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Os melhores discos de 2017 (10-01)

Quarta-feira, 27.12.17

10 - Paperhaus - Are These The Questions That We Need To Ask

Em Are These The Questions That We Need To Ask os Paperhaus aprimoram o seu espetro sonoro, mostrando-nos um som corrosivo, hipnótico e contundente, um clarividente exemplar da habitual cartilha sonora que este coletivo da costa leste costuma guardar na sua bagagem. Há neles uma aúrea de grandiosidade indisfarçável e um notável nível de excelência no modo como conseguem ser nostálgicos e na forma como mutam a sua música e adaptam-na a um público ávido de novidades refrescantes, mas que também recordem os primórdios das primeiras audições musicais que alimentaram o nosso gosto pela música alternativa. Este projeto caminha sobre um trilho aventureiro calcetado com um experimentalismo ousado, que parece não conhecer tabus ou fronteiras e que nos guia propositadamente para um mundo onde reina uma certa megalomania e uma saudável monstruosidade agressiva, aliada a um curioso sentido de estética. Esta cuidada sujidade ruidosa que os Paperhaus produzem, concebida com justificado propósito e usando a distorção das guitarras como veículo para a catarse, é feita com uma química interessante e num ambiente simultaneamente denso e dançável, despido de exageros desnecessários, mas que busca claramente a celebração e o apoteótico.

Paperhaus - Are These The Questions That We Need To Ask

01. Told You What To Say
02. Go Cozy
03. Nanana
04. Walk Through the Woods
05. It’s Not There
06. Needle Song
07. Serentine
08. Bismillah

09 - Sleep Party People - Lingering

Lingering é um lugar mágico para onde podemos canalizar muitos dos nossos maiores dilemas, porque tem um toque de lustro de forte pendor introspetivo, livre de constrangimentos estéticos e que nos provoca um saudável torpor, num disco que, no seu todo, contém uma atmosfera densa e pastosa, mas libertadora e esotérica. Acaba por ser um compêndio de canções que nos obriga a observar como é viver num mundo onde somos a espécie dominante e protagonista, mas também observadora de outros eventos e emoções, um trabalho experimentalista naquilo que o experimentalismo tem por génese: a mistura de coisas existentes, para a descoberta de outras novas.

Sleep Party People - Lingering

01. Figures
02. The Missing Steps
03. Fainting Spell
04. Salix And His Soil
05. Lingering Eyes
06. Dissensions (Feat. Luster)
07. Limitations
08. The Sound Of His Daughter
09. The Sun Will Open Its Core
10. We Are There Together (Feat. Beth Hirsch)
11. Odd Forms
12. Vivid Dream

08 - Grooms - Exit Index

Com um forte cariz urbano e atual, Exit Index é um daqueles trabalhos em que há uma interligação latente entre os temas e não faz grande sentido escutá-los de forma isolada. É um disco que procura gravitar em torno de diferentes conceitos sonoros e esferas musicais, que transmitem, geralmente, sensações onde a nostalgia do nosso quotidiano facilmente se revê. Todos os temas são arrebatadores banquetes de sedução, languidez e luxúria, feitos com um indie rock sem fronteiras, desapegos ou concessões e que se servem também, em bandeja de ouro, com um forte entusiasmo lírico, certamente com o propósito de contornar todas as amarras que prendem a nossa alma e apresentar, desse modo, a notável disponibilidade dos Grooms para nos fazerem pensar, mexendo com os nossos sentimentos e tentando dar-nos pistas para uma vida mais feliz. Há neste alinhamento quase uma pueril simplicidade, que plasma uma notável capacidade de reinventar, reformular ou simplesmente replicar o que de melhor tem o indie rock psicadélico nos dias de hoje, oferecendo-nos, enquanto se vai num abrir e fechar de olhos do nostálgico ao glorioso, uma caldeirada de estilos e emoções cozinhada por mestres de um estilo sonoro carregado de um intenso charme.

