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EVACIGANA - Fiasco

Segunda-feira, 03.04.23

Nascidos há meia década, os lisboetas EVACIGANA praticam uma entusiasmante e colorida mistura de rock alternativo, pop e post-hardcore efervescente, cheia de ganchos orelhudos, riffs em zig-zag e fortes contrastes sonoros. Estrearam-se, em dois mil e vinte, com um EP homónimo, produzido e misturado por Nuno Monteiro (Monday, Memória de Peixe, Filho da Mãe), que os levou a actuar em salas como Bang Venue, Texas Bar, Side B e SHE, em festivais como o Emergente e lhes garantiu lugar na compilação Novos Talentos Fnac 2021.

EVACIGANA apresenta primeiro single “Anáguas” de disco de estreia “Fiasco”  – Glam Magazine

Fiasco é o título do disco de estreia dos EVACIGANA, um registo misturado por Guilherme Gonçalves (Keep Razors Sharp, Cabrita, The Legendary Tigerman) e masterizado por Clara Araújo na Arda Recorders. No seu alinhamento, o grupo aumenta o arrojo e a amplitude e os polos do som da banda alargam-se. Se outrora o rock piscava o olho à pop, agora a relação é assumida e feliz. Mas não se pense que um dos noivos se aprumou muito… As canções simplificaram-se, mas a meiguice e acessibilidade das mesmas encontra-se bem embrulhada por um papel rugoso e áspero. Oiça-se, por exemplo, o início vertiginoso de “Dobra”, tema que abre o álbum. Um choque epiléptico de guitarras e bateria, num riff punk que nos arrasta desenfreadamente e implode num apaziguador verso shoegaze, até se transformar num refrão orelhudo e pegajoso, que teima em descolar. Em contraste, “Anáguas”, o primeiro single do disco, é pop que se desdobra numa colorida sequência de guitarras cintilantes, conduzidas por uma secção rítmica a pulsar, num jogo de espaços permanente onde as duas vozes guiam as melodias a um auge de euforia caleidoscópica. É no meio destas contradições e aparente desconforto, que ao longo dos dez temas que compõem Fiasco, os EVACIGANA continuam a vincar ainda mais a sua peculiar identidade e colorida paleta sonora. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 15:47

Lobo Mau - Agarrado ao Mundo

Quarta-feira, 23.11.22

Há quase uma década, no verão de dois mil e doze, uma das bandas nacionais que fez furor na nossa redação foram os míticos TV Rural, com o registo A Balada Do Coiote. Era um disco cheio de canções explosivas, onde a tensão poética estava sempre latente e onde foi certamente propositada a busca do espontâneo, do gozo e até do feio, se é que é possível falar-se em estética na música. Agora, nove anos depois, David Jacinto, Gonçalo Ferreira e Lília Esteves, antigos colaboradores dos TV Rural, voltam ao nosso radar por causa do seu projeto Lobo Mau, que se estreou em grande em abril do ano passado com o disco Na Casa Dele, que teve poucos meses depois sequência com um tomo de quatro canções intitulado Vinha a Cantar, lançado em formato EP. Agora, na reta final de dois mil e vinte dois, os Lobo Mau têm um novo longa duração. É um trabalho intitulado Agarrado ao Mundo, uma edição de autor apoiada pela República Portuguesa, através do Programa Garantir Cultura.

Gerador

Agarrado ao Mundo tem um alinhamento de nove canções, que têm como ponto de partida a herança do melhor folk rock nacional, induzindo uma forte componente experimental no mesmo, de modo a obter texturas sonoras que juntem a ousadia da electrónica, o arrojo dos trompetes e dos kazoos e a insistência da caminhada no ritmo das peles, das cordas e das teclas que acompanham a génese das canções, que se faz, sempre, da guitarra e das duas vozes que se escutam.

Assim sendo, ouvir Agarrado ao Mundo oferece-nos uma experiência de certa forma surreal quando contextualizamos este disco no panorama musical nacional atual. Infelizmente ainda apenas acessíveis a um grupo não muito amplo de fervorosos e dedicados fãs, o que é uma perfeita e incompreensível injustiça, os Lobo Mau escrevem em português e, quanto a mim, é nas letras que está outra enorme virtude e arrojo do projeto, já que fazem canções com um significado literal nem sempre coerente e facilmente entendível, mas que emparelhadas com as tais guitarras que correm abrasivamente e fogem às fórmulas compositivas de formatos amigos da rádio, resultam na perfeição e originam algo único e de algum modo surreal.

