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Half Moon Run – Salt

Terça-feira, 15.08.23

Devon Portielje, Conner Molander e Dylan Phillips, são os Half Moon Run, um projeto canadiano oriundo de Montreal e que já faz música desde dois mil e nove. Estrearam-se nos discos três anos depois com Dark Eyes e em dois mil e quinze chamaram a atenção desta redação devido a Sun Leads Me On, um disco que tinha o selo Glassnote Records. O último registo da banda chama-se A Blemish in the Great Light e viu a luz ainda antes da pandemia, em dois mil e dezanove.

HALF MOON RUN ANNOUNCE NEW ALBUM 'SALT – R o c k 'N' L o a d

Agora, em dois mil e vinte e três, o trio canadiano regressa ao nosso radar devido a Salt, o novo disco do projeto, que chegou aos escaparates no início do verão. Salt navega nas águas turvas de um indie rock que tanto pode infletir, em determinados momentos, para a folk como para a própria eletrónica. Em You Can Let Go, o anguloso tema que abre o alinhamento de Salt, a vibração intermitente da guitarra, o registo vocal hipnótico de Devon e o ritmo quase compulsivo da bateria, sustentam uma melodia tocante, um modus operandi que nos induz numa filosofia sonora que explana o modo exímio como os Half Moon Run parecem não sentir-se confortáveis com um certo ideal de continuidade num só espetro sonoro, mas antes decididos a apostar todas as fichas em pequenos ou grandes detalhes, orgânicos ou sintéticos, que façam a ponte entre dois territórios, numa espécie de simbiose de risco, mas particularmente bem sucedida, entre uns Radiohead e uns Fleet Foxes, raramente ouvida nas propostas atuais.

Esta fusão mantém-se em canções como Alco, um tema que teve como base do seu arquétipo sonoro uma melodia criada por Devon num ukelele que adquiriu na Tailândia em dois mil e doze. A partir desse esqueleto cresceu uma harmoniosa e transcendente composição, incubada no seio de um indie rock que procura aquele ambiente majestoso que é muitas vezes classificado como hino de estádio, ampliado com uma bateria imponente e diversos efeitos e riffs de guitarra que chegam a piscar o olho a ambientes progressivos, num resultado final de forte cariz radiofónico. Mas, o buliçoso piano que nos faz abanar a anca em Hotel In Memphis, o modo intrigante como uma caixa de ritmos é manipulada enquanto ecos vocais a sobrevoaam em 9beat, à boa maneira radioheadiana, os violinos pulsantes de Gigafire, ou o clima intimista aconchegante de Dodge The Ruble, são também trunfos maiores de um alinhamento com uma instrumentação sempre  intrincada e em que os elementos acústicos e eletrónicos e a própria escrita de algumas canções, exalam sempre uma qualidade hipnótica e aventureira, mas sempre acessível, ao mesmo tempo que encarnam exemplos impagáveis dessa simbiose entre diversos universos estilísticos, que acabam por se transformar, no seu todo, numa súmula feliz de todo o ideário intencional destes Half Moon Run e daquilo que os realiza enquanto compositores criativos e intérpretes inspirados.

Disco coeso, vigoroso, tocante e irrepreensível, Salt está encharcado de criações duradouras, ricas em texturas e versos acolhedores que ultrapassam os limites do género, num disco que busca uma abrangência, mas que não resvala para um universo de banalidades sonoras que, em verdade se diga, alimentam há anos alguma da indústria fonográfica. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 15:24

Half Moon Run – Alco

Quarta-feira, 26.04.23

Devon Portielje, Conner Molander e Dylan Phillips, são os Half Moon Run, um projeto canadiano oriundo de Montreal e que já faz música desde dois mil e nove. Estrearam-se nos discos três anos depois com Dark Eyes e em dois mil e quinze chamaram a atenção desta redação devido a Sun Leads Me On, um disco que tinha o selo Glassnote Records. O último registo da banda chama-se A Blemish in the Great Light e viu a luz ainda antes da pandemia, em dois mil e dezanove.

