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Aaron Thomas – Mouth Of The City

Quinta-feira, 22.02.24

Natural de Adelaide, na Austrália, Aaron Thomas está de regresso aos discos em dois mil e vinte e quatro com Human Patterns, um álbum que está previsto aterrar nos escaparates a dezassete de maio e já com um fabuloso single de apresentação divulgado, intitulado Mouth Of The City.

Aaron Thomas - “Mouth of the City” — UpToHear

pic Lucy Spartalis

É nas asas de uma envolvente, crua e íntima, mas também vibrante, indie folk psicadélica, que plana Mouth Of The City. A canção sustenta-se melodicamente numa vibrante guitarra, que acompanha exemplarmente uma bateria que replica um ritmo lento constante e exemplarmente marcado, sustentando, ao longo de pouco mais de quatro minutos, uma tensão contínua.

Este modus operandi exala uma melancolia sagaz, que provoca uma sensação de proximidade com o ouvinte amiúde até algo sombria, mas sempre tremendamente aditiva, num resultado final bastante imersivo e emotivo e que contém uma forte espiritualidade. Mouth Of The City é uma canção intensa, incapaz de deixar o ouvinte mais incauto completamente preso a uma cartilha sonora ímpar no panorama alternativo atual. Confere...

 

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publicado por stipe07 às 17:00

The Rubens – Liquid Gold

Terça-feira, 13.02.24

Depois de no ano de dois mil e vinte e três terem chamado a atenção da crítica com os singles Pets and Drugs e Good Mood, os australianos The Rubens voltam a estar debaixo dos holofotes devido a um novo tema intitulado Liquid Gold.

The Rubens - Wikipedia

Esta nova canção da banda natural de Menangle, na Austrália e formada pelos irmãos Izaac Margin, Sam Margin e Elliott Margin e os seus amigos Scott Baldwin e William Zeglis, é um efusiante e enérgico tratado de indie pop, uma canção luminosa, angulosa, melodicamente solarenga e bastante radiofónica, apesar de liricamente ser uma impressiva narrativa que aborda questões relacionadas com a autodestruição.

O próprio vídeo de Liquid Gold, assenta na perfeição no seu conteúdo sonoro, já que contém filmagens feitas pelo vocalista Sam Margin, numa visita recente que fez ao Rio de Janeiro, capturando alguma da essência e do colorido dessa cidade brasileira. Confere...  

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publicado por stipe07 às 17:36

Pond – Neon River

Domingo, 04.02.24

Pouco mais de dois anos após 9, um disco que colocou os Pond voltados para ambientes sonoros com elevado sentido melódico e uma certa essência pop, numa busca de uma maior acessibilidade e abrangência, a banda liderada por Nick Allbrook, baixista dos Tame Impala, está de regresso com um novo tema intitulado Neon River, que ainda não traz atrelado o anúncio de um novo disco do projeto australiano.

Pond share psychedelic new single 'Neon River' and announce world tour dates

Neon River é uma composição de forte cariz lisérgico, um oásis de luminosidade alimentado por cordas exuberantes, que tanto debitam uma sensibilidade acústica ímpar, como se deixam alimentar por um combustível eletrificado que inflama raios flamejantes que cortam a direito distorções inebriantes, plenas de fuzz e acidez, sendo depois trespassadas por sintetizações cósmicas efervescentes, num resultado final que, qual odisseia em tecnicolor, mistura com mestria synth pop com rock psicadélico. Confere...

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publicado por stipe07 às 20:32

OS Melhores Discos de 2023 (20-11)

Quinta-feira, 28.12.23

Man On The Moon EP1 - YouTube

20 - Sigur Rós - ÁTTA

ÁTTA é um novo marco e um passo em frente, seguro e maduro, na discografia dos Sigur Rós. Em quase uma hora, o trio avança, talvez definitivamente, rumo à musica de cariz mais clássico e erudito, deixado para trás as guitarras inflamadas em agrestes distorções e uma imponência percurssiva, tantas vezes inigualável, que só o baterista Orri Páll Dýrason sabia como replicar, para se deleitar com um manuseamento tremendamente delicado, despudoradamente calculado e indisfarçadamente belo, do sintético, mesmo se trombones, violinos, harpas ou trompetes continuem a fazer parte da equação. No entanto, é curioso o modo como mesmo através desta guinada conceptual e interpretativa, os Sigur Rós continuam a manter intacto aquele adn muito próprio e único que nos transporta sempre para a típica paisagem vulcânica islandesa, fria e inóspita, já que, à semelhança da restante discografia do trio, este alinhamento é para ser escutado como um único bloco de som, compacto, hermético e aparentemente minimalista, mas rico em detalhes, experiências, nuances e paisagens, como é, num obrigatório e feliz paralelismo, um país tão belo, intrigante e rico como a Islândia.

