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Be Forest – Knocturne

Sexta-feira, 22.03.19

Knocturne foi lançado há algumas semanas à boleia da We Were Never Being Boring, uma editora já com um catálogo bastante interessante e importante para várias bandas underground e que ainda procuram chegar a um lugar de relevo no universo sonoro alternativo. Falo do novo registo de originais do fabuloso projeto italiano Be Forest, oriundo de Pesaro, uma pequena cidade na costa do Adriático e um viveiro cultural onde, nos últimos, anos, têm despontado algumas bandas promissoras. Formados atualmente por Costanza Delle Rose (baixo e voz), Erica Terenzi (bateria e voz) e Nicola Lampredi (guitarra), este grupo do país dos césares estreou-se nos discos no início desta década com Cold, um trabalho que chamou a atenção por plasmar uma forte influência de um nome tão fundamental como os Cure. Depois, Heartbeat, o sempre difícil segundo álbum, chegou quatro anos após esse promissor arranque e agora, mais ou menos após o mesmo hiato temporal, foi editado este Knocturne, um registo com nove canções produzido e misturado pela própria banda com a ajuda de Steve Scanu e masterizado por Josh Bonati.

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Knocturne é o disco mais ambicioso, rico, cru e atmosférico do catálogo dos Be Forest, um trio conhecido por apostar numa filosofia sonora que centra esforços em aproximações a um indie rock com uma componente eminentemente etérea e contemplativa e que tem impressionado pelo bom gosto com que, nos alinhamentos já criados, se cruzam vários estilos e dinâmicas sonoras, com o lo fi a servir de elemento aglutinador das várias influências do trio. Knocturne não foge, portanto, a esta regra mas, honra seja feita ao seu conteúdo, assume-se como um registo mais ambicioso e amplo no modo como permite ao ouvinte contemplar não só uma pafernália alargada de sensações em que o cósmico e o espiritual são presenças imponentes, como é o caso do single Bengala, uma canção vibrante e fortemente intuitiva, mas também onde não falta um certo groove altivo e revigorante, não só plasmado na distorção aguda da guitarra de Alto I, mas também no vasto rol de efeitos que vagueiam por Empty Space e, principalmente, na percurssão de Gemini, uma composição com uma progressão quase incontrolada e que coloca os Be Forest mesmo na fronteira de um rock progressivo onde o experimentalismo das cordas distorcidas dita, como é óbvio, a sua lei.

Os Be Forest têm no seu ADN bem vincada a vontade de calcorrear uma imensidão de territórios sonoros e este Knocturne mostra que o fazem com uma maturidade imensa, assente em melodias que fazem levitar quem se deixar envolver pelo assomo de elegância contida e pela sapiência melódica do seu conteúdo. Ouvir este disco é uma experiência diferente revigorante e a oportunidade de contatar com um conjunto de canções que transbordam uma aúrea algo mística e espiritual, reproduzidas por um grupo que sabe como o fazer de forma direta, pura e bastante original. Espero que aprecies a sugestão...

Be Forest - Knocturne

01. Atto I
02. Empty Space
03. Gemini
04. K
05. Sigfrido
06. Atto II
07. Bengala
08. Fragment
09. You, Nothing

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publicado por stipe07 às 12:54

Porcelain Raft – Microclimate

Quarta-feira, 08.02.17

Depois de Strange Weekend (2012) e Permanent Signal (2013), Remiddi, um italiano nascido em 1972 e a viver em Nova Iorque, está de regresso com o seu projeto Porcelain Raft, fazendo-o à boleia de Microclimate, doze canções gravadas pelo músico em los Angeles, cidade californiana onde também foram misturadas por Chris Coady, tendo sido masterizadas já na costa leste por Heba Kaby.

