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The Underground Youth – Another Country

Terça-feira, 11.07.23

Naturais de Manchester, em Inglaterra, mas sedeados em Berlim, na Alemanha, os Underground Youth de Craig Dyer estão prestes a regressar aos discos à boleia de Nostalgia's Glass, um alinhamento de dez canções que terá a chancela da Fuzz Club e que será o décimo primeiro da carreira de um projeto que assume beber influências em nomes tão proeminentes como os The Brian Jonestown Massacre, The Velvet Underground, ou Bob Dylan.

THE UNDERGROUND YOUTH — SPACE AGENCY

Another Country é o último single retirado do alinhamento de Nostalgia's Glass. É uma intuitiva composição de forte cariz nostálgico e retro, assente numa guitarra vintage, tocada com argúcia de modo a replicar uma toada western spaghetti algo hipnótica e curiosa, sobre a qual a voz de Craig deambula livremente, num resultado final minimalista e cru e que tanto abraço o típico indie rock lo fi sessentista, quer o de cariz mais psicotrópico da década seguinte, ambas do século passado. Confere...

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publicado por stipe07 às 15:58

Pink Turns Blue – Not Gonna Take It

Terça-feira, 30.08.22

Os alemães Pink Turns Blue têm no seu núcleo duro a dupla formada por Thomas Elbern (vox, guitars) e Mic Jogwer (vox, bass, and keyboards), que se inspirou num clássico dos Hüsker Dü para dar nome a um projeto que viu a luz do dia em mil novecentos e oitenta e cinco em Berlim. Hoje são um trio porque, entretanto, a ambos juntou-se o baixista Luca Sammuri. Fazem, portanto, parte da primeira geração de bandas que, na Alemanha, cimentaram o rock gótico, que tem, de há quatro décadas para cá, nesse país da Europa um vedadeiro viveiro de bandas do género.

Pink Turns Blue – An Interview with German Darkwave Pioneers - CVLT Nation

Tendo já um apreciável catálogo em carteira, que vale bem a pena destrinçar com minúcia, que começou em mil novecentos e oitenta e sete com o disco If Two Worlds Kiss e que teve como mais recente capítulo o registo Tainted, o décimo da carreira do trio, lançado o ano passado, os Pink Turns Blue preparam-se para regressar aos lançamentos com um EP intitulado Tainted Tour 2022 EP e que, como o próprio nome indica, pretende, em quatro canções, celebrar o regresso dos Pink Turns Blue à estrada, para promover Tainted, depois do período pandémico que fez com que o grupo adiasse uma digressão mundial que teria passagem privilegiada pela América do Norte.

Not Gonna Take It, composição que insere o ouvinte com elevado grau de clareza no adn sonoro típico dos Pink Turn Blues, é o primeiro single revelado deste EP, um tema que reflete sobre o estado atual do mundo em que vivemos, nomeadamente a ditadura do capitalismo e a conjuntura politica atual. É uma majestosa canção, feita com aquele rock que impressiona pela rebeldia com forte travo nostálgico e que contém uma sensação de espiral progressiva de sensações, que tantas vezes ferem porque atingem onde mais dói. Fá-lo assentando num punk rock de forte cariz progressivo, com uma originalidade muito própria e um acentuado cariz identitário, por procurar, em simultâneo, uma textura sonora aberta, melódica e expansiva, mas sem descurar o indispensável pendor lo fi e uma forte veia experimentalista, abertamente nebulosa e cinzenta. Essa atmosfera é percetivel no perfil detalhista das distorções da guitarra, no vigor do baixo, nos sintetizadores vibrantes e, principalmente, num registo percurssivo compacto, que funciona com a amplitude necessária para dar à canção uma sensação plena de epicidade e fulgor. Confere...