19 - Dignan Porch - Electric Threads

Noções como crueza, simplicidade, imediatismo, rudeza e aspereza, mas também nostalgia e melancolia, assaltam facilmente a mente de quem escuta, pacientemente, Electric Threads, disponibilizando-se, assim, a embarcar numa viagem contundente rumo aquela indie lo fi e psicadélica do último meio século, que não descura, para se espraiar plena de luz e cor, um travo surf que é sempre tão apelativo. Aparentemente sem grandes pretensões mas, na verdade, de forma claramente calculada, Electric Threads volta a colocar os holofotes sobre os Dignan Porch, já mestres a recriar um som ligeiro, agradável, divertido e simples, mas verdadeiramente capaz de nos empolgar, tendo o louvável intuíto de nos fazer regressar ao passado.

18 - The New Pornographers - Continue As A Guest

Continue As A Guest é um intrincado jogo de luzes e reflexos em forma de música, um disco cheio de brilho e cor em movimento, que tem um alinhamento alegre e festivo e que parece querer exaltar, acima de tudo, o lado bom da existência humana. É, no seu busílis, uma trama orquestral complexa, um festim intrumental em que percussão, sintetizadores, sopros e guitarras, assim como as vozes de Newman e Case, se alternam e se sobrepôem em camadas, à medida que dez composições fluem naturalmente, sem se acomodarem ao ponto de se sufocarem entre si, num caldeirão sonoro criado por um elenco de extraordinários músicos e artistas, que sabem melhor do que ninguém como recortar, picotar e colar o que de melhor existe neste universo sonoro ao qual dão vida e que deve estar sempre pronto para projetar inúmeras possibilidades e aventuras ao ouvinte, assentes num misto de power pop psicadélica e rock progressivo.

17 - Ulrika Spacek – Compact Trauma

Compact Trauma volta a colocar os Ulrika Spacek na órbitra da sua já habitual sonoridade punk, feita com fortes reminiscências naquela faceta sessentista ácida e psicotrópica, burilada, como sempre, com um timbre metálico de guitarra rugoso, acompanhado, quase sempre, por uma bateria em contínua contradição. A filosofia de composição musical destes Ulrika Spacek baliza-se através de um assomo de crueza, tingido com uma impressiva frontalidade, quer lírica quer sonora. Compact Trauma é mais um contínuo exercício insinuante de tornar aquilo que é descrito habitualmente, na música, como algo aparentemente desconexo e texturalmente incómodo, em algo que, quer ritmíca, quer melodicamente, é grandioso, sedutor e instigador, enquanto expressa, com nota máxima, um modo bastante textural, orgânico e imediato de criar música e de fazer dela uma forma artística privilegiada na transmissão de sensações que não deixam ninguém indiferente. De facto, Compact Trauma atesta a segurança, o vigor e o modo criativamente superior como este grupo britânico entra em estúdio para compôr e criar um shoegaze progressivo que se firma com um arquétipo sonoro sem qualquer paralelo no universo indie e alternativo atual.

16 - Teenage Fanclub - Nothing Lasts Forever

A ideia de luz é o foco central de um portentoso alinhamento de dez canções que, no seu todo, encarnam um tratado de indie rock com aquele perfil fortemente radiofónico que sempre caracterizou os Teenage Fanclub. De facto, Nothing Lasts Forever, um álbum encharcado em positividade, sorridente melancolia, inocente intimismo e ponderado pendor reflexivo, é um caminho seguro, retílineo e consistente rumo aquele indie rock que provoca instantaneamente sorrisos de orelha a orelha, independentemente do estado de espírito inicial. É um disco cheio de canções leves, melodicamente sagazes e, se forem analisadas tendo em conta o catálogo já vasto do projeto, são imperiosas no modo como, com uma intensidade nunca vista no quinteto, desbravam caminho até uma mescla contundente entre os primórdios da indie folk, a britpop e o melhor rock oitocentista. Nothing Lasts Forever é calor e luz, mas ouve-se em qualquer altura do ano. Intenso, poético e cheio de alma, exala um sedutor entusiasmo lírico, uma atmosfera sempre amável e prova que, quando os intérpretes têm qualidade, escrever e compôr boa música não é uma ciência particularmente inacessível. Aliás, para os Teenage Fanclub nunca foi.

