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The Smile – Wall Of Eyes

Terça-feira, 30.01.24

Cerca de ano e meio depois de A Light For Attracting Attention, o disco de estreia do projeto The Smile que reúne Thom Yorke e Jonny Greenwood, o chamado núcleo duro dos Radiohead, com Tom Skinner, baterista do Sons of Kemet, a banda está de regresso com um novo álbum intitulado Wall Of Eyes, um alinhamento de oito canções que viu a luz do dia recentemente, com a chancela da XL Recordings.

The Smile 'Wall of Eyes' Review

Já em junho do ano passado tinha ficado a pairar no ar a ideia de que os The Smile teriam na forja um novo disco, quando divulgaram o single Bending Hectic, uma canção que fez parte do alinhamento apresentado pelo trio em alguns dos seus concertos de verão e que, contando com a participação irrepreensível de alguns membros da London Contemporary Orchestra, oferecia-nos, em pouco mais de oito minutos, uma fina e vigorosa interseção entre o melhor dos dois mundos, o do orgânico e o do sintético, de modo exemplarmente burilado. Essa suspeita inicial acabou por se confirmar, materializando-se num disco que agrega nas suas oito composições um fabuloso conteúdo sonoro, lírico e conceptual.

De facto, Wall Of Eyes capitaliza todos os atributos intepretativos do trio que assina os seus créditos e que, partindo dessa base, soube rodear-se de outros músicos que, em momentos chave do álbum, como é o caso do clarinete e do saxofone de Robert Stillman em Read The Room e Friend Of A Friend, ou da flauta de Pete Warehan em Teleharmonic e também em Read The Room, só para citar dois exemplos, foram preponderantes para acentuar um charmoso e contemporâneo ecletismo que materializa uma fina e vigorosa interseção entre o melhor de dois mundos, o do orgânico e o do sintético, de modo exemplarmente burilado, tendo, na sua génese, o jazz como pedra de toque e uma mescla entre rock alternativo e eletrónica ambiental como traves mestras no adorno e na indução de cor e alma a um catálogo de canções de forte cariz intimista e que apenas revelam todos os seus segredos se a sua audição for dedicada.

Logo a abrir o registo, o tema homónimo oferece-nos um portento de acusticidade intimista, sem colocar em causa a personalidade eminentemente rugosa e jazzística do projeto. Cordas dedilhadas com vigor, exemplarmente acompanhadas por um baixo pulsante, sustentam a voz enleante e profundamente enigmática de Yorke, enquanto diversos efeitos se vão entalhando na melodia, ampliando o efeito cinematográfico da mesma. É uma canção repleta de nuances, pormenores, sobreposições e encadeamentos, num resultado final indisfarçadamente labiríntico e que, mesmo não parecendo, guarda em si também algo de grandioso, comovente e catárquico. Depois, Teleharmonic parece querer imobilizar-nos definitivamente porque afunda-nos numa angulosa espiral cósmica hipnotizante, mas o travo progressivo de Read The Room, que paira no regaço de um carrocel psicadélico de sintetizações e distorções e efeitos, logo nos recorda novamente que estas são, acima de tudo, canções feitas para atiçar, inflamar zonas de conforto e deixar definhar apatias e desconsolos.

O disco prossegue e se a robótica guitarra que introduz Under Our Pillows nunca desarma no modo como nos inquieta, enquanto conduz uma abrasiva composição que em pouco mais de seis minutos nos inebria com um punk jazz rock de elevadíssimo calibre, já em Friend Of A Friend, os diversos entalhes sintéticos e alguns sopros, assim como o registo vocal ecoante de Yorke, dão asas a um tema que inicialmente cresce em arrojo e acalma repentinamente para, logo depois, numa espécie de jogo sonoro do toca e foge, deixar-nos, uma vez mais, irremediavelmente presos à escuta.

