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Young Moon – Triggered By Sunsets

Quinta-feira, 06.07.23

Young Moon é o nome do projeto a solo liderado por Trevor Montgomery, um músico norte-americano natural de São Francisco, na Califórnia, mas que vive em Nelson, na costa da ilha sul da Nova Zelândia, para onde se mudou em dois mil e dezanove, depois do suicídio de um amigo. Na sua nova casa, numa localidade conhecida pelo frenesim cultural e pelo bom clima, Montgomery mergulhou no trabalho, construiu um estúdio num templo abandonado e, já nele, esboçou um naipe de canções que vieram a dar origem a Triggered By Sunsets, o novo álbum de Young Moon, que sucede ao aclamado registo Colt, de dois mil e dezasseis.

Music | Young Moon

Gravado e misturado pelo próprio Trevor Montgomery, com as participações especiais de Jeff Moller no baixo, materizado por Matthew Barnhart e gravado também nos estúdios Raccoonland, em São Francisco, além do estúdio de Montgomery, em Nelson, Triggered By Sunsets contém onze belíssimas canções, que têm um claro intuíto de servirem de banda sonora de um doloroso, mas essencial, exercicio pessoal de exorcização e de virar de página para o autor. Logo a abrir o disco, em Dance Yer Sadness, os sintetizadores soturnos e o registo vocal springsteniano, temperado com incríveis efeitos ecoantes e uma guitarra com um timbre metálico intenso, oferecem-nos um clima que exala nostalgia por todos os poros, tornando bem presente o conceito de memória e o modo como as pessoas que passaram pelas nossas vidas em tempos continuam a afetar o nosso presente.

Essa sensação de ajuste de contas com o passado, de modo a obter redenção, mantém-se no resto do disco, com o travo oitocentista de Deep Ecology a saber a uma espécie de luz brilhante que se distingue claramente no mais profundo abismo, uma sensação algo díspar, mas intensa que, pouco depois, os dois instrumentais, The Practice Of Repeating e Supposed Dreamer, também exalam. É como se Mnotgomery se servisse da música para virar o seu coração do avesso e utilizar a vulnerabilidade que sente devido ao que passou, para criar, mesmo dentro de si, algo de inquebrável, sólido e eterno. Aliás, Heart Of Glass, uma canção adornada por um fantástico slide de uma guitarra aconchegante, é outra prova cabal de que é possível escrever canções com equilíbrio e enorme criatividade, tentando agregar dois mundos, o da escrita e o da música, com cada um a ter o seu propósito bem definido e a serem claramente antagónicos. O luminoso otimismo das cordas que conduzem I Laid On My Back With Death e o frenesim sintético de Say Young Moon, em que teclas e bateria se revezam no adorno de uma camada cósmica de sons intrigantes, aprofundam esta curiosa ironia de versar filosoficamente sobre a dor, a tristeza e a perca, usando melodias, ritmos e instrumentações radiantes e efusivas.

Até ao ocaso do disco, Triggered By Sunsets não desilude os apreciadores daquele indie pop com forte travo shoegaze; O intrigante registo vocal sussurrante e ecoante de Montgomery, um baixo vibrante, sempre adornado por uma guitarra jovial e criativa e com alguns efeitos e detalhes típicos da pop e do punk dos anos oitenta, acompanhados por uma bateria e uma secção ritmíca geralmente aceleradas, fazem deste disco um portento de intensidade e vibração, fazendo com que os seus quase quarenta minutos se espraiem pelos nossos ouvidos de modo preguiçosamente intenso e a exalar um indie pop muito caraterístico, puro e cheio de emoção. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 16:37

Glass Vaults – Sounds That Sound Like Music

Sexta-feira, 13.11.20

Os Glass Vaults são uma banda oriunda de Wellington, na Nova Zelândia e em cujo regaço melancolia e lisergia caminham lado a lado, duas asas montadas em canções que nos oferecem paisagens multicoloridas de sons e sentimentos, arrepios que nos provocam, muitas vezes, autênticas miragens lisérgicas e hipnóticas enquanto deambulam pelos nossos ouvidos num frágil balanço entre uma percussão pulsante, uma eletrónica com um vincado sentido cósmico e uma indulgência orgânica que se abastece de guitarras plenas de efeitos texturalmente ricos e a voz de Larsen que, num registo ecoante e esvoaçante, coloca em sentido todos os alicerces da nossa dimensão pessoal mais frágil e ternurenta. E tudo isto sente-se com profundo detalhe, numa banda que por vir dos antípodas parece carregar nos seus ombros o peso do mundo inteiro e não se importar nada com isso, algo que nos esclareceu com veemência Sojourn, o longa duração de estreia destes Glass Vaults, editado em dois mil e quinze à boleia da Flying Out e que sucedeu a Glass (2010) e Into Clear (2011), dois eps que colocaram logo alguma crítica em sobressalto.