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publicado por stipe07 às 15:54

Callaz - Queima Essa Ideia

Quarta-feira, 23.12.20

Sempre ligada à música e residindo em Londres, Maria Soromenho foi Styling Assistant em projectos como Alicia Keys, Peaches, Laura (Ultraísta), Loreen, Josephine e Arlissa. Em dois mil e treze criou a marca Maria Soromenho, um projecto de criação de roupa e lenços de seda, muito ligado e inspirado pelo universo musical. Quatro anos depois, em dois mil e dezassete, estreou-se nas canções com um EP intitulado Beer, Dog Shit & Chanel N°5 (EP), produzido por Filipe Paes, assinando as suas criações sonoras com o pseudónimo Callaz. A pop experimental desse EP solarengo e que plasmava picos de ansiedade, memórias turvas e afectos sob um filtro retro, foi bem aceite pela crítica e deu à autora alento para continuar a compôr, chegando, logo no ano seguinte, mais um EP, este intitulado Gaslight, produzido pela dupla Primeira Dama e Chinaskee e que confirmou as ambições da estreia.

Callaz anuncia novo disco “Dead Flowers & Cat Piss” – Glam Magazine

O formato longa duração chegou o ano passado com um registo homónimo de dez temas que fundiam eletropop e indie rock e que começou a ser incubado logo após o lançamento de Gaslight, durante uma digressão que levou a artista a Los Angeles, mas também a vários locais do continente europeu (Suécia, Islândia, Alemanha e Espanha), onde foi aproveitando para explorar ao vivo alguns dos seus temas que grava depois em Lisboa, com a ajuda do produtor Adriano Cintra e apresenta em Nova Iorque, em prestigiadas salas como The Bowery Electric ou a Rockwood Music Hall.

No início do verão deste ano, Callaz inicia uma estreita colaboração com Helena Fagundes (Vaiapraia e As Rainhas do Baile, Clementine, The Dirty Coal Train, The Watchout Sprouts, Ex Naive), que conheceu através da banda do próprio irmão, Vaiapraia. Começaram por gravar uma música, Atonal Heavy Metal Song, como teste desta colaboração e logo depois surgiu o tema Aghast. Contente com o resultado destas duas canções, Callaz enviou em poucos dias mais oito demos a Helena e com isso criaram o disco Dead Flowers & Cat Piss que será editado a dezanove de Fevereiro próximo. Será um trabalho guiado pela filosofia DIY, com poucos recursos, em estúdios caseiros e feito por Callaz e Helena Fagundes sem qualquer outra intervenção.

Queima Essa Ideia é o primeiro single extraído do alinhamento de Dead Flowers & Cat Piss, uma canção auto-biográfica repleta de inspirados samples e beats e produzida em Neukölln, Berlim, pela artista Ah! Kosmos, durante uma estadia recente de Callaz nessa metrópole alemã. Confere...

Spotify: https://open.spotify.com/artist/2oyuRoX2vsfxbFjSapy4bJ?si=oltBYuUoQmWtaYQgxIMs5g

Facebook: https://www.facebook.com/callazcallazcallaz/

Instagram: https://www.instagram.com/_callaz/

Bandcamp: http://callaz.bandcamp.com/

Soundcloud: https://soundcloud.com/callaz-music

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publicado por stipe07 às 16:29

The Notwist – Where You Find Me

Terça-feira, 22.12.20

Considerados por muitos como verdadeiros pais do indie rock, os The Notwist, liderados pelos irmãos Archer, regressaram no verão deste ano aos lançamentos discográficos com Ship, um EP que quebrou um hiato de mais de meia década e que viu a luz do dia à boleia da berlinense Morr Music. Esse EP já tem sucessor e no formato longa-duração, com o álbum Vertigo Days que irá ver a luz do dia já em janeiro de dois mil e vinte e um, à boleia da mesma etiqueta alemã e que conta com as participações especiais de Juana Molina, Ben Lamar Gay, Zayaendo, Angel Bat Dawid e Saya dos Tenniscoats.

LISTEN: German Indie Rockers The Notwist Return With Experimental Beauty  "Where You Find Me" - Glide Magazine

Where You Find Me é o mais recente single divulgado de Vertigo Days, uma composição que assenta numa batida linear e num constante desfile de cordas com forte timbre metáluco, atestando o cariz camaleónico deste projeto, ao mesmo tempo que captura aquela tonalidade mais sintética e minimal que marcou o registo Neon Golden que este coletivo alemão lançou no início deste século. Confere Where You Find Me e a tracklist de Vertigo Days...

