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MGMT – Loss Of Life

Sábado, 16.03.24

Já viu a luz do dia Loss Of Life, o novo registo de originais da dupla MGMT e o quinto da carreira da banda natural de Middletown, no Connecticut e formada por Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser. Sucessor do álbum Little Dark Age, de dois mil e dezoito, Loss Of Life foi produzido por Patrick Wimberly e os próprios MGMT, misturado por Dave Fridmann e chegou aos escaparates com a chancela da Mom+Pop.

MGMT Announce New Album Loss of Life, Share Video for New Song: Watch |  Pitchfork

Projeto fundamental no momento de enunciar algum do catálogo sonoro essencial da pop psicadélica das últimas duas décadas, os MGMT chegam ao quinto disco mantendo a já mítica salutar demanda pela quebra de expetativas do público relativamente às suas propostas e, ao mesmo tempo, tentando cimentar um adn que, no fundo, talvez se caraterize mesmo por essa curiosa teimosia e, consequentemente e de modo a praticá-la exuberantemente, pela apropriação de todo um vasto espetro sonoro e instrumental, que do rock progressivo setentista à folk contemporânea, não encontre fronteiras ou zonas cinzentas. No fundo, tudo serve para a dupla criar e este Loss Of Life espelha essa liberdade criativa que sempre caraterizou os MGMT e que continua a fazer deles um projeto único e de importância imcomparável. 

Assim, escuta-se Loss Of Life de mente aberta, um trabalho, já agora, filosoficamente encharcado nos ordinários dilemas existenciais dos dias de hoje, e somos brindados com um festim sonoro exuberante e repleto de nuances, detalhes e experimentações das mais diversas proveniências. Por exemplo, se a divertida canção Bubblegum Dog coloca, sem atalhos, os MGMT numa rota curvilínea que interseta nuances acústicas com guitarras distorcidas que exalam um clima experimental intenso, tudo rematado por uma vasta gama de efeitos cósmicos, materializando uma espécie de alt-rock psicadélico, de forte pendor psicotrópico, épico, majestoso e progressivo, já Nothing To Declare caminha num sentido algo oposto, colocando as fichas numa folk de cariz eminentemente acústico, com as cordas de uma viola a serem acompanhadas por uma bateria de elevado pendor jazzístico, um suporte orgânico trespassado por alguns detalhes e nuances sintéticas. Ao mesmo tempo, Mother Nature espelha uma sempre indispensável faceta radiofónica que, num misto de acessibilidade e primor técnico interpretativo, confere ao disco um trunfo comercial que nunca é de descurar, ainda por cima quando inaugura o catálogo da banda numa nova etiqueta.

Estas três canções, que são momentos altíssimos de Loss Of Life, mostrando a tal imprevisibilidade constante, acabam, curiosamente, ou talvez não, por subjugar todo o universo MGMT que cativou milhões de fãs no mundo inteiro, devido a esta charmosa falta de homonegeidade que, no fundo, só comprova a tremenda veia criativa dos autores, sempre prontos a imiscuir-se nos mais diversos territórios intrumentais. É como se através delas a dupla executasse um exercício simbiótico minuciosamente estruturado de toda a sua discografia anterior, com o perfume jazzístico intimista de People In The Streets, a exuberância das cordas que se arrastam com propósito pela planante Nothing Changes e o festim sintético que nos faz levitar em Wish I Was Joking, a servirem como armas de arremesso contra todos aqueles que ousem colocar em causa esta filosofia comprometida com aquele salutar vale tudo em que assente Loss Of Life.

Disco equilibrado, simultaneamente colorido e sagaz e melodicamente delicado, rico e intenso, Loss Of Life é mais um puro instante de lisergia sonora, um registo luminoso e que não deixa de conter um certo groove. Confirmando o já habitual cariz psicotrópico das criações sonoras dos MGMT, Loss Of Life tem aquele travo feminino que cai bem nos dias de hoje, sem descurar um lado mais contemplativo, misterioso e visceral que é imagem de marca do melhor pop rock psicadélico, mostrando, uma vez mais, que há sempre algo de festivo e, de certo modo, também descomprometido e descontraído neste subgénero do indie, eminentemente nostálgico. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 10:20

Retimbrar - Do Mesmo Cordão

Sexta-feira, 15.03.24

No passado dia oito de março, para assinalar o Dia Internacional da Mulher, os Retimbrar, projeto sedeado no Porto e que fez furor por cá em dois mil e dezasseis com o álbum de estreia Voa Pé, lançaram uma música intitulada O Mesmo Cordão, composta e escrita por mulheres, numa colaboração desenvolvida com as Suspiro, um coro jovem do Orfeão de Ovar composto por dezanove mulheres entre os catorze e os vinte e um anos.