Glass Vaults Drop New LP 'Sounds That Sound Like Music' - Music News at  Undertheradar

Dois anos depois, em dois mil e dezassete, The New Happy, o magnífico sucessor desse registo de estreia e que contava com as participações especiais de Daniel Whitaker, Ben Bro e Hikurangi Schaverien-Kaa, inebriou-nos com mais um desfile multifacetado de temas que impressionavam pela grandiosidade, patente nos samples, nos teclados e nos sintetizadores, sempre livres de constrangimentos, num disco onde não havia regras ou limites impostos para a inserção da mais variada miríade de arranjos, detalhes e ruídos.

Agora, em dois mil e vinte, a banda neozelandesa volta à carga com Sounds That Sound Like Music, onze composições misturadas por Bevan Smith e que têm como maior destaque o notável trabalho percurssivo que cobre todo o alinhamento do registo. Logo à primeira audição percebe-se que essa é a nuance que mais impressiona num álbum bastante vivo, tremendamente dançável e que mostra este projeto inimitável no modo como genuinamente manipula o sintético e o torna vibrante, fazendo-nos bater constantemente o pé e abanar a anca à boleia de determinados sons que, à partida, poderiam ser compreendidos por uma maioria de ouvintes como meros ruídos, sem potencial para se converterem em produções volumosas e intencionalmente orientadas para algo épico e festivo.

O contagiante e sensual clima techno de Oils And Perfume, a sensualidade glam de High Heels, a toada escaldante de Pure Imagination, a banda sonora que vai abrir a primeira rave em Saturno em dois mil e oitenta e nove, o forte cariz sensorial com ligeiro resvalo no funk de Who Would I Become For Love, a magnificiência pop e daftpunkiana de Boys On Boys e o minimalismo hipnótico de Flat White Boy, são canções impregnadas com essa filosofia estilística que encharca este Sounds That Sound Like Music e que tem nas batidas, nos compassos e no andamento harmónico e melódico, as referências maiores, num resultado final que pode ser por nós apropriado para expormos, intimamente ou publicamente, sentimentos de alegria e exaltação, mas também de arrepio e um certo torpor perante a grandiosidade de uma receita sonora cujos fundamentos só podem ser descodificados pelos membros de um dos projetos mais inovadores e consistente da indie pop contemporânea. Espero que aprecies a sugestão...

Glass Vaults - Sounds That Sound Like Music

01. Sounds That Sound Like Music, Part 1
02. Oils And Perfume
03. Pure Imagination (Feat. Instant Fantasy)
04. Who Would I Become For Love?
05. High Heels
06. Better Weather
07. Boys On Boys
08. Flat White Boy
09. Jang 97 BPM
10. Dilute The Water
11. Sounds That Sound Like Music, Part 2

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publicado por stipe07 às 18:03

Cut Off Your Hands – On The Sea

Sexta-feira, 14.12.18

Cut Off Your Hands - On The Sea

Sedeados em Auckland, na Nova Zelândia e ativos desde dois mil e seis, os indie groovers Cut Off Your Hands de Nicholas Johnston, Philip Hadfield, Brent Harris e Jonathan Lee acabam de revelar um novo tema intitulado On The Sea, algo que já não faziam há cerca de dois anos depois das excelentes composições Hate Somebody e Higher Lows and Lower Highs (tema inspirado no diagnóstico de bipolaridade de Nicholas, o grande mentor do projeto) que, à semelhança desta nova canção, também resultaram de uma profícua colaboração em estúdio da banda com Jeremy Toy, habitual colaborador do grupo.

