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The Raveonettes – This World Is Empty (Without You)

Sábado, 30.01.16

The Raveonettes - This World Is Empty (Without You)

Depois do estrondoso Pea'hi (2014), o sétimo álbum da carreira, os dinamarqueses The Raveonettes de Sune Rose Wagner e Sharin Foo resolveram fazer algo diferente em 2016 e estão de regresso aos lançamentos, divulgando mensalmente um tema, por sinal gratuitamente, num projeto que a dupla intitula de Rave-Sound-Of-The-Month e que pretende funcionar como uma espécie de anti-álbum. Será um compêndio de canções que irão nascer com uma identidade própria e de modo espontâneo e janeiro oferece-nos This World Is Empty (Without You), um tema que pisa o olho ao melhor rock alternativo dos anos oitenta e com um refrão bastante aditivo e desafiante, onde sobressai uma guitarra soturna, mas bastante aditiva. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:53

De Rosa – Weem

Sexta-feira, 29.01.16

Os escoceses De Rosa são mais um daqueles segredos bem guardados do nicho sonoro alternativo, que merece sair da penumbra e chegar a um público mais alargado, devido a uma filosofia sonora que privilegia uma simbiose feliz entre um indie rock lo fi e um charme melódico contemplativo capaz de abanar algumas convenções e de despertar no íntimo de ouvintes mais devotos algumas sensações que nem sempre são de simples análise e justificação.

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Oriundos de Lanarkshire, uma pequena cidade das Highlands e formados por Martin John Henry, Neil Woodside e James Woodside, já andam há algum tempo à procura do justo reconhecimento, com três discos em carteira, tendo o último, um trabalho intitulado Weem, sido lançado no passado dia vinte e dois à boleia da Rock Action Records. Já agora, os outros dois registos discográficos destes De Rosa intitulam-se Mend e Prevention e viram a luz do dia através da Chemikal Underground Records, uma conceituada editora de Glasgow.

Com onze canções alicerçadas em cordas que procuram sempre um timbre sensível e delicado, Weem é um oasis sereno e luminoso por onde deambulam canções que transportam um interessante grau de criatividade e inedetismo. Logo na abertura, os efeitos ecoantes de Spectre e o suspiro minimal dos metais, ao deixarem-se dominar pela majestosidade da bateria e das distorções da guitarra, mostram uma relação feliz entre uma pop experimental e um rock progressivo, um universo muito específico que percorre vias menos óbvias e não descura um intenso sentido melódico. Depois, no ambiente soturno, mas aconchegante de Lanes e na inquietante brisa que escapa da monumentalidade instrumental de Fausta, convencemo-nos que este é um disco que nos oferece tantos lugares diferentes, uma ambição salutar e diferentes texturas e possíveis leituras das mesmas. Em Scott Frank Juniper, por exemplo, apreciamos uma música que subsiste num agregado de guitarras melodiosas, uma percussão cheia de metais que pretendem vincar uma cândura muito própria, um efeito minimal mas omnipresente e outros arranjos de cordas, tudo de mãos dadas com uma voz capaz de converter uma arena inteira a uma causa impossível. Depois, no dedilhar sedutor da viola de Devils, canção com um clima acústico particularmente delicioso, na força e na altivez que emanam de The Sea Cup e no indisfarçável flirt com o rock progressivo em Chip On My Shoulder, estes De Rosa não se entregam nunca à monotonia e mostram ser sábios a criar temas que apesar de poderem ser fortemente emotivos e se debruçarem em sonhos por realizar, também servem para mostrar que é perfeitamente possível criar um disco que seja intrigante, sem deixar de ser acessível.

Disco com elevadas ambições sonoras, quer estruturais, quer estilísticas e com um elevado sentido pop, Weem quer entrar pelos nossos ouvidos com propósitos firmes, de modo a afligir convenções, colocar em causa ideias pré concebidas e afrontar estruturas e sentimentos que julgamos ser inabaláveis, à medida que sacode os nossos sentidos com sopros e composições contemplativas, que criam uma paisagem imensa e ilimitada de possibilidades e um refúgio bucólico dentro da amálgama sonora que sustenta a música atual. Espero que aprecies a sugestão...

