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A Rapariga Que Roubava Livros

Sábado, 05.12.09

Quero escrever sobre um livro que li mas nem sei como ou por onde começar...

Senti-me muito tocado pelas suas palavras, por um livro que fala de palavras e como elas salvaram a vida de uma inocente menina, entretanto feita mulher, no coração da Alemanha Nazi, numa localidade chamada Molching, nos subúrbios de Munique, em plena II Guerra Mundial. Uma menina que ia recuperando tudo o que perdia roubando livros, numa época em que as palavras podiam ter o poder de destruir ou de salvar.

Quando a Morte nos conta uma história temos todo o interesse em escutá-la. E neste livro a Morte assume o papel de narrador, fala com o leitor, interpela-o directamente, além de, naquela época, estar em todo o lado, tendo uma função muito activa na recolha das almas vítimas do conflito.

E é por esta altura que a Morte se cruza pela primeira vez com Liesel, a tal menina de nove anos de idade, no funeral do seu pequeno irmão. Foi aí que Liesel roubou o seu primeiro livro, O Manual do Coveiro, o primeiro de muitos pelos quais se apaixonará e que a ajudarão a superar as dificuldades da vida e dar sentido à sua existência. Quando o roubou, ainda não sabia ler! Será com a ajuda do seu pai adoptivo, Hans, um perfeito intérprete de acordeão, que aprenderá a percorrer o caminho das letras, exorcizando fantasmas do passado. O seu fiel amigo Rudy, a minha personagem preferida (um rapaz que ansiava por um beijo de Liesel, além de gostar de se pintar de negro, com carvão, para imitar o campeão olímpico em Munique 1936, Jesse Owens, apesar de fazer parte da Juventude Hitleriana) estará sempre ao seu lado, nos roubos e nos encontros com a Morte.

Já me considero alguém suficientemente capaz de recomendar um bom disco, ciente de que essa audição poderá transformar a nossa vida, nem que por um instante. Mas ainda não me acho na presunção de poder recomendar um bom livro, usando como argumento o facto de que poderá sobressair no universo literário existente. No entanto, A Rapariga Que Roubava Livros, romance do escritor australiano Markuz Zusak e publicado em 2006 é, quanto a mim, um livro que deveria ser lido obrigatoriamente por todos aqueles que acreditam na vida e que temem a narradora da história.

É um livro extraordinário, que me marcou e com o qual aprendi bastante! Prima pela originalidade, deu-me um outro olhar sobre os dias da guerra no coração da Alemanha e, acima de tudo, fez renascer em mim o amor que sempre senti pela literatura!

 

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publicado por stipe07 às 14:21






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