music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Muitas vezes a diferençaentre ter-se nada ou algo está na estrutura do que se cria. Confuso? Quantas vezes, mesmo no campo musical, criam-se sons, ouve-se e fica-se com a sensação que não está nada de novo audível ali, exatamente porque a estrutura usada pelo músico não traz algo inovador?
Stefan Mader, um cidadão de Berlim, teve sempre o fascínio por interpretar a música que ia conhecendo e depois procurar criar esse tal novo, que acrescentasse sons inovadores e diferentes. E assim, através do alterego Kosmonaut que terá surgido por ser um programador informático, começou acomprimiralgoritmos e a criarpequenasobras de artedigital sonora,criando o seu próprio universoelectromusical.
Utopia é a sua mais recente criação, feita a partirdacolisãodediversasinfluênciasdo góticoedo metalindustrial, com atechnoatmosféricae odeephouse.A partir de partículaselementaresestilísticas,Kosmonaut apresenta neste EP novasmoléculasmusicais,quedepois coloca em trechos sonoros que criam um ambiente que varia entre odubstephipnóticoe o drum'n'bassradiante.
Autopiaé umidealgeralmentedefinido por algo que estálonge,noespaço, notempo, ouaté mesmoambos. Pelo que descobri, neste EP ele acha que foi abençoado com o dom da visão do futuro e procura recriar e descrever um mundo emqueos problemasatuaise as limitaçõesforam superados,uma condiçãoqueé desejável, masainda, felizmente na minha opinião,inatingível. Kosmonautfoi então paraos cantosmais distantesdouniversoelectromusicaleencontrou novas formasevariedadesde fazersons.Em vez deapenasfornecerumsimplesdiário de viagem,elepermite quetodos nós que estamos dispostos a ouvi-lo, possamos imaginar, através desta banda sonora, uma sociedade espacial, regida musicalmente pelo drum'n'bass, o electrodubstep e ochillout.Éummundocoloridoem que tudoparecepossívelenovasformasde expressãomusical que podem ser criadas,quaseao minuto. Parece utópico existir um mundo assim? OuvindoKosmonaut, e quer se goste, ou não, estautopianão é inacessível!Defacto, ao escutar Utopia, pode-se terasensação deque este mundo jáchegou... E estamos bemnomeiodele!Espero que aprecies a sugestão...
Considerado pela crítica especializada como uma das melhores e mais criativas bandas das últimas décadas e uma das minhas preferidas, os The Flaming Lips de Wayne Coyne resolveram apostar em colaborações com outras bandas de diferentes espetros musicais. Assim, já em 2011, tiveram um encontro indie piscadélico com os Neon Indian do qual resultou um EP com quatro músicas, que hoje ouvi e divulgo. Este disco, editado via Warner, apresenta então material inédito dos excêntricos Lips e junta duas gerações diferentes de experimentalistas, num trabalho colaborativo que resultou numa edição limitada de mil cópias, em vinil, distribuída em apenas duas lojas de discos norte americanas e que esgotou rapidamente.
Algumas parcerias parecem simplesmente inimagináveis e confesso que nunca imaginei ser possível esta. Enquanto os The Flaming Lips são responsáveis por embarcar-nos em excelentes viagens psicadélicas através do experimentalismo assertivo que define a sua sonoridade, os Neon Indian têm um percurso similar, mas explorando a música eletrónica. Desta mistura resultou uma sonoridade um pouco abrasiva e bastante alternativa, havendo aqui uma tentativa eminentemente experimental de simbiose entre o tal rock mais psicadélico dos The Flaming Lips e a sonoridade chillwave dos Neon Indian.
