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Born Ruffians - Squeeze

Segunda-feira, 12.10.20

Os Born Ruffians de Luke Lalonde, Mitch DeRosier e Steve Hamelin provam estar no momento maior de forma de uma já irrepreensível e astuta carreira de quinze anos, uma evidência que ficou bem assente nas nove canções de Juice, o sexto e novo disco deste projeto canadiano e que chegou aos escaparates na passada primavera. Este momento de elevada criatividade acaba de ser reforçado com o anúncio surpreendente de um novo álbum dos Born Ruffians intitulado Squeeze, escrito e composto durante o período de confinamento e que acaba por ser uma espécie de segundo tomo de um olhar fortemente crítico à nossa contemporaneidade.

Born Ruffians To Release 'SQUEEZE' October 2nd

A filosofia de Squeeze terá sido mesmo a de, conforme indica o título, espremer ao máximo o conceito intepretativo e o modus operandi que conduziram o processo de criação do antecessor Juice, mas dando mais importância à vertente instrumental, do que propriamente à diomensão lírica. Aliás, a voz de Lalonde é utilizada em algumas composições como um recurso eminentemente instrumental, no que concerne aos sons que debita. Por exemplo, em Rainbow Superfriends é notória essa permissa vocal, neste caso num espetro algo humorístico, o modo como o cantor versa sobre e fama e a amizade, mas os efeitos vocais presentes em Leaning on You, que contribuem para o acerto melódico da canção, também atestam a teoria.

Seja como for, e um pouco à semelhança do que sucedeu com Juice, o ouvinte é anestesiado com um indie rock vibrante, afoito e jovial, muito também devido ao excelente trabalho de produção de Graham Walsh, que, mais uma vez, foi fundamental para o eclodir de um som polido e confiante e com fortes reminiscências no período mais aúreo daquele experimentalismo setentista que tanto dava enorme ênfase ao vigor das cordas, como à opção por arsenais instrumentais de proveniências menos orgânicas.

Temas como 30th Century War, uma ritmada e divertida canção, assente em exuberantes cordas, das quais sobressai o timbre metálico reluzente da viola e um riff de guitarra efusiante, a epicidade funk de Noodle Soup, a subtileza melódica de Sentimental Saddle e a intimista e reflexiva Albatross, uma composição de elevado travo Radioheadiano, que vale pela delicadeza dos seus arranjos, principalmente os que são assegurados pelos teclados, por uma secção de sopros que vai ganhando imponência e brilho à medida que o tema progride e, de um modo geral, pelo seu elevado cariz emocional, assumem o nobre papel de fiéis sustentáculos de uma permissa revivalista plena de atitude e firmeza, num disco pleno de consistência corrosiva e atualidade. Espero que aprecies a sugestão...

Born Ruffians - Squeeze

01. Sentimental Saddle
02. 30th Century War
03. Waylaid (Feat. Hannah Georgas)
04. Rainbow Superfriends
05. Sinking Ships
06. Death Bed
07. Leaning On You
08. Noodle Soup
09. Albatross
10. Waylaid (Feat. Hannah Georgas) (Edit)

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publicado por stipe07 às 17:56

Born Ruffians – 30th Century War vs Albatross

Quinta-feira, 03.09.20

Os Born Ruffians de Luke Lalonde, Mitch DeRosier e Steve Hamelin provam estar no momento maior de forma de uma já irrepreensível e astuta carreira de quinze anos, uma evidência que ficou bem assente nas nove canções de Juice, o sexto e novo disco deste projeto canadiano e que chegou aos escaparates na passada primavera. Este momento de elevada criatividade acaba de ser reforçado com o anúncio surpreendente de um novo álbum dos Born Ruffians já para outubro, um trabalho intitulado Squeeze, escrito e composto durante o período de confinamento e do qual já se conhecem dois dos seus temas, 30th Century War, canção que abre o alinhamento do registo e Albatross.

BORN RUFFIANS

Assim, se 30th Century War é uma ritmada e divertida canção, assente em exuberantes cordas, das quais sobressai o timbre metálico reluzente da viola e um riff de guitarra efusiante, já Albatross, uma composição mais intimista e reflexiva e de elevado travo Radioheadiano, vale pela delicadeza dos seus arranjos, principalmente os que são assegurados pelos teclados, por uma secção de sopros que vai ganhando imponência e brilho à medida que o tema progride e, de um modo geral, pelo seu elevado cariz emocional. Confere...