Declaradamente influenciados pela mescla entre o chamado dub de Madchester e a DFA nova-iorquina, o que neste caso, tendo em conta a bitola qualitativa das propostas sonoras que apresentam é um elogio, os Cut Off Your Hands oferecem-nos em On The Sea uma daquelas típicas canções de início de festa, com a batida seca a puxar-nos sedutoramente para debaixo da bola de espelhos, juntamente com um aditivo refrão, uma simples mas bastante encorpada linha de baixo, acompanhada por uma percussão enleante e guitarras insinuantes, num tema já com direito a um psicadélico vídeo da autoria do conceituado realizador Benjamin Zambo. Confere...

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publicado por stipe07 às 11:23

Unknown Mortal Orchestra - Sex & Food

Terça-feira, 01.05.18

Três anos depois do excelente Multi-Love, os neozelandeses Unknown Mortal Orchestra, do músico e compositor Ruban Nielson e de Jake Portrait e Greg Rogove, instalados em Portland, no Oregon há já aguns anos, estão de regresso ao formato longa duração com Sex & Food, uma extraordinária compilação de doze canções que, estreitando os laços entre a psicadelia e o R&B, contêm a impressão firme da sonoridade típica da banda, catupultando-a ainda para uma estética mais abrangente, reforçando de forma ainda mais comercial e ainda assim específica o que havia de mais tradicional e inventivo na trajetória da banda.

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Produzido pelo próprio Ruban Nielson, gravado entre Seoul (Coreia do Sul), Hanoi (Vietname), Reykjavik (Islândia), Cidade do México (México), Auckland (Nova Zelândia) e Portland (Estados Unidos), lançado com a chancela da Jagjaguwar e fortemente influenciado pela internet, Sex & Food além de reviver marcas típicas do rock nova iorquino do fim da década de setenta, tão bem impressas na vibe escandalosamente urbana de Major League Chemicals, também ressuscita de novo uma das imagens de marca dos Unknown Mortal Orchestra e um dos terrenos onde se sentem mais à vontade, aquelas referências mais clássicas, consentâneas com a pop psicadélica da década anterior, deliciosamente presentes no efeito da guitarra e no reverb vocal de Ministry Of Alienation. Mas não se pense que este é um disco unicamente revivalista; Aliás, um dos seus grandes atributos é o seu cariz futurista e inovador, sendo, claramente, um dos registos mais criativos e indutores de novas nuances dos últimos tempos, tendo em conta o universo sonoro em que se movimenta. O modo como o rugoso e inebriante efeito da guitarra de American Guilt é acompanhado pela bateria e pela distorção vocal, transportam-nos para um rock que entre uma psicadelia progressiva e o classicismo punk oferecem-nos uma abordagem ao género pouco vista e, logo depois, The Internet Of Love (That Way) acaba por nos facultar o mesmo vigor de inedetismo, desta vez olhando para uma improvável simbiose entre blues e R&B, com um resultado final bastante apelativo. E a seguir, na falsa acusticidade orgânica de Doomsday, na batida, no groove e na riqueza dos arranjos da Everyone Acts Crazy Nowadays e no travo lisérgico das variações rítmicas de How Many Zeros a banda volta a guinar constantemente e a pisar universos nostálgicos, mesmo que díspares, mas apresentando sempre um clima geral muito inovador e difícil de comparar com outros projetos atuais.

Ecletismo é também, por tudo isto, uma palavra de ordem em Sex & Food, que podia ser descrito de modo simplista e tremendamente redutor por uma abrangente mistura entre rock e eletrónica, mas o modo como esse ecletismo se define ao longo do registo contém uma multiplicidade quase infinita de detalhes e aspetos que o que importa realmente exaltar é, dentro de toda a salutar amálgama do alinhamento, o modo como Ruben idealizou o volume e a densidade instrumental das canções, todas assentes em ambientes díspares, tornando indisfarçável mais uma busca dos Unknown Mortal Orchestra de melodias agradáveis, marcantes e ricas em detalhes e assentes em texturas com uma grandiosidade controlada, que possam conter um forte apelo às pistas de dança, mas também servir de banda sonora para instantes de maior intimidade, sozinho ou a dois.