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Remiddi é, claramente, um caso especial no universo sonoro indie e alternativo, pois pertence a uma geração que sempre se colou a uma sonoridade mais rock ou, pelo menos, algo distante do som típico deste projeto que batizou de Porcelain Raft. Depois do inebriante EP de estreia, Curve, de 2010, e principalmente do EP seguinte, Gone Blind, de 2011, este projeto foi ganhando respeito no seio da crítica devido às colagens eletrónicas, as vozes enigmáticas e o clima soturno das suas composições, com os dois discos anteriores a este Microclimate não só a confirmarem as enormes expetativas de elevada bitola qualitativa do projeto, mas também a alargarem a amplitude e a abrangência sonora do mesmo.

Assim, e porque o cardápio sonoro de Porcelain Raft é cada vez mais heterógeneo e abrangente convém, antes de colocar um olhar e um ouvido clínicos em Microclimate, fazer uma espécie de exercício de auto contextualização e definir sobre que prisma queremos interpretar estas doze canções. Perceber a forma como cada um de nós observa a música pode ser um exercício interessante. Para alguns apenas importa a sonoridade, para outros o importante são as letras e ainda há aqueles que deliram com pequenos pormenores instrumentais. Há ainda quem procure a expressão de sentimentos, se a música te faz deprimir, rir, saltar ou dançar. Se juntarmos a isso o que está na moda, aquilo que são as tendências, tudo se baralha ainda mais. Depende de tudo, como é óbvio. Porcelain Raft está também condicionado, como não podia deixar de ser, por esta visão caleidoscópica da música e acaba por nos contagiar também com tal abrangência.

Portanto, em Microclimate, a primeira pedra do edifício que Porcelain Raft escolheu para sustentar a sua música é aquela dream pop muito colorida e reluzente, ora mais tímida ora mais extrovertida, com as batidas e o clima de Kookaburra e Distant Shore, por exemplo, a colocarem os anos oitenta em ponto de mira e com Rising a perpetuar este olhar de um modo mais introvertido e sentimental. E depois, porque esse também é um aspeto primordial da sua filosofia melódica e interpretativa, deu elevado relevo à sua voz andrógena, que ajuda imenso a que tudo soe mágico e intenso em temros de nitidez no modo com expressa as sensações que a sua escrita pretende transmitir. Em Big Sur, canção inspirada numa localidade com o mesmo nome da Califórnia que Remiddi visitou e que o inspirou para este disco, é exemplar o modo como ele implora a uma terceira pessoa que regresse do casulo onde vive e o acompanhe vida fora e no mundo real, porque tudo irá ficar bem de novo (before you know it, all the answers are on the way).

Microclimate é o termo científico utilizado para designar uma área relativamente pequena cujas condições atmosféricas diferem da zona exterior e que surgem porque há barreiras geomorfológicas ou elementos naturais que confinam tal espaço. Remiddi terá escolhido este título para o seu terceiro álbum porque quer que cada uma das canções do seu alinhamento tenha uma identidade própria e única e que cada uma delas nos transporte para um universo psicossomático diferente e inédito. Missão cumprida. Espero que aprecies a sugestão...

Porcelain Raft - Microclimate

01. The Earth Before Us
02. Distant Shore
03. Big Sur
04. Rolling Over
05. Rising
06. Kookaburra
07. The Greatest View
08. Bring Me To The River
09. Accelerating Curve
10. The Poets Were Right
11. Zero Frame Per Second
12. Inside The White Whale

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publicado por stipe07 às 18:16

Nosound – Scintilla

Segunda-feira, 19.12.16

Os italianos Nosound são vistos como uma das mais influentes bandas de alt/art rock da Europa, já que combinam, com particular mestria, influências que vão da psicadelia setentista de século passado ao rock alternativo da década seguinte, passando por alguns dos traços mais caraterísticos do rock progressivo atual. Este projeto começou a solo em 2005, pelas mãos de Giancarlo Erra, mas rapidamente cresceu para uma banda de cinco músicos, com Marco Berni, Alessandro Luci, Paolo Vigliarolo e Giulio Caneponi a serem os companheiros atuais de Erra nesta aventura, que também já contou com os músicos Paolo Martellacci, Gigi Zito, Gabriele Savini e Mario Damico.