Grooms - Exit Index

01. The Directory
02. Horoscopes
03. Turn Your Body
04. Magistrate Seeks Romance
05. End
06. Dietrich
07. Softer Now
08. Some Fantasy
09. They Can Tell
10. Thimble

07 - LCD Soundsystem - American Dream

American Dream talvez reflita, no fundo, a realidade atual de uma América onde não existem, nos dias de hoje, muitas razões para celebrar ou motivos que inspirem à criação musical que exale, de modo evidente, a gloriosa celebração do que é viver num país que nunca se cansa de apregoar que lidera os destinos do mundo. De um modo mais particular, talvez aquele que mais interesse, ensina-nos que nunca é tarde para recomeçar, que os anos podem passar por nós, mas o nosso espírito pode manter-se amplamente jovial e criativo, mesmo que isso suceda de modo menos intuitivo, mas mais refletido, maduro e consciente. É assim, de certo modo, a melhor descrição que se pode fazer destes renovados LCD Soundsystemcomo entidade.

LCD Soundsystem - American Dream

01. Oh Baby
02. Other Voices
03. I Used To
04. Change Yr Mind
05. How Do You Sleep?
06. Tonite
07. Call The Police
08. American Dream
09. Emotional Haircut
10. Black Screen

06 - Slowdive - Slowdive

Disco muito desejado por todos os seguidores e não só e que quebra um longo hiato, Slowdive é um lugar mágico para onde podemos canalizar muitos dos nossos maiores dilemas, porque tem um toque de lustro de forte pendor introspetivo, livre de constrangimentos estéticos e que nos provoca um saudável torpor, num disco que, no seu todo, contém uma atmosfera densa e pastosa, mas libertadora e esotérica. Acaba por ser um compêndio de canções que nos obriga a observar como é viver num mundo onde o amor é tantas vezes protagonista, mas onde também subsistem outros eventos e emoções capazes de nos transformar positivamente.

Slowdive - Sugar For The Pill

01. Slomo
02. Star Roving
03. Don’t Know Why
04. Sugar For The Pill
05. Everyone Knows
06. No Longer Making Time
07. Go Get It
08. Falling Ashes

05 - Beach Fossils - Somersault

Somersault eleva os Beach Fossils a um novo patamar criativo, com as canções a abrigarem-se à sombra de uma filosofia estilística bastante marcada e homogéna, o que faz com que funcionem, individualmente, como vinhetas climáticas que vão servindo para marcar o ambiente e a cadência do mesmo. Mas, um dos maiores atributos do alinhamento é a quase indivisibilidade entre os temas, que podem ser apreciados como um todo, já que, liricamente, debruçando-se sobre as agruras de uma América cada vez mais confusa, garantem a formatação de uma obra de maior alcance e até, do modo como estão alinhados, engrandecem algumas canções menores. É o caso de Be Nothing, composição posicionada no final de Somersault e que, no modo como cresce e progride, além de personificar aquele grito de raiva que muitas vezes é imprescindível soltar no clímax de um instante reflexivo, acaba também por fazer uma súmula de todo o ideário, quer sentimental, quer sonoro, subjacente à intimidade que exala de toda a obra e que nos envolve de um modo muito particular.

Beach Fossils - Somersault

01. This Year
02. Tangerine (Feat. Rachel Goswell)
03. Saint Ivy
04. May 1st
05. Rise (Feat. Cities Aviv)
06. Sugar
07. Closer Everywhere
08. Social Jetlag
09. Down The Line
10. Be Nothing
11. That’s All For Now

04 - The War On Drugs - A Deeper Understanding

A Deeper Understanding é um trabalho que, do vintage ao contemporâneo, consegue encantar-nos e fazer-nos imergir na intimidade de um Gradunciel sereno e bucólico, através de uma viagem aos universos de Dylan e Kurt Vile, passando por Springsteen, com canções cheias de versos intimistas que flutuam livremente. É um disco simultaneamente amplo e conciso sobre as experiências pessoais do músico, mas também sobre o presente, a velhice, o isolamento, a melancolia e o cariz tantas vezes éfemero dos sentimentos, em suma, sobre a inquietação sentimental, ou seja, o existencialismo e as perceções humanas de uma América que parece ter encalhado e não saber como voltar novamente ao rumo certo.

