man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Trips And Falls – People Have To Be Told
Os Trips And Falls são mais uma banda que nasceu no flurescente mercado musical de Montreal, no Canadá. Depois de em 2010 terem lançado o disco de estreia He Was Such a Quiet Boy, descobri-os agora, pouco mais de um ano depois, com o sempre difícil segundo álbum, este People Have To Be Told que hoje divulgo. Já agora relembro que já em 2011 descobri neste país nomes tão interessantes como os Lab Coast e Kris Ellestad, entre outros.
É conhecido mundialmente o bom gosto e a apetência dos nativos deste país da América do Norte para a música. Basta olhar, por exemplo, para as bandas nomeadas para o Polaris Music Prize, um dos mais reputados prémios de música alternativa do Canadá, para perceber a riqueza e a diversidade e qualidade dos grupos candidatos ao troféu. E há que salientar que este prémio é um dos poucos no seio da indústria da música que assume, acima das vendas ou do marketing, um verdadeiro compromisso com música verdadeiramente inovadora e interessante. Estes Trips and Falls, não estão nomeados para o prémio porque os candidatos escolhidos são, nada mais nada menos, que os Arcade Fire, com Suburbs e os Destroyer com Kaputt. No entanto, este trio ficou logo de seguida nos nomes que foram excluídos da seleção final.
Liderados por Jacob Romero, que escreve e canta, fazem um som quente, por ser aconchegante e acolhedor, parecendo que todas as canções foram compostas com carinho. A guitarra é quase sempre limpa, existem frequentemente pausas na voz e um enorme cuidado na respiração que quase se sente e um cuidado imenso para assegurar que as letras de Jacob permanecem no centro de toda a atenção. Por exemplo, em Good People Are Always So Sure They’re Right, Romero usa um tom muito peculiar de voz para contar a história de um assassinato, acompanhado por uma guitarra dissonante e que no final, quando se ouve uma espécie de comunicado, se torna um pouco mais alta e distorcida.
A zona de conforto destes Trips And Falls é, indubitavelmente, aquela indie pop sem grandes tropeções e cavalgadas, eminentemente acústico, mas que não soa demasiado folk. Por isso, não há propriamente aquelas canções que ficam logo no ouvido, porque aqui a música, enquanto melodia, é apenas outro veículo, além da voz, utilizado para contar histórias que façam sentido e que sejam facilmente identificadas como passíveis de acontecer a qualquer um de nós. Por isso, as melhores músicas são também aquelas onde o membro da banda mais responsável por esta parte melódica, o multi-instrumentista Ashleigh Delay, consegue ter uma preponderância na canção similar à de Romero, como por exemplo em This Is All Going to End Badly. Nessa canção Delay construiu de forma muito simples um ambiente sonoro limpo onde as guitarras tocam numa única nota melódica, mas o suficiente para, dessa forma concisa, exponenciar a tal história que a voz de Romero nos quer contar. Já agora, convém acrescentar a identidade do músico em falta, o baterista Ian Langohr, que substituiu em 2009 um tal de Paul Gareau.
Em suma, People Have To Be Told é um disco de fácil audição, que não levanta muitas ondas e que tem o seu requinte assente no cuidado na produção que originou um som límpido e no próprio conceito do disco; Contar histórias simples, do nosso dia-a-dia, de forma otimista e fazer-nos ficar a pensar um pouco nas coisas mais simples e que, no fundo, são aquelas às quais devemos dar maior importância porque regem a maior parte do nosso tempo e das nossas ações. Espero que aprecies a sugestão...
01. I’ll Do the Dishes, You Do the Laundry
02. Good People Are Always So Sure They’re Right
03. I Learned Sunday Morning, On a Wednesday
04. Is That My Soul That Calls Upon My Name?
05. Marginally More Than Mildly Annoying
06. That Is a Big Door
07. This Is All Going to End Badly
08. Why Should Now Be Normal?
09. That’s What She Said