15 - Jonathan Wilson - Eat The Worm

Eat The Worm é uma obra criativa única e indispensável, incubada por um autor que gosta de cantar e contar na primeira pessoa e assumir, ele próprio, o protagonismo das histórias que nos relata, enquanto prova ao mundo inteiro, mais uma vez, que é imcomparável a recriar diferentes personagens, cenas e acontecimentos, geralmente sempre dentro de um mesmo território criativo, neste caso o cinema. Sonoramente, é uma paleta sonora pintada com rock sinfónico de primeira água, um fabuloso tratado sonoro, tremendamente cinematográfico, que materializa uma espécie de colagem de vários trechos díspares num único alinhamento, enquanto abraça um elevado leque de influências que vão do jazz à folk, passando pelo rock psicadélico e progressivo.

14 - GUM - Saturnia

Nas dez canções de Saturnia Jay Watson executa, com elevada mestria, um exercicio criativo de mescla de diferentes influências, que abraçam todo um arco sonoro que vai do rock progressivo com adn setentista, à pop sinfónica de década seguinte, passando por alguns dos detalhes essenciais do jazz, da folk, do R&B e da própria eletrónica. Existe uma vibe psicadélica incomum, mas prodigiosa, em toda esta amálgama repleta de guinadas, interseções, detalhes inesperados, trechos de puro experimentalismo e, acima de tudo, preenchida com um travo de fragilidade e inocência incomuns.

13 - Woods - Perennial

Perennial é mais uma guinada no percurso sonoro dos Woods. Mantendo o perfil eminentemente indie folk, trespassado por algumas das principais nuances do rock alternativo contemporâneo, é um disco que coloca elevado ênfase num indisfarçável clima jazzístico. O registo coloca a nú a cada vez mais elaborada e eficazmente arriscada filosofia experimental interpretativa de um grupo bastante seguro a manusear o arsenal instrumental de que se rodeia, apostando em composições com arranjos inéditos e que são melodicamente abordados e construídos através de uma perspetiva que se percebe ter resultado de um trabalho aturado de criação que, tendo pouco de intuitivo, diga-se, plasma, com notável impressionismo, a enorme qualidade musical dos Woods. Um dos traços que mais impressionam na audição de Perennial é a quase presunçosa segurança que os autores demonstram na criação e na interpretação de canções que, tendo claramente o adn Woods, não são assim tão óbvias para os ouvintes que conheçam com profundidade a carreira do grupo. Esta sagacidade e esta altivez servem para aumentar ainda mais a pontuação de um trabalho que, sendo eminentemente crú e envolvido por um doce travo psicadélico, passeia por diferentes universos musicais sempre com superior encanto interpretativo e sugestivo pendor pop, traves mestras que melodicamente colam-se com enorme mestria ao nosso ouvido e que justificam, no seu todo, que este seja um dos melhores registos do já impressionante catálogo de uma banda fundamental do rock alternativo contemporâneo.

12 - King Creosote - I DES

Personalidade exímia no modo como retrata uma Escócia repleta de especificidades, com uma cultura milenar e uma história ímpar de sobrevivência, Kenny Anderson utiliza a música como forma de homenagear a terra onde nasceu e sempre viveu, conseguindo, em simultâneo, colocar-nos bem no epicentro de tudo aquilo que o define enquanto pessoa, artista e cidadão. I DES, o seu novo tomo de dez canções e o quinto de uma já notável carreira com a assinatura King Creosote, é um notável catálogo de indie folk majestosa, imponente e, melhor do que isso, melodicamente tocante. Todas as composições do registo têm uma faceta incrivelmente enleante, no modo como nos cativam e nos seduzem, porque mesmo que narrem histórias de angústia, luta contra adversidades, ou de esperança em melhores dias, deixam-nos boquiabertos e, de certo modo, hipnotizados, perante uma indisfarçável beleza melódica que, como é óbvio, só se explica perante a enorme detreza criativa e interpretativa do autor. Um registo percurssivo quase sempre arritmado e vigoroso, teclados hipnóticos e um vasto catálogo de sopros das mais diversas proveniências instrumentais, preenchem o catálogo instrumental de I DES, um álbum portentoso e em que angústia e libertação são sensações que se fundem, quase sem se dar por isso, um modus operandi que resulta num clímax onde não falta um invulgar travo psicadélico. 