A conquistarem um número cada vez maior de adeptos devido a uma especificidade sonora cada vez mais aprimorada e criativa mas sem deixar de ser acessível, os Unknown Mortal Orchestra chegam ao quarto tomo da sua discografia certeiros, relativamente ao estereótipo vincado com que pretendem impregnar o seu cardápio sonoro e que procura reviver os sons outrora desgastados de outra décadas , mas oferecendo aos ouvintes essa viagem ao passado sem se desligarem das novidades e marcas do presente. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 11:12

Glass Vaults – The New Happy

Domingo, 14.05.17

Os Glass Vaults  de Richard Larsen, Rowan Pierce e Bevan Smith são uma banda oriunda de Wellington, na Nova Zelândia e em cujo regaço melancolia e lisergia caminham lado a lado, duas asas montadas em canções que nos oferecem paisagens multicoloridas de sons e sentimentos, arrepios que nos provocam, muitas vezes, autênticas miragens lisérgicas e hipnóticas enquanto deambulam pelos nossos ouvidos num frágil balanço entre uma percussão pulsante, uma eletrónica com um vincado sentido cósmico e uma indulgência orgânica que se abastece de guitarras plenas de efeitos texturalmente ricos e a voz de Larsen que, num registo ecoante e esvoaçante, coloca em sentido todos os alicerces da nossa dimensão pessoal mais frágil e ternurenta. E tudo isto sente-se com profundo detalhe, numa banda que por vir dos antípodas parece carregar nos seus ombros o peso do mundo inteiro e não se importar nada com isso, algo que nos esclareceu com veemência Sojourn, o longa duração de estreia destes Glass Vaults, editado em 2015 à boleia da Flying Out e que sucedeu a Glass (2010) e Into Clear (2011), dois eps que colocaram logo alguma crítica em sobressalto.

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Agora, quase dois anos depois desse auspicioso início de carreira no formato longa duração, o trio está de regresso aos discos com The New Happy, um trabalho que viu a luz do dia ontem, doze de maio, através de Melodic Records, gravado em três dias e que além dos três músicos da banda, contou ainda com as participações especiais de Daniel Whitaker, Ben Bro and Hikurangi Schaverien-Kaa. Este é um álbum com um som esculpido e complexo e com um encadeamento que nos obriga a um exercício exigente de percepção fortemente revelador e claramente recompensador, até porque estamos em presença de um registo que corre muito bem o risco de ser um dos melhores do ano.

Logo no groove mágico e melancólico que trespassa a guitarra e os efeitos rugosos da lo fi Mindreader e no funk alegre, divertido e requintado de Ms Woolley, percebemos, com clareza, que este é um disco especial, não só no modo como privilegia uma sensibilidade pop inédita, que em alguns momentos é atingida com um forte cariz épico e monumental, mas também no largo espetro de cruzamentos que executa entre a eletrónica ambiental e um rock de cariz mais experimental e alternativo, uma filosofia sonora que poderá resultar para o ouvinte na possibilidade de obter um completo alheamento de tudo aquilo que o preocupa ou o pode afetar em seu redor.

Ao surgir Brooklyn, canção que é um verdadeiro festim de cor e alegoria, uma espiral pop onde não falta um marcante estilo percurssivo e onde tudo é filtrado de modo a reproduzir toda a magnificiência deste e de outro mundo de modo fortemente cinematográfico e imersivo, num resultado final que impressiona pela orgânica e pelo forte cariz sensorial, ficamos definitivamente seduzidos por um daqueles registos discográficos onde a personalidade de cada uma das canções do alinhamento demora um pouco a revelar-se nos nossos ouvidos, mas onde é incrivelmente compensador experimentar sucessivas audições para destrinçar os detalhes precisos que contém e a produção impecável e intrincada que sustenta a bitola qualitativa de um catálogo de canções incubado por um grupo a viver no pico da sua produção criativa.