O Lobo Mau que este trio personifica sonoramente, é um animal agarrado ao mundo, um eremita que observa, alinha pensamentos e os deixa sair e Agarrado ao Mundoé o resultado da caminhada contínua, insaciável e porfiante que o trio escolheu fazer. Aliciado por novas texturas sonoras, este Lobo Mau questiona e questiona-se, observa e observa-se, é e deixa-se ser, e, nesta relação ambígua entre o seu mundo interior e o que o rodeia, vai-se agarrando ao que lhe é familiar e fundamental. Por vezes tem um tom íntimo, outras é como a rebentação do mar bravo, compassado e intenso, mas é sempre explosivo e poético, sendo certamente propositada a forma como, num engenhoso e fulminante modus operandi, busca o espontâneo, o gozo e até o feio, se é que é possível falar-se em estética na música. Pelo menos a mim custa-me. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 17:33

Panda Bear And Sonic Boom – Reset

Sexta-feira, 26.08.22

Os Panda Bear e o projeto Sonic Boom têm já uma longa história de parcerias, mais ou menos profícuas. Recordo que Peter Kember misturou e masterizou o registo Tomboy, disco a solo de Noah Lennox, a grande trave mestra dos Panda Bear e fez também parte dos créditos de produção de disco de dois mil e quinze, Panda Bear Meets The Grim Reaper, que à época fez furor na nossa redação. Entretanto, por essa altura, Kember mudou-se para Lisboa, onde Lennox, natural de Baltimore, no Maryland, já vive há ainda mais tempo e os dois artistas têm cimentado ainda mais uma relação que materializou-se recentemente num disco intitulado Reset, que viu a luz do dia com a chancela da Domino Recordings.

Panda Bear & Sonic Boom anunciam “Reset”… álbum colaborativo – Glam Magazine

Repleto de interseções sónicas vibrantes, cordas exuberantes, traços identitários que tanto apontam para os primórdiosdo surf rock já mais de meio século como para as tendências mais recentes da melhor eletrónica ambiental, sem esquecer alguns tiques típicos do melhor R&B e detalhes percussivos que apontam ao jazz contemporâneo, é vasta a amálgama de estilos, tendências, cores e estilos que sustentam Reset, um álbum alegre, otimista, leve e desanuviado, que irá encher as medias de quem ainda procure uma banda sonora perfeita para tardes de verão descomplicadas e festivas.

Reset é, de facto, um nome feliz para um álbum que pode muito bem ser utilizado por quem queira explicar a um principiante menos familiarizado com estas andanças do indie e da pop, como este espetro sonoro que abraça tantas latitudes foi evoluindo desde as praias do Havai, à torridez de São Francisco, passando pelos recantos de Brooklyn, os estúdios enevoados de Berlim ou até as paredes manchadas de Abbey Road. E que melhor cidade do que Lisboa para fazer tal súmula assinada por uma dupla plena de química e cuja proveniência de universos sonoros tão díspares acaba por encaixar e casar na perfeição?

De facto, logo no registo extravagante, principalmente ao nível das cordas, de Gettin’ To The Point percebe-se a notoriedade do disco e a certeza de que, venha o que vier a seguir, este é um álbum especial e repleto de surpresas. E elas tanto poderão estar na guitarra agreste e sempre firme no jogo de cintura que mantém com diversas sintetizações inebriantes e diversos elementos percussivos das mais diversas proveniências em Go On, composição que contém um sample do clássico de mil novecentos e sessenta e sete chamado Give It To Me, dos míticos The Troggs, uma banda inglesa que era formada por Reg Presley, Chris Britton, Pete Staples e Ronnie Bond, mas também no clima claustrofóbico de Everyday, na riqueza orgânica de Whirlpool, no charme contemplativo da eletrónica minimal em que assenta a singela In My Body e que depois se torna intensamente retro em Everything’s Been Leading To This e, principalmente, na ímpar epicidade de Edge Of The Edge, uma canção que em pouco menos de cinco minutos mostra que é possível, em apenas uma única composição, condensar o essencial de toda a história da melhor música alternativa contemporânea.

