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Band Of Horses – Casual Party

Sábado, 30.04.16

Band Of Horses - Casual Party

É já em junho que chega aos escaparates Why Are You Ok, o novo disco dos norte americanos Band Of Horses, um trabalho produzido por Rick Rubin e sucessor do aclamado Mirage Rock, um álbum editado já em 2012.

Casual Party é o primeiro avanço divulgado de Why Are You Ok, uma canção com uma exuberância instrumental ímpar e um frenesim melódico bastante impressivo, que faz antever um trabalho cheio de interseções entre guitarras e sintetizadores, criadas por uns Band Of Horses que são já hoje um dos grupos mais respeitáveis do cenário rock do país natal e que chegam ao quinto disco a cimentar as referências sonoras que durante quase uma década têm sido essenciais para o grupo, sem aparente sinal de desgaste. Confere...

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publicado por stipe07 às 14:06

Ra Ra Riot – Need Your Light

Sexta-feira, 29.04.16

Lançado a dezanove de fevereiro último através da Barsuk Records, Need Your Light é o mais recente registo discográfico dos norte americanos Ra Ra Riot de Milo Bonacci, Wes Miles, Mathieu Santos, Rebecca Zeller, Kenny Bernard e John Pike, uma banda oriunda de Siracusa, nos arredores de Nova Iorque e com mais de uma década de uma já respeitável carreira, que tem merecido cada vez maior atenção da crítica especializada, um efeito que este quarto longa duração do grupo irá certamente ampliar.

Produzido por Rostam Batmanglij e Ryan Hadlock, Need Your Light mantém os Ra Ra Riot no trilho de um indie rock bastante melódico e sentido, que agrega eficazmente guitarras e efeitos sintetizados, uma estratégia de composição simbiótica que se mantém intacta desde o extraordinário The Rhumb Line, o disco de estreia do grupo, editado em 2008.

Álbum após álbum, a concepção sonora dos Ra Ra Riot, parecendo algo estanque, já que a bitola é curta e, instrumentalmente, o grupo não costuma variar demasiado, não deixou que o grupo deixasse de conseguir ir inovando e de apresentar novas nuances, pois houve sempre a busca de uma recomendável versatilidade, principalmente ao nível da panóplia de arranjos e distorções das guitarras que foram sendo sugeridas. Assim, se o ambiente mais festivo de Beta Love, o antecessor deste Need Your Light, entroncou em alguns dos pilares essenciais da pop atual, agora é declaradamente assumido um piscar de olhos a territórios mais experimentais e progressivos, com as batidas e os sintetizadores de Water Call Me Out e o abraço nostálgico que nos é oferecido pelas guitarras de Absolutely e de Every Time I'm Ready To Hug, a destacarem-se num alinhamento que prima também pela versatilidade vocal, na demanda de um equilíbrio nem sempre fácil de obter entre o apelo comercial da indústria musical e a vontade destes músicos em testar, sempre dentro da tal baliza, novos arranjos, técnicas e sonoridades.

Os leitores mais atentos e conscientes da realidade musical e identitária dos Ra Ra Riot, ao escutarem a discografia da banda cronologicamente, acabarão por perceber que o conteúdo deste Need Your Light é, de certa forma, um passo lógico, na medida em que o próprio percurso anterior já tinha deixado algumas pistas sobre a vontade do grupo em apostar numa maior primazia dos sintetizadores, até porque estes nova iorquinos sempre provaram ser uma banda inquieta e que não repete a rigor a última rota que percorreu. Espero que aprecies a sugestão...

Ra Ra Riot - Need Your Light

01. Water
02. Absolutely
03. Foreign Lovers
04. I Need Your Light
05. Bad Times
06. Call Me Out
07. Instant Breakup
08. Every Time I’m Ready To Hug
09. Bouncy Castle
10. Suckers

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publicado por stipe07 às 22:02

PJ Harvey - The Hope Six Demolition Project

Quinta-feira, 28.04.16

Let England Shake (2011), o último registo de originais da britânica PJ Harvey, já tem, finalmente, sucessor. As onze canções que fazem parte do alinhamento de The Hope Six Demolition Project viram a luz do dia a quinze de abril à boleia da Island Records e marcam o regresso de PJ Harvey a territórios sonoros mais elétricos, crus e rugosos, um retorno que, quanto a mim, se saúda.

