01. Tides Of The Summit
02. Western Thrills
03. Signs Of The Civilized
04. Fluorescent Scenes
05. Amaranthine
06. Lines In The Sand
07. Marble Sky
08. Kaleidoscope
09. Future Love
man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Cheek Mountain Thief – Cheek Mountain Thief
Oriundo da fria Islândia, Cheek Mountain Thief é uma espécie de projeto a solo de Mike Lindsay, líder da banda britânica Tunng. Cheek Mountain Thief é o álbum homónimo de estreia, editado no passado dia treze de agosto pela Full Time Hobby.
Em 2006 Mike foi visitar este país nórdico e apaixonou-se por uma islandesa chamada Harpa. Pouco tempo depois voltou a Londres e nunca mais a viu, mas em 2010 voltou aquele país para tocar com os Tunng no Iceland Airwaves; Voltou a encontrar-se com Harpa, a chama reacendeu-se e ficou a viver com ela na costa norte, numa pequena cidade piscatória chamada Husavik. Entretanto aproveitou para formar uma banda com músicos de Husavik e da capital, Requiavique, e gravou um álbum inspirado nas paisagens e nas gentes dessa ilha fantástica.
A Islândia tem uma paisagem única, quase alienígena. É uma ilha remota, moldada por milhões de anos de uma intensa atividade vulcânica e, por isso, diferente de qualquer outro lugar no mundo. Situada no extremo norte da Europa e ofuscada pelo Círculo Polar Ártico, acabou por abarcar um povo que evoluiu e criou uma cultura com uma identidade muito própria e totalmente distinta do resto do contiente. Por isso, acaba por ser um lugar pelo qual é fácil alguém se apaixonar e deixar-se enfeitiçar. Mike refere que tal aconteceu com ele quando encontrou Kinnarfjöll – Cheek Mountain, um local coberto de neve e com um céu cor de rosa, onde viu borbulhantes fontes termais e uma cratera de um vulcão chamado Hell (Inferno). Nesse momento sentiu que estava numa espécie de paraíso mítico.
Cheek Mountain Thief acaba por ser o reflexo óbvio da opção de Mike por passar a viver perto deste local, dos músicos envolvidos e da própria sonoridade típica, não só da ilha, como de Mike enquanto músico. Assim, estamos em presença de um disco indie folk, com ecos de Bon Iver, Múm e Belle & Sebastian, cheio de cordas e com os xilofones e alguns instrumentos básicos de percussão a fornecerem bonitos detalhes sonoros. O resultado final assenta numa forte componente acústica, como se Cheek Mountain Thief, com letras que falam de neve, areia e cavalos que correm na tundra islandesa, tivesse sido escrito e gravado à luz de velas. Espero que aprecies a sugestão...
01. Cheek Mountain
02. Showdown
03. Spirit Fight
04. Strain
05. There’s A Line
06. Attack
07. Nothing
08. Snook Pattern
09. Wake Him
10. Darkness
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Beachwood Sparks - Tarnished Gold
Os Beachwood Sparks nasceram no final do século XX e são um sonho californiano oferecido ao mundo, liderado pelo cantor e guitarrista Christopher Gunst, onde também se inclui o baixista Brent Rademaker, o multi instrumentista Farmer Dave Scher e o baterista Aaron Sperske, aos quais se junta ocasionalmente o guitarrista Ben Knight dos The Tyde. Onze anos após Once We Were Trees e depois de em 2008 se terem voltado a reunir para comemorar o vigésimo aniversário da sua editora de sempre, a Sub Pop, regressaram aos discos com Tarnished Gold, editado no passado dia vinte e seis de junho.
Os Beachwood Sparks são uma banda com uma raíz tipicamente americana, que ouvindo os Grateful Death e os Flying Burritos Brothers descobriu a country dos anos sessenta que procurava estrelas sobre a poeira da ampla paisagem californiana. Hoje, sempre bastante discretos, gravitam entre dois mundos; Por um lado levam a country no coração, mas carregam um forte desejo de ir mais além e criar música sem tempo, envolvida pela psicadelia e pela ambição de criar um microcosmos sonhador onde a realidade ao redor ganha cores garridas ou um romantismo incurável.
Tarnished Gold transporta melodias gentis, cantadas quase sempre com a voz de Gunst num registo próximo do sussurro delicado e muitas vezes atravessadas por trechos de rock cósmico, que apenas nos sobressaltam um pouco antes do regresso à pureza original em que o disco assenta. Ouve-se uma harmónica ternurenta, aceleram o ritmo quando menos se espera e conjugam a folk e o rock convocando à celebração e até ao tal romantismo, algo bem audível em Leave That Light On, uma brisa suave num verão supostamente bastante quente.