Reset impressiona pelo inconformismo experimental e pelo modo buliçoso como mostra que, quer Lennox, quer Kember, se mantêm particularmente inventivos mesmo num espetro sonoro onde é fácil cair na redundância e num certo marasmo, ou então, pior do que isso, resvalar para uma exacerbada radiofonia e para um vício comercial que acabe por tolher, absorver e, no final, asfixiar projetos. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 15:57

Panda Bear & Sonic Boom - Go On

Terça-feira, 19.07.22

Os Panda Bear e o projeto Sonic Boom têm já uma longa história de parcerias, mais ou menos profícuas. Recordo que Peter Kember misturou e masterizou o registo Tomboy, disco a solo de Noah Lennox, a grande trave mestra dos Panda Bear e fez também parte dos créditos de produção de disco de dois mil e quinze, Panda Bear Meets The Grim Reaper, que à época fez furor na nossa redação. Entretanto, por essa altura, Kember mudou-se para Lisboa, onde Lennox, natural de Baltimore, no Maryland, já vive há ainda mais tempo e os dois artistas têm cimentado ainda mais uma relação que vai, finalmente, materializar-se num disco intitulado Reset, que irá ver a luz do dia em novembro com a chancela da Domino Recordings.

Panda Bear reveals details of collaborative album and shares new song, 'Go  On'

Reset terá como grande inspiração a coleção de discos de Peter Kember das duas primeiras décadas da última metade do século passado e terá vários samples desse acervo. Aliás, a demora na publicação de Reset deve-se com o processo de obtenção das indispensáveis autorizações para a utilização de vários trechos de outros artistas, desses anos cinquenta e sessenta.

Go On é o primeiro single revelado de Reset, uma composição que contém um sample do clássico de mil novecentos e sessenta e sete, Give It To Me, dos míticos The Troggs, uma banda inglesa que era formada por Reg Presley, Chris Britton, Pete Staples e Ronnie Bond. Uma guitarra agreste, sempre firme no jogo de cintura que mantém com diversas sintetizações inebriantes e diversos elementos percussivos das mais diversas proveniências, é a grande pedra de toque de uma composição que impressiona, como é hábito nos Panda Bear, pelo inconformismo experimental e pelo modo buliçoso como se mantêm particularmente inventivos mesmo num espetro sonoro onde é fácil cair na redundância e num certo marasmo, ou então, pior do que isso, resvalar para uma exacerbada radiofonia e um vício comercial que acabe por tolher, absorver e, no final, asfixiar projetos. Confere Go On e a tracklist de Reset...

Gettin’ To The Point
Go On
Everyday
Edge Of The Edge
In My Body
Whirlpool
Danger
Livin’ In The After
Everything’s Been Leading To This

 

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publicado por stipe07 às 21:39

You Can’t Win, Charlie Brown – Âmbar

Quinta-feira, 07.07.22

Mais de meia década depois de Marrow, os lisboetas You Can’t Win, Charlie Brown têm finalmente um novo disco nos escaparates. O novo registo de originais da banda formada por Afonso Cabral, David Santos, João Gil, Pedro Branco, Salvador Menezes e Tomás Sousa chama-se Âmbar, foi produzido pelo próprio grupo e foi captado e misturado por Moritz Kerschbaumer no estúdio 15A, casa da editora Pataca Discos, de João Paulo Feliciano, onde o sexteto editou e gravou todos os seus álbuns.

Âmbar” é o novo disco dos You Can't Win Charlie Brown – Glam Magazine

É injusto não colocar os You Can’t Win, Charlie Brown no pódio das bandas fundamentais do indie rock português da última década. Vivendo muitas vezes na penumbra e comercialmente ofuscados por vulgares nomes que têm outro acesso apadrinhado e uma postura mais faminta relativamente à radiofonia, esta banda é esteticamente única e qualitativamente irrepreensível, não só por estar dotada de músicos extraordinários, mas, e principalmente, porque a química no seu seio é inquestionável e, por isso, os resultados práticos inigualáveis.