Nono disco da carreira de Pj Harvey, The Hope Six Demolition Project não pode ser analisado autonomamente relativamente ao antecessor Let England Shake, apesar da inflexão sonora acima referida, mais que não seja pela abordagem política das novas canções desta autora e que se basearam em alguns factos atuais, mas também outros que sucederam há um século, na primeira guerra mundial. O produtor Flood e o realizador Seamus Murphy tiveram uma importante palavra a dizer neste aspecto, com o resultado final a ser um interessante e contemprâneo retrato de uma Inglaterra cada vez mais cosmopolita e que vive atualmente em aparente contradição, já que não renega orgulhosamente só as suas raízes e tradições, ao mesmo tempo que pretende ser um baluarte e referência na integração de diferentes culturas e povos na sua sociedade.

Viagens a acampamentos de refugiados e a destinos tão díspares como Afeganistão, Kosovo ou Wasghington, fizeram parte do cardápio que inspirou The Hope Six Demolition Project, um álbum que é, claramente, um documentário sobre uma realidade que está na ordem do dia e sobre o qual PJ Harvey se debruça com particular emoção lirica e um arrojo e uma crueza sonora que já faziam falta no catálogo mais recente da autora. Na verdade, logo na imponência de The Community Of Hope, percebemos qual é o edifício sonoro que vai sustentar o disco, um agregado de influências que vão do rock cinematográfico de A Line In The Sand ao blues mais cru, exemplarmente expresso na sombria e seca Chain Of Keys e no ritmo de Orange Monkey, passando por alguns tiques da folk ancestral, audíveis em River Anacostia e do próprio punk e que a bateria marcial de Ministry of Defense amplia.

Álbum claramente interventivo, declaradamente político e avassalador no modo como espelha o mundo atual e alguns dos seus maiores flagelos, The Hope Six Demolition Project é um documento obrigatório para todos aqueles que apreciam PJ Harvey, mas também para quem só agora se predispõe a explorar o seu catálogo, não só porque comprova a boa forma de uma artista relevante, mas também porque prova como ela sabe honrar e preservar o seu espólio e acrescentar-lhe novos acertos e estéticas, com uma bitola qualitativa elevadíssima. Espero que aprecies a sugestão...

PJ Harvey - The Hope Six Demolition Project

01. The Community Of Hope
02. The Ministry Of Defence
03. A Line In The Sand
04. Chain Of Keys
05. River Anacostia
06. Near The Memorials To Vietnam And Lincoln
07. The Orange Monkey
08. Medicinals
09. The Ministry Of Social Affairs
10. The Wheel
11. Dollar, Dollar

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publicado por stipe07 às 23:02

Blueberries for Chemical - So Come And Go Let's Go!

Quinta-feira, 28.04.16

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Com arraiais assentes em Penafiel e formados por Tiago Mota, Marcos Moreira, Filipe Mendes e Miguel Lopes, os Blueberries For Chemical andam por cá desde 2013 e já contam com algumas promissoras atuações ao vivo em carteira, que lhes conferem atualmente uma já sólida reputação no cenário musical alternativo local.

Como é natural, os Blueberries For Chemical pretendem dar-se a conhecer a um número cada vez maior de ouvintes e poderão muito bem consegui-lo à boleia de So Come And Go Let's Go!, uma canção que explora territórios sonoros que olham o sol radioso de frente e enfrentam-no com uma percussão vigorosa e compassada, o baixo e a guitarra sempre no limite do vermelho e com uma intensa vertente experimental, uma composição onde um rock com um espetro que pode ir do punk a territórios mais progressivos é dedilhado e eletrificado com particular mestria. Confere...

 

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publicado por stipe07 às 22:56

Mumblr - Microwave

Quarta-feira, 27.04.16

Depois da espetacular estreia nos discos em 2014 com Full Of Snakes, os norte americanos Mumblr de Nick Morrison, Ian Amidon, Sean Reilly e Scott Stitzer, estão de regresso com o sucessor, um trabalho intitulado The Never Ending Get Down e que irá ver a luz do dia a dez de junho através da insuspeita e espetacular editora, Fleeting Youth Records, uma etiqueta essencial para os amantes do rock e do punk, sedeada em Austin, no Texas.

Estes Mumblr mantêm-se apostados em criar hinos sonoros que plasmem diferentes manifestações de raiva adolescente, já que parece ser este o ideário lírico privilegiado das canções e da escrita de Nick Morrisson, que agora também se debruça na temática dos sonhos e das sensações que as recordações dos mesmos provocam. E Microwave, o primeiro single divulgado de The Never Ending Get Down, confirma esta direção, que numa simbiose entre garage rockpós punk e rock clássico, contém aquela sonoridade crua, rápida e típica da que tomou conta do cenário lo fi inaugurado há mais de três décadas. Confere...

