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Scott Orr - Everything

Terça-feira, 05.04.16

Natural de Hamilton, no Ontário, o canadiano Scott Orr regressou em março último aos lançamentos discográficos com Everything, o quinto registo de originais da sua carreira e, mais uma vez, com a chancela da editora independente Other Songs Music Co.. Gravado num sotão no último meio ano, Everything marca o regresso do autor ao seu universo pessoal, através da habitual folk intimista, nostálgica e contemplativa que carateriza o seu catálogo, já que debruça-se sobre o final de um relacionamento que manteve durante dezasseis anos e, de algum modo, exorciza vários fantasmas que assolaram a sua vida pessoal mais recente.

O modo virtuoso como Orr consegue expôr-se e colocar-nos na primeira fila do exemplar exercício de catarse que é Everything, fica logo plasmado em By The Way, canção agridoce que abre com cândura, inspiração e apurada veia criativa um disco que explora a fundo as diversas possibilidades sonoras das cordas, acústicas e delicadamente eletrificadas, fazendo-o com uma tonalidade única e uma capacidade incomum, possível porque este músico é exímio no seu manuseamento e no modo como dele se serve para transmitir sentimentos e emoções com uma crueza e uma profundidade simultaneamente vigorosas e profundas.

Sempre com a folk na mira, como referi anteriormente, mas com um inconfundível travo pop a incubar da mente incansável de um músico maduro e capaz de nos fazer despertar aquelas recordações que guardamos no canto mais recôndito do nosso íntimo e que em tempos nos proporcionaram momentos reais e concretos de verdadeira e sentida felicidade, ou, no sentido oposto, de angústia e depressão e a necessitarem de urgente exercicío de exorcização para que consigamos seguir em frente, Orr é capaz de nos colocar a olhar o sol de frente com um enorme sorriso nos lábios, com a àspera Kids ou a delicada Soulmating, mas também desafia o nosso lado mais sombrio e os nossos maiores fantasmas no convite que nos endereça à consciência do estado atual do nosso lado mais carnal em Always Everything e no desarme total que torna inerte o lado mais humano do nosso peito na realista e racional Try to Be Good. Mesmo quando Scott Orr comete o pecado da gula e se liga um pouco mais à corrente em The Devil, fá-lo com um açúcar muito próprio e um pulsar particularmente emotivo e rico em sentimento, não deixando assim, em nenhum instante de Everything, de ser eficaz na materialização concreta de melodias que vivem à sombra de uma herança natural claramente definida e que, na minha opinião, atinge um estado superior de consciência e profundidade nos acordes únicos e lindíssimos da confessional Hundred Thousand Times.

Everything é alma e emoção e como documento sonoro ajuda-nos a mapear as nossas memórias e ensina-nos a cruzar os labirintos que sustentam todas as recordações que temos guardadas, para que possamos pegar naquelas que nos fazem bem, sempre que nos apetecer. Basta deixarmo-nos levar pelos ecos vigorosos do falsete do autor, para sermos automaticamente confrontados com a nossa natureza, à boleia de uma sensação curiosa e reconfortante, que transforma-se, em alguns instantes, numa experiência ímpar e de ascenção plena a um estágio superior de letargia. Espero que aprecies a sugestão...

Scott Orr - Everything

01. By The Way
02. I’ll Do Anything
03. Soulmating
04. Undeniable
05. Still Waiting
06. Kids
07. The Devil
08. Try To Be Good
09. Hundred Thousand Times
10. Always Everything

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publicado por stipe07 às 22:12






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