Uma sonoridade intensa e bastante evocativa encabeçada por nomes tão distintos como Brian Eno e Pink Floyd por um lado ou Sigur Rós e Porcupine Tree por outro, é aquela que abastece Scintilla, o nome do quinto e novo registo de originais destes Nosound, dez canções embrulhadas por uma produção impecável e que nos emergem numa intensa catarse de letargia sentimental proporcionada com apurado bom gosto.

Logo na introdutória Short Story sentimos nos ombros toda a carga emocional do universo Nosound. Logo depois, na cândura vocal de Erra e na beleza melancólica de Last Lunch, que nos conserva e nos alivia, somos clarificados acerca do enorme poder que a música pode ter no nosso amago e no modo como remexe com causas que achávamos perdidas e convenções que eram, para o nosso cerne, verdades insofismáveis.

A música de Scintilla possibilita este abanão estimológico, numa espécie de profecia que abrigada pelas asas onde planam os metais de Little Man ou pela guitarra que divaga em Sogno E Incendio, nos faz crer que nem sempre tudo aquilo que julgamos resolvido, para o bem ou para o mal, não possa ser visto de uma outra perspetiva e acabar por ser alvo de uma diferente abordagem. A eternidade que dura cada nota da guitarra deste último tema dá-nos o fôlego suficiente para nos apropriarmos daquela réstia de coragem que falta para que tudo se revire e em The Perfect Wife o modo como o baixo oscila entre o querer estar no primeiro plano do processo de construção melódica e, a partir de determinado ponto, numa posição de menor protagonismo, cimenta esta ténue fronteira entre aquilo que é o que é, mas nem sempre é o que realmente parece ser. A própria atmosfera do tema homónimo e os raios de luz que o piano e a distorção da guitarra nos oferecem nessa canção, traduzem este sentimento que se baseia num misto de eterna dúvida acerca das felizes certezas que vamos construindo e na nossa predisposição para não fazermos de conta que a vida é mesmo assim, um constante sobressalto para quem se resigna a viver numa realidade de confortáveis aparências. Espero que aprecies a sugestão...

Nosound - Scintilla

01. Short Story
02. Last Lunch
03. Little Man
04. In Celebration Of Life
05. Sogno E Incendio
06. Emily
07. The Perfect Wife
08. Love Is Forever
09. Evil Smile
10. Scintilla

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publicado por stipe07 às 17:49

a violet pine - Turtles

Quinta-feira, 15.10.15

A vinte e três de setembro chegou aos escaparates, por intemédio da T.a. Rock Records, Turtles, o segundo disco dos italianos a violet pine, uma banda italiana que se divide entre Barletta, Bergamo e Milão e formada por Giuseppe Procida, Pasquale Ragnatela e Paolo Ormas e que aposta no post rock com pitadas de shoegaze no processo de composição melódica.

Nos a violet pine não existem limites, regras e concessões para o ruído, na mesma proporção da ausência de caos para a expansão do mesmo. Uma guitarra a desafiar permanentemente os limites do que é humanamente audível, mas sempre com um consistente entalhe melódico, um baixo cuja vibração das cordas parece ter sido captada no fundo da gruta mais escura e cavernosa a que a banda teve acesso, uma bateria tão crua como a força de um braço quando bate sem receio da dor e sintetizadores que nunca reclamam no instante de oferecer efeitos abrasivos, constituem a mistura instrumental nada anárquica, mas bastante heterogénea de que este trio se serve no momento de compôr. Estes são, claramente, todos os vetores sonoros que têm orientado a carreira dos a violet pine e Turtles sobrevive à luz dessa base sonora bastante peculiar e climática, com propostas ora banhadas por um doce toque de psicadelia a preto e branco, nomeadamente o espetacular single New Gloves, ora consumidas por um teor ambiental denso e complexo, como se confere no ranger metálico de New Game, ou no emaranhado de batidas e efeitos que sustentam o tema homónimo.