A magia de Tarnished Gold está na capacidade que este álbum tem de nos rodear com uma realidade palpável e, ao mesmo tempo, efabulada, com canções que melhor que muita da literatura, cinema e outra música, nos trazem o melhor da Califórnia. Espero que aprecies a sugestão...
01. Forget the Song
02. Sparks Fly Again
03. Mollusk
04. Tarnished Gold
05. Water from the Well
06. Talk About Lonesome
07. Leave That Light On
08. Nature’s Light
09. No Queremos Oro
10. Earl Jean
11. Alone Together
12. The Orange Grass Special
13. Goodbye
The Beachwood Sparks, last convened in 2003, are back as if they never left, spinning trippy goodtime vibes, ethereal metaphysics and slacked out California pop.
Beachwood Sparks make music for and by Californians who love living in California, surfing, and hanging out among the redwoods, and for listeners who have no idea what that’s like but love the sound of soft harmonies and a tastefully placed slide guitar.
A.V. Club
The Tarnished Gold moves through space like a guided nature walk—never a hike—drawing upon breathy, summer sounds and endless harmony to craft the perfect soundtrack for its creators’ home state.
— Paste Magazine
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Bravestation – Giants Dreamers
Os Bravestation são Devin Wilson (voz e baixo), Derek Wilson (guitarra), Andrew Heppner (teclados e sintetizadores) e Jeremy Rossetti (bateria e percurssão), quatro rapazes de Toronto, no Canadá. Combinam guitarras com uma percussão que faz deles uma banda de pop tribal. Começaram por lançar um EP, andaram em digressão com os Tanlines, os Yacht e os Young Galaxy e agora estrearam-se nos discos com Giant Dreamers, editado no passado dia dez de julho e disponível para audição no bandcamp da banda, assim como o download dos três primeiros singles.
Quando ouvi pela primeira vez o single Signs Of The Civilized senti-me imediatamente absorvido pelo clima descontraído e tropical da canção, a contrastar um pouco com as origens destes Bravestation. Esta sensação quente e lânguida acaba por manter-se em todo o disco, que acaba apenas por pecar por alguma falta de diversidade, algo que considero perfeitamente compreensível numa banda que acaba de se expôr ao mundo e à crítica.
Além do single já citado, Amaranthine e Kaleidoscope, destacam-se não só pela sonoridade tendencialmente pop, mas também pela groove das canções e pelo ligeiro abanar de ancas que proporcionam. Os anos oitenta estão bastante presentes, quer nos efeitos hipnóticos colocados na voz, como nos sintetizadores, que recriam a sonoridade típica dessa década. E, à semelhança do que acontece com outros projetos similares contemporâneos, é possível sentir aqui que a abordagem a esses gloriosos anos da pop soa, ao mesmo tempo, como um retrocesso temporal, mas também algo sonoramente futurista. Há muitos artistas que estão a iniciar o seu percurso musical ao som dessa década e a procurar acrescentar detalhes sonoros que servem não só para dar um cunho pessoal mas também para reinventar a própria pop feita de guitarras e sintetizadores. Giants Dreamer é uma lufada de ar fresco e um álbum que se ouve com uma indisfarçável satisfação. Espero que aprecies a sugestão...
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Arrange - New Memory
Malcom Lacey é também conhecido como Arrange, o projeto de Malcom Lacey, um músico da Flórida que lançou em 2011 Plantation, o disco de estreia que na altura divulguei e que o músico disponibilizou gratuitamente. Plantation inseria-se na esfera da eletrónica, mas chamou-me particularmente a atenção por misturar também indie e pop. Agora, em 2012, este cantor, pianista, guitarrista, programador e produtor de apenas dezanove anos delicia-nos com New Memory, mais um álbum da sua já considerável discografia e também disponível no seu bandcamp.
Em New Memory, Lacey mantém a sua típica sonoridade etérea e lenta, mas também algo inquietante. As músicas são construídas sobre camadas de guitarras e efeitos que criam exuberantes paisagens sonoras, com arranjos a recordar, a espaços, Tim Hecker e Sigur Rós.