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publicado por stipe07 às 14:38

Wildlife – No Control

Sexta-feira, 27.09.19

Sedeados em Toronto, os Wildlife têm vindo a captar desde o início desta década a atenção da crítica e de uma cada vez mais vasta legião de fãs, quer no Canadá, quer nos Estados Unidos, devido a um já interessante catálogo de propostas sonoras que gravitam em torno de um indie rock bastante inspirado e atual e que o projeto replica de modo efusiante. Tal também sucede, pelos vistos, nas prestações ao vivo da banda, sempre bastante dramáticas enérgicas e já emblemáticas.

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Em dois mil e três o disco On The Heart, dos Wildlife, uma mistura de suor, gritos e lágrimas, ou seja de difícil incubação e de aturado trabalho de estúdio, foi produzido por Peter Katis (The National, Interpol) e Gus Van Go (The Stills) e ganhou enorme relevo também devido ao facto de ser um trabalho conceptual, porque com ele os Wildlife quiseram escrever uma espécie de carta de amor aos corações de todos nós e à capacidade que esse músculo tem de nos proporcionar os mais belos sentimentos. Três anos depois, Age of Everything catapultou definitivamente a banda para o mainstream e agora, perto do ocaso de dois mil e dezanove, os Wildlife preparam-se para lançar aquele que é, de acordo com o grupo, o álbum mais conciso e vibrante do cardápio do projeto.

Produzido por Dave Schiffman e por Mike Keire e gravado durante três semanas neste verão nos estúdios Threshold Studio, Take The Light With You é o nome desse novo registo de originais dos Wildlife, um compêndio de canções assentes num punk rock bastante cru e direto, mas também com momentos mais nostálgicos e etéreos e dos quais já foi retirado o single No Control, uma canção que antecipa um alinhamento que terá tudo para ser uma das melhores surpresas do ano. Confere...

Wildlife - No Control

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publicado por stipe07 às 13:10

Indoor Voices – Gaslight Ephemera

Quarta-feira, 02.01.19

Foi há já quase uma década, em 2011, com Nevers e um ano depois com um EP intitulado S/T, que o projeto Indoor Voices de Jonathan Relph, chamou a atenção da crítica com um naipe de canções iluminadas por uma fragilidade incrivelmente sedutora, que tiveram sequência há cerca de três anos com um outro EP, intitulado Auratic, que vê finalmente sucessor, um registo de oito canções intitulado Gaslight Ephemera, todas escritas por Relph, que contou com as participações especiais vocais de Sandra Vu em Breathe, Barely, Kate Rogers em I'm Sorry, Maja Thunberg em Punch Me in the Face, Always the Same e Shit World e ainda Alisha Erao em You're My.

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Disponivel no bandcamp do projeto, Gaslight Ephemera flui algures entre um aditivo intimismo e uma indisfarçável epicidade de forte cariz lo fi, carateristicas marcantes do adn de um projeto que tem como principais permissas uma elevada fluidez nas guitarras, sempre acompanhadas por um baixo e uma bateria que seguem a dinâmica natural de temas que não receiam assumir uma faceta algo negra e obscura, para criar um cenário musical implicitamente rock, esculpido com cordas ligas à eletricidade, mas com uma certa timidez que não é mais do que um assomo de elegância contida, uma exibição consciente de uma sapiência melódica.

Este desígnio é logo audível na imponência de Breathe, Barely e burilado com louvável sensibilidade no clima etéreo de I'm Sorry, uma composição de forte cariz orquestral, onde deliciosos acordes e melodias minusiosamente construídas com diversas camadas de instrumentos, carregam uma sobriedade sentimental esplendorosa e única. Depois, o clima mais progressivo de Punch Me In The Face é outro exemplo feliz do modo como nestes Indoor Voices conferem, através do sintetizador, leves pitadas de punk ou o garage, aquilo que é, no fundo, uma simbiose entre shoegaze e post rock, amplificada com superior requinte no clima pop de A Little Slow e feita, neste caso, sem excesso de ruído ou de modo demasiado experimental, apesar do cariz pouco imediato e radiofónico não só desta, mas também das restantes composições do registo.

Na verdade, todos os temas de Gaslight Ephemera têm uma toada eminentemente tranquila e algo de épico e sedutor. Há uma sonoridade muito implícita em relação à herança da melhor pop dos anos oitenta e destacam-se os belos instantes sonoros em que a instrumentação é colocada em camadas e a voz manipulada como uma espécie de eco, criando uma atmosfera geral contemplativa e que atinge um elevado pico de magnificiência em Always The Same, o meu destaque maior do trabalho, uma sinuosa e eloquente canção, difícil de desbravar, mas tremendamente narcótica. 