De Rosa - Weem

01. Spectres
02. Lanes
03. Chip On My Shoulder
04. Scott Fank Juniper
05. Falling Water
06. Fausta
07. Prelude To Entropic Doom
08. The Sea Cup
09. Devils
10. Lanes (Reprise)
11. The Mute

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publicado por stipe07 às 21:25

Massive Attack - Ritual Spirit EP

Quinta-feira, 28.01.16

Primeiro lançamento dos Massive Attack desde o fabuloso Heligoland (2010), Ritual Spirit é o novo compêndio de canções da dupla Robert Del Naja e Grant Marshall. São quatro temas divulgados inicialmente através de uma aplicação intitulada Fantom, mas agora também já disponiveis no circuito comercial habitual e que marcam um regresso em grande forma destes pesos pesados da eletrónica, do trip hop e da pop experimental.

Com as participações especiais de nomes tão significativos como Tricky, Roots Manuva, Azekel ou os Young Fathers, Ritual Spirit é um oásis sonoro intenso e implacavelmente sombrio, criado pelos génios superlativos da manipulação dos típicos suspiros sensuais que o baixo e as batidas da dub proporcionam. Num compêndio homogéneo, mas onde é possível destrinçar dois rumos algo distintos, se a composição homónima ou Take It There juntam, de algum modo, o passado musical da dupla de Bristol, com algumas tendências sintéticas do presente, antevendo assim, devido ao referencial que representam, bastante sobre o futuro próximo de toda a música eletrónica mais soturna e atmosférica, já em Dead Editors ou Voodoo In My Blood, os Massive Attack aproveitam as presenças de Roots Manuva e dos Young Fathers, respetivamente, para tentarem fugir um pouco de si próprios e do seu som inigualável. Continuando a ser os mesmos mestres de sempre, nestes dois casos na arte de manipular os traços caraterísticos e identitários da trip hop, conseguem assim retocar um pouco o seu adn, sem descurar a já habitual e espantosa dose de sensualidade e suavidade que é sempre possível conferir na tonalidade das canções que interpretam, trazendo assim, mesmo no seio daquela névoa que faz parte do charme da dupla, brisas bastante aprazíveis ao ouvinte.

Contemporâneo, futurista e, ao mesmo tempo, deliciosamente retro, porque os Massive Attack nunca deixam de nos oferecer gratuitamente aquela sensação quase física de conseguirmos, através deles, recuar cerca de vinte anos até às nebulosas ruas de Bristol, Ritual Spirit balança entre o insinuante e o sublime, num anacronismo intrigante que nos possibilita descobrir uma nova luz e pistas concretas para outros rumos que poderão vir a sustentar o universo musical que Del Naja e Marshall ajudaram a criar e ainda hoje renovam e defendem como ninguém. Espero que aprecies a sugestão...

Massive Attack - Ritual Spirit

01. Dead Editors (Feat. Roots Manuva)
02. Ritual Spirit (Feat. Azekel)
03. Voodoo In My Blood (Feat. Young Fathers)
04. Take It There (Feat. Tricky And 3D)

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publicado por stipe07 às 16:12

Tindersticks – The Waiting Room

Quarta-feira, 27.01.16

Os Tindersticks de Stuart Staples, uma das melhores bandas que surgiu na Inglaterra nos anos noventa e que trouxe para o rock independente e alternativo uma elegância sombria inimitável, completam em 2016 vinte e quatro anos de uma carreira irrepreensível. E The Something Rain, o nono álbum deste grupo de Nottingham, lançado em 2012, tem, finalmente, sucessor. The Waiting Room, o novo e décimo álbum da carreira dos Tindersticks, viu a luz do dia a vinte e dois de janeiro, através da City Slang e trata-se de mais um disco conceptual, com um acompanhamento audiovisual e onde todas as canções servem de banda sonora para um leque de curtas-metragens, cada uma realizada por um realizador diferente.

