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Plastic Flowers – Absent Forever

Sábado, 11.11.17

Juntam-se guitarras impregnadas de efeitos com uma forte toada shoegaze e um ambiente melódico particularmente lisérgico e contemplativo e estão lançados os dados para a chegada às luzes da ribalta de mais um projeto indie dentro do espectro sonoro que nos oferece uma versão algo ruidosa da dream pop mais ambiental e que também revive, em grande parte, épocas gloriosas de um rock alternativo que fez escola na reta final do século passado em Terras de Sua Majestade. Refiro-me a Plastic Flowers, o alter-ego sonoro do grego, sedeado em Londres, George Samaras, um projeto que nasceu na zona de Tessalónica, na Grécia, há pouco mais de meia década. Plastic Flowers vai já no terceiro lançamento discográfico, sendo o mais recente Absent Forever, dez canções que acabam de ver a luz do dia à boleia da The Native Sound.

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Com algumas canções já arquitetadas desde 2013 e gravado em apenas três meses, em diferentes espaços de Londres e num pequeno estúdio da casa de um amigo de Samaras em Hampstead, arredores da capital britânica, Absent Forever é um disco de contrastes. Se contém instantes tremendamente ruidosos e com uma forte complexidade instrumental, também deve muito da sua bitola qualitativa superior a outros intensamente calmos e reflexivos, sendo inteligente o modo como se vão revezando entre si, muitas vezes dentro dos próprios temas, numa demanda sonora onde a ideia de experimentalismo é elevada à forma de arte, neste caso sonora, com charme, bom gosto e uma invulgar sapiência.

Um dos truques que explica o som inédito e bastante identitário deste álbum é o modo como no processo criativo foram capturados alguns dos instrumentos através da antiga e analógica tecnologia da fita magnética. Depois, a participação de um quarteto de cordas também ajudou a ampliar ainda mais o clima rugoso e orgânico de um alinhamento que possui o habitual cariz melancólico em que Plastic Flowers gosta de nos imergir. No single How Can In, o modo como um imparável riff eletrificado se sobrepõe e um trecho de guitarra ternurento que se repete ininterruptamente, plasma esta sensação agridoce que acaba por se estender à meia hora que o disco dura, até porque essa sensação se repete logo a seguir em Seventeen, canção que inicia com uma guitarra fortemente etérea e luminosa que pouco depois é trespassada por uma bateria imponente, com o resultado final a ser uma composição de forte cariz orquestral, com deliciosos acordes e melodias minuciosamente construídas com diversas camadas de instrumentos, algo que à partida não era fácil de adivinhar assim que o tema começou. Depois, a sobriedade sentimental esplendorosa de Falling Off, o modo quase espiritual como em Half Life somos confrontados com um edifício sonoro com uma epicidade incomum e algo intrigante e a feliz nostalgia oitocentista que exala do post rock que define So Long, uma daquelas canções cujas diversas camadas de sons impelem ao cerrar de punho, são outros exemplos felizes do modo como neste Absent Forever é possível apreciar ruído e rugosidade, sem deixar de estar à tona uma toada eminentemente tranquila e sedutora, mesmo que, durante a audição, o frenesim na percussão e o ruído das guitarras, principalmente nos refrões, sejam nuances que parecem apontar numa outra direção, até algo oposta.

Além de manter intacta a aura melancólica e mágica de um projeto que se aproxima cada vez mais de algumas referências óbvias de finais do século passado, Absent Forever exala o contínuo processo de transformação de Plastic Flowers que procura mostrar, ao terceiro registo, com a marca do indie shoegaze, uma rara sensibilidade e uma explícita habilidade para conceber texturas e atmosferas sonoras que transitam, muitas vezes, entre a euforia e o sossego, de modo quase sempre impercetível, mas que inquietam todos os poros do nosso lado mais sentimental e espiritual. Espero que aprecies a sugestão...

Plastic Flowers - Absent Forever

01. Absent Forever
02. How Can I
03. Seventeen
04. Falling Off
05. Dalliance
06. Half Life
07. So Long
08. Where Are You
09. January 2017
10. NN

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publicado por stipe07 às 22:50






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