man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Faded Paper Figures – Relics
Oriundos de Los Angeles, na Califórnia, os Faded Paper Figures são R. John Williams, Kael Alden e Heather Alden, um trio que acaba de editar um delicioso disco chamado Relics e que viu a luz do dia a vinte e cinco de agosto por intermédio da Shorthand Records. Relics é um álbum que deve ser escutado por todos aqueles que apreciam o cruzamento ímpar entre a pop que sobrevive de mãos dadas com alguns detalhes típicos da eletrónica e da folk e onde é feliz e verdadeiramente proveitosa a simbiose entre as cordas e o sintetizador.
Este trio surpreende, desde logo, pela simplicidade de processos e pela fórmula escolhida, mas altamente eficaz, assente num dedilhar de cordas, um sintetizador cheio de vida e carregado de efeitos e uma voz frequentemente modificada. Tudo isto serviu para criar ambientes intensos e emocionantes, sem nunca deixar de lado a delicadeza, num disco deslumbrante e tecnicamente impecável, que enche as medidas e comprova que os Faded Paper Figures sabem criar composições que, mesmo mantendo uma bitola processual algo oblíqua e simplista, estão cheias de charme e onde cada detalhe das dez músicas está ali por uma razão específica e cumpre perfeitamente a sua função. Basta ouvir os raios flamejantes que são debitados pelo sintetizador em Breathing ou o dedilhar de uma viola na folk de Fellaheen e Wake Up Dead, para se perceber a facilidade com que a banda navega entre pólos apenas aparentemente opostos, com notável perícia e absoluto conforto.
A abertura épica e visceral com a já citada Breathing abre-nos as portas para uma sequência de músicas divertidas e com minuciosos detalhes, que, mesmo nos moentos mais introspetivos, como Not The End Of The World ou Forked Paths, não deixam de transparecer sempre uma faceta algo dançante e espontânea, bastante próxima de um clima festivo e mais urbano. Depois, temas como Lost Stars ou Who Will Save Us Now, entre outros, aproximam o trio de uma linguagem sonora com aproximação a elementos quase futurísticos e de uma estética mais synthpop. no fundo, ao terminar a audição, ficou claro que as boas sequências de sintetizadores, a tematização alegre e alguns leves toques de psicadelismo fizeram com que Relics cresça e cada nova canção, dividem o álbum em vários momentos e evitam que os melhores se concentrem demasiado em vários dos momentos do disco. É, no fundo, um disco sem ondas, homogéneo e lineado por alto.
Temas como o sofrimento e a solidão e o medo do abandono envolvem todo o registo e as letras estão carregadas de drama e melancolia, dois aspetos ampliados pela elegância e pela fragilidade característica da voz de John, um detalhe importante para o sucesso deste álbum intenso e hipnótico, com um conteúdo grandioso e um desempenho formidável ao nível instrumental e da voz, um tratado musical leve, cuidado e que encanta, não sendo difícil ficarmos rendidos ao seu conteúdo. Espero que aprecies a sugestão...
01. Breathing
02. Wake Up Dead
03. Not The End Of The World (Even As We Know It)
04. Lost Stars
05. Fellaheen
06. On The Line
07. Spare Me
08. Who Will Save Us Now
09. Horizons Fall
10. Real Lies
11. What You See
12. Forked Paths