O disco ouve-se de um travo só, quase como se fosse uma grande canção, havendo um interlúdio a meio (æ) que nos recorda a estrutura habitual de um álbum e nos permite recuperar o fôlego. Não há nada de demasiado complicado nas letras, o que até é mais um facto que abona a favor do disco e comprova que Lacey não anda particularmente desesperado em demonstrar que é uma espécie de génio precoce, mas apenas um artista preocupado em revelar os seus sentimentos mais comuns através da música.
Parece difícil acreditar que um projeto possa amadurecer e criar tanto em apenas dois anos, mas felizmente existe este Arrange e a sua fórmula simples, porque não se propõe criar algo demasiado denso, mas proporcionar a audição de canções que nos ficam no ouvido, sedutoramente abertas e convidativas a audições repetidas. Espero que aprecies a sugestão...
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Message To Bears – Folding Leaves
Message To Bears é o nome do projeto a solo do cantor, compositor e multi-instrumentista inglês Jerome Alexander. Esta banda de um homem só estreou-se em 2007 com um EP que chamou a atenção pelo conteúdo um pouco confuso, com algumas distorções tímidas, violinos, ecos e susurros. Message To Bears encontrou um rumo mais definido no álbum seguinte, The Soul's Release, com uma sonoridade que passava pela pop atmosférica, a folk e o post rock, com destaque para as canções Joy Leaves, Cathing Fireflies e principalmente Where the Trees are Painted White. A esta promissora estreia nos álbuns sucedeu, em 2009, Departures, um disco ainda mais sólido, com melhor definição sonora e bastante hipnótico. Agora, em 2012, Jerome brinda-nos com Folding Leaves, um álbum surpreendente, rústico e orgânico, lançado pela Dead Pilot Records.
Neste Folding Leaves, o autor teve a notória preocupação de criar algo que causasse impacto no ouvinte, por ser complexo e detalhado, mas também (e isso é possível) graciosamente simples. Ele combinou em várias canções diversas camadas de cordas, com melodias vocais únicas e criou assim um ambiente aconchegante, difícil de definir, um som que se constrói ao longo de cada canção e em todo o álbum. Cada uma das músicas vai crescendo, sempre comandada pelas cordas, como já referi, e a adição dos outros instrumentos é quase sempre feliz. As canções criam um efeito geral que faz deste Message To Bears, um disco onde estão plasmados detalhes e emoções sem soar de forma demasiado pretensiosa. Espero que aprecies a sugestão...
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Work Drugs – Absolute Bearing
Conforme referi em Curtas... XXIX, os Work Drugs são uma dupla de Filadélfia formada por Louisiana Benjamim e Thomas Crystal e lançaram no passado dia dez de julho Absolute Bearing, o terceiro disco de originais da banda; Sucede a Summer Blood (2010) e a Aurora Lies (2011) e foi editado pela Bobby Cahn Records.
Absolute Bearing é um daqueles discos que se ouve em frente à praia enquanto saboreamos uma esplanada virada para o pôr do sol. As canções têm algo de fresco e hipnótico, uma chillwave simples, bonita e dançável, nem que o façamos no nosso íntimo e para nós mesmos. São quase todas assentes numa bateria eletrónica, guitarras e sintetizadores pouco percetíveis mas que dão o tempero ideal às composições. No entanto o grande segredo destes Work Drugs parace-me ser a voz um pouco lo fi e shoegaze, que dá aquele encanto retro, relaxante e atmosférico.
Ouvir Absolute Bearing é acompanhar esta dupla norte americana numa espécie de viagem orbitral, mas a uma altitude pouco espacial, numa espécie de limbo; Às vezes dá a sensação que eles não sabem muito bem se queriam que as músicas avançassem para uma sonoridade futurista, ou se tinham a firme intenção de deixá-las a levitar na pop dos anos oitenta. É certamente nesta incerteza que reside o maior trunfo destes Work Drugs que espelham com precisão o manto de transição e incerteza que tem invadido o cenário da pop de cariz mais alternativo e independente.
Quando se torna difícil inventar algo novo, a melhor opção poderá passar por baralhar e voltar a dar, de preferência com as cartas muito bem misturadas e os trunfos divididos, talvez num cenário de gravidade zero. No soundcloud da banda podes fazer o download gratuito de algumas canções dos Work Drugs. Espero que aprecies a sugestão...
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Curtas... XLVI
A dupla Helio Sequence de Portland está prestes a apresentar um novo álbum. Depois de terem divulgado o primeiro single, October, deram agora a conhecer Hall of Mirrors, mais uma canção que fará parte de Negotiations.