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publicado por stipe07 às 22:03

We Are Scientists – Helter Seltzer

Terça-feira, 26.04.16

Os norte americanos We Are Scientists estão de regresso aos discos com Helter Seltzer, o quinto registo discográfico desta banda que teve as suas raízes na Califórnia, está atualmente sedeada em Nova Iorque e já leva dezassete anos de carreira, sendo formada atualmente por Keith Murray, Chris Cain e Scott Lamb e um dos nomes fundamentais do pós punk atual.

Logo no trocadilho entre uma conhecida marca de águas internacional e o clássico dos The Beatles Helter Skelter fica expressa a habitual boa disposição de uma banda que muitas vezes parece pedir para não ser levada demasiado a sério, apesar de já amealhar na sua herança alguns pergaminhos sonoros que apesar de inapelavelmente fazerem alas para os jeans coçados escondidos no guarda fatos e as t-shirts coloridas e convidarem a que se ponha o congelador a bombar com cerveja e a churrasqueira a arder porque é hora de festa, também são verdadeiros marcos sonoros, já que temas como Nobody Move, Nobody Get Hurt ou The Great Escape e Impatience, são hinos não só de uma geração mas de todos aqueles que acompanham com particular devoção o universo sonoro dominado pelo rock alternativo.

A banda sonora destes We Are Scientists e de Helter Seltzer firma-se, pois, no velhinho rock n'roll feito sem grandes segredos, carregado de decibeis, um rock algo inofensivo e que em canções como Buckle ou a rugosa Classic Love se materializa através da habitual simplicidade melódica do projeto e de um trabalho de produção e mistura que não descura quer as noções de grandiosidade, quer de ruído, além de alguns efeitos imponentes que acabam por adornar e dar mais brilho e cor às composições.

Cada uma destas novas dez músicas que os We Are Scientists propôem reflete, portanto, um sustentado crescimento da banda, ao mesmo tempo que fornecem mais uma coleção de canções que vão cair facilmente no goto de todos aqueles que apreciam quer o género, quer o grupo. O grande segredo dos We Are Scientists reside exatamente na capacidade que demonstram de se renovarem e exerimentarem coisas novas e, ao mesmo tempo, não quererem complicar, por isso, aproveitem bem o spotify abaixo e se a festa estiver divertida e onde quer que se encontrem, desde que este disco esteja a tocar e a cerveja esteja fresquinha é só avisar-me que se estiver nas redondezas irei ter convosco. Fico à espera de um convite e espero que aprecies a sugestão...

We Are Scientists - Helter Seltzer

01. Buckle
02. In My Head
03. Too Late
04. Hold On
05. We Need A Word
06. Want For Nothing
07. Classic Love
08. Waiting For You
09. Headlights
10. Forgiveness

 

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publicado por stipe07 às 18:23

Electric Man - Electric Man

Quinta-feira, 21.04.16

Fundador, vocalista e guitarrista dos Gessicatrip, o lisboeta Tito Pires virou agulhas para uma carreira a solo, assinada com o nome Electric Man e o seu primeiro disco em nome próprio, um homónimo, viu a luz do dia nos primeiros dias de outubro do ano passado.

Independentemente do estado atual daquele indie rock de cariz mais alternativo e que aposta no revivalismo de outras épocas, nomeadamente os primórdios do punk rock mais sombrio que fez furor nos finais da década de setenta e início da seguinte, com nomes com os Joy Division ou os Cure à cabeça, este género que também deve imenso a nomes como os The White Stripes, The Killers, The Strokes e, principalmente, aos Interpol, também tem seguidores por cá e que aplicam o interesse por esta fusão no seu processo de composição sonora. Este projeto Electric Man é um nome importante a reter e, logo na estreia, cimenta uma posição de relevo graças a dez canções que, de forma imaculada, nos levam numa viagem alicerçada em sons sintetizados inebriantes, mas também em guitarras angulares, feitas de distorções e aberturas distintas e um baixo cheio daquele groove punk, com Tito Pires a colar todos estes elementos, através da bateria, com uma coerência exemplar.

O ritmo frenético de canções como Wonder Boy ou a épica Star Point, são excelentes exemplos do forte sentido de urgência que exala de Electric Man, mas também merece dedicação aquela sensualidade algo enigmátiva, mas nada figurativa, do dedilhar da guitarra e do registo vocal de Hot Break, assim como a fabulosa cover do clássico Something In The Way dos Nirvana, uma canção que na voz de Electric Man nos obriga a inspirar e a expirar ao ritmo da mesma até ao êxtase final, enquanto nos recorda aquele prazer tantas vezes difícil de descrever que este tema sempre provocou no nosso íntimo. No entanto, o grande destaque do disco vai para Enemy, quase quatro minutos vibrantes e hipnóticos, que assentam num indie rock rugoso mas épico, intenso e visceral, melodicamente bastante sedutor, um psicotrópico mental verdadeiramente eficaz e aditivo.