Composto por quatro faixas, o disco é claramente dividido em duas partes, sendo a primeira voltada para a banda de Wayne Coyne e a segunda para Alan Palomo. Na primeira metade temos os Lips na sua melhor forma, seguindo a sonoridade do seu último disco Embryonic (2009) e soltando composições extensas. Exemplo é Is David Bowie Dead?, uma canção negra habitada por guitarras fantasmagóricas, ruídos distorcidos, sintetizadores derretidos e uma estranha sensação de melancolia psicótica, provavelmente inspirada na declaração da esposa de Bowie que anunciou recentemente que ele não tem planos musicais para o futuro. Na outra metade as faixas são mais curtas e, mesmo excêntricas, aproximam-se da temática proposta por Alan em Psychic Chasms (2009); Do You Want New Wave or Do You Want the Truth é um bom exemplo disso.
Ao longo do EP ficou claro que a presença de Alan Palomo nas músicas é um pouco ofuscada pelas altas doses de esquizofrenia sonora de Wayne Coyne e companhia, ficando claro quem dominou o estúdio na hora das gravações. No entanto, Palomo adaptou-se bem às circunstâncias e deu um contributo inestimável para o excelente resultado final.
Fica o aviso que este EP não é de audição fácil! Até eu, sempre aberto a novas sonoridades e desprovido de preconceitos sonoros, tive difculdade em aceitar prosseguir na sua audição! Inicialmente parece apenas uma amálgama de ruídos, até um pouco incomodativa mas, se o escutares com atenção, certamente vais encontrar nestes cerca de vinte minutos algo que nunca ouviste antes. Espero que aprecies a sugestão...
01 Is David Bowie Dead? 02 Alan's Theremin 03 You Don't Respond 04 Do You Want New Wave or Do You Want the Truth Part 2
Entretanto e já depois de formarem equipa com os Neon Indian, os veteranos de Oklahoma The Flaming Lips, juntaram-se também ao produtor Guillermo Scott Herren, akaPrefuse 73, que também não se coíbe de experimentar trabalhar com companhias novas, como o seu disco mais recente, The Only She Chapters, tão bem comprovou.
O EP que resultou desta colaboração é composto também por quatro temas e está disponível em streaming no Youtube.
Prefuse 73 é um dos vários pseudónimos com que o americano Guillermo Scott Herren assina as suas produções no lado mais experimental e electrónico do hip hop, a sua área musical de eleição. Num artigo recente sobre o já citado The Only She Chapters, o crítico musical Bernardo Oliveira descreveu a obra de Herren como uma das poucas nos dias de hoje que pode ser chamada como tal, comparável ao som dos Delarosa & Asora, à música eletro concreta dos Savath Y Savalas e ao hip hop fake de Piano Overload, resultando daí o tal hip hop experimental, com sotaque eletrónico dos Prefuse 73.
Lançado numa edição limitada de vinil colorido, este disco teria tudo para fazer as delícias de qualquer coleccionador que se preze, mas há um pequeno senão; Tal como o EP anterior, está à venda apenas na loja Guestroom Records, em Oklahoma City, nos Estados Unidos.
Quanto à sonoridade, o resultado desta colaboração é algo como uma tempestade contida e uma confusão psicadélica de guitarras distorcidas, onde reina o caos. Nexo e coesão são duas coisas inexistentes aqui, mas vindo de quem veio não era de esperar nada diferente. Recomendado para quem, como eu, acredita em aliens!
Já são conhecidos os primeiros temas do EP de estreia do mais recente projeto musical paivense, os Lesbian Rainbows que entrevistei no passado mês de março. Relembro que os Lesbian Rainbows são formados por André Fernandes (Irmãos Brothers, Ghost Orchid) na bateria e Rui Martelo (Blackswan, Irmãos Brothers, TV Paranoia) no baixo e voz.
Torpedo em dia de feira e A bruxa tirou os dedos da tomada, fazem parte do EP The Holy River, um disco com quatro músicas que começaram hoje a ser disponibilizadas, via youtube e facebook. Estas duas músicas e as restantes que serão conhecidas até ao final da semana, foram gravadas ao vivo, numa sessão de improviso, há alguns dias atrás. De acordo com o André, The Holy River é uma alusão ao rio Paiva, até porque foi gravado junto às suas margens, num estúdio improvisado de uma habitação na localidade da Várzea e ao filme The Holy Mountain, do realizador Chileno Alejandro Jodorowsky.