Como é já habitual numa banda que entende a música como uma forma de arte superior, inigualável e fortemente impressiva, The Waiting Room exige escuta dedicada e atenta, de preferência na posse de um estado de alma descontraído, que permita saborear a verdadeira essência de onza canções que, no seu todo, constituem uma obra discográfica de qualidade superior.

Este é um disco que preza a harmonia e o aconchego auditivo e a exuberância instrumental de Second Chance Man e a misteriosa elegância de Were We Once Lovers?, canção cujo video foi realizado por Pierre Vinour, do projeto La Blogothèque e que contém uma míriade instrumental densa e elaborada, rica em pequenos detalhes e muitos deles deliciosamente hipnóticos, evidenciam este charme muito próprio e com uma matriz identitária bastante vincada.

Na verdade, os Tindersticks sempre nos habituaram a arranjos sofisticados, que depois ainda obtêm uma maior notoriedade devido à consciente pose teatral e dramática que exalam, quase sempre personificada na voz do lider da banda, resultando numa sonoridade global do disco bastante jazzística e complexa. The Waiting Room não foge a este conjunto de permissas, com Help Yourself a aprofundar este olhar jazzístico e depois, em temas como Hey Lucinda, canção que conta com a participação vocal esplendorosa de Jehnny Beth das Savages, em dueto com Staples, ou na melancólica Planting Holes, pianos, metais e xilofone, fundamentais na construção deste ideário sonoro, são instrumentos muito presentes, sempre lado a lado com a guitarra, o baixo e a bateria. 

Com o ambiente noturno e contemplativo de We Are Dreamers!, outra canção que conta com a voz de Jehnny Beth e a sofisticação de Like Only Lovers Can, chega ao ocaso um disco que demonstra cabalmente o modo como poucas bandas igualam os Tindersticks na capacidade de envolver o ouvinte, já que The Waiting Room pinta um quadro sonoro muito concreto e que nos cerca de sensações tão reais como nós próprios e os nossos medos e euforias. Espero que aprecies a sugestão...

Tindersticks - The Waiting Room

01. Follow Me
02. Second Chance Man
03. Were We Once Lovers?
04. Help Youself
05. Hey Lucinda
06. This Fear Of Emptiness
07. How He Entered
08. The Waiting Room
09. Planting Holes
10. We Are Dreamers!
11. Like Only Lovers Can

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publicado por stipe07 às 21:00

John Grant – Grey Tickles, Black Pressure

Terça-feira, 26.01.16

Dois anos e meio depois do fabuloso Pale Green Ghosts, o canadiano John Grant regressou aos discos perto do ocaso de 2015 com Grey Tickles, Black Pressure, o terceiro registo de originais de um artista que, a solo, demonstra ser um cantor e compositor de inúmeros recursos, utilizados quase sempre para criar composições sonoras com um sabor algo agridoce e expostas num fundo cinza intencionalmente dramático e muitas vezes icónico, geralmente com uma forte componente autobiográfica, não faltando, desta vez, algumas alusões ao seu problema de saúde, conhecido do público em geral (John Grant é portador do vírus HIV).

Produzido por John Congleton, gravado em Dallas e lançado à boleia da insuspeita Bella Union, Grey Tickles, Black Pressure fala de amores não correspondidos e, acima de tudo, da dificuldade que este hoemm, que reside atualmente na Islândia e com quase meio século de vida, continua a sentir para se integrar num mundo que, apesar de mentalmente mais aberto e liberal, continua a ser um lugar estranho para quem nunca hesita em ser implacável, mesmo consigo próprio, na hora de tratar abertamente e com muita honestidade e coragem os seus problemas relacionados com o vício de drogas, distúrbios psicológicos, relacionamentos amorosos traumáticos e o preconceito sofrido por ser homossexual.