Assim, ao terceiro disco, pela primeira vez integralmente cantado em português, os You Can’t Win, Charlie Brown oferece-nos mais um delicioso caldeirão sonoro, onde as composições vestem a sua própria pele de mulheres que também podem ter outras leituras, enquanto se dedicam, de corpo e alma, à hercúlea tarefa comunicativa que o grupo designou para cada uma, individualmente, como se percebe no próprio título de cada canção, que tem enorme substância no poema e na musicalidade que sustenta o seu adn. E fazem-no fervilhando de emoção, arrojo e astúcia, enquanto vêm potenciadas todas as suas qualidades, à medida que polvilham o conteúdo das mesmas com alguns dos melhores tiques de variadíssimos géneros e subgéneros sonoros, cabendo, no desfile dos mesmos, liderados pelo indie rock contemporâneo, jazz, pop, folk, eletrónica, tropicália e até alguns lampejos da música dita mais progressiva.

Assim, canções como Luz, um hino ao sentimentalismo português mais genuíno, Alma, uma cândura de doce melancolia blues, Celeste, um tema repleto de felizes interseções entre cordas deslumbrantes, com fortes raízes no nosso cancioneiro mais tradicional e variados loopings e outros efeitos cósmicos, alguns de inegável pendor retro, Magnólia, cadente e lancinante, ou Prudência, vibrante e orgânica, estão encharcadas de cordas e sintetizadores capazes de fazer espevitar o espírito mais empedernido, mas também detalhes percussivos muito curiosos e peculiares e sopros indistintos, tudo embrulhado quer em imponentes doses eletrificadas de fuzz e distorção, que se saúdam amplamente, mas também por instantes acústicos positivamente letárgicos e uma secção vocal contagiante, num resultado final que proporciona ao ouvinte uma assombrosa sensação de conforto e proximidade.

Âmbar é um desembaraço viciante e exótico, um oásis de imagens evocativas, sustentadas em melodias bastante virtuosas e cheias de cor e arrumadas com arranjos meticulosos e lúcidos, que provam, novamente, a sensibilidade dos You Can't Win, Charlie Brown para expressar pura e metaforicamente a sensibilidade humana e os diferentes sabores que a mesma pode exalar, principalmente se a sua proveniência vier do lado mais delicado e charmoso da nossa existência... Todos nós sabemos muito bem qual é. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 15:10

António Vale da Conceição - Love Is The Storm

Sábado, 11.06.22

António Vale da Conceição é um produtor e músico de Macau, integrante da banda Turtle Giant, agora residente em Portugal e que exerce os papéis de compositor de bandas sonoras e produtor de projectos diversos. O ano passado António Vale da Conceição lançou o seu primeiro álbum de piano Four Hands Piano e realizou e compõs a música para o documentário Beyond the Spreadsheet: The Story of TM1, um documentário que conta a história de vida e contributo tecnológico de Manny Pérez - o génio matemático que criou em mil novecentos e oitenta e três a tecnologia que permitiu ao mundo efectivamente lidar com a complexidade de dados no mundo - A Base de dados Funcional (ou o Excel em esteróides).

António Vale da Conceição edita EP e lança novo single “Love Is The Storm”  – Glam Magazine

Agora, em dois mil e vinte e dois, o músico está de regresso com o EP At your service, ma´am, um trabalho que mais parece a banda sonora de um clássico de comédia do que um álbum de canções, encharcado com sopros gritantes, ritmos mexidos e melodias que se alongam. É também um EP de batidas mexidas e de canções com histórias, que fala sempre de amor porque um filme tem que ter sempre uma trama de amor. Mas este com apelos à força e à resiliência, à mudança e à aceitação das lutas para que vençamos, juntos.

Love Is The Storm é uma das músicas fundamentais do EP, uma composição que assenta no sentimento exacerbado de Ira, na capacidade que uma emoção tão natural ao Homem, que quando possuído, o torna numa entidade tão “adamastora” quanto poderosa, misteriosa, transformadora. O vídeo do tema, da autoria de André Melo, transforma António Vale da Conceição na Ira do Adamastor, o mentor das tormentas e na entidade sobrenatural que nos transporta estas dimensões da alma ao reino do toque. Confere...