Na próxima semana será conhecido o videoclip oficial do primeiro single do EP, cujas gravações decorreram na tarde de ontem, pelo que consegui apurar. A banda está a dar os primeiros passos, mas já começa a encontrar o seu rumo, com este EP de estreia para a Abutre Netlabel.
Já no passado mês de Abril os Lesbian Rainbows tinham divulgado um segundo mini documentário, referente à gravação deste EP de estreia. Continuarei atento...
Conforme dei conta em 3 de rajada... XXX, existe uma voz doce e delicada, à qual tem sido difícil resistir por cá, de uma cantora de Detroit que se chama Alex Winston.
Comparada constantemente a Adele, Ellie Goulding e Sky Ferreira e considerada já a resposta norte americana a esta onda de novas cantoras inglesas, Alex lançou em fevereiro o EP de estreia, Sister Wife, produzido por uma dupla de Brooklin chamada The Knocks e que já é tido como um dos melhores lançamentos do primeiro semestre de 2011 por vários blogues da especialidade e por mim também, confesso.
Alex tem formação clássica, é cantora e multi-instrumentista e faz uma música deliciosa que pode ser apreciada neste EP incrível. Destaque para as faixas Locomotive e Sister Wife e também para a cover que ela fez da música Can’t Hurry Love, das The Supremes. Aconselho vivamente este EP...
1. Alex Winston - Locomotive (3:40) 2. Alex Winston - Sister Wife (3:11) 3. Alex Winston - Don't Care About Anything (3:14) 4. Alex Winston - Choice Notes (4:03) 5. Alex Winston - Sweet James (3:31) 6. Alex Winston - Fingers & Toes (3:45)
Glowbug é o projecto a solo de Daniel Anderson, reputado membro dos Idiot Pilot e The Ghost And The Grace. Este músico é natural de Bellingham, nos subúrbios de Washington e lançou no passado dia vinte e cinco de maio o seu disco de estreia intitulado Mr. Plastic, via Bandcamp. Este disco foi antecedido por 3 EPs lançados no último ano e quer Mr Plastic, quer os singles Not Another Test e To Buy A Knife estão disponíveis para download gratuito, algo que Anderson justifica da seguinte forma: As a sign of my appreciation for those who care to support the music that I make, this album is available to for absolutely nothing. Enjoy it, share it, burn it. Give it to whoever you want and hopefully they will like it as well. In the meantime, if you really must pay me for this record I would love for you to chose one of the fine charities below and donate a little something. Pick something close to your heart and send the $10 or so that you would spend on my album over there way. Enjoy the record and thanks for listening.
Todas as canções do álbum foram escritas, gravadas e produzidas por Anderson, com o apoio adicional de Christopher Newton. No entanto, contou também com a ajuda de outros músicos nos instrumentos, nomeadamente o já citado Chris Newton, Brittany Hurley e Hanna Adams.
A sonoridade do projeto Glowbug é nitidamente experimental e descrita pelo próprio Daniel como uma busca da simbiose perfeita entre os My Bloody Valentine e a chamada dance music; A lot of the time dance music relies on the fact that it’s consumption is kinetic, it’s aiming to move you physically instead of emotionally, and I wanted to write songs that did both. Fica a sugestão...
Ultimamente tenho andado a ouvir um álbum concetual sobre a vida de um personagem fictício chamado Joey Rogers, um adolescente anti herói que em 2082 se vê envolvido numa luta contra um super computador que tomou conta da indústria musical. Depois do EP de estreia de uma banda chamada Games, intitulado That We Can Play, lançado no ano passado e carregado do influências dos anos 80, este duo viu-se obrigado a alterar o nome para Ford & Lopatin e lançaram no passado dia sete de Junho, através da Software Records, o álbum de estreia Channel Pressure, misturado por Prefuse 73 e com a ajuda de Al Carlson.