A tradição pujante dos Retimbrar | Música | PÚBLICO

É de inquietações que nasce esta canção, um desabafo feito canção que irrompe a várias vozes com o desejo de soltar amarras e exprimir o interior de uma mulher em chamas que assiste à expansão de um universo feminino que é seu, debaixo de constantes adaptações: com lutas para apaziguar e sonhos por concretizar. Lutas que são de todes, que dependem de um compromisso e que não se esgotam num dia. Sonoramente, Do Mesmo Cordão foi incubada numa oficina sonora muito peculiar, onde cordas, sopros e percussão, foram misturando-se livremente, dançando em conjunto e alternando o protagonismo, sem invejas ou falsos altruísmos, porque o propósito maior é comum e serve de igual modo à preservação da imensa e rica prole instrumental portuguesa.

O videoclipe foi realizado por Adriana Romero e traz para a luz do dia, a atmosfera noturna da música, entre caniçais e pântanos do Lugar da Moita, em Ovar, que vai do Rio Cáster à Laguna de Aveiro. Assiste-se ao debate de mulheres consigo mesmas que se repercutem em acções coletivas e vice-versa. Mulheres que entre a intimidade de uma confidência e a urgência de libertar, arrastam consigo a comunidade de que, juntas, são capazesDe uma natureza que se impõe, emergem figuras escultóricas que lembram a contraditória relação com representações antigas que o tempo se encarrega de desconstruir. E da relação entre a imaterialidade e o concreto, nasce o que a própria natureza humana trata de descodificar, projetando sonhos que encerram a trama com um encontro.

Entretanto, os Retimbrar estão a apurar as palavras, os timbres, os arranjos e a desvendar pistas para o que há de ser um novo disco, mais de um ano após o lançamento do seu segundo álbum, um trabalho intitulado Levantar do Chão. Além disso, os oito músicos do projeto estão prestes a voltar à estrada, a bordo daquilo que são os sonhos, desafios e inquietações de uma humanidade veloz e voraz., estando apontado o seu regresso aos palcos a partir de amanhã, dia dezasseis de Março, com as seguintes datas:
- 16 Março - “Cultura em Expansão”, Associação de Moradores do Bairro Social da Pasteleira, Porto
- 20 de Abril - Centro Interpretativo do Monte Padrão, Santo Tirso
- 25 Abril - “50 Anos do 25 de Abril”, Grande Auditório do Fórum da Maia

Confere...

 

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publicado por stipe07 às 18:59

Amen Dunes – Boys

Segunda-feira, 11.03.24

O projeto norte-americano Amen Dunes, assinado por Damon McMahon, tem finalmente novidades, um disco novo chamado Death Jokes. É um arrojado alinhamento de catorze temas, que deverá encarnar um festim de canções pop ruidosas, exemplarmente picotadas e fragmentadas e que penetrarão profundamente, apostamos, no nosso subconsciente. Death Jokes irá chegar aos escaparates em maio, com a chancela da Sub Pop Records, a nova etiqueta do músico e irá suceder ao excelente disco Freedoom, lançado em dois mil e dezoito.

Amen Dunes Shares New Song and Video “Boys”: Watch | Pitchfork

Deste Death Jokes de Amen Dunes escutámos, há cerca de um mês, o single Purple Land, uma curiosa e espetacular canção, deste projeto natural de Filadélfia, atualmente sedeado em Los Angeles, encharcada com alguns tiques do melhor rock alternativo contemporâneo e agora chega a vez de conferirmos a segunda canção extraídado disco e a sexta do alinhamento, intitulada Boys. Trata-se de um tema em que crueza e delicadeza se entrecruzam de modo quase imeprcetível, com diversos arranjos percussivos eletrónicos e samples a enlearem-se com teclas e cordas de um modo crescente, replicando alguns dos típicos traços identitários de uma espécie de folk psicadélica, com uma considerável vertente experimental associada. Confere o vídeo de Boys, assinado por Steven Brahms...

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publicado por stipe07 às 16:47

Wilderado – Sometimes vs Tomorrow

Domingo, 03.03.24

Com origem em Tulsa, no Oklahoma, os norte-americanos Wilderado de Max Rainer, Tyler Wimpee e Justin Kila, são um dos nomes mais excitantes da nova vaga do indie folk alternativo do lado de lá do atlântico e estão de regresso aos holofotes com um excitante e delicioso par de composições. São dois temas intitulados Sometimes e Tomorrow, os primeiros avanços do novo disco do projeto, um trabalho intitulado Head Right, que irá ver a luz do dia ainda este ano, com a chancela da Bright Antenna Records.