Até ao ocaso de Wall Of Eyes, a melancolia comovente de I Quit, o bucolismo etéreo e introspetivo de Bending Hectic que, curiosamente, fica ainda mais vincado e realista quando aos seis minutos explode numa majestosa espiral de imediatismo e de rugosidade labiríntica e a longínqua cândura do piano que se insinua em You Know Me!, rematam, com notável nível de destreza, bom gosto e requinte, a essência de Wall Of Eyes, um disco que disserta com gula sobre cinismo, ironia, sarcasmo, têmpera, doçura, agrura, sonhos e esperança, enquanto se torna num portento de indie rock do mais contemporâneo, atual e sofisticado que é possível escutar nos dias de hoje.

De facto, Wall Of Eyes é um álbum excitante e obrigatório, não só para todos os seguidores dos Radiohead, mas também para quem procura ser feliz à sombra do melhor indie rock atual, independentemente do seu espetro ou proveniência estilística. O alinhamento do registo contém uma atmosfera densa e pastosa, mas libertadora e esotérica, materializando a feliz junção de três músicos que acabaram por agregar, no seu processo de criação, o modus operandi que mais os seduz neste momento e que, em simultâneo, melhor marcou a sua carreira, quer nos Radiohead, quer nos Sons Of Kemet. É um disco experimentalista naquilo que o experimentalismo tem por génese: a mistura de coisas existentes, para a descoberta de outras novas. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 13:49

MGMT – Nothing To Declare

Quinta-feira, 18.01.24

Continuam a ser revelados detalhes de Loss Of Life, o novo registo de originais da dupla MGMT, formada por Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser, sucessor do álbum Little Dark Age, de dois mil e dezoito. Loss Of Life foi produzido por Patrick Wimberly e os próprios MGMT, misturado por Dave Fridmann, será o quinto da carreira do projeto natural de Middletown, no Connecticut e irá ver a luz do dia a vinte e três de fevereiro, com a chancela da Mom+Pop.

MGMT Reveal New Song "Nothing To Declare": Stream

Assim, depois de ter sido revelado, em pleno outono, o tema Mother Nature e, há pouco mais de um mês, a divertida canção Bubblegum Dog, o quinto tema do alinhamento do álbum, agora chega a vez de escutarmos a insinuante e hipnótica Nothing To Declare. É uma charmosa canção, que coloca os MGMT a navegarem nas águas límpidas de uma folk de cariz eminentemente acústico, com as cordas de uma viola a serem acompanhadas por uma bateria de elevado pendor jazzístico, um suporte orgânico trespassado por alguns detalhes e nuances sintéticas. O resultado final é luminoso e não deixa de conter um certo groove. É, em suma, um tema melodicamente delicado e viciante, afirmando, assim, o já habitual cariz psicotrópico das criações sonoras deste projeto.

Confere Nothing To Declare e o curioso vídeo do tema, realizado por Joey Frank e protagonizado por Inga Petry, uma conhecida ativista e influencer digital, que mostra esta personalidade que nasceu com aplasia dos membros superiores, numa viagem a Paris carregada de simbolismo...

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publicado por stipe07 às 15:46

Marika Hackman – Big Sigh

Sexta-feira, 12.01.24

Já está nos escaparates Big Sigh, o novo registo de originais da britânica Marika Hackman, um impressivo alinhamento de dez canções que sucede ao extraordinário álbum Any Human Friend que a artista natural de Hampshire e a residir atualmente em Londres, lançou em dois mil e dezanove e que, na altura, foi o terceiro longa duração da sua carreira.