Sem rodeios, Electric Man é indie rock e pós punk sem falsos pressupostos, tem um valor natural e genuíno e não precisa de uma análise demasiado profunda para o percebermos, até porque um dos seus grandes atributos, enquanto disco, é não ser demasiado intrincado ou redundante no que concerne aos arranjos e ao arsenal instrumental de que se serve, algo que só demonstra a relevância do seu autor no universo indie nacional atual, uma prova evidente que Electric Man se estreia em grande, com contemporaneidade, consistência e excelência. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 12:52

Parquet Courts - Human Performance

Quarta-feira, 20.04.16

Lançado a oito de abril por intermédio da Rough Trade Records, Human Performance é o novo registo de originais dos norte americanos Parquet Courts, uma banda nova iorquina formada pelos guitarristas Andrew Savage e Austin Brown, o baixista Sean Yeaton e o baterista Max Savage e um dos coletivos do universo indie e alternativo mais aclamados da última meia década, muito por culpa de canções que parecem viajar no tempo e que, disco após disco, vão amadurecendo numa simbiose certeira entre garage rockpós punk e rock, até se tornarem naquilo que são, peças sonoras que querem brincar com os nossos ouvidos, sujá-los com ruídos intermináveis e assim, proporcionarem uma audição leve e divertida.

Abrigados numa filosofia instrumental que nos remete facilmente, por exemplo, para a herança dos The Velvet Underground de John Cale, os Parquet Courts servem-se de arranjos sujos e guitarras desenfreadas, às vezes com uma forte índole psicadélica. Este detalhe também aproxima o grupo do lado do lado de cá do atlântico, até à herança de nomes como os Television ou os Talking Heads e até os britânicos Wire. Assim, chegam a Human Performance na fase mais madura da sua curta, mas já rica, carreira e com vontade de bater ensurdecedoramente às portas de um sucesso que materialize numa superior e merecida exposição a um número cada vez maior de ouvintes, já que este quarteto é, sem sombra de dúvidas, um dos coletivos mais excitantes e inovadores do espetro musical em que se movimenta.

Como não podia deixar de ser e tendo em conta os álbuns anteriores, nomeadamente o fabuloso Sunbathing Animal, trabalho que há dois anos tirou os Parquet Courts definitivamente das sombras, Human Performance é um disco concentrado no uso das guitarras, o grande ponto de acerto e movimento das suas diferentes composições, sempre com o acompanhamento exemplar do baixo, mas é dado, desta vez, um maior relevo à vertente sintética, com Dust, logo na abertura do alinhamento, a cimentar esta nova nuance. Apesar de estar impecavelmente produzido, este é um registo que não deixa de soar a um daqueles trabalhos que parece ter sido gerado por artifícios caseiros de gravação, além de não descurar métricas instrumentais similares e até mesmo temáticas bem relacionadas com o que definiu o rock de finais dos anos setenta, até ao período aúreo do rock alternativo de final do século passado.

Savage continua a escrever canções para ouvir a qualquer hora do dia, sem que necessariamente seja preciso uma solução filosófica para desvendar os seus versos e entrega-se de forma mais incisiva à escrita, com temas como Steady On My Mind ou I Was Just Here a levarem-nos do tédio à euforia, respetivamente, num ápice, não faltando questões relacionadas com o amor (Captive Of The Sun) e sendo também possível visualizar histórias de vida comuns, através da audição de retratos honestos sobre pessoas, percetível em Two Dead Cops, ou sentimentos, bem vincados na ode explosiva de One Man, No City, que é bem capaz de se basear numa Nova Iorque cheia de gente algo inócua, mas que não deixa de ser honesta e de ter o seu encanto.

Independentemente de todas as referências nostálgicas e mais contemporâneas que Human Performance possa suscitar, este tomo de canções possibilita-nos apreciar uns Parquet Courts renovados, enérgicos e interventivos, que chegam a 2016 instalados no seu trabalho mais consistente e ousado, uma sucessão incrível de canções que são potenciais sucessos e singles e passos certos e firmes para um futuro que não deverá descurar um piscar de olhos a ambientes ainda mais experimentalistas, sem colocar em causa esta óbvia e feliz vontade de chegarem a cada vez mais ouvidos. Espero que aprecies a sugestão...