Independentemente da abordagem que é feita em cada canção e que varia imenso, com Have Fun, por exemplo, a piscar o olho a uma toada mais comercial e acessível, o que este disco nos oferece sem rodeios é um indie rock fulgurante, visceral infeccioso e incisivo, claramente marcado pela nostalgia dos anos oitenta, quase sempre envolvida numa embalagem frenética, embrulhada com vozes e sintetizadores num registo predominantemente grave, sombrio e ligeiramente distorcido.

Além de The Game, o tema de abertura, ser uma excelente porta de entrada para Turtles, porque contendo uma riqueza instrumental imensa, é também uma canção algo assustadora, friamente dividida em várias secções que, à medida que surgem, ampliam o cariz sombrio da canção e engrandecem o clima da mesma, Last Year é outra composição de audição imprescindível para se perceber como funcionam e se clarificam as transições sonoras em que os a violet pine apostam, notando-se a experimentação de diferentes estilos, com ecos bem audíveis de post punk e até uma faceta algo gótica, à qual não sera alheia a forte herança deixada por projetos como os Depeche Mode, se bem que estes italianos fazem-no com um forte carimbo experimental.

É evidente a mestria com que os a violet pine executam aquilo que pretenderam arquitetar em Turtles e impressiona a forma como enquadram todas estas referências num estilo muito próprio e inédito. Apreciar esta coleção algo invulgar de canções e todas as dinâmicas que propõe é um exercício auditivo simultâneamente complexo e recompensador, porque estamos na presença de uma amálgama sonora bastante calculada e muito bem construída. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 21:43

A Violet Pine - New Gloves

Quarta-feira, 03.06.15

A vinte e três de setembro irá chegar aos escaparates, por intemédio da T.a. Rock Records, Turtles, o segundo disco dos italianos A Violet Pine, uma banda italiana que se divide entre Barletta, Bergamo e Milão e formada por Giuseppe Procida, Pasquale Ragnatela e Paolo Ormas e que aposta no post rock com pitadas de shoegaze no processo de composição melódica.

New Gloves é o primeiro avanço divulgado de Turtles, um indie rock fulgurante, visceral infeccioso e incisivo, claramente marcado pela nostalgia dos anos oitenta, sustentado num baixo bastante grave, guitarras plenas de distorção e uma secção rítmica exemplar. Em setembro voltarei aos A Violet Pine para uma crítica completa a Turtles. Até lá, delicia-te com este single imperdível. Confere...

 

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publicado por stipe07 às 17:34

Cairobi - Distan Fire EP

Sexta-feira, 13.03.15

Com músicos da Inglaterra, México, Itália e Áustria, mas baseados atualmente em Londres, os Cairobi são Giorgio Poti, Salvador Garza, Stefan Miksch, Alessandro Marrosu e Aurelien Bernard, um coletivo que se lançou nos lançamentos discográficos com Distante Fire, um EP que viu a luz do dia a dezasseis de fevereiro.

Animados e melancólicos, mas plenos de energia e focados numa enorme dedicação à causa, estes Cairobi não complicam na altura de exaltar o retro, mesmo que nos dias de hoje exista já alguma saturação relativamente ao vintage e são um claro exemplo de que quando a música é boa, esse tipo de projeções e comparações tornam-se inócuos e a data da gravação pouco importa, sendo apenas um mero detalhe formal sem qualquer valor.

Zoraide é a canção que abre o alinhamento de Distante Fire, uma junção sónica e psicadélica de um verdadeiro caldeirão instrumental e melódico, um momento de pura experimentação, assente numa colagem de várias mantas de retalhos que nem sempre se preocupam com a coerência melódica e que, por isso e por ser extremamente dançável, deverá ser objeto do maior deleite e admiração. Esta é, acreditem, uma canção que desperta-nos para um paraíso de glória e esplendor e subjuga momentaneamente qualquer atribulação que nesse instante nos apoquente. Depois, o batuque e as cordas de Perfect Strangers convencem-nos definitivamente que estamos a escutar algo grandioso, mas sempre controlado, um sentimento plasmado num épico festim que parece implodir a qualquer instante e que o carrocel instrumental de Human Friend, consumindo-nos com um arsenal de efeitos, flashes e ruídos que correm impecavelmente ao longo da melodia, ajuda a cimentar.