Se Grey Tickles é, então, uma alusão direta à questão da meia idade, na tradição islandesa e Black Pressure, refere-se a pesadelo, na linguagem turca, o título clarifica implacavelmente toda a temática acima referida, o cenário denso e intrincado que molda o palco onde Grant desfila a sua existência diária e que encontra paralelo em doze canções de um disco que abre e fecha com trechos bíblicos retirados da Carta de Paulo aos Coríntios, uma intensa ode de celebração do amor coletivo e fraterno e, no fundo, uma referência irónica vinda de um Grant que, como já referi, além de se sentir permanentemente desfocado da realidade concreta, não é propriamente hábil a demonstrar o seu afeto por alguém, apesar de ter um coração enorme e cheio de amor para dar.

Assim, Grey Tickles, Black Pressure está impregnado de lindíssimas baladas, conduzidas por belíssimos arranjos orquestrais e pela voz imponente de Grant. Excelentes exemplo são o tema homónimo, uma canção que fala da arte de envelhecer, ou Global Warming, o grande momento do disco, uma canção com um dramatismo incontrolável, que nos revela uma espécie de apocalipse. Mas também há que escutar atentamente No Morte Tangles, composição conduzida por batidas sintéticas algo incontroladas, que comprovam a mestria compositória do autor.

Mas este disco não é feito só de momentos particularmente sentidos e melancólicos; Os ruídos vintage de Guess How I Know, a voz apelativa e sensual de Amanda Palmer, dos Dresden Dolls, em You And Him, a misteriosa Down Hill, a climática e híbrida Magma Arrives e o minimalismo sintético de Voodoo Doll e Disappointing, tema que conta com a participação vocal de Tracey Horn, são canções que merecem audição dedicada e comprovam a mestria de quem usa a música como um elixir terapêutico para tentar amenizar as experiências trágicas que têm assolado a sua existência.

Em Grey Tickles, Black Pressure, John Grant expôe alguns dos detalhes mais delicados da sua vida, enquanto se aproxima de nós sem pedir compaixão, apenas com o intuito honesto de partilhar vivências e tentar curar as suas feridas internas. E também, quem sabe, fazer com que as suas músicas ajudem alguns de nós que se possam identificar com aquilo que ele já passou e que tem para nos dizer. Espero que aprecies a sugestão...

John Grant - Grey Tickles, Black Pressure

01. Intro
02. Grey Tickles, Black Pressure
03. Snug Slacks
04. Guess How I Know
05. You And Him (Feat. Amanda Palmer)
06. Down Here
07. Voodoo Doll
08. Global Warming
09. Magma Arrives
10. Black Blizzard
11. Disappointing (Feat. Tracey Thorn)
12. No More Tangles
13. Geraldine
14. Outro

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publicado por stipe07 às 21:33

Zaflon - 7 Stalkers (feat. Gilan)

Terça-feira, 26.01.16

Dan Clarke é Zaflon, um produtor londrino que se assume como uma das mais recentes apostas da etiqueta local Lost In The Manor e que se prepara para editar um EP, já nas próximas semanas.

Este músico começou a ganhar alguma notoriedade graças a parceiras proveitosas com nomes tão importantes da chillwave como Jamie Woon e Royce Wood Junior e essa será uma das explicações para o modo como cria uma sonoridade invulgar, que mescla detalhes tipicamente urbanos com outros mais exóticos e inesperados.

Depois de há algumas semanas Zaflon ter divulgado Blink, uma canção que contava com a participação especial de Mina Fedora, agora chegou a vez de nos oferecer 7 Stalkers, composição que conta com a voz de Gilan e que plasma uma eletrónica inspirada e de forte pendor psicadélico, que irá certamente encher as medidas de quem aprecia algo de verdadeiramente invulgar e inovador. Confere...

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publicado por stipe07 às 18:22

Shearwater – Jet Plane And Oxbow

Domingo, 24.01.16

Lançado pela Sub Pop Records no passado dia vinte e dois, Jet Plane And Oxbow é o novo álbum dos Shearwater, o nono deste projeto norte americano oriundo de Austin, no Texas e liderado por Jonathan Meiburg, um ornitólogo com uma voz profunda, que passeia várias vezes entre a serenidade e a agitação sem nos darmos conta e exímio em compôr temas que, frequentemente, contêm um clima simultaneamente misterioso e atraente, balizados por uma indie pop com fortes raízes na folk norte americana e apimentada com uma elevada dose de experimentalismo, como se percebe logo em Prime, o exuberante tema que inaugura este alinhamento de onze canções.

