01. Better Days
02. Let’s Get High
03. Two
04. Please!
05. Country Calling
06. Life Is Hard
07. If I Were Free
08. In The Lion
09. They Were Wrong
10. In The Summer
11. Remember Remember
12. This Life
man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Edward Shape And The Magnetic Zeros – Edward Shape And The Magnetic Zeros
Depois de Vagrant, um álbum que divulguei o ano passado e de Here, outro trabalho também editado no ano transato, o coletivo Edward Shape & The Magnetic Zeros, liderado por Alex Ebert, está de regresso e em boa forma com um homónimo que firma definitivamente a sonoridade própria desta banda norte americana.
Os Edward Shape And The Magnetic Zeros sempre cultivaram uma certa religiosidade nos seus trabalhos e esta postura é cada vez mais uma imagem de marca do coletivo, presente logo na estreia, em 2009 com Up From Below. As vozes e os sons que se escutam neste homónimo firmam um ambiente peculiar onde já não cabe apenas a folk tradicional conjugada com a psicadelia. Simplificar tornou-se quase um imperativo já que a multiplicidade instrumental dos antecessores agora é mais contida e uma conjugação mais direta das cordas e da percurssão tornou-se na pedra de toque na conceção deste disco.
Edward Shape and The Magnetic Zeros também serve para provar que a tal religiosidade torna-se visível quando a mensagem que este grupo transmite nas suas músicas é, para ele próprio, mais relevante que os sons que se escutam. Partindo dessa premissa, o grupo organiza tematicamente o presente álbum como uma espécie de continuação imediata do disco anterior, sendo este o principal fio condutor com o passado musical dos Edward Shape And the Magnetic Zeros. Assim, a maioria das doze canções deste trabalho são composições marcadas por versos de apelo filosófico e com um forte sintoma de empatia, já que falam muito da relação entre os povos e, claro, da presença de Deus como principal componente no universo temático do grupo. Dentro desse esforço, Let’s Get High, If I Were Free e In The Lion, são três temas que o demonstram.
Claro que a busca por um trabalho com um objetivo lírico claro e específico não invalida que haja também um certo cuidado na componente sonora que, como já disse, foi um pouco simplificada mas mantém o bom gosto intrínseco aos Edward Shape And The Magnetic Zeros. Neste campo acrescento que há um certo encanto na forma diria que quase artesanal e caseira como os instrumentos se interligam para criar as melodias que alimentam a obra. É como se todo o álbum fosse parte de um material raro e recém-descoberto e por isso com um charme nunca escutado antes.
Edward Shape and The Magnetic Zeros não tem singles orelhudos com tinham os antecessores, mas é uma sólida coleção de temas que se assumem como uma espécie de catálogo das típicas colagens auditivas que sustentam o o universo sonoro proposto por este grupo californiano e fazem dele uma referência obrigatória do universo sonoro indie norte americano. Espero que aprecies a sugestão...