01. Gossamer
02. I’ll Be Alright
03. Carried Away
04. Constant Conversations
05. Mirrored Sea
06. Cry Like A Ghost
07. On My Way
08. Hideaway
09. Two Veils To Hide My Face
10. Love Is Greed
11. It’s Not My Fault, I’m Happy
12. Where We Belong
man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Passion Pit – Gossamer
Os Passion Pit, banda de Cambridge, no Massachusetts e liderada por Michael Angelakos, acabam de editar Gossamer, um álbum produzido por Chris Zane, lançado pela Columbia Records e que repete a mesma fórmula e acertos de Manners (2009), o antecessor e acrescenta uma variedade de detalhes sonoros que ampliam e engrandecem este projeto.
O que separa Manners do novo álbum do Passion Pit é a proposta musical em torno dele. Enquanto o álbum lançado em 2009 era claramente um trabalho de força dançante e pronto para brilhar nas pistas (o que em partes ele alcançou), Gossamer é um disco que se distancia por completo desse conceito, apostando muito mais nos versos e na sonoridade grandiosa das canções.
Os Passion Pit sempre se assumiram como um projeto pop e este é um género nem sempre fácil de rotular. Geralmente um álbum pop bem sucedido é um tratado com um propósito comercial, melódico e acessível a vários públicos, o que faz com que a busca de tal abrangência resvale para rodelas perdidas num universo de banalidades sonoras que, em verdade se diga, alimentam há anos a indústria fonográfica.
Gossamer, o segundo disco dos Passion Pit, é um álbum que poderá ser inserido no género musical em questão, já que a banda faz crescer em cada nota, verso ou vocalização, todos os ingredientes que definem as referências principais do género. No entanto, destacam-se porque a tudo isto acrescentam aspetos da música negra, brincam com a eletrónica de forma inédita e conduzem-nos para a audição de um disco doce e na mesma medida, pop.
Neste Gossamer todas as boas sensações, os coros de vozes e os teclados, fazem-nos regressar nostalgicamente aos anos oitenta, com uma beleza e entusiasmo superiores ao que sucedia em Manners. Os singles Take A Walk e I'll Be Alright foram escolhas muito felizes para dar o pontapé de partida à promoção do álbum; A primeira seduz pela fluência doce dos versos e outra pela sonoridade global. As duas canções definem e balizam o resto do disco, engrandecido pelos tais aspetos da música negra norte americana, presentes no R&B de Constant Conversations e na soul de On My Way e Cry Like a Ghost.
Com letras com um elevado teor confessional e envolvidas pela saudade, pela melancolia e pelo amor, Gossamer acaba por ter pontos de encontro com o primeiro EP da banda, Chunk of Change (2008), um registo que destacava pela sinceridade lírica e pela diminuta e arcaica instrumentação. A contribuição de Chris, velho colaborador dos Passion Pit e que já trabalhou com outros nomes de relevo, como os The Walkmen e os Friendly Fires, terá sido certamente decisiva para este acerto, já que é notório o padrão instrumental e a mesma proposta sonora e lírica nas canções, fazendo de cada uma delas um single em potência.
Mesmo que Gossamer parta de uma proposta diferente, faz-me recordar o Wolfgang Amadeus Phoenix dos franceses Phoenix. Melódicos e intencionalmente acessíveis na mesma medida, os dois discos abraçam a pop sem medo e de forma inovadora e inventiva. Em Gossamer, entretanto, os Passion Pit parece ir além e transformam cada uma das canções em criações duradouras, ricas em texturas e versos acolhedores que ultrapassam os limites do género. A pop está de volta e não há vergonha nenhuma em constatá-lo. Espero que aprecies a sugestão...