man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Tape Waves – Let You Go
Os norte americanos Tape Waves são Jarod Weldin e Kim Weldin, uma dupla oriunda de Charleston que acaba de se estrear nos discos com Let you Go, um disco gravado e misturado pelo próprio Jarod Weldin e masterizado por Joe Goodwin. Let You Go viu a luz do dia por intermédio da Bleeding Gold Records e contou com a participação especial de Danny Rowland nas guitarras, nas teclas e na percussão em alguns dos temas do álbum. Já agora, o lindíssimo artwork do disco é da autoria de Savannah Rusher.
Se nos deixarmos levar pela cândura de Let You Go, é bem possível que a nossas mente nos faça aterrar naquela praia vintage que nos leva de volta à pop luminosa dos anos sessenta, aquela pop tão solarenga como o estado norte americano onde a banda reside. Essa passagem para uma outra dimensão sucede naturalmente enquanto se escuta dez canções tranquilas, que não deixam de conter leves pitadas de shoegaze e post rock, mas que nunca atravessam aquela fronteira que poderia conduzir a sonoridade do disco para algo de muito barulhento ou demasiado experimental.
Assim, num disco com uma sonoridade leve e simples e impecavelmente produzido, há também uma evidente aproximação ao surf pop, através de guitarras levemente distorcidas e harmoniosas, banhadas pelo tal sol dos subúrbios e misturadas com arranjos luminosos e com um certo toque psicadélico. Temas como All I Can See ou Ready Now têm algo de épico e sedutor, com uma sonoridade muito implícita em relação à eletrónica dos anos oitenta e são para mim os grandes momentos de Let You Go, belos instantes sonoros pop onde a voz é colocada em camadas, bem como as guitarras, criando uma atmosfera geral calma e contemplativa.
Mas o álbum tem outros instantes snoros cobertos por uma aúrea de sensibilidade e fragilidade romântica indisfarçáveis, canções com uma enorme beleza melódica e que se escutam com particular fluidez. Em Beachfront e Slow Days o trabalho das cordas é exemplar na forma como confere aos temas um ambiente sonoro amiúde acústico, mas sem desligar as guitarras da corrente, numa apenas aparente divergência lo fi, que reforça o charme que está sempre intrínseco ao pendor retro que carateriza o tipo de sonoridade que os Tape Waves tão bem replicam. A voz doce de Kim e o acerto instrumental de Jarold contrastam e complementam-se, em simultâneo, mas trasnbordam uma imensa eficácia e bom gosto na forma como dão vida a temas coerentes, com um forte cariz romântico e que versam sobre o amor, memórias, promessas quebradas, sonhos e anseios. No fundo, são dois artistas que falam com particular delicadeza sobre o sabor doce e amargo da vida, tal como a conhecemos.
A praia dos Tape Waves começa com um peqeuno almoço daqueles dias em que o plano principal é não haver planos e continua até chegar o pôr do sol e com ele uma fogueira que nos leva noite dentro até o vidrão ficar cheio e a areia se confundir com as beatas que proliferam, numa festa algo melancólica e instrospetiva, mas que não deixa de ser também feita de cor, movimento e muita letargia. Espero que aprecies a sugestão...
01. Slow Days
02. All I Can See
03. Let You Go
04. Ready Now
05. Beachfront
06. Another Day
07. Wherever I Go
08. Looking Around
09. Stay All Night
10. I Can Tell