Jet Plane And Oxbow esconde no seu seio mais uma pancada seca e certeira numa pop paciente e charmosa, nas asas de uma fidelidade quase canónica à sapiência melódica, ao charme da guitarra e à capacidade que a junção da mesma com efeitos sintetizados radiosos, como se percebe em Quiet Americans, tem de colocar em causa todos os cânones e normas que definem alguns dos pilares fundamentais da nossa interioridade. Mas o indie rock de cariz mais progressivo e épico também faz a sua aparição na visceral Long Time Away e assim, logo nos instantes iniciais do disco, fica clara capacidade inata de Meiburg em compôr entre a serenidade e a agitação sem perder sapiência melódica, caraterística que lhe confere uma versatilidade difícil de encontrar nos líderes da maioria das bandas da atualidade.

Disco que exige audição dedicada e que dificilmente agrada a todos os estados de alma e obra de um projeto onde luz e positivismo não encontram muitas vezes forma de se mostrar, Jet Plane And Oxbow desfila emoções e jorra sentimentos por todos os seus acordes, podendo-se mesmo falar em poros, porque esta é uma música que transmite sensações físicas tácteis, nem sempre passíveis de apurado controle pelo nosso lado mais racional. Não é apenas um simples agregado de efeitos e batidas, entrelaçadas com acordes e sons de cordas, mas algo grandioso e, um rol de emoções e sensações expressas com intensidade e minúcia em Backchannels, misticismo e argúcia em Glass Bones e com uma serenidade melancólica e bastante contemplativa em Pale Kings e no baixo empolgante de Radio Silence.

Jet Planes And Oxbow é tudo menos um disco igual a tantos outros ou um compêndio sonoro comum. Nele viajamos bastante acima do solo que pisamos, numa pop com traços de shoegaze e embrulhada numa elevada toada emotiva e delicada, uma receita que faz o nosso espírito facilmente levitar e que muitas vezes confunde e dispersa enquanto nos dá as mãos para calcorrearmos um caminho que nunca sabemos muito bem para onde nos leva, mas no qual confiamos sem hesitar e sem olhar para trás. Os Shearwater abrem este novo ano com um excelente compêndio de canções que atesta a maturidade e a capacidade que possuem de replicar a sua sonoridade típica e genuína sem colocar em causa um alto nível de excelência, conseguindo também mutar-se, disco após disco, e adaptar-se a um público ávido de novidades, que procura constantemente algo de novo e refrescante e que alimente o seu gosto pela música alternativa. Espero que aprecies a sugestão...

Shearwater - Jet Plane And Oxbow

01. Prime
02. Quiet Americans
03. A Long Time Away
04. Backchannels
05. Filaments
06. Pale Kings
07. Only Child
08. Glass Bones
09. Wildlife In America
10. Radio Silence
11. Stray Light At Clouds Hill

 uc

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publicado por stipe07 às 20:38

Bed Legs - Black Bottle

Sexta-feira, 22.01.16

Oriundos de Braga, Fernando Fernandes,Tiago Calçada, Helder Azevedo e David Costa são os Bed Legs, uma banda que começou por criar um certo e justificado burburinho, junto dos críticos mais atentos, à boleia de Not Bad, um EP editado no início de 2014 e que continha cinco canções que justificaram, desde logo, a ideia de estarmos perante uma banda apostada em calcorrear novos territórios, de modo a entrar, justificadamente e em grande estilo, na primeira divisão do campeonato indie e alternativo nacional.

Dois anos depois os Bed Legs estão de regresso com o longa duração de estreia. Disco de certo modo concetual já que, de acordo com o press release do lançamento, conta a história de uma noite estranha naquele bar onde entras enganado, mas do qual não queres sair, Black Bottle é o nome desse novo compêndio do grupo, nove canções que estão impregnadas com o clássico rock cru e envolvente, sem máscaras e detalhes desnecessários, mas onde não faltam arranjos inéditos e uma guitarra nada longe do rock de garagem e daquele blues rock minimal e duro, mas também a piscar o olho a uma salutar vibe psicadélica.