11 - Local Natives - Time Will Wait For No One

Time Will Wait for No One é um álbum com uma atmosfera sonora enérgica, mas também com instantes de densidade algo inéditos no percurso discográfico dos Local Natives. É, claramente, um daqueles trabalhos em que uma banda resolve voltar a baralhar e a dar de novo, fazendo-o sem renegar, como é óbvio, o seu passado, mas querendo, com muita força e criatividade, explorar novos caminhos e possibilidades. Assim, neste registo impecavelmente produzido, o quinteto continua a caminhar dentro de uma atmosfera bem delineada e de uma constante proximidade entre as vertentes lírica e musical, algo que ficou logo bem patente logo em Gorilla Manor, a obra de estreia que alicerçou definitivamente o rumo sonoro dos Local Natives, mas o percurso é agora feito num ambiente mais efervescente, opção que demonstra, com objetividade, uma maior consciência musical e um modus operandi ainda mais renovado, emotivo e delicioso.

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publicado por stipe07 às 20:02

Gang Of Youths – Have Yourself A Merry Little Christmas (Judy Garland cover)

Sexta-feira, 22.12.23

Como tem sido hábito neste blogue nos últimos dias, temos vindo a apresentar temas relacionados com esta época tão especial que estamos já a viver, o Natal, sejam versões de clássicos, ou originais escritos propositadamente para a ocasião. Esta é já uma tradição porque vamos sempre, ano após ano, divulgando algumas das propostas mais interessantes do género, que podem também se materializar no formato programa de rádio deste blogue, que vai para o ar todas as semanas, na Paivense FM.

Gang Of Youths – 'Angel In Realtime.' review: A towering account of love  and loss

A quarta proposta que temos para assinalar as novidades deste ano relacionadas com esta época festiva é a roupagem que os australianos Gang Of Youths, de David Le'aupepe (vozes e guitarra), Max Dunn (baixo), Jung Kim (guitarra, teclados), Donnie Borzestowski (bateria) e Tom Hobden (violinos, teclados e guitarra), criaram para Have Yourself A Merry Little Christmas, um original escrito em mil novecentos e quarenta e três por Hugh Martin e Ralph Blane e cantado pela primeira vez no ano seguinte, por Judy Garland, no musical da MGM Meet Me in St. Louis.

Esta versão dos Gang Of Youths coloca o piano na linha da frente do arquétipo melódico, uma opção que não defrauda o encanto deste verdadeiro clássico de natal e até lhe introduz uma espiritualidade mais contemporânea, mantendo intocáveis as permissas essenciais que identificam e tipificam as mais diversas canções que personificam o genuíno espírito natalício. Confere... 

 

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publicado por stipe07 às 17:37

Hazel English – Heartbreaker

Sábado, 04.11.23

Artista debaixo dos holofotes da crítica mais atenta desde que lançou há já meia década o EP Give In / Never Going Home, Hazel English estreou-se nos discos em dois mil e vinte com Wake Up!, um buliçoso alinhamento de dez composições que nos ofereceram uma bagagem nostálgica tremendamente impressiva, já que, ao escutarmos o registo, parecia que embarcávamos numa máquina do tempo rumo à melhor pop que se fazia há mais ou menos meio século e que ainda hoje influencia fortemente alguns dos melhores nomes da indie contemporânea.

Na passada primavera, já em dois mil e vinte e três, cerca de três anos depois de Wake Up! e já depois de no final de dois mil e vinte e um nos ter brindado com um inédito intitulado Nine Stories, que foi grande destaque de um EP chamado Summer Nights, lançado no verão do ano seguinte, a cantora australiana a residir atualmente em Oakland, nos Estados Unidos, voltou à carga com uma belíssima cover de Slide, um icónico tema dos anos noventa assinado pelos míticos Goo Goo Dolls de Johnny Rzeznik, Robby Takac, George Tutuska e Mike Malinin.

Agora no outono, Hazel Engish delicia-nos com uma novidade intitulada Heartbreaker, que ainda não traz atrelado o anúncio de um novo disco da artista. Para gravar Heartbreaker, Hazel English contou com a ajuda inestimavel de Jackson Phillips aka Day Wave, seu colaborador de longa data, para criar uma composição luminosa e melodicamente sagaz, com o timbre metálico constante das cordas, algumas interseções sintéticas, diversas variações rítmicas e um registo vocal ecoante, a sustentarem pouco mais de dois minutos de puro deleite pop. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:20

Matt Corby – Desert Land

Terça-feira, 24.10.23

Há pouco mais de uma década, no meio da interminável vaga de novos artistas que iam surgindo todos os dias e que foram consolidando os alicerces de um blogue já numa fase de afirmação consistente da sua existência, houve alguns autores que, nesse inesquecível ano de dois mil e doze, acabaram por ficar na retina da nossa redação. Um deles foi o australiano Matt Corby, músico cujo primeiro single, Brother, editado no verão desse ano e grande destaque de um EP intitulado Into The Flame, soou do lado de cá como um daqueles singles revelação e que fez querer descobrir, na altura, toda a obra que esse artista já tinha lançado.

