man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Electric Man - Electric Man
Fundador, vocalista e guitarrista dos Gessicatrip, o lisboeta Tito Pires virou agulhas para uma carreira a solo, assinada com o nome Electric Man e o seu primeiro disco em nome próprio, um homónimo, viu a luz do dia nos primeiros dias de outubro do ano passado.
Independentemente do estado atual daquele indie rock de cariz mais alternativo e que aposta no revivalismo de outras épocas, nomeadamente os primórdios do punk rock mais sombrio que fez furor nos finais da década de setenta e início da seguinte, com nomes com os Joy Division ou os Cure à cabeça, este género que também deve imenso a nomes como os The White Stripes, The Killers, The Strokes e, principalmente, aos Interpol, também tem seguidores por cá e que aplicam o interesse por esta fusão no seu processo de composição sonora. Este projeto Electric Man é um nome importante a reter e, logo na estreia, cimenta uma posição de relevo graças a dez canções que, de forma imaculada, nos levam numa viagem alicerçada em sons sintetizados inebriantes, mas também em guitarras angulares, feitas de distorções e aberturas distintas e um baixo cheio daquele groove punk, com Tito Pires a colar todos estes elementos, através da bateria, com uma coerência exemplar.
O ritmo frenético de canções como Wonder Boy ou a épica Star Point, são excelentes exemplos do forte sentido de urgência que exala de Electric Man, mas também merece dedicação aquela sensualidade algo enigmátiva, mas nada figurativa, do dedilhar da guitarra e do registo vocal de Hot Break, assim como a fabulosa cover do clássico Something In The Way dos Nirvana, uma canção que na voz de Electric Man nos obriga a inspirar e a expirar ao ritmo da mesma até ao êxtase final, enquanto nos recorda aquele prazer tantas vezes difícil de descrever que este tema sempre provocou no nosso íntimo. No entanto, o grande destaque do disco vai para Enemy, quase quatro minutos vibrantes e hipnóticos, que assentam num indie rock rugoso mas épico, intenso e visceral, melodicamente bastante sedutor, um psicotrópico mental verdadeiramente eficaz e aditivo.
Sem rodeios, Electric Man é indie rock e pós punk sem falsos pressupostos, tem um valor natural e genuíno e não precisa de uma análise demasiado profunda para o percebermos, até porque um dos seus grandes atributos, enquanto disco, é não ser demasiado intrincado ou redundante no que concerne aos arranjos e ao arsenal instrumental de que se serve, algo que só demonstra a relevância do seu autor no universo indie nacional atual, uma prova evidente que Electric Man se estreia em grande, com contemporaneidade, consistência e excelência. Espero que aprecies a sugestão...