Marika Hackman 'Big Sigh' Review: A Resurgence of Self

Big Sigh tem a chancela da Chrysalis Records e foi produzido pela própria Marika Hackman, com a ajuda de Sam Petts-Davies e Charlie Andrew. Teclas, metais, outros detalhes percurssivos minuciosos e uma sintetização enleante, introduzem-nos em Big Sigh, à boleia de Ground, uma composição sentimentalmente tocante, cinematográfica e com um travo classicista intenso, ficando, desde logo, apresentado o modus operandi do registo. Logo a seguir, em No Caffeine, enquanto é abordada a temática da ansiedade, uma sensação que muitas vezes se materializa em ataques de pânico, percebemos que, sonoramente, Marika Hackman é exemplar no modo como cria delicadas melodias utilizando o piano como instrumento de suporte privilegiado, mas depois permite que as canções tenham espaço para evoluir para territórios muitas vezes buliçosos e inebriantes, sustentados por vários arranjos de sopros, guitarras eletrificadas com mestria, sintetizações insinuantes e uma bateria e um baixo sempre corpulentos.

Se o tema homónimo mostra uma faceta experimentalista, que vai ao encontro ao habitual pendor orgânico de cariz eminentemente acústico que é, também, muito do agrado da britânica, o modo como a canção se vai revelando, na sua complexidade e estrutura, obriga-nos, na verdade, a um aturado exercício de percepção de todas as suas nuances. E essa riqueza interpretativa e diversidade estilística são, sem dúvida, caraterísticas essenciais de Big Sigh. Depois, Blood mantém intacta a possibilidade de audição, numa mesma canção, do amplo referencial de elementos típicos dos universos sonoros em que Marika se move, a eletrónica ambiental e o rock alternativo, catálogos que se vão entrelaçando entre si de forma particularmente romântica e até, diria eu, objetivamente sensual, também muito por causa da performance vocal da autora. 

Até ao final de Big Sigh e num resultado final que, como de certo modo já foi descrito, está repleto de charme e com um intenso travo classicista, em canções como Hanging, tema que reflete sobre o fim de uma relação e a dificuldade que muitas pessoas sentem de seguir em frente, caso a rutura tenha sido algo traumática, ou Slime, composição que evoca os primeiros momentos de intensidade e deslumbramento que todos vivemos quando se inicia uma nova relação e que inicia com a voz doce de Marika e um dedilhar de uma viola a convidar-nos a mergulhar num universo muito peculiar que, no caso deste tema, encontra fortes reminiscências no adn do melhor rock alternativo noventista, somos completamente absorvidos por um disco com instantes minimalistas e contemplativos, mas também repleto de refrões que atiçam e explodem no nosso âmago.

Em suma, o quarto trabalho desta artista, que merece, claramente, maior destaque, cativa pela sua riqueza e profundidade emotiva, mas também pelo modo como se mostra exuberante e bastante cinematográfico, obrigando, no bom sentido da palavra, o ouvinte a sentir-se tocado pela sua intensidade. Os seus pouco mais de trinta e cinco minutos mostram o modo eficaz como Marika se tem dedicado de forma mais democrática à expansão do seu cardápio sonoro, sempre com uma dose algo arriscada de experimentalismo, mas bem sucedida, já que, nestas dez belíssimas canções, é feita de imensos detalhes e com uma elevada subtileza. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 18:49

The Republic Of Wolves – A Long December

Quarta-feira, 03.01.24

Na nossa redação sempre houve um particular interesse pela descoberta e audição de versões de temas que façam parte do catálogo essencial do universo sonoro indie e alternativo. São as chamadas covers que, muitas vezes, ao longo da história da música, acabaram, com alguma frequência, por obter mais sucesso que os próprios originais. Quem não se recorda da versão que Jimmy Hendrix criou para o clássico All Along the Watchtower, de Bob Dylan, ou o modo como Joe Cocker recriou o sucesso With A Little Help From My Friends, dos The Beatles? Mais recentemente, a cover dos Glass Animals para Heart Shaped-Box dos Nirvana e a dos Death Cab For Cutie para Fall On Me dos R.E.M., fizeram furor na nossa redação.

The Republic of Wolves – “Bask” • chorus.fm

Os norte-americanos The Republic Of Wolves ainda não divulgaram o sucessor do seu terceiro registo de originais, um compêndio de dez canções intitulado Shrine, que viu a luz do dia em dois mil e dezoito, mas, como bónus, acabam de divulgar uma cover extroardinária de um verdadeiro clássico da década final do século passado, o tema A Long December dos Counting Crows, de Adam Duritz.