HALF MOON RUN ANNOUNCE NEW ALBUM 'SALT – R o c k 'N' L o a d

Agora, em dois mil e vinte e três, o trio canadiano regressa ao nosso radar devido a  Salt, o novo disco do projeto, que irá chegar aos escaparates no início do verão. Há pouco mais de um mês demos aqui conta do conteúdo de You Can Let Go, uma canção produzida por Connor Seidel, misturada por Chris Shaw e masterizada por Ryan Morey e que terá sido o primeiro tema revelado do alinhamento de Salt. Agora chega a vez de conferirmos Alco, um tema que teve como base do seu arquétipo sonoro uma melodia criada por Devon num ukelele que adquiriu na Tailândia em dois mil e doze. A partir desse esqueleto cresceu uma harmoniosa e transcendente composição, incubada no seio de um indie rock que procura aquele ambiente majestoso que é muitas vezes classificado como hino de estádio, ampliado com uma bateria imponente e diversos efeitos e riffs de guitarra que chegam a piscar o olho a ambientes progressivos, num resultado final de forte cariz radiofónico. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:48

Half Moon Run – You Can Let Go

Quarta-feira, 15.03.23

Devon Portielje, Conner Molander e Dylan Phillips, são os Half Moon Run, um projeto canadiano oriundo de Montreal e que já faz música desde dois mil e nove. Estrearam-se nos discos três anos depois com Dark Eyes e em dois mil e quinze chamaram a atenção desta redação devido a Sun Leads Me On, um disco que tinha o selo Glassnote Records. O último registo da banda chama-se A Blemish in the Great Light e viu a luz ainda antes da pandemia, em dois mil e dezanove.

Half Moon Run - Glassnote Records

Agora, em dois mil e vinte e três, o trio canadiano regressa ao nosso radar devido a You Can Let Go, uma canção produzida por Connor Seidel, misturada por Chris Shaw e masterizada por Ryan Morey. You Can Let Go é uma harmoniosa e transcendente composição, incubada no seio de um indie rock que tanto inflete para a folk como para a própria eletrónica, através de uma linha de guitarra delicada, mas que também pisca o olho a ambientes progressivos e vários arranjos que criam paisagens sonoras bastante peculiares, um modus operandi intrincado e no qual a própria letra da canção (Now I'm trapped in the grass, Not gonna laugh, Not gonna go home, Not ready for the crash) exala uma qualidade hipnótica e aventureira, mas sempre acessível. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:20

Suuns – Wave

Quinta-feira, 02.02.23

Os Suuns são um dos segredos mais bem guardados do panorama alternativo canadiano. Apareceram em dois mil e sete pela mão do vocalista e guitarrista Ben Shemie e do baixista Joe Yarmush, aos quais se juntaram, pouco depois, o baterista Liam O'Neill e o teclista Max Henry. Estrearam-se nos álbuns em dois mil e dez com Zeroes QC e três anos depois chegou o extraordinário Images Du Futur, um trabalho que lhes elevou o estatuto grandemente, tendo merecido enormes elogios, não só no Canadá, mas também nos Estados Unidos e na Europa. Já na segunda metade da última década a dose dupla Hold/Still e Felt manteve a bitola elevada, dois discos que confirmaram definitivamente que estamos na presença de um grupo especial e distinto no panorama indie e alternativo atual.

Suuns | Albums and Shows | Secret City Records | Secret City Records

No final de dois mil e vinte e um os Suuns regressaram em força ao nosso radar devido a The Witness, o quinto disco da carreira do grupo, um alinhamento de oito canções que reforçou a mestria intepretativa destes verdadeiros músicos e filósofos e que impressinou porque, não colocando minimamente em causa a herança do projeto e oferecendo-nos, principalmente ao nível da escrita e da composição, mais um fantástico naipe de canções com um forte cariz impressivo e realístico, tinha na sua génese o jazz experimental, algo inédito e até algo surpreendente na carreira da banda.