Wilderado's “Sometimes” B/W “Tomorrow” Spans Their Career And Arrives On 7  Inch – Wildfire Music + News

Disponíveis em formato digital e numa edição em vinil de sete poegadas, Sometimes e Tomorrow foram produzidas por Chad Copelin (Sufjan Stevens, SYML) e James McAlister (Gracie Abrams, The National) e são duas composições intensas e que conseguem estabelecer uma forte proximidade com o ouvinte, em especial Sometimes, um oásis de acusticidade intimista. Já Tomorrow tem uma toada mais épica e vibrante, já que encontra o seu sustento numa batida sintetizada plena de charme, guitarras insinuantes, teclados incisivos e um registo vocal amiúde modificado, mas pleno de alma e de um sentimento e que nos enche de paixão e luz. Confere...

Wilderado-Sometimes-Tomorrow.jpg

 

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publicado por stipe07 às 18:53

Basalto - Loners

Domingo, 25.02.24

Guilherme de Sousa é a mente criativa que lidera um novo projeto sonoro nacional bastante interessante chamado Basalto. O músico nasceu em Viana do Castelo há trinta anos, onde concluiu o quinto grau de clarinete e formação musical. Ingressou na ACE no Porto, em dois mil e nove e continuou a estudar teatro na ESMAE. Em dois mil e dezasseis, frequentou a Pós-Graduação em Dança Contemporânea, promovida pela ESMAE e pelo Teatro Municipal do Porto. Três anos depois fundou, com Pedro Azevedo, a associação cultural BLUFF e agora, em dois mil e vinte e quatro, estreia-se nos lançamentos discográficos à boleia de um EP intitulado Blunt Knives.

Basalto antecipa EP de estreia com single "Blunt Knives" - LOOK mag

Este EP de estreia de Basalto contém seis canções e resultou da criação musical que Guilherme de Sousa desenvolveu nos últimos dois anos. Para gravar o alinhamento o autor contou com a colaboração dos músicos Rui Gaspar (First Breath After Coma), Sofia Ribeiro (LINCE, We Trust) e Mariana Leite Soares.

Partindo de uma experiência autobiográfica, procurou o seu lugar próprio num universo musical melancólico, sombrio e de sonoridades tristesO recurso autobiográfico para a composição dos temas facilmente se dilui na construção de uma ficção, esmorecendo os factos que fariam dele um auto-retrato fidedigno - as tristezas são empoladas e os dramas exacerbados. Sonoramente, o EP plasma várias abordagens musicais e inspirações, ainda que todas bastante ancoradas numa influência cinematográfica, pelos seus arranjos e melodias de tonalidade triste e melancólica, num tom sempre dramático, imaginadas para ambientes noturnos e pelas suas nuances sombrias, de beats arrastados e lânguidos.

Depois de terem sido já retirados do EP os singles Little Boy Big TearsMelt In You e a homónima, tema que propunha um mergulho um tanto sombrio nos meandros da tristeza. Agora chega a vez de conferirmos Loners, canção pop bastante dançável e que amplifica o ambiente misterioso e cinematográfico que caracteriza todo o EP. É um tema sobre solidão partilhada a dois, sobre as diferentes linguagens do amor e sobre o aconchego de um mundo desenhado à medida de uma relação particular. Loners fala, num tom satírico, dos momentos em que sentimos o nosso conforto afetivo ameaçado por estímulos do exterior e das estratégias que usamos para nos mantermos resguardados desse “exterior” a todo o custo atrás dos muros que levantamos. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:59

Lo Moon – Water

Quarta-feira, 14.02.24

Pouco mais de um ano depois do extraordinário álbum A Modern Life, a revigorante indie pop psicadélica dos norte-americanos Lo Moon de Matt Lowell está de regresso à boleia de mais uma amostra daquele que irá ser o terceiro registo de originais do projeto de Los Angeles, que se estreou em dois mil e dezoito com um disco homónimo. Assim, depois de em pleno outono último termos escutado Evidence, agora chega a vez de conferirmos Water, outra canção que vai fazer parte de I Wish You Way More Than Luck, um álbum misturado por Alan Moulder e que vai chegar aos escaparates a cinco de abril, com a chancela do consórcio Thirty Tigers / The Orchard.