O instrumental Please encerra o EP estendendo-se graciosamente por uma passadeira vermelha, à boleia de um belíssimo instante de folk psicadélica. Esta é a canção mais melancólica do EP, um ordenado caos, onde cada fragmento tem um tempo certo e uma localização e tonalidade exatas, seja debitado por um instrumento orgânico ou resultado de uma programação sintetizada e que prossegue a sua demanda triunfal até ao último segundo com insanidade desconstrutiva e psicadélica, onde também cabe aquela incontestável beleza e coerência dos detalhes que nos fazem levitar.

Com quatro canções que se sucedem articuladas entre si e de forma homogénea, com cada uma, sem exceção, a contribuir para a criação de um bloco denso e criativo, cheio de marcas sonoras relacionadas com vozes convertidas em sons e letras que praticamente atuam de forma instrumental e onde tudo é dissolvido de forma homogénea, Distant Fire está longe de revelar todos os seus segredos logo na primeira audição e eleva estes Cairobi para um elevado patamar qualitativo de cenários e experiências instrumentais. Espero que aprecies a sugestão...

Zoraide

Perfect Strangers

Human Friend

Please

 

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publicado por stipe07 às 21:22

Shirley Said - Salvation (video)

Quarta-feira, 25.02.15

shirleysaid_press_960

Uma das novas apostas da etiqueta Lost In The Manor é a dupla italiana Shirley Said, natural de Latina, nos arredores de Roma e formada por Giulia Scarantino e Simone Bozzato. A eletrónica experimental, que chega a raiar a fronteira do techo minimal, é a pedra de toque destes Shirley Said, uma eletrónica sensual e algo abstrata, mas bastante sofisticada e de forte cariz ambiental.

Depois de terem divulgado o vídeo de Merry Go Round, um filme dirigido e produzido por Gabriel Beretta e com Yin Lee a ficar a cargo da maquilhagem espetacular de Giulia, agora chegou a vez de ser conhecido o filme de Salvation, o lado a de um single que vai ser editado, apenas em formato digital, a vinte e três de março.

Nesta canção tudo se movimenta como uma massa de som em que o mínimo dá lugar ao todo, ou seja, os detalhes são, sem dúvida, parte fundamental da funcionalidade e da beleza da obra da dupla, sendo impecável o modo como exploram essa unidade e as várias nuances sonoras que aplicam, de um modo que instiga, hipnotiza e emociona. Quanto ao video, a junção de paisagens amplas e naturais, com elementos abstratos, funciona como uma metáfora interessante da sonoridade dos Shirley Said que, fazendo juz à descrição deste single acima plasmada, gravita na fusão de dois universos sonoros ambivalentes, onde o sintético e o orgânico se fundem. Confere...

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publicado por stipe07 às 17:55

Shirley Said - Merry Go Round (video)

Quinta-feira, 22.01.15

shirleysaid_press_960

Uma das novas apostas da etiqueta Lost In The Manor é a dupla italiana Shirley Said, natural de Latina, nos arredores de Roma e formada por Giulia Scarantino e Simone Bozzato. A eletrónica experimental, que chega a raiar a fronteira do techo minimal, é a pedra de toque destes Shirley Said, uma eletrónica sensual e algo abstrata, mas bastante sofisticada e de forte cariz ambiental.