The Helio Sequence – “Hall of Mirrors”
Ás vezes a música traz-nos parcerias e sonoridades inusitadas. Agora, os The Vaccines resolveram cantar ABBA num EP chamado Please, Please Do Not Disturb, um EP virtual que traz versões de músicas de quatro diferentes artistas; Além de ABBA, Mark Lanegan e Jonathan Richman também aparecem no pacote que pode ser adquirido gratuitamente numa página especial criada pela banda.
01. The Beast In Me
02. Mannequin
03. The Winner Takes It All
04. That Summer Feeling
No mundo da música, além das parcerias e versões inusitadas, também há criações tão bizarras que, só por esse facto e por parecer impossível terem sido concebidas, merecem ser divulgadas. Um exemplo recente está na versão que os britânicos The Darkness fizeram para Street Spirit dos Radiohead. Um original do The Bends (1995), foi agora transformado com uma dose extra de guitarras ao melhor estilo hard rock e a presença incomparável da voz de Justin Hawkins. A versão estará no próximo trabalho da banda, Hot Cakes, disco que será lançado no dia 21 de agosto.
Six Cups Of Rebel, o último disco do produtor norueguês Lindstrøm é um trabalho mais pop e dançante que os anteriores projetos do artista, já que tem uma série de composições grandiosas, épicas e que explodem em batidas volumosas. O último single retirado desse disco, disponível para download gratuito, é uma boa canção e que confirma o acerto do álbum. Confere...
É conhecido mais um vídeo do projeto Valtari Mystery Film Experiment, dos Sigur Rós, que tenho vindo a divulgar à medida que são editados novos filmes. Desta vez, em Varðeldur, Melika Bass filma uma mulher que parece estar a viver uma espécie de limbo hipnótico.
Sigur Rós - Varðeldur from Sigur Rós Valtari Mystery Films on Vimeo.
No dia em que terminaram os jogos olímpicos, os Blur deram uma concerto memorável em Hyde Park, no centro de Londres, que foi agora editado em disco. A rodela chama-se Parklive. Confere...
CD 1
01. Girls And Boys
02. London Loves
03. Tracy Jacks
04. Jubilee
05. Beetlebum
06. Coffee And Tv
07. Out Of Time
08. Young And Lovely
09. Trimm Trabb
10. Caramel
11. Sunday Sunday
12. Country House
13. Parklife (Feat. Phil Daniels)
CD 2
01. Colin Zeal
02. Popscene
03. Advert
04. Song 2
05. No Distance Left To Run
06. Tender
07. This Is A Low
08. Sing
09. Under The Westway / Commercial Break
10. End Of A Century
11. For Tomorrow
12. The Universal
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Walk The Moon - Walk The Moon
Em fevereiro falei dos Walk The Moon, uma banda indie de Cincinnati, liderada por Nicholas Petricca (vozes e teclados), a propósito do EP Anna Sun. Agora, surgiu finalmente mais um longa duração da banda, homónimo, editado no passado dia dezanove de junho pela RCA Records e produzido por Ben H. Allen (Gnarls Barkley, Animal Collective). A banda já se tinha estreado nos disco em 2009 com o pouco divulgado I Want! I Want!.
Este álbum está cheio de canções com refrões acessíveis e aditivos e melodias dançáveis, em paisagens sonoras atmosféricas onde ecoam guitarras, tambores (Quesadilla) e batidas. Mas também há alguma eletrónica, sendo Fixin um destaque notável do uso de camadas de sintetizadores que, neste caso, dão à canção uma profundidade sónica e bastante pop. Por baixo de tudo isto, ecoa a voz de Nicholas, num registo às vezes doce e inquietante, algo percetível em Next In Line.
A canção Anna Sun é, naturalmente, o grande destaque deste disco. Ela figurou na lista das trinta melhores canções de 2011 para a prestigiada Esquire e rodou com alguma insistência em vários canais da MTV. Inclusivamente teve direito a um vídeo com coreografia sincronizada e muita festiva. Outra canção que também podemos destacar deste álbum homónimo dos Walk The Moon é a eletrizante Lisa Baby. A atmosfera indie rock marca presença com riffs de guitarra e uma percussão de causar inveja.
Em suma, este álbum homónimo corresponde às boas expetativas que se instalaram por cá aquando da audição de Anna Sun, em 2011. Walk The Moon prova que este grupo ainda está numa fase um pouco prematura e que existe margem para um amadurecimento; A capacidade inventiva está presente e escutam-se verdadeiras canções pop com caraterísticas peculiares e únicas.