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publicado por stipe07 às 21:13

Goodbye, ÖLGA - You

Sexta-feira, 03.06.22

Os lisboetas Goodbye, ÖLGA comemoraram recentemente os seus vinte anos de existência com o lançamento de um álbum duplo homónimo, uma edição de autor com o apoio da Fundação GDA, tendo a mistura, masterização e co-produção ficado a cargo de Eduardo Vinhas.

Goodbye, Ölga lançam novo single “You” de disco duplo homónimo – Glam  Magazine

Este registo é, tendo em conta a sua nota de lançamento, um concentrado de emoções que circundam o mundo do indie, desferindo golpes profundos a qualquer ouvinte, munidos de um rock que se amplia ao post-punk não convencional da banda. Dos dois lados que compõem o disco, o vermelho, de cariz mais direto e melodioso, por vezes intimista, inspira de imediato a uma luminosidade reminiscente da veia indie, onde temas como Fool Cool, In Your Head e The Pill definem o passo energizado do vermelho. Esse passo é muitas vezes aprimorado, ora pela linguagem krautrockiana de You, ora pelo embalo estelar de Out to Dance,  formando-se numa espécie de carta escrita a tudo que foram os ÖLGA. Uptown, o tema que encerra o lado vermelho, transpõe uma força devidamente orquestrada que pontifica ambos os lados. No outro lado do disco, o preto, de inclinação sonora atmosférica mais sombria, experimental e psicadélica, a energia sonora assume um tom negro e a linguagem familiar que definia ÖLGA, adopta uma estranheza única que se edifica ao longo do disco, tornando Goodbye, ÖLGA numa nova percepção. O ritmo é pulsante, demencial até, quando em temas como Concrete Falls e Cop’s Delight nada sobra senão o frenesim do desconhecido. Esta nova existência serve um cenário perfurante; guitarras dissonantes, ritmos fugazes e a premissa de que é um disco novo num cenário novo, instala-se de imediato com temas como Cure for Joy, Singapore e Only 18, onde o calor ficcional do negro abarca tudo numa vontade de galopar ao sabor do ritmo.

De acordo com André Conçalves, locutor da Rádio Radar, You, o single mais recente retirado do alinhamento desta compilação e de algum modo já descrito acima, é noise, rock, distorção, electricidade e guitarras em modo explosão versus contenção. Melodia e ritmos contrastantes, sincopados tudo bem embrulhado numa cadência hipnótica. “You” condensa uma marca bastante assertiva deste disco dos Goodbye, ÖLGA. Começa com um diálogo entre a bateria e as guitarras, sons caleidoscópicos que desenham a primeira camada da música. Rock’n’Roll assente em múltiplos rasgos de irreverência, harmonias e distorção de mãos dadas, felicidade nos rasgos criativos que desembocam nos 1quinze temas em que “You” é mais uma peça do puzzle ÖLGA. Goodbye, ÖLGA. A música é um substantivo que irradia uma multiplicidade de sensações, há sinestesia, coabitam emoções e, mais importante do que tudo, o prazer da audição que nos eleva, pontualmente, a um transe espiritual, um rito, uma crença mundana, um escape que revela a nosso regresso às raízes, ao Verbo Rock’n’Roll… “You” és tu ao espelho, a música que nunca te deixou. Aquele lugar familiar ao qual temos o hábito de regressar porque é, simplesmente, isso, o eterno retorno a um espaço familiar. O Rock habitado por guitarras, baixo e bateria. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:36

Lisa Lex - Sirens

Quarta-feira, 30.03.22

Nascida em Seattle, mas a viver em Lisboa desde a adolescência, Lisa Lex escreveu a sua primeira música aos onze anos para lidar com o seu primeiro desgosto. Esse foi o momento em que percebeu o incrível poder das palavras e o seu amor por contar histórias, que se vai materializar num EP masterizado por Rafael Smolen e produzido pela própria autora.

Lisa Lex lança single “Sirens” – Glam Magazine

Sonoramente, Lisa Lex aposta numa feliz fusão de pop experimental, trip hop e sons cinematográficos e da natureza com influências de melodias do Médio Oriente. Além disso, ela usa a sua voz sensual para compartilhar com o mundo os seus pensamentos e sentimentos mais íntimos usando a música como uma ferramenta para processar a dor e, mais importante, abraçá-la. Fá-lo através de letras honestas, carregadas de notas melancólicas de harpa, que nos ajudam a superar pensamentos sombrios e tempos difíceis.