Na versão que fizeram desta composição que fazia parte do registo Recovering The Satellites que o projeto de Baltimore lançou em mil novecentos e noventa e seis, o quinteto de Long Island, em Nova Iorque apostou num perfil eminentemente acústico que manteve a tónica sentimental do original, mas ofereceu ao tema um cunho ainda mais intimista, utilizando apenas as cordas e as vozes. Conseguiu, assim, dar um cunho identitário à nova roupagem, sem deixar de respeitar e de preservar a identidade do original. Confere...

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publicado por stipe07 às 15:53

Elliot Moss – Next Year’s Light

Terça-feira, 02.01.24

Um dos nomes mais interessantes da nova eletrónica contemporânea é o nova iorquino Elliot Moss, um artista ainda novo, mas já com um catálogo sonoro bastante interessante, que começou em grande quando, ainda com dezoito anos, lançou o single Slip, tema que foi, há exatamente uma década, um enorme sucesso e que colocou sobre si imensos holofotes, por parte da crítica e de uma legião de fãs imediata e cada vez mais vasta. Slip fazia parte de Highspeeds, o disco de estreia de Elliot Moss, um álbum que viu a luz do dia em dois mil e quinze e que só teve sucessor meia década depois com o belo registo  A Change In Diet.

Indie-Electronic Artist Elliot Moss Announces New Album + Shares the  Reflective Single + Video "Everglades" - Nettwerk Music Group

O terceiro álbum de originais do músico e compositor irá chegar em fevereiro deste ano, tem Damian Taylor (Björk, Arcade Fire, Japandroids), ao comando da produção e já se conhecem alguns avanços desse trabalho que se irá chamar How I Feel. De acordo com essas composições, nomeadamente os singles Lazy, Altitude, Everglades e New Year's Light, o mais recente, How I Feel será um oásis de charme e introspeção sonoras, assente num registo interpretativo intenso, sentimentalmente rico e que cruzará alguns dos principais tiques percurssivos do melhor R&B, com sintetizaçoes intensas, alguns arranjos de cordas minuciosos e um piano sempre omnipresente. Vem aí um dos discos mais interessantes do arranque do ano. Confere...

 

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publicado por stipe07 às 14:39

Villagers – The Little Drummer Boy (feat. Lisa Hannigan)

Terça-feira, 19.12.23

Aproxima-se o natal e, como é hábito, algumas bandas aproveitam para gravar temas relacionados com esta época tão especial, sejam versões de clássicos, ou originais escritos propositadamente para a ocasião. E nós, como também é habitual, cá estamos, ano após ano, para ir divulgando algumas das propostas mais interessantes do género, que podem dar um colorido diferente a esta época tão especial e que também se costumam materializar no formato programa de rádio deste blogue, que vai para o ar todas as semanas, na Paivense FM.

Villagers and Lisa Hannigan deliver a serene cover of 'The Little Drummer  Boy' - Smooth

Neste ano de dois mil e vinte e três damos o nosso pontapé de saída na apresentação de canções de natal com a lindíssima versão que os irlandeses Villagers de Conor O'Brien criaram para o clássico The Little Drummer Boy, com a ajuda da também irlandesa Lisa Hannigan. Como todos certamente sabem, The Little Drummer Boy é uma popular canção de natal escrita pela compositora norte-americana Katherine Kennicott Davis em mil novecentos e quarenta e um e que foi gravada pela primeira vez dez anos depois com a assinatura dos Trapp Family, tendo sido objeto de diversas versões e recriações ao longo de mais de meio século.