Agora, no início de dois mil e vinte e três, os Suuns voltam à carga com Wave, uma nova canção que não traz ainda atrelada anúncio de um novo álbum do trio. Wave foi masterizada por James Plotkin, produzida por Adrian Popovich nos estúdios Mountain City Recording Studio, em julho passado e incubada durante jam sessions da banda que decorreram durante a digressão que o projeto canadiano fez o ano passado de suporte a The Witness e que exploraram novos horizontes sonoros, através de um registo eminentemente experimental e intuitivo. O tema profundamente orgânico, projeta-se num conjunto de rugosas e abrasivas sintetizações, com uma base sonora bastante peculiar e climática, ora banhadas por um doce toque de psicadelia narcótica a preto e branco, ora consumidas por uma batida com um teor ambiental denso e encorpado. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:12

Stars - Christmas Anyway

Sexta-feira, 16.12.22

Aproxima-se o natal e, como é hábito, algumas bandas aproveitam para gravar temas relacionados com esta época tão especial, sejam versões de clássicos, ou originais escritos propositadamente para a ocasião. E nós, como também é habitual, cá estamos, ano após ano, para ir divulgando algumas das propostas mais interessantes do género, que podem dar um colorido diferente a esta época tão especial e que também se costumam materializar no formato programa de rádio deste blogue, que vai para o ar todas as semanas, na Paivense FM.

Stars Release New Holiday Single “Christmas Anyway” Exclusively For  Bandcamp | Under the Radar Magazine

Os canadianos Stars, projeto oriundo de Montreal, no estado do Quebeque, formado por Torquil Campbell, Evan Cranley, Patrick McGee, Amy Millan e Chris Seligman, começaram a carreira em 2000 e já contam no seu historial com oito discos de originais e alguns EPs, um cardápio que aposta numa pop que entre o nostálgico e o esplendoroso, tem algo de profundamente dramático e atrativo. E são uma das bandas que resolveu lançar uma canção para celebrar esta época festiva. O tema chama-se Christmas Anyway e, como se exige a uma boa canção de Natal, procura ser orelhudo, de assimilação imediata e sintonizar intuitivamente o ouvinte no espírito da época. Confere... 

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publicado por stipe07 às 15:07

Arcade Fire – WE

Sexta-feira, 06.05.22

Meia década depois do registo Everything Now, os canadianos Arcade Fire estão finalmente de regresso aos discos com WE, o sexto álbum da banda liderada por Win Butler. Produzido por Nigel Godrich e os próprios Win Butler e Régine, o núcleo duro do grupo, WE viu a luz do dia hoje mesmo com a chancela da Columbia Records.

Arcade Fire: We review – goodbye cod reggae, hello stadium singalongs |  Music | The Guardian

Antes de mais, vale a pena confessar que a suprema constatação que a nossa redação fez logo após a primeira audição de WE é que, finalmente, quase vinte anos depois do fabuloso e inimitável Funeral, os Arcade Fire estão de regresso às obras-primas. WE é já, logo no primeiro dia de vida oficial, um notável clássico e, na nossa opinião, supera tudo aquilo que o grupo de Montreal apresentou ao mundo depois dessa auspiciosa estreia em dois mil e quatro. Sonoramente, a curiosa estrutura dos sete temas do registo, liga, com contemporaneidade ímpar, um arco conceptual que abraça a herança kraftwerkiana setentista com o melhor rock oitocentista em temas como Age Of Anxiety (Rabbit Hole), passando pela pureza e pelo imediatismo, que definem os pilares que sustentaram o rock impetuoso dos primórdios deste século e, já agora, da carreira do projeto, em The Lightning I, II e sem esquecer o clima mais clássico, progressivo e noventista da dupla End Of The Empire I-III e End Of The Empire IV (Sagittarius A*). Nos sintetizadores imponentes e no registo percussivo que mescla origens orgânicas com sintéticas em Unconditional II (Race And Religion), uma canção que conta com a participação especial de Peter Gabriel, constatamos, com elevada dose de impressionismo a simbiose de toda esta trama conceptual que conduziu a filosofia sonora do álbum.

Estes são carimbos sonoros do alinhamento de WE que justificam a apreciação elogiosa acima referida que, parecendo algo precipitada e resultado de um estado de letargia critica ébria devido à audição entusiasmada do registo, estamos certos que continuará a ecoar nestas paredes e ouvidos, após as múltiplas audições futuras de um trabalho que em pouco mais de quarenta minutos nos oferece um naipe de canções que passam impecavelmente a lustro e com laivos de epicidade extrema esta espécie de revisitação catálogo da história do rock nos últimos quarenta anos, principalmente no seu formato mais pop.