The New Happy prossegue e enquanto Savant nos oferece uma secção percurssiva de metais com uma exuberância vintage enérgica e marcial, em Rewind e, principalmente, no tema homónimo, os efeitos circenses e o efeito em eco de uma guitarra que parece ser capaz de reproduzir toda a magnificiência deste e de outro mundo num qualquer arraial bucólico de aldeia, atestam, mais uma vez, a facilidade com que estes Glass Vaults mudam de cenário com uma naturalidade invulgar, sem colocarem em causa a homogeneidade de um alinhamento rico e muitas vezes surreal. De referir que essas composições foram intercaladas por Sojourn, canção que deu nome ao disco de estreia e onde parece que os Glass Vaults tocam içados no topo monte Aoraki, o ponto mais alto da Nova Zelândia, de onde debitam esta canção arrebatadora através de tunéis rochosos revestidos com placas metálicas que aprofundam o eco da melodia e dão asas às emoções que exalam desde o sopé desse refúgio bucólico e denso, onde certamente se embrenharam, pelo menos na imaginação, para criar quase oito minutos que impressionam pela orgânica e pelo forte cariz sensorial. A mesma receita, mas de modo ainda mais barroco e hipnótico, repete-se em Bleached Blonde, um desfile inebriante que impressiona pela grandiosidade, patente nos samples, nos teclados e nos sintetizadores livres de constrangimentos, não havendo regras ou limites impostos para a inserção da mais variada miríade de arranjos, detalhes e ruídos. Depois, no ocaso, o minimalismo contagiante em que se sustenta Halaah Ha!, mais um tema que nos desarma devido ao registo vocal e ao banquete percussivo que contém é outro extraodinário exemplo do modo como esta banda é capaz de ser genuína a manipular o sintético e a tornar tudo aquilo que poderia ser compreendido por uma maioria de ouvintes como meros ruídos, em produções volumosas e intencionalmente orientadas para algo épico.

Disco quase indecifrável e com uma linguagem pouco usual mas merecedora de devoção, The New Happy é capaz de projetar nos nossos ouvidos uma tela cheia de sonhos e sensações, com nuances variadas e harmonias magistrais que muitas vezes apenas pequenos detalhes ou amplos arranjos conseguem proporcionar. Na verdade, estes Glass Vaults oferecem-nos gratuitamente a possibilidade de usarmos a sua música para expor dentro de nós sentimentos de alegria e exaltação, mas também de arrepio e um certo torpor perante a grandiosidade de uma receita sonora cujos fundamentos lhes foram revelados em sonhos, já que só eles conseguem descodificar com notável precisão o seu conteúdo. Espero que aprecies a sugestão...

Glass Vaults - The New Happy

01. Mindreader
02. Ms Woolley
03. Brooklyn
04. Savant
05. Sojourn
06. Rewind
07. The New Happy
08. Bleached Blonde
09. Halaah Ha!

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publicado por stipe07 às 00:20

Glass Vaults - Bleached Blonde

Quarta-feira, 19.04.17

Os Glass Vaults são uma banda oriunda de Wellington, na Nova Zelândia e em cujo regaço melancolia e lisergia caminham lado a lado, duas asas montadas em canções que nos oferecem paisagens multicoloridas de sons e sentimentos, arrepios que nos provocam, muitas vezes, autênticas miragens lisérgicas e hipnóticas enquanto deambulam pelos nossos ouvidos num frágil balanço entre uma percussão pulsante, uma eletrónica com um vincado sentido cósmico e uma indulgência orgânica que se abastece de guitarras plenas de efeitos texturalmente ricos e a voz de Larsen que, num registo ecoante e esvoaçante, coloca em sentido todos os alicerces da nossa dimensão pessoal mais frágil e ternurenta. E tudo isto sente-se com profundo detalhe, numa banda que por vir dos antípodas parece carregar nos seus ombros o peso do mundo inteiro e não se importar nada com isso, algo que nos esclareceu com veemência Sojourn, o longa duração de estreia destes Glass Vaults, editado em 2015 à boleia da Flying Out e que sucedeu a Glass (2010) e Into Clear (2011), dois eps que colocaram logo alguma crítica em sobressalto.

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Agora, quase dois anos depois desse auspicioso início de carreira no formato longa duração, o trio está de regresso aos discos com The New Happy, um trabalho que irá ver a luz do dia a doze de maio através de Melodic Records e de cujo alinhamento já se conheceu, há alguns dias, um tema intitulado Brooklyn e agora uma segunda composição intitulada Bleached Blonde. Esta última é uma belísima composição marada por uma percussão de elevado cariz étnico, cruzada por um efeito de uma guitarra plena de swing, um verdadeiro festim de cor e alegoria, onde tudo é filtrado de modo a reproduzir toda a magnificiência que costuma marcar as propostas sonoras de uns Glass Vaults que impressionam pela orgânica e pelo forte cariz sensorial. Parece confirmar-se que New Happy será um disco com um som esculpido e complexo e com um encadeamento que nos obrigará a um exercício exigente de percepção fortemente revelador e claramente recompensador. Confere...