The Notwist - Where You Find Me

1. Al Norte
2. Into Love / Stars
3. Exit Strategy To Myself
4. Where You Find Me
5. Ship (feat. Saya)
6. Loose Ends 05:31
7. Into The Ice Age (feat. Angel Bat Dawid)
8. Oh Sweet Fire (feat. Ben LaMar Gay)
9. Ghost
10. Sans Soleil
11. Night‘s Too Dark
12. *stars*
13. Al Sur (feat. Juana Molina)
14. Into Love Again (feat. Zayaendo)

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publicado por stipe07 às 21:38

Fink – Bloom Innocent

Terça-feira, 12.11.19

Cinco anos depois do excelente álbum Hard Believer e três do credível e não menos exuberante sucessor, o registo Resurgam, o projeto Fink de Fin Greenall (voz, guitarra), um músico britânico com quase meio século de vida, natural de Bristol e que, deambulando entre Londres e Berlim, vai-se destacando não só como músico, mas também como compositor e produtor para outros projetos, está de volta com Bloom Innocent, oito canções que encarnam o alinhamento mais intimista, negro e intrincado do músico, mas que mesmo assim não deixam de continuar a catapultá-lo para o já habitual nível qualitativo de excelência das suas propostas, numa das carreiras mais menosprezadas do cenário indie contemporâneo.

Resultado de imagem para Fink Bloom Innocent

Gravado na intimidade do seu estúdio caseiro de Berlim, o local onde Fin se sente mais confortável e feliz a compôr e onde, de acordo com o próprio, consegue manter a sua sanidade mental, sempre em risco de resvalar devido à frustração inerente às agruras e à insatisfação de qualquer processo criativo, com destaque para o musical, Bloom Innocent contém as composições mais complexas da carreira de Fink, assentes em guitarras repletas de efeitos e timbres etéreos e uma complexidade melódica ímpar, que tanto apela à meditação e ao recolhimento, como à celebração de tudo aquilo que de bom podemos retirar das coisas mais simples da vida, o tema preferido da escrita deste compositor único.

Assim, num projeto que também tem como atributo maior a belíssima voz de Fin e o exemplar trabalho de produção de Flood, que já tinha colocado as mãos em Resurgam, canções como Bloom Innocent, o tema homónimo de abertura, feito de uma melodia que tem por base uma bateria, um insinuante piano e a voz de Fink impregnada de soul, às quais vão sendo adicionados vários detalhes e elementos, incluindo o som de um teclado e algumas cordas, ou o clima intrigante e vincadamente experimental e orgânico de We Watch The Stars, são perfeitos para nos transportar para um disco essencialmente acústico e com uma forte toada blues. Depois, na indisfarcável tonalidade chill de Once You Get A Taste, no modo preciso como cordas e tambor se revezam no controle em Out Loud, no modo inteligente como as vozes se sobrepôem à crescente trama instrumental, ampliando o travo dramático de That's How I See You Now e no piscar de olhos à música negra e ao r&b em I Just Want A Yes, contemplamos um disco com uma elevada componente cinematográfica e reflexia, uma materialização não tão exuberante como alguns antecessores, mas igualmente assertiva, de todos os atributos que Fink, um artista tremendamente dotado, guarda na sua bagagem sonora, assente numa filosofia estilística de forte cariz eclético.

Bloom Innocent está recheado de sons inteligentes e solidamente construídos, que nos emergem em ambientes carregados de ritmos e estruturas sonoras muitas vezes falsamente minimalistas e que têm como grande atributo poderem facilmente fazer-nos acreditar que a música pode ser realmente um veículo para o encontro do bem e da felicidade coletivas. Espero que aprecies a sugestão...

Fink - Bloom Innocent

01. Bloom Innocent
02. We Watch The Stars
03. Once You Get A Taste
04. Out Loud
05. That’s How I See You Now
06. I Just Want A Yes
07. Rocking Chair
08. My Love’s Already There

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publicado por stipe07 às 20:39

The KVB – Only Now Forever

Quinta-feira, 18.10.18

Foi no passado dia doze de outubro à boleia da Invada Records que chegou aos escaparates Only Now Forever, o sexto registo de originais da carreira dos londrinos The KVB, mais uma banda a apostar na herança do krautrock e do garage rock, aliados com o pós punk britânico dos anos oitenta. Liderados pela dupla Nicholas Wood e Kat Day, o núcleo duro do projeto, os The KVB gravaram este Only Now Forever em Berlim, no apartamento que a banda tem nessa cidade alemã, depois de um ano de dois mil e dezasseis particularmente intenso e repleto de concertos.