Tematicamente WE é um disco de ruptura com o catálogo anterior dos Arcade Fire. Se Everything Now foi um olhar crítico e críptico dos Arcade Fire sobre o imediato e, na altura, um claro manifesto político e de protesto claro ao rumo que o país vizinho tinha tomado com a subida de Trump ao poder, além da abordagem sociológica que o disco fazia aos novos dilemas da contemporaneidade de cariz mais urbano e tecnológico em que a dita sociedade ocidental mais desenvolvida  ainda hoje vive, WE, um disco que começou a ser gravado em março de dois mil e vinte, poucas horas antes de ser decretado o primeiro confinamento global devido ao COVID, prefere olhar em frente, projetando um futuro imaginário, liberto de muitas das amarras que hoje nos afrontam, ao mesmo tempo que reflete sobre o perigo das forças que constantemente tentam nos afastar das pessoas que amamos e a urgente necessidade de superá-las. É uma jornada catártica que segue um arco definido que vai da escuridão à luz ao longo de sete canções, divididas em dois lados distintos: o lado I, que canaliza o medo e a solidão do isolamento e o lado WE, que expressa a alegria e o poder da reconexão.

A partir desta trama impecavelmente balizada, a forma como as canções evoluem e o sentimentalismo que é colocado em cada uma, são, como não podia deixar de ser, uma imagem de marca que estará sempre marcada de modo indelével em WE. A exuberância das cordas, o modo como os temas evoluem através do piano e da voz inconfundível de Butler, alicerçada num catálogo de nuances e variações nunca visto, até atingirem um pico orquestral quase sempre exuberante, são caraterísticas de um álbum que emociona e instiga e que carrega um ambiente sonoro que aprimorou a tonalidade da escrita quase religiosa de Butler e Chassagne. Podemos até acrescentar que WE terá a capacidade de até nos pode fazer dançar, com a certeza de que, ao contário do que aconteceu com registos anteriores do grupo, não há o risco de, há mínima escorregadela, podermos cair para um lado mais obscuro e depressivo. Em suma, sendo WE um trabalho altamente preciso e controlado e pensado ao mínimo detalhe, é indesmentível que vai ao encontro das enormes expetativas que sobre ele recaia desde que foi prometido, personificando um salto qualitativo em frente (ou para atrás, dependendo da perspetiva) na carreira dos Arcade Fire, ao mesmo tempo que volta a empolgar os fãs e apreciadores da banda relativamente ao futuro sonoro de uma das maiores e melhores bandas do mundo. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 11:36

Suuns - The Witness

Segunda-feira, 01.11.21

Os Suuns são um dos segredos mais bem guardados do panorama alternativo canadiano. Apareceram em dois mil e sete pela mão do vocalista e guitarrista Ben Shemie e do baixista Joe Yarmush, aos quais se juntaram, pouco depois, o baterista Liam O'Neill e o teclista Max Henry. Estrearam-se nos álbuns em dois mil e dez com Zeroes QC e três anos depois chegou o extraordinário Images Du Futur, um trabalho que lhes elevou o estatuto grandemente, tendo merecido enormes elogios, não só no Canadá, mas também nos Estados Unidos e na Europa. Já na segunda metade da última década a dose dupla Hold/Still e Felt manteve a bitola elevada, dois discos que confirmaram definitivamente que estamos na presença de um grupo especial e distinto no panorama indie e alternativo atual.

SUUNS announce new album “The Witness”, out September 3rd | Secret City  Records

The Witness, o quinto e mais recente disco da carreira dos Suuns, verdadeiros músicos e filósofos, além de não colocar minimamente em causa a herança do projeto, oferece-nos, principalmente ao nível da escrita e da composição, mais um fantástico naipe de canções com um forte cariz impressivo e realístico. Neste alinhamento de oito canções, que tem na sua génese o jazz experimental, explícito, por exemplo, nos sopros e no baixo da sonhadora Clarity, mas também na pafernália de ruídos sintéticos que abastecem The Fix, nomeadamente no modo como as cordas espreitam no meio do caos, os Suuns refletem sobre a contemporaneidade que os inquieta e os absorve, criando um alinhamento sedutoramente intrigante, bem no centro de um noise rock apimentado, convém também dizê-lo, por uma implícita dose de punk dance.