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publicado por stipe07 às 21:39

Glass Vaults - Brooklyn

Segunda-feira, 03.04.17

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Os Glass Vaults são uma banda oriunda de Wellington, na Nova Zelândia e em cujo regaço melancolia e lisergia caminham lado a lado, duas asas montadas em canções que nos oferecem paisagens multicoloridas de sons e sentimentos, arrepios que nos provocam, muitas vezes, autênticas miragens lisérgicas e hipnóticas enquanto deambulam pelos nossos ouvidos num frágil balanço entre uma percussão pulsante, uma eletrónica com um vincado sentido cósmico e uma indulgência orgânica que se abastece de guitarras plenas de efeitos texturalmente ricos e a voz de Larsen que, num registo ecoante e esvoaçante, coloca em sentido todos os alicerces da nossa dimensão pessoal mais frágil e ternurenta. E tudo isto sente-se com profundo detalhe, numa banda que por vir dos antípodas parece carregar nos seus ombros o peso do mundo inteiro e não se importar nada com isso, algo que nos esclareceu com veemência Sojourn, o longa duração de estreia destes Glass Vaults, editado em 2015 à boleia da Flying Out e que sucedeu a Glass (2010) e Into Clear (2011), dois eps que colocaram logo alguma crítica em sobressalto.

Agora, quase dois anos depois desse auspicioso início de carreira no formato longa duração, o trio está de regresso aos discos com The New Happy, um trabalho que irá ver a luz do dia a doze de maio através de Melodic Records e de cujo alinhamento já se conhece um tema intitulado Brooklyn. Esta canção é um verdadeiro festim de cor e alegoria, uma espiral pop onde não falta um marcante estilo percurssivo e onde tudo é filtrado de modo a reproduzir toda a magnificiência deste e de outro mundo de modo fortemente cinematográfico e imersivo, num resultado final que impressiona pela orgânica e pelo forte cariz sensorial. Logo à partida percebe-se que New Happy será um disco com um som esculpido e complexo e com um encadeamento que nos obrigará a um exercício exigente de percepção fortemente revelador e claramente recompensador. Confere...

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publicado por stipe07 às 11:45

Graham Candy – Plan A

Sexta-feira, 15.07.16

Graham Candy é um ator e compositor que nasceu nos antípodas, na Nova Zelândia, cresceu em Auckland, onde estudou música, dança e teatro, mas tem o seu quartel general atualmente montado na Alemanha, onde vive desde 2013. Começou por dar nas vistas ofercendo a sua voz a algumas composições do conceituado DJ alemão Allen Ferben, nomeadamente no tema She Moves, que ganhou projeção internacional, o que fez com que colaborasse também, e mais recentemente, com Parov Stelar e o DJ Robin Schulz. Depois de um EP editado o ano passado, Plan A é o seu disco de estreia, doze canções editadas no início de maio e que impressionam não só por causa do falsete adocicado de um timbre vocal único, mas também devido a uma feliz amálgama sonora que coloca em primeiro plano uma indie pop bastante acessível e intensa, onde pianos e sintetizadores ditam a sua lei.

As canções de Plan A são um passeio pelas influências de Graham e pela sua capacidade inventiva na hora de usar essas referências para criar. Espalhada pelo álbum há muito da energia que nomes como Gnarls Barkley ou, numa direção oposta, Sufjan Stevens e até Mika, nos foram deixando na primeira década deste século, com o piano de Home e a batida adornada de efeitos de Glowing In The Dark, a plasmarem essas heranças diretas da pop e das novas tendências de uma eletrónica cada vez mais abrangente e que tem sempre as pistas de dança na mira. Os próprios samples que introduzem o groove da batida plena de soul de 90 Degrees são uma excelente amostra desse piscar de olhos objetivo à bola de espelhos, uma filosofia sonora constante num alinhamento ruidoso, mas luminoso, cheio de ganchos, improvisos e colagens, que nasceram, certamente, num processo de gravação rápido e divertido e onde é evidente um processo de mistura e produção bastante inspirado e feliz, que tem como ponto alto a visceralidade e as pujança de Back Into It, uma daquelas canções que clama por punhos cerrados e uma elevada dose de testosterona, à medida que a batida nos aprisiona sem dó nem piedade. 

