a aumentar o volume das canções e a bateria ganha uma maior relevância. Black Summer talvez seja o melhor exemplo disso; Começa com instrumentos de sopro que vão sendo aumentados aos poucos na introdução, junto a uma bateria bem marcada, que baixa o tom logo de seguida e volta ao registo da primeira parte de Piramida. Entretanto, em oposição a outras canções, Black Summer expande os horizontes minimalistas quando, antes de cada refrão, eleva o volume dos instrumentos como um todo e temos a explosão que, com os coros finais, dá a cor e brilho que nos fazem levitar.
Quase no fim, Between The Walls é comandada por sintetizadores, que aliados a cordas, dão um tom fortemente eletrónico à canção e juntamente com os os timbres de voz de Casper, que consegue trazer a oscilação necessária para transparecer mais sentimentos, fazem dela mais um momento obrigatório de contemplar em Piramida.
Quando chega ao fim Piramida ficamos com a sensação que acabou-nos de passar pelos ouvidos algo muito bonito, denso e profundo e que, por tudo isso, deixou marcas muito positivas e sintomas claros de algum deslumbramento perante a obra. Algumas canções soam a uma perfeição avassaladora e custa identificar um momento menos inspirado nesta rodela, o que faz de Piramida uma das grandes referências para os melhores álbuns do ano. Espero que aprecies a sugestão...
01. Hollow Mountain
02. Apples
03. Sedna
04. Told To Be Fine
05. The Living Layer
06. The Ghost
07. Black Summer
08. Dreams Today
09. Between The Walls
10. Monument
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