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Dead Stars - Slumber

Quarta-feira, 03.09.14

Oriundos de Brooklyn, em Nova Iorque, os norte americanos Dead Stars são mais uma das minhas apostas para uma das bandas do ano, no que respeita ao fuzz rock, feito com guitarras cheias de distorção e ligadas à eletricidade, mas que não negligenciam uma forte componente melódica. Nostálgico e carregado de algumas das melhores caraterísticas do indie rock alternativo dos anos noventa, Slumber é o novo disco deste trio formado por Jeff, John e Jaye, um trabalho que viu a luz do dia por intermédio da Old Flame Records.

Com os ouvidos colados no passado, mas implacáveis na forma como soam atuais e revigorantes, os Dead Stars cantam sobre a dor, a saudade e os problemas típicos da juventude, com as vocalizações de Jeff, quase sempre melódicas e harmoniosas, a serem, frequentemente, o contraponto com a componente instrumental de cariz mais aspero e lo fi; Jeff mistura bem a sua voz com as letras e os arranjos das melodias e a guitarra que tem junto a si, o que faz com que o próprio som da banda ganhe em harmonia e delicadeza, apesar de, felizmente, o red line das guitarras ser uma componente essencial do cardápio sonoro dos Dead Stars.

Na verdade, ao cruzar as guitarras sujas às melodias de vozes, este trio replica fórmulas assertivas criadas e testadas ao longo de várias décadas e estabelecem, desse modo, um trabalho recheado pelo contraste, algo bem audível em Someone Else ou Older, por exemplo, dois temas com idêntica receita, a primeira mais elétrica e a segunda predominantemente acústica, mas que não deixam de ter profundos pontos de interseção, uma constância concetual que se repete mesmo quando tentam, a todo o custo, parecer grandes, quando não receiam abraçar uma toada mais shoegaze e pop em Dreaming To Forget ou Underwater, duas canções que deixam de lado os tais limites do rock caseiro e convertem-se em momentos de pura exaltação, em busca de um lugar no meio de outros gigantes da cena alternativa.

Slumber traz-nos à memória aquela fita magnética mais bem cuidada e onde guardámos os nossos clássicos preferidos que alimentaram os primordios do rock alternativo. Está aqui toda a nostalgia dessa época, canções que sabem a Teenage Fanclub, guitarras que fazem de Dinosaur Jr., Nirvana, Smashing Pumpkins (Walking Away), Foo Fighters (Crawl) e Pavement, sons que fluem livres de compromissos com uma estética própria, apenas com  o louvável intuíto de nos fazerem regressar ao passado e entregar-nos o que queremos ouvir: canções caseiras e perfumadas pelo passado, a navegarem numa espécie de meio termos entre o rock clássico, o shoegaze e a psicadelia.

No fundo, os Dead Stars acabam por ser a visão atual do que realmente foi o rock alternativo, as guitarras barulhentas e os sons melancólicos do início dos anos noventa, assim como todo o clima sentimental dessa época e as letras consistentes, que confortavam e destruiam o coração num mesmo verso. E o grande brilho deste disco é, ao ouvi-lo, ter-se a perceção das bandas que foram usadas como inspiração, não como plágio, mas em forma de homenagem. Uma homenagem tão bem feita que apreciá-la é tão gratificante como ouvir uma inovação musical da semana passada. Espero que aprecies a sugestão... 

Dead Stars - Slumber

01. Someone Else
02. Summer Bummer
03. Walking Away
04. Crawl
05. Daylight
06. Older
07. Never Knew You
08. Disappearing
09. Dreaming To Forget
10. Underwater
11. Wasted
12. Heal Over Time

 

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publicado por stipe07 às 18:14






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