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Only Now Forever é um extraordinário registo sonoro em cuja concepção a dupla esmerou-se na construção de composições volumosas e conduzidas por um som denso, atmosférico e sujo, que encontra o seu principal sustento nas guitarras, na bateria e nos sintetizadores, instrumentos que se entrelaçam na construção de canções que espreitam perigosamente uma sonoridade muito próxima da pura psicadelia.

Com vários instantes sonoros relevantes, nomeadamente o compositório eletrónico que sustenta a voluptuosa epicidade de Above Us, o clima hipnótico do ecos e do som repetitivo das teclas de On My Skin e a melodia enleante de Only Now Forever, o tema homónimo do disco, três dos vários momentos altos deste agregado, Only Now Forever está recheado de canções onde os sintetizadores se posicionam numa posição cimeira, mas onde a primazia melódica foi entregue às guitarras, sempre acompanhadas por um baixo vibrante que nos recorda a importância que este instrumento ainda tem no punk rock mais sombrio que influencia tanto e tão bem esta banda. E há que realçar que os The KVB conseguem aliar às cordas desse instrumento, cuja gravidade exala ânsia, rispidez e crueza, uma produção cuidada, arranjos subtis e uma utilização bastante assertiva da componente maquinal.

Only Now Forever é mais uma cabal demonstração do modo exemplar como os The KVB são capazes de se insinuar nos nossos ouvidos com uma toada geral de elevado travo orgânico e fazem-no de modo inédito, porque são poucos os projetos contemporâneos que conseguem aliar desta forma a monumentalidade das cordas eletrificadas e da percurssão, com uma abundância de arranjos delicados, quer sintéticos, quer feitos com metais minimalistas. De facto, enquanto muitas bandas procuram a inovação na adição de uma vasta miríade de influências e tiques sonoros, que muitas vezes os confundem e dispersam enquanto calcorreiam um caminho que ainda não sabem muito bem para onde os leva, os The KVB já balizaram com notável exatidão o farol que querem para o seu percurso musical. Espero que aprecies a sugestão...

The KVB - Only Now Forever

01. Above Us
02. On My Skin
03. Only Now Forever
04. Afterglow
05. Violet Noon
06. Into Life
07. Live In Fiction
08. Tides
09. No Shelter
10. Cerulean

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publicado por stipe07 às 21:42

Jaguwar - Ringthing

Quarta-feira, 31.01.18

Uma das novas coqueluches da Tapete Records são os Jaguwar, projeto que nasceu em Berlim, na Alemanha, um trio formado inicialmente por Oyémi e Lemmy em 2012 aos quais se juntou Chris dois anos depois. Editaram dois Eps através da americana Prospect Records e tocaram ao vivo numa série de países como Inglaterra, Dinamarca, França, Sérvia, Alemanha, entre outros, partilhando o palco com nomes tão importantes como os We Were Promised Jetpacks, Japandroids e The Megaphonic Thrift, entre outros.

A estreia na Tapete Records foi a doze de janeiro de último com Ringthing, o longa duração de estreia do grupo. São dez canções que nasceram depois de o trio, armado com um impressionante leque de aparelhos de efeitos, guitarras, baixos e amplificadores e apoiado por um prodigioso abastecimento de café e cigarros, ter-se instalado nos estúdios Tritone Studio em Hof, na Baviera. Um dos grandes destaques do álbum é Crystal, canção que se insere naquele universo sonoro que mistura rock e pop, com uma toada noise e um elevado pendor shoegaze. O tema assenta numa guitarra rugosa e plena de efeitos metálicos, acompanhada por uma bateria falsamente rápida, e esta dupla é a mesma que vai ser depois o grande suporte das canções, em volta da qual gravitarão diferentes arranjos, quer orgânicos, quer sintéticos, geralmente com um teor algo minimal. Na verdade, além desse destaque, canções como a ritmada Lunatic, que sobrevive à custa de um efeito agudo metálico ou, em oposição, a mais climática e contemplativa Gone, expôem de modo esclarecido, como o som destes Jaguwar é assumidamente indie e plana entre a experimentação e o psicadelismo.