Vale a pensa descobrir os Walk The Moon e ficar atento para ver até onde eles vão chegar. Desconfio que não será a pop rock de Walk The Moon a única bitola pela qual se orientarão futuramente. Espero que aprecies a sugestão...
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Battleme - Battleme
Battleme é o novo projeto de Matt Drenick, vocalista dos Lions e um músico de Austin, no Texas, com uma história de vida bastante peculiar; Diagnosticado com uveíte (uma doença dos olhos decorrente de uma inflamação da úvea), transformou essa contrariedade em música e em 2009, sob a alcunha de Battleme, resolveu compôr canções que agora compilou num disco homónimo produzido por Thomas Yurner (músico da dupla Ghostland Observatory) e lançado no final do passado mês de abril através da Trashy Moped Recordings.
Este músico começou a fazer furor quando algumas das suas canções apareceram na terceira temporada de uma série de televisão norte americana chamada Sons Of Anarchy, com destaque para uma cover de Hey Hey, My My (Into The Black) de Neil Young.
Battleme foi gravado num estúdio caseiro em Portland, no Oregon, para onde Matt se mudou em 2010 com o único propósito de fazer este disco. Depois de ter cerca de quarenta demos, fez alguma seleção e no fim ficou com um álbum de dez canções onde abundam sentimentos e facilmente se entende que serviram para exorcizar alguns dos demónios que há muito apoquentavam o autor.
Logo no início do disco apela à ação e a um efetivo cerrar de punhos, nomeadamente em Closer (It’s do or die and everybody knows it), uma canção onde um imperial falsete e uma bateria bem marcada constroem um verdadeiro e imenso hino indie rock. E além de pretender elevar a nossa auto estima, o músico também parece ter o desejo de apregoar a quem estiver disposto a ouvi-lo que somos os únicos donos do nosso destino e que ao irmos ao seu encontro, se o podermos fazer ao som do rock (Touch, Wait For Me), com pitadas de blues e até de uma folk acústica um pouco lo fi (Killer High e Trouble), então a caminhada será potencialmente ainda mais épica e intensa!
Battleme deverá, naqueles momentos em que estamos um pouco mais reticentes, servir como uma espécie de lembrete, para que possamos acreditar que, além de uma família, da saúde, do dinheiro e de uma carreira, a música também nos pode salvar ou, pelo menos, dar-nos vontade de descarregar alguma adrenalina e saltar até ao recinto de jogos ou ao ginásio mais próximo! Espero que aprecies a sugestão...
01. Touch
02. Closer
03. Wire
04. Killer High
05. Shoot The Noise Man
06. Woman I’m A Lost Cause
07. Tears In My Pile
08. Doin Time In My Head
09. Wait For Me
10. Trouble
11. Pocket Full Of Flies
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French Wives – Dream Of The Inbetween
Os escoceses French Wives são Stuart Dougan (voz/guitarras), Chris Barclay (baixo/voz), Siobhan Anderson (violino/voz), Scott MacPherson (guitarra/voz) e Jonny Smith (bateria/voz). Ainda estudam todos na universidade, em Glasgow. A banda existe desde 2008 e a partir do ano seguinte começaram a editar singles e dois EPs. Agora, em 2012, mostraram finalmente o álbum de estreia, chamado Dream of the InBetween.
Os lançamentos que antecederam este disco de estreia permitiram à banda colecionar desde logo uma pequena mas sólida base de fãs, que certamente não terão ficado minimamente defraudados com o conteúdo de Dream Of The Inbetween. O álbum reúne uma coleção de canções indie pop muito bem trabalhadas, facilmente acessíveis, mas que nem por isso se esfumam rapidamente em fórmulas já um pouco gastas.
Quanto às referências, os Ballboy, Belle and Sebastian e Camera Obscura são grupos muito presentes, na sonoridade, no tom e na profundidade com que plasmam algumas das emoções que nos são mais queridas, algo muito comum nas bandas indie escocesas. Esta espécie de frustração generalizada é temperada com músicas com um ritmo elevado e empolgante, um padrão muitas vezes adornado com pormenores subtis e uma tensão que soa muito bem no contexto do álbum.
Dream Of the Inbetween é um bom disco, optimista, com carácter e substância. Vale a pena ficar atento ao que se seguirá na discografia destes French Wives. Espero que aprecies a sugestão...
01. Modern Columns
02. Numbers
03. Back Breaker
04. The Inbetween
05. Me vs. Me
06. Sleep Tight
07. Halloween
08. Month Of Sundays
09. Younger
10. The Sickness