01. Dust
02. Human Performance
03. Outside
04. I Was Just Here
05. Paraphrased
06. Captive Of The Sun
07. Steady On My Mind
08. On Man, No City
09. Berlin Got Blurry
10. Keep It Even
11. Two Dead Cops
12. Pathos Prairie
13. It’s Gonna Happen

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publicado por stipe07 às 21:36

Bear Hands – You’ll Pay For This

Segunda-feira, 18.04.16

Oriundos de Brooklyn, Nova Iorque, os Bear Hands são Dylan Rau, Ted Feldman, Val Loper, TJ Orsche, uma banda norte americana que editou no último dia quinze e à boleia da Spensive Records, You'll Pay For This, o terceiro disco de uma carreira já com nove anos e que conseguiu cimentar-se numa posição de particular relevo graças ao excelente Distraction, o antecessor deste novo registo, que há pouco de dois anos chamou imenso a atenção junto da crítica especializada e também desta publicação.

Assim que comecei a escutar este disco achei logo que me soava a algo familiar e que seria um trabalho de fácil assimilação. Mas a verdade é que, poucos instantes depois, percebi que estava na presença de um trabalho influenciado não só pelas habituais camadas sonoras que compôem o rock alternativo, mas também cheio de tiques caraterísticos do pop punk, do eletropop e do rock clássico dos anos oitenta, logo bem presentes nos efeitos, na distorção e no clima soturno e cru de I Won't Pay.

De facto, neste You'll Pay For This os Bear Hands demonstram uma interessante maturidade, quer como escritores de canções mas, principalmente, como criadores de melodias. Se o single 2AM destaca-se por um clima simultaneamente etéreo e majestoso, ampliado pela imponência vocal de Rau, que depois se vai repetir, mas num registo diferente, no curioso piscar de olhos ao hip hop em Déjà Vu, o grande momento de You'll Pay For This acaba por materializar-se na forma como em Like Me Like That esta postura vocal se mistura com um sintetizador que parece ter sido ressuscitado após trinta anos de hibernação, em simbiose com excelentes loops de guitarra e uma distorção rugosa altiva e visceral.

Se em apenas um tema do disco é possível aferir todos os melhores atributos que definem a forma atual destes Bear Hands, além das composições já referidas, não deve passar em claro a luminosidade melódica da intrigante Marathon Man, uma canção que assenta numa densa parede melódica claramente progressiva, assim como a otimista e sedutora Purpose Filled Life, um festim de cordas e efeitos que vão-se enleando e sobrepondo, encerrando da melhor forma um disco coeso, assente em texturas sonoras intrincadas e inteligentes, diferentes puzzles que dão substância a canções com um ritmo variado e que tanto sabem aquela urgência do rock dos anos oitenta, como às tendências mais atuais do indie rock que, nitidamente, aposta numa mescla de géneros e estilos sem regras ou convenções.

Hoje em dia, com a multiplicidade de propostas que diariamente chegam aos nossos ouvidos, frequentemente instala-se a confusão e são ténues as fronteiras entre aquilo que é indie ou pop, independentemente da fórmula ser eminentemente orgânica ou sintética. O foco acaba por se direcionar, no meu caso concreto, para a qualidade e para a capacidade que, independentemente do balizamento ou da rotulagem que esteja tentado a fazer, alguns discos têm de transmitir sensações, sejam elas rudes, sinceras, emotivas, simples ou intrincadas. Os Bear Hands são de difícil catalogação, talvez ainda estejam à procura do rumo certo mas, quanto a mim, são bons e serão grandes se optarem sempre por esta miscelânia e heterogeneidade sonora que carateriza You'll Pay For This. Espero que aprecies a sugestão...

Bear Hands - You'll Pay For This

01. I Won’t Pay
02. 2AM
03. Boss
04. Déjà Vu
05. Too Young
06. The Shallows
07. Like Me Like That
08. Chin Ups
09. Marathon Man
10. Winner’s Circle
11. I See You
12. Purpose Filled Life

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publicado por stipe07 às 18:00

Happy Hollows - Way Home

Domingo, 17.04.16

Produzido por Lewis Pesacov nos estúdios Sunset Sound e masterizado por Mark Chalecki, Way Home é o mais recente tema divulgado pelos Happy Hollows, uma banda norte americana oriunda de Los Angeles, na Califórnia e formada por Sarah Negahdari, Charlie Mahoney, Matt Fry e Dan Marcellus.

A banda está prestes a entrar em digressão no próximo mês de maio com os consagrados Lucious e o cariz rugoso e elétrico, mas simultaneamente luminoso e efervescente desta canção bastante festiva, é uma excelente porta de entrada para um grupo que tem em Amethyst o seu último registo de originais, editado em 2013 e que parece ter finalmente sucessor. Confere...

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publicado por stipe07 às 21:11


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