Ao longo deste, disco liderado pelas guitarras, ouve-se canções fáceis e ao mesmo tempo complexas, com variações, ruídos e efeitos variados. Existiu, sem dúvida, um aturado trabalho de produção, nenhum detalhe foi deixado ao acaso e houve sempre a intenção de dar algum sentido épico e grandioso às canções, arriscando-se o máximo até à fronteira entre o indie e o post rock. Espero que aprecies a sugestão...

 

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publicado por stipe07 às 18:32

Jaguwar - Crystal

Quinta-feira, 30.11.17

Uma das novas coqueluches da Tapete Records são os Jaguwar, projeto que nasceu em Berlim, na Alemanha, um trio formado inicialmente por Oyémi e Lemmy em 2012 aos quais se juntou Chris dois anos depois. Editaram dois Eps através da americana Prospect Records e tocaram ao vivo numa série de países como Inglaterra, Dinamarca, França, Sérvia, Alemanha, entre outros, partilhando o palco com nomes tão importantes como os We Were Promised Jetpacks, Japandroids e The Megaphonic Thrift, entre outros.

A estreia na Tapete Records será a doze de janeiro de 2018 com Ringthing, o longa duração de estreia do grupo. São dez canções que nasceram depois de o trio, armado com um impressionante leque de aparelhos de efeitos, guitarras, baixos e amplificadores e apoiado por um prodigioso abastecimento de café e cigarros, ter-se instalado nos estúdios Tritone Studio em Hof, na Baviera. Delas já se conhece Crystal, canção que se insere naquele universo sonoro que mistura rock e pop, com uma toada noise e um elevado pendor shoegaze. Já com direito a vídeo, o tema assenta numa guitarra rugosa e plena de efeitos metálicos, acompanhada por uma bateria falsamente rápida, e esta dupla é a mesma que vai ser depois o grande suporte das canções, em volta da qual gravitarão diferentes arranjos, quer orgânicos, quer sintéticos, geralmente com um teor algo minimal. Confere...

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Ulrika Spacek – Modern English Decoration

Sábado, 10.06.17

Lançado no passado dia dois de junho através da Tough Love Records, Modern English Decoration é o mais recente capítulo da saga discográfica dos britânicos Ulrika Spacek de Rhys Edwards e Rhys William, um disco que à semelhança de The Album Paranoia, o registo de estreia editado no início de 2016, foi gravado, produzido e misturado numa galeria de arte chamada KEN e à qual os Ulrika Spacek e os três músicos que os acompanham, Ben White, Callum Brown e Joseph Stone, chamam de sua casa, a bolha onde se refugiam para compôr, idealizar vídeos e expressar-se através de outras formas de arte além da música.

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A filosofia de composição musical destes Ulrika Spacek baliza-se através de um assomo de crueza tingido com uma impressiva frontalidade quer lírica quer sonora. Na complacência enganadora de Mimi Pretend há uma guitarra rugosa e plena de efeitos metálicos, acompanhada por uma bateria falsamente rápida, e esta dupla é a mesma que vai ser depois o grande suporte das canções, em volta da qual gravitarão diferentes arranjos, quer orgânicos, quer sintéticos, geralmente com um teor algo minimal. E se a guitarra nunca perde identidade, a bateria mantém-se precisa no modo como confere alma e robustez ao ritmo de cada composição. Depois, há um baixo implacável na marcação à zona e todo este arsenal instrumental é rematado por uma voz geralmente reverberizada e que se arrasta. É um rock que impressiona pela rebeldia com forte travo nostálgico e por aquela sensação de espiral progressiva de sensações, que tantas vezes ferem porque atingem o âmago, bastanto ouvir Protestant Work Slump para se tomar contacto com esta autenticidade que desmascara quem arrisca entrar no jogo de sedução ímpar que Modern English Decoration proporciona.