Além de manter intacta a aura melancólica e mágica de um projeto que se aproxima cada vez mais de algumas referências óbvias de finais do século passado, Gaslight Ephemera exala o contínuo processo de transformação de uns Indoor Voices que procuram sempre mostrar, com a marca do indie shoegaze muito presente e com uma dose de experimentalismo equilibrada, uma rara sensibilidade e uma explícita habilidade para conceber texturas e atmosferas sonoras que transitam, muitas vezes, entre a euforia e o sossego, de modo quase sempre impercetível, mas que inquietam todos os poros do nosso lado mais sentimental e espiritual. Espero que aprecies a sugestão...

Indoor Voices - Gaslight Ephemera

01. Gaslight Ephemera
02. Breathe, Barely
03. I’m Sorry
04. Punch Me In The Face
05. A Little Slow
06. You’re My
07. Always The Same

08. I Dunno, Kid

09. Shit World

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publicado por stipe07 às 16:59

Dusted – Blackout Summer

Sexta-feira, 06.07.18

Como membro fundador do projeto de eletrónica progressiva Holy Fuck, o canadiano Brian Borcherdt passou grande parte da sua carreira artística a compôr música de dança e ativo em sucessivas digressões desse projeto, sempre acompanhadas por milhares de seguidores da banda, conhecida por dar concertos capazes de levar o público quase à exaustão. Mas por trás dessa cortina, Brian foi compondo canções cuja sonoridade está sonora e dramaticamente a milhas dos Holy Fuck e um dia, num breve interregno da agenda frenética do grupo, Brian resolveu que também deveria dar vida a esses temas. Para isso incubou o projeto Dusted, contou com a ajuda de Leon Taheny e abrigado pela Hand Drawn Dracula, estreou-se em 2012 com o registo Total Dust. Agora, seis anos depois, viu finalmente a luz do dia o sucessor, um registo intitulado Blackout Summer, com nove canções criadas a partir de uma guitarra e da voz do autor, um encantador minimalismo que tem levado o grupo a abrir concertos de bandas como os Great Lake Swimmers, Perfume Genius ou A Place To Bury Strangers. Entretanto, aos Dusted juntaram-se Anna Edwards, na guitarra, Loel Campbell na bateria e ocasionalmente Anna Ruddick no baixo.

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Se a música dos Holy Fuck é perfeita para servir de banda sonora de uma noite de festa e diversão, Blackout Summer é aquele disco que queremos por a tocar na manhã seguinte. À medida que conferimos o seu alinhamento cruza-se com os nossos ouvidos uma cortina de sons de forte cariz etéreo e contemplativo e onde bom gosto e sobriedade são caraterísticas muito presentes, logo em Seasons, canção onde Brian mostra todos os seus predicados quer como cantor, quer como criador de melodias com uma luminosidade ímpar. Depois, na ode à pop inebriante do single Backwoods Ritual e no forte travo folk de All I Am, somos brindados com aquilo que mais precisamos numa manhã de ressaca, um acervo de canções impregnado com aquela sonoridade pop, um pouco lo fi e shoegaze que, numa espécie de mistura entre surf rock e chillwave, possibilita instantes de relaxamento, mas também pode adequar-se a momentos de sedução e que exigem uma banda sonora que conjugue charme com uma elevada bitola qualitativa, porque é comum essas noites não terminarem sem uma companhia muitas vezes inesperada.

Os Dusted servem-se, então, de guitarras cheias de charme, alguns efeitos sintetizados cheios de luz e uma bateria bastante insinuante para criar canções que contêm um encanto vintage, relaxante e atmosférico. Às vezes pressente-se que Brian não sabe muito bem se queria que as músicas avançassem para uma sonoridade futurista, ou se tinha a firme intenção de deixá-las a levitar naquela pop típica dos anos oitenta. É certamente nesta aparente indefinição que reside uma importante virtude destes Dusted, um projeto que espelha com precisão o manto de transição e incerteza que tem invadido o cenário da pop de cariz mais alternativo e independente. Espero que aprecies a sugestão...

Dusted - Blackout Summer

01. Seasons
02. Backwoods Ritual
03. All I Am
04. Cut Corners
05. Dead Eyes
08. Will Not Disappear
07. No Prison
08. Five Hundred And Four
09. Outline Of A Wolf

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publicado por stipe07 às 14:19






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