Nestes Bed Legs é viva e evidente mais uma prova que se o rock estiver em boas mãos tem capacidade que sobra de renovar-se e quantas vezes for necessário, com a vantagem de, neste caso, também servir para ser colocado sempre ali, mesmo à mão, para quando sentirmos necessidade de escutar música que dispare em todas as direcções, sem preconceitos nem compromissos, usando a sonoridade habitual e clássica do rock, numa mistura explosiva de energia, audácia, irreverência e atitude, pouco ouvida por cá e que, por isso, merece ser amplamente divulgada.

Canções como o sumptuoso single Vicious, a altiva Wrong Man ou a descomprometida New World, contêm um poder e um charme que atraem e ofuscam tudo em redor, mostrando que uma das grandes virtudes destes Bed Legs é o desprezo pelo conforto do ameno, mas sem se limitarem a produzir barulho como um fim em sim mesmo. Este é um rock com qualidade melódica e que nos dá canções acessíveis e que poderiam relatar factos da vida de qualquer um de nós, mostrando que este rock pode ser a salvação e um excelente remédio para muitos dos nossos problemas.

Em suma, Black Bottle sabe, no modo como soa, a uma espécie de estado de alma colorido e, apesar do Black, vincadamente boémio, uma daquelas entradas em grande no palco em início do espetáculo, de forma tão ruidosa que desperta logo o espetador mais incauto.Confere abaixo a entrevista que este fantástico grupo bracarense concedeu ao blogue e espero que aprecies a sugestão...

Road Again

Vicious

Love, Lies N' Love

Black Bottle

Wrong Man

My Heart Back

New World

Try

The Fight

Antes de nos debruçarmos com algum cuidado no conteúdo de Black Bottle, o vosso primeiro registo discográfico em formato longa duração, começo com uma questão clichê… Como é que nasceu este projeto, oriundo da zona de Braga?

Bed Legs nascem da reunião de 4 amigos músicos com vontade de tocar e de criar. Eu(Fernando), o Tiago (guitarra) e o David (bateria) já tínhamos tocado juntos numa banda nos tempos do secundário. Nos tempos da universidade, fizemos uma jam na república dos Inkas em Coimbra com o Hélder e houve uma enorme química. Mais tarde, o Tiago e o David começam a tocar com ele, no seu sotão. Eles lembraram-se de mim e convidaram-me para cantar. Começámos a trabalhar numas ideias que eles já tinham e noutras que fomos fazendo a longo desses encontros. Daí nasceram temas interessantes, alguns desses que podem ser encontrados no nosso Ep “Not Bad”.

Desde o início, até esta estreia discográfica, o vosso percurso tem sido fulminante em termos de crescimento, visibilidade e aceitação. Além de terem já tocado em vários locais, o vosso Ep Not Bad foi bastante aclamado pela crítica. Como foi conciliar este percurso ascendente e todo este frenesim, nomeadamente de concertos, com o processo de gravação do disco de estreia?

Desconhecia de tanto reconhecimento por parte do público ou da crítica. Nós, até à data somos mais uma banda local, de Braga. O nosso reconhecimento fora da localidade, na minha opinião, acho ser pouco. É verdade, que depois do Ep fomos tocar em mais sítios fora da localidade, partilhamos palco com diversas bandas e isso é muito enriquecedor. Mas se formos perguntar pela rua quem são os Bed Legs, não haverá muita gente que os reconheça. Esperemos que esse dia chegue e rápido!(risos)

Com canções que vão beber a alguns dos fundamentos essenciais do indie rock de garagem, com um travo blues fortemente eletrificado e algo psicadélico, assente em guitarras angulares, feitas de distorções e aberturas distintas, onde não falta um piscar de olhos ao punk impregnado com indisfarçável groove, com a bateria a colar todos estes elementos com uma coerência exemplar e uma voz sentida e imponente, a dar substância e cor às melodias, Black Bottle é, na minha opinião, uma estreia particularmente inspirada. Que tipo de anseios e expetativas criaram para este primeiro passo de um percurso que espero que venha a ser longo?