Este piscar de olhos a terrenos mais progressivos e concorrenciais, digamos assim, torna-se explícita na desafiadora Witness Protection, mas The Witness ganha contornos de excelência quando abraça a eletrónica mais ambiental. Go To My Head, um tratado de luminosidade atmosférica bastante peculiar e climática, é a canção que de modo mais explícito carrega nos ombros esta medalha, mas Timebender é o exemplo máximo e mais feliz deste modus operandi sem paralelo, que baliza The Witness. É uma composição de forte travo R&B, repleta de sons da natureza das mais diversas proveniências, mescladas com um registo vocal robótico, que além de nos aproximar de uma sonoridade algo amena e introspetiva, também nos interpela com a ambiguidade atual em que vivemos ,entre a preservação do nosso lar e, fruto do avanço tecnológico, o rumo desenfreado até um futuro imprevisível.

Simultaneamente existencial e sinistro e arrebatadoramente humano, The Witness é, talvez, o disco mais cândido e direto do grupo. Assenta numa definição estrutural quase metódica e, independentemente das diversas abordagens que cada canção contém, tem aquele toque experimental que nos faz crer, logo à primeira audição, que este é um disco colossal, mas também tremendamente reflexivo. Os pássaros que chilrreiam e os trompetes que espreitam por entre cascatas de sintetizações várias, que se sucedem com uma cadência perfeita, em Third Stream, avisam-nos, no imediato, que este é um disco cinematograficamente luminoso, mas também profundamente orgânico, projetado num conjunto de canções com uma base sonora bastante peculiar e climática, ora banhadas por um doce toque de psicadelia narcótica a preto e branco, ora consumidas por um teor ambiental denso e complexo. The Witness é, em suma, música futurista para alimentar uma alquimia que quer descobrir o balanço perfeito entre idealismo e conflito, criada por músicos assertivos, mas também capazes de romper limites, quer entre belíssimas sonorizações instáveis, mas também no seio de pequenas subtilezas, numa busca clara de harmonia entre a celebração e o apoteótico. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 20:01

The Besnard Lakes – Feuds With Guns

Domingo, 03.01.21

The Besnard Lakes Are The Last Of The Great Thunderstorm Warnings é o título do próximo disco dos canadianos The Besnard Lakes, o sexto desta banda de Montreal no Canadá liderada pelo casal Jace Lasek e Olga Goreas. Esse registo irá ver a luz do dia a vinte e nove de janeiro próximo à boleia da Fat Cat Records nos Estados Unidos da América e da Flemish Eye no país natal e do seu alinhamento já se conhecem vários temas, sendo Feuds With Guns o mais recente.

Os The Besnard Lakes são uma banda de indie rock psicadélico, com uma sonoridade que assenta numa espécie de space rock que se cruza com a típica dream pop. Habituados a criar obras grandiosas, The Besnard Lakes Are The Last Of The Great Thunderstorm Warnings deverá manter essa bitola, se tivermos em conta o conteúdo de Feuds With Guns, um tratado de melancolia eloquente e épica, de elevado travo pop e onde das guitarras aos sintetizadores, todas as porções sonoras que nela desfilam encaixam como um enorme puzzle que, no seu todo, cria uma atmosfera sonhadora e plena de hipnotismo, muito por culpa também da voz única de Olga, que nos embala rumo a um mundo onde também abunda um elevado travo vintage particularmente psicadélico. Confere... 

The Besnard Lakes - Feuds With Guns

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publicado por stipe07 às 17:48

The Dears – I Know What You’re Thinking And It’s Awful

Quarta-feira, 06.05.20

The Dears - I Know What You're Thinking And It's Awful

O quinteto canadiano The Dears, liderado pelo casal Murray Lightburn e Natalia Yanchak, acaba de divulgar um belíssimo avanço para Lovers Rock, o disco que este projeto sedeado em Montréal, se prepara para lançar digitalmente no final da próxima semana. A edição física, em vinil, chegará aos escaparates mais tarde, a vinte e um de agosto, à boleia da Dangerbird Records.

I Know What You’re Thinking And It's Awful é o nome desse novo tema dos The Dears, uma balada pop, que impressiona pela irrepreensível prestação vocal do casal e pela intensidade emotiva das cordas e das teclas e que nasceu de uma noticia trágica que Murray viu sobre uma operação policial de captura de dois adolescentes acusados de homicídio e que acabaram por ser encontrados sem vida. Confere...

