man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Mock Orange – Put The Kid On The Sleepy Horse
Topshelf Records é o nome da etiqueta que abriga os Mock Orange, banda norte americana oriunda de Evansville, no Indiana, formada por Ryan Grisham, Joe Asher, Heath Metzger e Zach Grace e de regresso aos lançamentos discográficos com Put The Kid On The Sleepy Horse, dez canções que do rock clássico, a ambientes mais experimentais e até progressivos, nos levam até ao melhor do rock independente que se fazia do outro lado do atlântico no ocaso do século passado.
Banda importante do cenário indie local e com alguns registos que deixaram uma marca indelével no panorama musical norte americano, nomeadamente Nines & Sixes, o terceiro disco do grupo, editado em 1998 e que continha o clássico Growing Crooked, os Mock Orange chegam ao décimo longa duração dispostos a dar mais um passo em frente de elevada bitola qualitativa, no novo fôlego da sua carreira, que teve um segundo pontapé de saída, digamos assim, com Disguised As Ghosts (2011), o antecessor deste Put The Kid On The Sleepy Horse. Assim, se I'm Leaving nos oferece o melhor da herança pulsante que este quarteto guarda no seu cardápio sonoro, o ambiente mais climático e intimista de High Octane Punk Mode elucida-nos acerca do modo sensivel e melódico como estes Mock Orange também sabem compôr. Já o fuzz inebriante da guitarra de Nine Times inclui-se na tal demanda por ambientes mais inusitados e nem sempre óbvios, tendo em conta o percurso anterior do grupo.
Put The Kid On The Sleepy House acaba por ser mais um passo em frente no propósito de Ryan Grisham, o grande mentor deste projeto, apresentar ao público uns Mock Orange precisos no modo como replicam o som roqueiro e lo fi do passado, exemplarmente revisitado em Window, mas também alinhados com as tendências mais recentes do campo sonoro em que se movimentam, procurando, simultaneamente, aquela salutar contemporaneidade que todos os grupos de sucesso necessitam e precisam, independentemente da riqueza quantitativa e qualitativa da sua herança e também renovar a sua base de seguidores com um público mais jovem, sempre atento e ávido por boas novidades.
Seja como for, e como de algum modo já referi, o adn dos Mock Orange é muito respeitado neste compêndio, mais que não seja pela filosofia melódica e instrumental subjacente ao arquétipo sonoro das canções, um respeito patente no rock cássico a destilar blues em Chrome Alligator e no clima mais pop de Be Gone. Portanto, estando presente em Put The Kid On The Sleepy Horse a estética sonora novocentista em todo o seu esplendor, canções do calibre da esplendorosa Too Good Your Dreams Don’t Come True conseguem, salutarmente, estabelecer pontes e, de certo modo, oferecer novos desafios ao cardápio da banda ao mesmo tempo que não defraudam quem é mais devoto relativamente à história dos Mock Orange.
Put The Kid On The Sleepy Horse pode ser, para muitos, apenas mais um sinal de vida de uma banda que duas décadas depois achou que poderia voltar a ser relevante, mas a verdade é que, tendo em conta o estatuto que construiu, voltando a compôr não pode nunca aspirar a menos que isso, havendo aqui acerto criativo, patente na generalidade das canções e que deve ser exaltado por encarnar também a coragem do grupo para prosseguir. Espero que aprecies a sugestão...
01. I’m Leaving
02. High Octane Punk Mode
03. Nine Times
04. Window
05. Be Gone
06. Some Say
07. Chrome Alligator
08. Too Good Your Dreams Don’t Come True
09. Intake
10. Tell Me Your Story