O primeiro anseio em relação ao álbum foi lança-lo. Houveram oportunidades anteriores mas só agora o fizemos. Isto, claramente, criou ansiedade porque como artistas gostamos de estar sempre em constante criação e ter de esperar para lançar um álbum mais tarde, cria instabilidade na banda e no seu percurso. É uma questão de gestão das emoções, da razão e  de circunstância. Em relação às expectativas, estamos satisfeitos com o resultado do álbum e só queremos que ele circule pelas mãos da gente.

Confesso que o que mais me agradou na audição de Black Bottle foi uma feliz simbiose entre a riqueza dos arranjos e a energia e imponência com que eles surgiam nas músicas, conferindo à sonoridade geral do disco uma sensação, quanto a mim, festiva e solarenga e onde, apesar do esplendor das guitarras, a percussão tem também uma palavra importante a dizer, já que o baixo e a bateria conduzem, frequentemente, o processo melódico, de modo a replicar uma sonoridade que impressiona por um certo charme vintage. Talvez esta minha perceção não tenha o menor sentido mas, em termos de ambiente sonoro, aquilo que idealizaram para o álbum inicialmente, correspondeu ao resultado final, ou houve alterações de fundo ao longo do processo? Em que se inspiraram para criar as melodias?

O álbum foi-se compondo até aos últimos momentos de gravação. Havia cerca de pouco mais de meio álbum composto até irmos para estúdio. Houveram temas que acabamos em gravações. Já tinhamos ideia do sentimento ou temática que queriamos dar a esses temas incompletos mas foi em gravação que descobrimos soluções. Trabalhamos bem com tempo mas também sobre pressão(risos). Existem arranjos que fazemos logo nos primeiros momentos de composição e outros que fazemos em estúdio. Mas este álbum foi pouco enfeitado, é cru. As inspirações que nos levaram a criar são as nossas emoções, as nossas experimentações, a nossa técnica, os nossos gostos, as nossas referências, as nossas ideias, a nossa vida.

Black Bottle, como opção para título do vosso primeiro álbum, sabe-me, no modo como soa, a uma espécie de estado de alma colorido, apesar do Black e vincadamente boémio, uma daquelas entradas em grande no palco em início do espetáculo, de forma tão ruidosa que desperta logo o espetador mais incauto. Acredito que queiram ser levados a sério pela crítica e que sejam extremamente cuidadosos e profissionais na vossa dinâmica de trabalho enquanto Bed Legs, mas a diversão, o arrojo e a rebeldia são também pilares essenciais do vosso estado de espírito enquanto banda, de certo modo ilustrado pelo curioso vídeo que ilustra Vicious, o single de apresentação do álbum?

Acima de tudo, é a diversão e a realização que nos move. Mas, conforme vamos avançando e o tempo vai passando, a infância na música e na vida vai se perdendo ou adulterando. Queremos manter a força das cores do início, mas o percurso vai escurecendo, a vida escurece. Como indivíduos, vamos ficando mais cicatrizados e isso reflecte-se nas nossas músicas. Este álbum é mais um lamento do que celebração. Mas mantém o vigor da nossa atitude. O vídeo é uma ilustração de momentos da nossa vida e também das que por nós passam. Não é assim tão distante da realidade mundana que chega a ser entediante. O nosso carnaval é que lhe dá cor e diversão.