Matt Corby, con los pies en la arena R&B en 'Desert Land' - Binaural

Já na alvorada da primavera deste ano de dois mil e vinte e três, e depois de no final do ano anterior termos divulgado um single intitulado Problems, Matt Corby voltou aos nossos radares, também pouco mais de dois anos depois de um par de canções chamadas If I Never Say a Word e Vitamin, que o músico lançou em dois mil e vinte. E fê-lo à boleia de um disco intitulado Everything's Fine, o terceiro da sua carreira, um alinhamento de onze canções gravado nos Rainbow Valley Studios com Chris Collins e que foi cuidadosamente dissecado pela nossa redação.

Agora, já no outono, Matt Corby volta a fazer-nos companhia devida a Desert Land, uma nova canção que o músico australiano incubou juntamente com o acima referido Chris Collins (Gang of Youths, Middle Kids) e Nat Dunn (Rita Ora, Tkay Maidza), seus habituais colaboradores e que também fazem parte, como se depreende, dos créditos de Everything’s Fine.

Desert Land versa sobre as relações, a força mental que muitas vezes é necessário dispender para as manter e o modo como as mesmas chocam muitas vezes com os nossos vícios e adições. Sonoramente, com os dois pés bem fincados no R&B, Desert Land é um curioso tratado sonoro repleto de soul, com um groove e uma luminosidade ímpares, conferidas por uma bateria de forte timbre nostálgico e cósmico e um piano insinuante. O resultado é uma espécie de indie jazz psicadélico, bastante vibrante e policromático, um soft punk charmoso que, em quase três minutos, demonstra alguns dos melhores atributos de um artista inovador, bastante criativo e que, no modo como agrega, burila e mistura o orgânico e o sintético, mostra uma saudável e sedutora faceta marcadamente futurista, aprofundada pelo cariz sensual da sua postura vocal. Confere...

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publicado por stipe07 às 13:39

GUM – Saturnia

Segunda-feira, 25.09.23

GUM é um projeto a solo liderado pelo australiano Jay Watson, um músico com ligações estreitas aos POND e aos Tame Impala, que ultimamente tem feito faísca no nosso radar devido aos singles que foi divulgando do seu novo disco, um trabalho intitulado Saturnia, que viu recentemente a luz do dia e que sucede ao registo Out In The World, que o artista lançou em dois mil e vinte.

GUM - Jay Watson of Tame Impala and POND on His New Solo Album "The  Underdog" | Under the Radar Magazine

Saturnia tem a chancela da Spinning Top e nas suas dez canções Jay Watson executa, com elevada mestria, um exercicio criativo de mescla de diferentes influências, que abraçam todo um arco sonoro que vai do rock progressivo com adn setentista, à pop sinfónica de década seguinte, passando por alguns dos detalhes essenciais do jazz, da folk, do R&B e da própria eletrónica. Como é óbvio, existe uma vibe psicadélica incomum, mas prodigiosa, em toda esta amálgama, uma constatação que canções como Race To The Air e Would It Pain You To See?, dois temas com uma toada crescente e progressiva e que colocam todas as fichas num baixo vigoroso e num registo vocal de forte cariz lisérgico, exemplarmente ilustram.

De facto, Saturnia, um álbum repleto de arranjos meticulosos e em que o detalhe é um aspeto essencial, contém instantes que tanto agarram num piano pelas rédeas para indicar o caminho melódico que uma canção deve seguir como, logo a seguir, oferecem à guitarra a primazia nessa demanda. E muitas vezes esse caminho é feito por ambos, cordas e teclas, de mãos dadas, cabendo depois aos sintetizadores, geralmente encharcados em cosmicidade e a sopros e outras cordas, o extraordinário papel de adorno, num resultado final repleto de guinadas, interseções, detalhes inesperados, trechos de puro experimentalismo e, acima de tudo, preenchido com um travo de fragilidade e inocência que é, sem dúvida, um dos grandes atributos de Saturnia.