Lo Moon Release Two New Tracks From Forthcoming Album 'Water' & 'Connecticut'

Evidence debruçava-se sobre a vontade que todos devemos ter de aprender com os nossos erros, começando por contemplar a inocência das primeiras relações amorosas e a jornada existencial que nesse instante das nossas vidas todos iniciamos e o modo como a mesma pode fazer de nós melhores companheiros e pessoas. Water, tema produzido por Mike Davis (Ratboys, Pool Kids, Great Grandpa), que tem como b side Connecticut, mantém esse cunho de intimidade e de busca de identificação por parte do ouvinte. Sonoramente assenta numa viola acústica que vai recebendo de braços abertos outras cordas eletrificadas repletas de distorções insinuantes, num resultado final majestoso, épico, nostálgico e vibrante. Confere Water e o vídeo do tema dirigido por Warren Fu, que também já tinha constado dos créditos do filme de Evidence...

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publicado por stipe07 às 17:19

The Decemberists – Burial Ground

Segunda-feira, 12.02.24

Seis anos depois de I’ll Be Your Girl, os norte-americanos The Decemberists têm finalmente novidades. Trata-se de um novo single intitulado Burial Grund que, de acordo com notícias entretanto reveladas, pode ser o pontapé de partida para a divulgação de mais canções nas próximas semanas, composições que poderão fazer parte de um novo disco do projeto liderado por Colin Meloy, o nono da carreira, ainda em dois mil e vinte e quatro.

The Decemberists: “Burial Ground” - Música Instantânea

Com a participação especial vocal de James Mercer, dos The Shins, Burial Ground é uma música pop na verdadeira aceção da palavra, ao mesmo tempo que se mantém fiel ao melhor adn dos The Decemberists que, nas propostas mais recentes, preservando a herança daquele tão caraterístico indie folk rock norte-americano, têm optado por um efusivo piscar de olhos à pop de cariz mais sintético e retro que fez escola na década de oitenta do século passado.

Sonoramente a canção desenvolve-se a partir de um trecho melódico que Colin sonhou e que murmurou para o seu telemóvel na mesma noite, agregando cordas luminosas, um registo percussivo vigoroso e diversas sintetizações que oferecem à composição aquele travo punk new wave tão peculiar e que canções como Severed, ou We All Die Young, desse disco I’ll Be Your Girl, tão bem replicaram. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:52

Andrew Belle – Swimmers (Hushed)

Quinta-feira, 08.02.24

Nascido em Chicago, no Illinois e dono de uma das vozes mais apaixonantes do universo sonoro contemporâneo, Andrew Belle é também um dos intérpretes mais interessantes da indie pop do lado de lá do atlântico, um artista que conhece, com minúcia e destreza, como replicar um ambiente sonoro multicolorido e espetral, sendo claramente influenciado pela paisagem multicultural de Los Angeles, cidade onde o músico vive atualmente.

Dive Deep | Andrew Belle

Em dois mil e vinte e um Andrew Belle lançou o quarto disco da sua carreira, um trabalho intitulado Nightshade, um lindíssimo alinhamento de dez canções que contou nos créditos com James McAlister, habitual colaborador de Belle. Nightshade estava repleto de canções intensas e charmosas, que escorriam à sombra de um clima claramente pop, que jogava em três tabuleiros distintos, o R&B, a folk e a eletrónica.

Quase três anos depois do lançamento de Nightshade, um dos seus grandes momentos, o tema Swimmers, que abria o alinhamento do registo, acaba de ser revisto por Andrew Belle. A nova versão de Swimmers intitula-se Swimmers (Hushed), coloca de lado os sintetizadores do original e, apenas com a viola e o piano, a canção ganha um clima ainda mais envolvente e etéreo, sem colocar em causa a sua estrutura melódica, num resultado final que nos leva numa viagem bastante impressiva por um mundo muito peculiar e intimista. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:43

J Mascis – What Do We Do Now

Terça-feira, 06.02.24

Pouco mais de meia década depois de Elastic Days, J Mascis, o líder dos míticos Dinosaur Jr, acaba de nos prendar com mais uma nova adição ao seu catálogo a solo. É um disco intitulado What Do We Do Now, um alinhamento de dez canções que viu a luz do dia recentemente, com a chancela da Sub Pop Records.

J Mascis - 'What Do We Do Now' album review

Sem novidades, e ainda bem, são as guitarras as grandes estrelas cintilantes de What Do We Do Now. Quer a nível melódico, quer no que diz respeito ao cardápio dos arranjos e do perfil interpretativo das mesmas, é esse o instrumento de eleição do edifício sonoro do disco, não fosse J Mascis um dos guitarristas mais proeminentes das últimas quatro décadas.