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publicado por stipe07 às 18:49

Elephant Stone - Hollow

Sábado, 15.02.20

Os canadianos Elephant Stone são uma banda de Montreal, no Canadá, liderada por Rishi Dhir, baixista e um dos tocadores de cítara mais importantes do cenário musical psicadélico atual. Andam por cá desde dois mil e nove e nesse ano editaram The Seven Seas, o disco de estreia. Logo aí, deram início à busca, quase obsessiva, pela canção pop perfeita. O seu conteúdo acabou por chamar a atenção da crítica e o álbum foi nomeado para os Polaris Music Prize desse ano. A seguir surgiu mais um EP, The Glass Box EP, num período em que Dhir também andou na digressão de dois mil e onze dos The Brian Jonestown Massacre. Depois, no início de dois mil e treze, chega o segundo álbum, um homónimo lançado pela Hidden Pony Records, quase três anos, em dois mil e dezasseis, vê a luz dia Ship Of Fools e agora, no dealbar de dois mil e vinte, chega aos escaparates Hollow, o novo registo de originais deste grupo que se destaca por uma tonalidade psicadélica única e pouco vulgar no modo como se cruza com alguns dos melhores detalhes do indie rock.

Resultado de imagem para Elephant Stone Hollow

Hollow, o sexto disco dos Elephant Stone, é, antes de mais, um assumir preciso das verdadeiras motivações de Dhir relativamente ao projeto, já que ele é o cérebro dominante na conceção deste trabalho. De facto, nunca um disco dos Elephant Stone dependeu tanto da criatividade e da criação do mentor de um projeto inspirado na música dos Stone Roses com o mesmo nome e numa estátua do deus hindu Ganesh que o próprio Rishi Dhir possui e que o leva a referi que a sua banda tem uma sonoridade hindie rock

Olhando então para o disco, Hollow é um álbum ambicioso e distópico, um compêndio que olha com gula para o universo sci-fi e que, segundo Dhir, é fortemente inspirado nos The Who e no White Album dos Beatles, bandas e registos que, segundo o músico, criavam canções para pessoas infelizes que procuravam encontrar uma saída nas canções, o significado da vida e algo em que acreditar ... ou nada em que acreditar. Assim, Dhir, com isso em mente, começou a escrever um conjunto de canções que relata um mundo de almas infelizes que perderam a conexão entre si, uma história contada pela alquimia psíquica dos Elephant Stone e que ocorre imediatamente após a destruição catastrófica da Terra pela humanidade e o que acontece quando a mesma elite responsável pelo desastre climático que destruiu o mundo aterrou na Nova Terra, um planeta recém-descoberto vendido com a mesma vida de prosperidade que o que eles acabaram de destruir. Assim que os poucos escolhidos abandonam a nave Harmonia e começam a colonizar o novo planeta, fica claro que a humanidade parece destinada a cometer os mesmos erros, replicando-os no novo lar.

Tendo esta trama como pano de fundo, Hollow dá vida e cor a esta sequência de eventos, à boleia de uma sequência de canções abastecidas por guitarras planantes e faustosas, repletas de efeitos em eco, teclados cósmicos, riffs empolgantes e distorções inebriantes, que criam melodia incisivas, com um elevado grau de epicidade e esplendor e que replicam com ímpar contemporaneidade a melhor herança do rock progressivo e do shoegaze setentista, sempre com um indesmentível travo pop, detalhe bem patente logo em Hollow World. Depois, a cítara que vagueira pela etérea Harmonia e que introduz a rugosa e impulsiva Land Of Dead, a luminosidade do timbre metálico das cordas que conduzem We Cry For Harmonia e a tal quase tão desejada perfeição pop que exala dos tambores e dos teclados de I See You, são nuances que neste Hollow conferem o habitual grau de exotismo dos Elephant Stone, que criaram mais um verdadeiro maná de revivalismo psicadélico. Espero que aprecies a sugestão... 

Elephant Stone - Hollow

01. Hollow World
02. Darker Time, Darker Space
03. The Court and Jury
04. Land Of Dead
05. Keep The Light Alive
06. We Cry For Harmonia
07. Harmonia
08. I See You
09. The Clampdown
10. Fox On The Run
11. House On Fire
12. A Way Home

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publicado por stipe07 às 16:52






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