A roupagem que os Villagers ofereceram a este inconfundível clássico de Natal, mostra-se instrumentalmente irrepreensível e com uma delicadeza e um charme inconfundíveis, algo que não irá certamente surpreender demasiado quem acompanha com particular atenção um dos melhores grupos da atualidade a criar canções ricas em sentimento e cor. De facto, na mão dos Villagers e à boleia de um feliz entrelaçar entre o registo sussurrante vocal de Conor O'Brien e o subtilmente doce de Lisa Hannigan e no modo como sopros, metais, cordas, sintetizadores e diversos efeitos de múltiplas proveniência vão-se mostrando, de modo milimetricamente calculado, ao longo de quase três minutos, nesta versão The Little Drummer Boy ganhou um perfil ainda mais otimista e festivo, mas sem colocar em causa a essência cândida e aconchegante do original. Confere...

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publicado por stipe07 às 15:52

Future Islands – The Fight

Quinta-feira, 07.12.23

Os norte-americanos Future Islands não lançam nenhum álbum desde o excelente registo As Long As You Are, de dois mil e vinte mas, desde então, não têm vivido um hiato criativo, nem têm estado em pousio. Além de terem lançado os singles Peach, em dois mil e vinte e um e King Of Sweden, o ano passado, recentemente andaram em digressão com os Weezer e Samuel T. Herring, o vocalista e líder da banda, participou ativamente em canções assinadas por billy woods, os Algiers e R.A.P. Ferreira.

No entanto, esta pausa nos discos tem os dias contados, porque a vinte e seis de janeiro próximo, irá chegar aos escaparates um novo trabalho do projeto intitulado People Who Aren’t There Anymore, um alinhamento de doze canções que terá a chancela da 4AD.

Do novo álbum da banda natural de Baltimore, no Maryland, já se conhece o referido tema King Of Sweden, que abrirá o alinhamento de People Who Aren’t There Anymore e o single The Tower, que divulgámos oportunamente, no início do passado mês de novembro. Agora chega a vez escutarmos The Fight, a nona canção do alinhamento do trabalho.

Com um perfil mais climático e intimista que os singles anteriores, em The Fight Samuel Herring convida o ouvinte a desligar-se da realidade que o rodeia e a entrar num universo muito pessoal, já que, na canção, o artista disserta sobre alguns dos seus demónios interiores, com a sua voz, sempre plena de amplitude, emotividade e intensidade, a ser acamada por sedutoras sintetizações repletas de charme, trespassadas por algumas guitarras ecoantes, num resultado final brilhante e que, como é hábito nos Future Islands, assenta numa mescla feliz entre o orgânico e o sintético, com a herança da melhor pop oitocentista em declarado ponto de mira. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:40

Hazel English – Heartbreaker

Sábado, 04.11.23

Artista debaixo dos holofotes da crítica mais atenta desde que lançou há já meia década o EP Give In / Never Going Home, Hazel English estreou-se nos discos em dois mil e vinte com Wake Up!, um buliçoso alinhamento de dez composições que nos ofereceram uma bagagem nostálgica tremendamente impressiva, já que, ao escutarmos o registo, parecia que embarcávamos numa máquina do tempo rumo à melhor pop que se fazia há mais ou menos meio século e que ainda hoje influencia fortemente alguns dos melhores nomes da indie contemporânea.

Na passada primavera, já em dois mil e vinte e três, cerca de três anos depois de Wake Up! e já depois de no final de dois mil e vinte e um nos ter brindado com um inédito intitulado Nine Stories, que foi grande destaque de um EP chamado Summer Nights, lançado no verão do ano seguinte, a cantora australiana a residir atualmente em Oakland, nos Estados Unidos, voltou à carga com uma belíssima cover de Slide, um icónico tema dos anos noventa assinado pelos míticos Goo Goo Dolls de Johnny Rzeznik, Robby Takac, George Tutuska e Mike Malinin.