O perfil ecoante e planante de Argentina, um oásis de luminosidade e complacência, ou o carimbo tremendamente rugoso das guitarras que se acotovelam em Muscle Memory, são outros dois bons exemplos da enorme disparidade sonora sagaz de Saturnia, uma evidência que funciona, em simultâneo, como um enorme elogio, porque é neste jogo de aparentes contradições que o ouvinte é instigado, seduzido e prendido a uma audição que vicia. O dedicado e harmonioso dedilhar de uma viola acústica e o falsete ecoante de Jay Watson em Music Is Bigger Than Air e, na mesma toada, a singela e sentida acusticidade de Real Life, são mais duas lindíssimas canções, de forte pendor íntimo e contemplativo, que deixam a nu o tremendo dinamismo de um álbum que se deixa conduzir, como é natural, por muitas das imagens de marca daquele que é o habitual registo psicadélico de projetos conterrâneos que todos conhecemos e que comprovam que a Austrália é um manancial deste espetro sonoro do indie rock, mas também pelo que de melhor a contemporaneidade indie vai oferecendo a Jay. E o bónus é quarenta e dois minutos depois do início da audição ficarmos com a certeza de que Saturnia exala uma luminosidade imponente, ainda mais charmosa e classicista do que essas notáveis referências. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 13:53

GUM – Music Is Bigger Than Hair

Segunda-feira, 04.09.23

GUM é um projeto a solo liderado pelo australiano Jay Watson, músico com ligações estreitas aos POND e aos Tame Impala, que fez faísca no nosso radar há algumas semanas atrás devido às canções Race To The Air e Would It Pain You To See?, as primeiras que o músico divulgou depois do disco Out In The World, que GUM lançou em dois mil e vinte. Agora, no início de setembro de dois mil e vinte e três, GUM volta à carga à boleia de Music Is Bigger Than Air, a sétima canção de Saturnia, o novo disco do projeto, um trabalho que irá ver a luz do dia a quinze de setembro, com a chancela da Spinning Top.

GUM Shares New Song "Music Is Bigger Than Hair": Listen

Se Race To The Air e Would It Pain You To See?, são temas com uma toada crescente e progressiva e que colocavam todas as fichas num baixo vigoroso e num registo vocal de forte cariz lisérgico, duas imagens de marca daquele que é o habitual registo psicadélico dos projetos conterrâneos acima referidos e que comprovam que a Austrália é um manancial deste espetro sonoro do indie rock, Music Is Bigger Than Air tem um perfil sonoro algo distinto, sem fugir ao universo sonoro em que o autor se movimenta. O dedicado e harmonioso dedilhar de uma viola acústica e o falsete ecoante de Jay Watson são os trunfos de Music Is Bigger Than Air, uma lindíssima canção, de forte pendor íntimo e contemplativo, mas que também exala uma luminosidade imponente, principalmente a partir do momento em que diversos violinos são introduzidos, conferindo à composição uma inquestionável acusticidade ainda mais charmosa e classicista. Confere...

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publicado por stipe07 às 15:36

Ben Lee – 2 Songs I Wrote In 1993 And Recorded Last Week

Sábado, 02.09.23

O australiano Ben Lee lançou o registo I'm Fun! no ano transato, mas já tem mais novidades para os seus seguidores. No início do verão deu as mãos a Georgia Maq para gravarem juntos uma cover dos clássico dos The Replacements Androgynous e agora foi a vez de partilhar o microfone com Alex Lahey para dar vida a Cute Indie Girls, uma extraordinária canção que faz parte de um novo EP do músico intitulado 2 Songs I Wrote in 1993 and Recorded Last Week.

Why the US election and QAnon led musician Ben Lee to get political

De facto, e conforme o título indica, este novo EP de Ben Lee inclui no seu alinhamento temas que o músico natural de Sidney escreveu há cerca de três décadas e que estariam gravadas na gaveta, à espera do momento certo para verem a luz do dia. Assim, além de Cute Indie Girls, este EP 2 Songs I Wrote in 1993 and Recorded Last Week, contém a canção Do I Know You?. Ambas são composições estilisticamente semelhantes, a primeira com um perfil mais folk e a segunda com um travo algo garageiro, mas as duas assentes naquele típico indie rock imediatista e com um perfil eminentemente orgânico e lo-fi, feito de guitarras abrasivas, que oscilam facilmente entre o elétrico e o acústico. Confere...

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publicado por stipe07 às 14:20






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