De facto, logo em Can't Believe Were Here, num misto reluzente entre rock alternativo noventista e um certo adn folk, fica carimbada a identidade de quase quarenta e cinco minutos que se escutam de um só travo e quase sem se dar por isso. O processo parece simples, mas comprova imensa experiência e traquejo, qualidades só ao alcance de um intérprete do calibre deste génio natural de Amherst, no Massachusetts e que, para gravar o álbum, teve a ajuda irrepreensível de Ken Mauri, teclista dos B-52 e de Matthew Doc Dunn, músico canadiano, natural de Ontário. As canções nascem a partir de uma base acústica bem delineada, que marca, inclusivamente, o seu ritmo e depois a bateria e os solos elétricos são adicionados, sempre com enorme bom gosto e obedecendo a um perfil sonoro que nos leva, num abrir e fechar de olhos, até à herança do melhor indie rock alternativo dos anos noventa do século passado.

Mesmo quando nos deparamos com um registo mais rugoso e intrincado, como em What Do We Do Now, ou quando em temas como I Can't Find You somos embalados por uma tonalidade mais contemplativa e jazzística, canções como Old Friends, um verdadeiro clássico de rock pulsante, ou Set Me Down, um curioso exercício hipnótico de agregação de diversas nuances percurssivas, definem, de modo contundente, uma identidade vincada, uma jovialidade e uma luminosidade festivas que se saúdam e que atestam também o habitual excelente humor e positivismo de J Mascis.

Em suma, e como seria de esperar, What Do We Do Now contém todas as marcas identitárias de um perfil interpretativo que foi sempre imagem de marca de um autor que nunca deixou de colocar na linha da frente uma indispensável radiofonia, sem deixar de tocar no âmago de quem o escuta com superior atenção e devoção. Este disco é um exercício bem sucedido de materialiação de uma coerência que não é sinónimo de redundância e que resultou num trabalho animado, radioso e com todos os ingredientes para se tornar num verdadeiro clássico de rock puro e duro, pulsante e de superior quilate, deste ano civil. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 17:47

Pete Astor – Model Village

Quinta-feira, 25.01.24

Quase ano e meio depois de Time On Earth e meia década depois do muito recomendável registo One For The Ghost, o britânico Pete Astor, músico já veterano nestas andanças, tendo ao longo da sua carreria dado a cara por bandas tão proeminentes como os The Loft ou os The Weather Prophets, está de regresso com um novo single intitulado Model Village. Esta nova canção de Pete Astor é o primeiro avanço revelado de um novo álbum do músico intitulado Tall Stories & New Religions, que irá ver a luz do dia a quinze de Março com a chancela da Tapete Records.

Tall Stories & New Religions | Pete Astor

A comemorar quarenta anos de carreira, Pete Astor resolveu olhar para trás e ir ao baú buscar algumas das primeiras canções que gravou, dando-lhes uma diferente roupagem e, assim, uma nova vida. São músicas que apareceram pela primeira vez em registos de combos liderados por Astor, como os pioneiros da Creation Records The Loft e The Weather Prophets e os artistas da Matador The Wisdom of Harry, bem como em seleções de álbuns a solo que apareceram em editoras como a Danceteria e a Static Caravan. Para as recriar novamente Pete Astor contou om a ajuda inestimável de vários músicos de relevo, nomeadamente o baterista Ian Button (Death in Vegas, Papernut Cambridge, Go Kart Mozart), o baixista Andy Lewis (Paul Weller, Soho Radio e Blow Up DJ), o guitarrista Wilson Neil Scott (Summerhill, Felt, Everything But the Girl) e o teclista/ multi-instrumentista/ produtor Sean Read (Dexys, Mark Lanegan, Dave Gahan, Iggy Pop, Manic Street Preachers, Beth Orton, Chrissie Hynde…).

De acordo com o autor, algumas músicas foram efetivamente reexaminadas da mesma forma que alguém se pode debruçar sobre uma imagem ressonante de uma caixa de fotografias antigas, conectando-se com a essência de um eu mais jovem. Outras canções foram recentemente reformuladas em tons mais sábios e reflexivos, enquanto outras simplesmente exigiram a exumação de uma não produção deliberadamente opaca e lo fi

Canção animada, luminosa e encharcada naquela sonoridade pop folk algo cósmica e luminosa e ligeiramente lo fi, Model Village acaba por personificar na perfeição aquele que deverá ser o espírito sonoro de Tall Stories & New Religions, já que na canção o músico demonstra toda a sua destreza com a viola e a guitarra e a capacidade inata que possui para criar música conseguindo abarcar vários géneros e estilos do universo sonoro indie e alternativo e comprimi-los em algo genuíno e com uma identidade muito própria. Confere...

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publicado por stipe07 às 17:47






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