A dupla acaba de divulgar o vídeo de Merry Go Round, um filme dirigido e produzido por Gabriel Beretta e com Yin Lee a ficar a cargo da maquilhagem espetacular de Giulia. Na canção tudo se movimenta como uma massa de som em que o mínimo dá lugar ao todo, ou seja, os detalhes são, sem dúvida, parte fundamental da funcionalidade e da beleza da obra da dupla, sendo impecável o modo como exploram essa unidade e as várias nuances sonoras que aplicam, de um modo que instiga, hipnotiza e emociona. Confere...

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publicado por stipe07 às 21:13

Cairobi - Zoraide

Quinta-feira, 04.12.14

Cairobi

Com músicos da Inglaterra, México, Itália e Áustria, mas baseados atualmente em Londres, os Cairobi são Giorgio Poti, Salvador Garza, Stefan Miksch, Alessandro Marrosu e Aurelien Bernard, um coletivo prestes a lançar-se nos lançamentos discográficos com Distante Fire, um EP que vai ver a luz do dia a dezasseis de fevereiro do próximo ano.

Zoraide é a canção que abre o alinhamento de Distante Fire, uma junção sónica e psicadélica de um verdadeiro caldeirão instrumental e melódico, um momento de pura experimentação, assente numa colagem de várias mantas de retalhos que nem sempre se preocupam com a coerência melódica e que, por isso e por ser extremamente dançável, deverá ser objeto do maior deleite e admiração. Esta é, acreditem, uma canção que desperta-nos para um paraíso de glória e esplendor e subjuga momentaneamente qualquer atribulação que nesse instante nos apoquente. Confere...

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publicado por stipe07 às 18:28

Deckard - Noble Gases EP

Domingo, 02.11.14

O italiano Beppe Massara faz música como Deckard e fez-me chegar à redação Noble Gases, um curioso EP de seis canções, desde logo pelo conceito que as envolve, explícito no título das mesmas. Editado já a trinta de maio pela etiqueta T.a. Rock Records, Noble Gases sucede ao disco Bit Bullets (2010) e foi trabalhado integralmente por Beppe Massara, já que foi ele quem também cuidou dos arranjos, gravação e produção dos temas. Nele escutam-se as participações especiais de Alberto Fiori e Francesco Guerri, em alguns detalhes instrumentais e da argentina Carolina Pintos, com a voz.

Helium, Neon, Argon, Krypton, Xenon e Radon são os seis gases nobres da natureza, elementos quimícos que existem naturalmente, têm caraterísticas comuns e que além de serem incolores e inodores e de possuirem baixa radioactividade, fazem parte do mesmo grupo da Tabela Periódica dos Elementos, nomeadamente o 18.

Compostas no início deste ano, as canções revivem o período aúreo da eletrónica europeia das últimas três décadas do século passado e, seguindo uma mesma inspiração, têm algumas nuances que as distinguem, um pouco à imagem do que sucede com os elementos quimicos que recriam. Dominadas por sintetizadores e com alguns arranjos que incluem samples de vozes, teclas de pianos e cordas de viola, são canções que recriam uma atmosfera sonora intimista, mas também algo cibernética e futurista. 

Da chillwave melancólica de Helium e da mais acessivel Neon, ao techno minimal de Krypton, passando pelo space pop de Xenon, o alinhamento cheio de efeitos robóticos carregados de poeira, parece funcionar como uma justaposição de vários blocos de som sintetizado e de experiências livres de qualquer formalismo ou regra e que só se justificam numa espécie de tratado de natureza hermética, onde esse bloco de composições não é mais do que partes de uma só canção de enormes proporções, já que é fluída a interligação entre os vários gases, como se estivessemos diante de uma obra única com a duração de pouco mais de trinta minutos.

Deckard é um dos segredos mais bem guardados da eletrónica europeia e neste EP mostra a sua visão desta tendência atual que é olhar para o passado e misturar várias influências, artistas e legados que há várias décadas gravitam em torno de diferentes conceitos sonoros e diversas esferas musicais e reinventar tudo isso com uma visão mais contemporânea. 

 

1.Helium

2.Neon

3.Argon

4.Krypton

5.Xenon

6.Radon

 

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publicado por stipe07 às 21:38






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