The War On Drugs - A Deeper Understanding

01. Up All Night
02. Pain
03. Holding On
04. Strangest Thing
05. Knocked Down
06. Nothing To Find
07. Thinking Of A Place
08. In Chains
09. Clean Living
10. You Don’t Have To Go

03 - Father John Misty - Pure Comedy

Sedutor, cativante, profundamente engenhoso e com todos os atributos para ser um verdadeiro diabo vestido de anjo, John Tillman aprofunda neste seu novo trabalho, que é já, claramente, um dos melhores discos do ano, o refinado e oportuno sentido de humor que tão bem o carateriza e a sagacidade das suas letras, cada vez mais inteligentes e enigmáticas. E Father John Mistyleva a cabo esta demanda com um elevado sentido críptico e desafiante, já que não é óbvia, em alguns instantes, a descodificação célere das suas reais intenções relativamente a todos aqueles que se deixam inebriar pelos seus sermões e fazer parte de um rebanho que se assanha sempre que o pastor investe no seu tema recorrente, o amor.

Resultado de imagem para father john misty love comedy tracklist

1. Pure Comedy
2. Total Entertainment Forever
3. Things It Would Have Been Helpful to Know Before the Revolution
4. Ballad of the Dying Man
5. Birdie
6. Leaving LA
7. A Bigger Paper Bag
8. When the God of Love Returns There'll Be Hell to Pay
9. Smoochie
10. Two Wildly Different Perspectives
11. The Memo
12. So I'm Growing Old on Magic Mountain
13. In Twenty Years or So

02 - The Feelies - In Between

Aos quarenta anos de idade, os The Feelies deslumbram intensamente pelo à vontade com que, nas várias inflexões e variações, quer de sons quer de arranjos, que colocam nas suas músicas, ainda navegam em segurança e vigor nos meandros intrincados e sinuosos de um indie rock que entre uma toada maisgrunge, progressiva e psicadélica e uma leveza pop mais intimista, nunca deixam de exalar um sedutor entusiasmo lírico, uma atmosfera amável mesmo no meio de algum fuzz constante e um clima geral luminoso, enérgico e até algo frenético, num disco que flui bem, não só porque tem um conjunto de belíssimas canções, que nos oferecem camadas sofisticadas de arranjos criativos e bonitos, mas também porque é um álbum que reforça o traço de honestidade de uma banda cada vez mais protagonista no universo sonoro em que se move.

The Feelies - In Between

01. In Between
02. Turn Back Time
03. Stay The Course
04. Flag Days
05. Pass The Time
06. When To Go
07. Been Replaced
08. Gone, Gone, Gone
09. Time Will Tell
10. Make It Clear
11. In Between (Reprise)

01 - Ulrika Spacek - Modern English Decoration

Os Ulrika Spacek levam-nos a sorrir e a abanar a anca ao som de canções que se insinuam continuamente por causa do modo algo desconexo como se vão desenvolvendo ritmíca e melodicamente, acabando este disco por ser a expressão máxima de um modo bastante textural, orgânico e imediato de criar música e de fazer dela uma forma artística privilegiada na transmissão de sensações que não deixam ninguém indiferente. Modern English Decoration atesta a segurança, o vigor e o modo criativamente superior como este grupo britânico entra em estúdio para compôr e criar um shoegaze progressivo que se firma com um arquétipo sonoro sem qualquer paralelo no universo indie e alternativo atual. O melhor disco do ano, claramente.

Ulrika Spacek - Modern English Decoration

01. Mimi Pretend
02. Silvertonic
03. Dead Museum
04. Ziggy
05. Everything, All The Time
06. Modern English Decoration
07. Full Of Men
08. Saw A Habit Forming
09. Victorian Acid
10. Protestant Work Slump

 
 

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publicado por stipe07 às 14:20


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