Canções do calibre de Dead Museum, quase cinco minutos de um cósmico devaneio soul ou, em oposição, a indulgência acústica intensamente reflexiva do tema homónimo, plasmam também uma das maiores virtudes destes Ulrika Spacek que é a capacidade de conseguirem divagar por diferentes ângulos e espetros dentro de um universo sonoro bastante específico. Isso sucede porque corre-lhes nas veias aquela atitude claramente experimental e enganadoramente despreocupada, expressa numa vontade óbvia de transformar cada composição numa espécie de jam session, através de uma espécie de colagem de vários momentos de improviso. Se nas cordas de Saw A Habit Forming aquela pop sessentista ácida e psicotrópica, encontra o poiso ideal para se espraiar, o modo quase cínico como em Full Of Men os Ulrika Spacek nos levam a sorrir e a abanar a anca ao som de uma canção que se insinua continuamente por causa do modo algo desconexo como se vai desenvolvendo ritmíca e melodicamente, acaba por ser a expressão máxima deste modo bastante textural, orgânico e imediato de criar música e de fazer dela uma forma artística privilegiada na transmissão de sensações que não deixam ninguém indiferente.

Modern English Decoration atesta a segurança, o vigor e o modo criativamente superior como este grupo britânico entra em estúdio para compôr e criar um shoegaze progressivo que se firma com um arquétipo sonoro sem qualquer paralelo no universo indie e alternativo atual. Um dos discos obrigatórios do ano, claramente. Espero que aprecies a sugestão...

Ulrika Spacek - Modern English Decoration

01. Mimi Pretend
02. Silvertonic
03. Dead Museum
04. Ziggy
05. Everything, All The Time
06. Modern English Decoration
07. Full Of Men
08. Saw A Habit Forming
09. Victorian Acid
10. Protestant Work Slump

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publicado por stipe07 às 00:05

Glass Vaults - Bleached Blonde

Quarta-feira, 19.04.17

Os Glass Vaults são uma banda oriunda de Wellington, na Nova Zelândia e em cujo regaço melancolia e lisergia caminham lado a lado, duas asas montadas em canções que nos oferecem paisagens multicoloridas de sons e sentimentos, arrepios que nos provocam, muitas vezes, autênticas miragens lisérgicas e hipnóticas enquanto deambulam pelos nossos ouvidos num frágil balanço entre uma percussão pulsante, uma eletrónica com um vincado sentido cósmico e uma indulgência orgânica que se abastece de guitarras plenas de efeitos texturalmente ricos e a voz de Larsen que, num registo ecoante e esvoaçante, coloca em sentido todos os alicerces da nossa dimensão pessoal mais frágil e ternurenta. E tudo isto sente-se com profundo detalhe, numa banda que por vir dos antípodas parece carregar nos seus ombros o peso do mundo inteiro e não se importar nada com isso, algo que nos esclareceu com veemência Sojourn, o longa duração de estreia destes Glass Vaults, editado em 2015 à boleia da Flying Out e que sucedeu a Glass (2010) e Into Clear (2011), dois eps que colocaram logo alguma crítica em sobressalto.

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Agora, quase dois anos depois desse auspicioso início de carreira no formato longa duração, o trio está de regresso aos discos com The New Happy, um trabalho que irá ver a luz do dia a doze de maio através de Melodic Records e de cujo alinhamento já se conheceu, há alguns dias, um tema intitulado Brooklyn e agora uma segunda composição intitulada Bleached Blonde. Esta última é uma belísima composição marada por uma percussão de elevado cariz étnico, cruzada por um efeito de uma guitarra plena de swing, um verdadeiro festim de cor e alegoria, onde tudo é filtrado de modo a reproduzir toda a magnificiência que costuma marcar as propostas sonoras de uns Glass Vaults que impressionam pela orgânica e pelo forte cariz sensorial. Parece confirmar-se que New Happy será um disco com um som esculpido e complexo e com um encadeamento que nos obrigará a um exercício exigente de percepção fortemente revelador e claramente recompensador. Confere...

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publicado por stipe07 às 21:39






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