O registo de estreia acima referido tem como primeiro vislumbre sonoro o single Sirens, uma contemplativa e submersiva canção, alicerçada por cordas e com um minimalismo orgânico impiedoso, mas tremendamente acolhedor e reflexivo, que pretende materializar uma exploração daquelas lutas internas que todos enfrentamos de tempos em tempos. Confere...

Facebook: https://www.facebook.com/LisaLexx

Instagram: https://www.instagram.com/lisalexlisa/

TikTok: https://www.tiktok.com/@lisalexlisa 

 

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publicado por stipe07 às 18:05

Tiago Vilhena - Não Posso Ter Nada

Segunda-feira, 14.03.22

O músico e compositor Tiago Vilhena, que já foi George Marvison noutro projeto e membro dos Savana, estreou-se nos lançamentos discográficos há pouco mais de dois anos com Portugal 2018, um trabalho que tinha a chancela da Pontiaq e que era cantado quase na sua totalidade em português. Portugal 2018 continha dez composições filosóficas e relaxadas, introspetivas e reveladoras, sendo um registo com um forte cunho ativista, mas também um álbum fantástico porque retratava profetas, dilemas da morte e da vida, poções e milagres.

NÃO POSSO TER NADA” É UMA CANÇÃO POP NA SUA ESSÊNCIA, A PRIMEIRA QUE TIAGO  VILHENA APRESENTA DO NOVO DISCO – Telefonia da Amadora

Agora, em dois mil e vinte e dois, Tiago Vilhena irá presentear-nos com o sempre difícil segundo disco, um trabalho que irá sendo apresentado ao longo do ano e que viu o seu alinhamento composto durante o período de isolamento devido à situação pandémica que todos conhecemos

Não Posso Ter Nada é, portanto, o primeiro single revelado do novo álbum de Tiago Vilhena, uma canção bastante orelhuda e imediata, arquitetada pela guitarra e adornada por sintetizações reluzentes, pensada para dançar, cantar e sorrir. De facto, com uma estrutura clássica, um refrão orelhudo, um verso desafiante e evolutivo e uma letra subjetiva, mas fácil de acolher, Tiago Vilhena revela que está por cá para nos oferecer músicas para ouvir, repetir e reter. A aura da canção de intervenção está presente, mas trocou a camisa por uma t-shirt e o relógio de pulso pelo smartphone. O vídeo da canção foi filmado em Lisboa e realizado por Mariana Romão. Transpira boa disposição, saúde e cor. Todas as cores. Confere...

Spotify: https://open.spotify.com/artist/4LNwjlVorhFaH23ASPzKTA?si=0PG1Z99aQ-S6Y2YrWBQYzg

Instagram: https://www.instagram.com/tiagovilhena/

Facebook: https://www.facebook.com/GeorgeMarvinson

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publicado por stipe07 às 17:28

You Can’t Win, Charlie Brown – Celeste

Domingo, 13.02.22

Mais de meia década depois de Marrow, os lisboetas You Can’t Win, Charlie Brown têm finalmente um novo disco na forja. O novo registo de originais da banda formada por Afonso Cabral, David Santos, João Gil, Pedro Branco, Salvador Menezes e Tomás Sousa chama-se Âmbar, foi produzido pelo próprio grupo e foi captado e misturado por Moritz Kerschbaumer no estúdio 15A, casa da editora Pataca Discos, de João Paulo Feliciano, onde o sexteto editou e gravou todos os seus álbuns.

Força de Produção - YOU CAN'T WIN, CHARLIE BROWN

Celeste é o single de apresentação de Âmbar, uma canção já com direito a um video produzido e realizado por João Souza e que sonoramente nos proporciona pouco mais de quatro minutos de um faustoso indie pop rock. Celeste é um tema repleto de felizes interseções entre cordas deslumbrantes, com fortes raízes no nosso cancioneiro mais tradicional e variados loopings e outros efeitos cósmicos, alguns de inegável pendor retro, uma canção que mexe, espicaça e suscita um levantar de poeira que depois não se resolve de modo a que no fim assente pedra sobre pedra, até porque exala uma curiosa sensação de sofreguidão. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:01






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