Agora no outono, Hazel Engish delicia-nos com uma novidade intitulada Heartbreaker, que ainda não traz atrelado o anúncio de um novo disco da artista. Para gravar Heartbreaker, Hazel English contou com a ajuda inestimavel de Jackson Phillips aka Day Wave, seu colaborador de longa data, para criar uma composição luminosa e melodicamente sagaz, com o timbre metálico constante das cordas, algumas interseções sintéticas, diversas variações rítmicas e um registo vocal ecoante, a sustentarem pouco mais de dois minutos de puro deleite pop. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:20

The Antlers – Need Nothing

Terça-feira, 31.10.23

Os The Antlers, um projeto fundamental do indie rock experimental norte-americano dos últimos vinte anos, formado por Peter Silberman e por Michael Lerner, têm estado particularmente ativos em dois mil e vinte e três. Assim, depois de na reta inicial deste ano nos terem brindado com uma nova roupagem de Ahimsa, sete minutos preenchidos com uma lindíssima folk tipicamente americana, batizados com o nome de um ancião índio e cujo original era um dos momentos maiores da carreira a solo de Peter, em março voltaram à carga com uma lindíssima balada intitulada I Was Not There. Depois, em plena primavera, divulgaram uma canção intitulada Rains, um espantoso tema sobre renovação, otimismo e abertura à mudança e, já no verão, brindaram-nos com Tide, uma composição que versava sobre o modo como o tempo passa implacavelmente, sem pausas ou esperas, por cada um de nós.

The Antlers' verdant new song 'Need Nothing' – Transgressive Records

Agora, em pleno outono, os The Antlers regressam com mais uma canção. Chama-se Need Nothing e reflete sobre o gozo que todos devemos sentir em apreciar o que possuímos, em vez de nos desgastarmos a desejar o indesejável. Aquilo que achamos muitas vezes simples, descartável e ordinário e está na nossa posse, pode, quase sem darmos conta, tornar-se em algo extraordinário e verdadeiramente recompensador, se merecer da nossa parte o devido crédito e atenção.

Sonoramente, Need Nothing oferece-nos, como é já habitual neste projeto nova iorquino, uma delicada luminosidade, assente em cordas vibrantes, vários arranjos de sopros insinuantes e um registo percurssivo jazzístico embalador, num resultado final impactante e vigoroso, que deixa uma marca profunda nos nossos ouvidos e que, também como é hábito nos The Antlers, encharca-nos de alto a baixo em intimidade e sentimentalismo. Confere...

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publicado por stipe07 às 14:16

Luke Sital-Singh – I Will Follow You Into The Dark

Domingo, 15.10.23

O britânico Luke Sital-Singh, um artista muito querido para a nossa redação e agora radicado na costa oeste do outro lado do Atlântico, lançou em setembro do ano passado um excelente disco intitulado Dressing Like A Stranger, disponivel no bandcamp do artista, um alinhamento de onze canções que plasmam de modo tremendamente fiel o espírito intimista e profundamente reflexivo deste artista e o habitual misticismo a a inocência da sua filosofia sonora.

Luke Sital-Singh - Dressing Like a Stranger - Folk Radio UK

Depois desse tomo de canções em formato longa duração, Luke Sital-Singh tem-se dedicado à divulgação de vários temas avulsos que, para já, ainda não trazem atrelado o anúncio de um sucessor para esse Dressing Like A Stranger. O mais recente é I Will Follow You Into The Dark, uma versão de um original dos Death Cab For Cutie, que fazia parte do disco Plans que a banda de Los Angeles lançou em dois mil e cinco.

Na roupagem que Luke Sital-Singh oferece a um verdadeiro clássico da carreira dos Death Cab For Cutie, o músico britânico aprimora o elevado sentimentalismo da composição, servindo-se de um ambiente bastante intimista e minimal para, numa simbiose entre acusticidade, eletrónica ambiental e alguns dos melhores detalhes do R&B contemporâneo, criar uma versão com uma pegada folk eminentemente melancólica, que atinge, na nossa opinião, um elevado grau de brilhantismo. Confere...

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publicado por stipe07 às 14:09






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