Claramente talentoso, com uma enorme soul na alma e comparável a alguns virtuosos clássicos da pop e do próprio R&B, exemplarmente homenageados em Kings And Queens, logo na estreia Graham Candy grita e afirma quer o seu lado mais clássico, quer a sua definitiva obsessão por uma superior e ímpar grandiosidade instrumental, onde não faltam saxofones e trompetes, além de uma percussão imponente, detalhes que dão a este excelente álbum uma toada sentimental indisfarçável. É uma espécie de eletropop épico e barroco e mais uma maravilhosa viagem pelos cantos mais alegres e bem dispostos da mente deste excelente autor. Espero que aprecies a sugestão...

Graham Candy - Plan A

01. Home
02. Glowing In The Dark
03. 90 Degrees
04. Back Into It
05. My Wellington
06. Kings And Queens
07. Travellers Lovers
08. Heart Of Gold
09. Little Love
10. Paid A Nickel
11. Broken Heart
12. Memphis

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publicado por stipe07 às 17:18

Unknown Mortal Orchestra - First World Problem

Quarta-feira, 25.05.16

Depois de os neozelandeses Unknown Mortal Orchestra, do músico e compositor Ruban Nielsen e de Jake Portrait e Greg Rogove, terem-nos oferecido Multi-Love, um dos melhores discos do ano passado, eis que voltam a dar sinais de vida com First World Problem, uma extraordinária canção que, estreitando os laços entre a psicadelia e o R&B, contém a impressão firme da sonoridade típica da banda, catupultando-a ainda para uma estética mais abrangente.

Além de reviver marcas típicas do rock nova iorquino do fim da década de setenta, esta canção ressuscita referências mais clássicas, consentâneas com a pop psicadélica da década anterior. O volume e a densidade instrumental da canção torna indisfarçável a busca dos Unknown Mortal Orchestra de uma melodia agradável, marcante e rica em detalhes e texturas, com uma grandiosidade controlada e que contém um forte apelo às pistas de dança. Confere...

 

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publicado por stipe07 às 22:06

Glass Vaults - Life Is The Show (video)

Sexta-feira, 08.04.16

Os Glass Vaults são uma banda oriunda de Wellington, na Nova Zelândia e em cujo regaço melancolia e lisergia caminham lado a lado, duas asas montadas em canções que nos oferecem paisagens multicoloridas de sons e sentimentos, arrepios que nos provocam, muitas vezes, autênticas miragens lisérgicas e hipnóticas, enquanto deambulam pelos nossos ouvidos num frágil balanço entre uma percussão pulsante, uma eletrónica com um vincado sentido cósmico e uma indulgência orgânica que se abastece de guitarras plenas de efeitos texturalmente ricos e a voz de Larsen que, num registo ecoante e esvoaçante, coloca em sentido todos os alicerces da nossa dimensão pessoal mais frágil e ternurenta. E tudo isto sente-se com profundo detalhe, numa banda que por vir dos antípodas parece carregar nos seus ombros o peso do mundo inteiro e não se importar nada com isso, algo que nos esclareceu com veemência Sojourn, o longa duração de estreia destes Glass Vaults, editado à boleia da Flying Out em 2015 e que foi amplamente destacado neste espaço, tendo mesmo figurado numa posição cimeira na lista dos melhores álbuns do ano passado, para Man On The Moon.

Com justificada aceitação por imensa crítica, Sojourn continua a catapultar os Glass Vaults para as luzes da ribalta, sendo o video do excelente tema Life Is The Show, o mais recente passo dado pelo grupo na divulgação do trabalho. Realizado por Ben Bro e produzido pelos próprios Glass Vaults, este belíssimo filme amplifica exemplarmente as emoções que exalam do sopé desse refúgio bucólico e denso chamado Life Is The Show, um tema feito com considerável exuberância de cor e movimento marcial, numa espiral instrumental desmedida e isenta de qualquer pudor e onde certamente os Glass Vaults se embrenharam, pelo menos na imaginação, para criar quase cinco minutos que impressionam pela orgânica e pelo forte cariz sensorial, agora também visual. Confere...

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publicado por stipe07 às 15:07






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