man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Yeasayer – Fragrant World
Conforme anunciei em Curtas... XXXV, depois do sucesso obtido com Odd Blood (2010) os Yeasayer estão de regresso aos disco com Fragrant World, lançado, como é habitual neste grupo, pela Mute Records. A banda estreou-se nos discos em 2007 com All Hour Cymbals, um disco que desde logo mostrou a veia instável e experimental deste projeto, cada vez mais assente numa pop de cariz eletrónico à medida que os lançamentos se sucedem.
Vizinhos dos Animal Collective (as duas bandas são de Brooklin), quer no local onde habitam como no campo sonoro onde gravitam, os Yeasayer desenvolvem um som com referências eletrónicas mais sintéticas que os conterrâneos. Este Fragrant World não renega o som de base que sempre orientou o grupo mas é o disco menos acessível da carreira da banda, apesar das comerciais Longevity e Henrietta, o primeiro single extraído da rodela.
Fragrant World é complexo e até inacessível em alguns instantes; Quem estiver à espera de versos épicos semelhantes aos de Ambling Alp, ou do romantismo lisérgico de I Remember, assim como do clima dançante de ONE, algumas das canções mais famosas dos Yeasayer, provavelmente vai sentir-se defraudado; Este disco é mais sério, menos colorido e convencional e mais sujo, longe da evolução assertiva do passado do grupo.
Em alguns instantes da obra, como nos ruídos sintéticos de Fingers Never Bleed, no ritmo de No Bones e na melancolia de Glass of the Microscope, a banda faz algo inovador e diferente, e Reagan’s Skeleton e Demon Road ampliam esta quase obsessiva vontade dos Yeasayer se afastarem das referências que antes abrangiam a obra do grupo.
Fica por esclarecer se Fragrant World é um disco de transição para algo maior e mais complexo. O que fica claro é que os Yeasayer estabelecem um óbvio distanciamento da beleza instrumental de outrora. Talvez falte o carisma e a explosão de sons, cores e versos marcantes que tanto cativaram há dois anos, mas as grandes bandas atingem elevados patamares quando não se abrigam permanentemente em fórmulas bem sucedidas mas procuram reinventar-se e explorar outros campos musicais. Espero que aprecies a sugestão...
01. Fingers Never Bleed
02. Longevity
03. Blue Paper
04. Henrietta
05. Devil And The Deed
06. No Bones
07. Reagan’s Skeleton
08. Demon Road
09. Damaged Goods
10. Folk Hero Shtick
11. Glass Of The Microscope