Os Ford & Lopatin são Joel Ford e Daniel Lopatin. Amigos de infância e obcecados pela chamada space disco, pela techno berlinense e pelo jazz de fusão dos anos oitenta, têm em Channel Pressure um disco baseado na narrativa futurista acima descrita, carregado de sintetizadores analógicos, drum machines, ritmos densos e batidas cósmicas.
A sonoridade do disco remeteu-me de imediato para momentos synth, sejam eles as bandas de Krautrock dos anos oitenta, ou o som de artistas como Jan Hammer. Assim, as principais referências estão indubitavelmente no cruzamento da melhor synth pop branca com o funk de Cameo ou Prince e a principal estratégia passa por reunir texturas e recompor o som em placas, de forma a desafiar, com a ajuda do sintetizador, a lógica original de cada instrumento.
Por detrás de uma espécie de arranha céus de sons áudio, a melhor analogia que consegui elaborar durante a audição, há camadas, blocos de construção e estruturas sonoras, que muitas vezes só se revelam quando o ouvinte está disposto a ir além do superficial. Por isso, Channel Pressure é nitidamente um disco para ouvir com headphones, onde cada gaguejar, dobrar e deformar de sons podem ser redescobertos, audição após audição. Por exemplo, em Break Inside a voz parece que sangra dentro do sintetizador, a fazer lembrar James Blake, como se fosse impossível comunicar através da música, mas mesmo assim o cantor não desistisse de o tentar fazer. E Emergency Room, o bastante recomendável primeiro single e que já conta com remisturas de Gavin Russom e The Bug, Too Much Midi e The Voices, são grandes canções pop, que merecem toda a atenção de quem é ávido por descobrir novas sonoridades e, ao mesmo tempo, um saudosista da melhor pop dos anos oitenta. Espero que aprecies a sugestão...
01 Scumsoft 02 Channel Pressure 03 Emergency Room 04 Rock Center Paronia 05 Too Much MIDI (Please Forgive Me) 06 New Planet 07 The Voices 08 Joey Rogers 09 Dead Jammer 10 Break Inside 11 I Surrender 12 Green Fields 13 World Of Regret 14 G's Dream
Enquanto se aguarda pelo prometido novo disco dos Blur, agendado ainda para 2011, Damon Albarn está de volta à ópera depois de em 2008 ter-se estreado neste género musical como responsável pela obra Monkey Journey To The West.
A ópera agora criada por Damon e com a ajuda do realizador Rufus Norris, chama-se Doctor Dee e baseia-se na vida de John Dee, cientista e astrólogo da Rainha Elizabeth e que viveu no século XVI. Uma das canções desta ópera intitula-se Apple Carts e foi estreada há alguns dias atrás no programa The Andrew Marr Show da BBC.
A apresentação está agendada para o Manchester Palace Theatre, integrada no Manchester International Festival, entre os dias 1 e 9 de Julho.
Os norte-americanos Clap Your Hands Say Yeah, oriundos de NY, disponibilizaram recentemente para escuta e download gratuito Same Mistake, depois de quatro anos sem nenhuma composição inédita lançada. Relembro que o último disco do grupo, Some Loud Thunder, já data de 2007. Same Mistake, fará parte do terceiro disco da banda, Hysterical, com data de lançamento prevista para o próximo mês de setembro.
Same Mistake não me parece possuir a mesma qualidade sonora dos primeiros discos; Seja como for, ouvir de novo a voz de Alec Ounsworth é pessoalmente sempre interessante e motivo de algum regozijo.
Depois da aclamada sessão de 2008, Os Radiohead voltaram a participar no programa From The Basement e deram a conhecer hoje uma nova música tocada nas gravações desse programa. A canção chama-se Staircase e mantém a sonoridade das músicas incluídas em The king Of Limbs, com a curiosidade adicional de haver duas baterias a tocar em simultâneo. Para isso Staircase teve a participação especial de Clive Deamer, um dos bateristas preferidos de Phil Selway.
O programa irá para o ar no dia próximo dia 1 de julho e poderá ser visto no link acima.