Sempre senti uma enorme curiosidade em perceber como se processa a dinâmica no processo de criação melódica. Numa banda com vários elementos, geralmente há sempre uma espécie de regime ditatorial (no bom sentido), com um líder que domina a parte da escrita e, eventualmente, também da criação das melodias, podendo os restantes músicos intervir na escolha dos arranjos instrumentais. Como é a química nos Bed Legs? Acontece tudo naturalmente e de forma espontânea em jam sessions conjuntas, ou um de vocês domina melhor essa componente?
Geralmente, é em jams que fazemos juntos. O instrumental forma-se e a voz entra a seguir. A partir da improvisação e sugestão cria-se a temática da música. Normalmente, sou eu quem escreve as letras. Quando encalho na escrita peço ajuda ao resto da banda. Existem letras do Ep e de temas antigos que são do Hélder ou escritas em conjunto.
Por vezes, trazemos ideias e riffs de casa que propomos ao resto da banda. Se a banda gostar, começamos a trabalhar na ideia ou tema. Neste álbum, existem riffs e propostas de todos os elementos da banda.

Olhando um pouco para a escrita das canções, parece-me ter havido uma opção pouco ficcional de escreverem sobre aquilo que vos rodeia, em vez de não inventarem, apenas e só e na íntegra, histórias e personagens imaginárias, com as quais nunca teriam à partida de se comprometer. Acertei na mouche ou o meu tiro foi completamente ao lado?
Acertaste. Tudo o que está escrito em cada tema foi vivido ou ainda está a ser vivido. “Black Bottle” é um álbum cru e sincero que canta sobre a vida na estrada, vícios, amor e mentiras, decadência, desgostos amorosos, promiscuidade, incompatibilidade, frustração, luta e vontade de renascer, de tentar de novo. As relações que deixaram cicatrizes, os inúmeros copos e garrafas vertidas, o ficar e o partir, os romances-mentira, as escolhas e decisões feitas ou pendentes, o rastejar na lama, o comer na lama, o dormir na lama. Tudo isto, é a fórmula do cocktail da Black Bottle. O álbum fala sobre um passado atribulado, um presente incerto e um futuro fora de alcance. Existe muito amor e vivências dedicados a estas canções. Muito sangue derramado para dentro da garrafa. Sangue espesso, preto. A "Black Bottle" navega sobre águas negras como sugere a canção homónima do mesmo. É uma garrafa sem destino, sem rumo. Uma garrafa que emergiu do fundo do mar para dar de beber aos náufragos da vida, aos piratas do amor e aos descobridores do desconhecido.
Para terminar, como está a correr a promoção do disco? Onde podemos ver e ouvir os Bed Legs a tocar num futuro próximo?
Por enquanto, está a correr muito bem. Estamos a chegar mais longe do que antes. Começamos a entrar com mais facilidade nas rádios, televisão, revistas, blogs, magazines. Isto graças à nossa parceria com a Raquel Lains(Let's Start a Fire), que tem sido preciosa. Em relação a concertos de apresentação e divulgação, ainda  estamos a tratar disso, juntamente com a Bazuuca(agência). Temos uma marcada em Lisboa, no Sabotage, a 20 de Fevereiro. Estejam atentos à nossa página do Facebook, brevemente divulgaremos as próximas datas. Esperamos por vocês na linha da frente. Rock on!

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publicado por stipe07 às 22:14

Astronauts - Civil Engineer

Quinta-feira, 21.01.16

Astronauts é um projeto musical encabeçado pelo londrino Dan Carney e que se estreou em pleno 2014 com Hollow Ponds, a extraordinária primeira etapa da nova vida musical de um músico e compositor que fez carreira nos lendários Dark Captain, que se destacaram com o belíssimo Dead Legs & Alibis e que se dedicou a estas dez canções num período particularmente conturbado da sua vida pessoal. Hollow Ponds viu a luz do dia por intermédio da Lo Recordings e parece ter já, finalmente, sucessor.

Astronauts é um nome feliz para um projeto que, servindo-se de uma instrumentação orgânica bem real e terrena, ao ser tocada por Dan Carney, parece inspirar-se num universo exterior, sendo possível imaginar o autor a tocar devidamente equipado com um fato hermético que lhe permite transmitir a simultaneamente implacável e sedutora sensação de introspeção e melancolia mitológica que transmite, por exemplo, Civil Engineer, o primeiro avanço para End Codes, o próximo disco de Astronauts.

Canção que se abriga à sombra de uma folk etérea de superior calibre, Civil Engineer é uma excelente rampa de lançamento para acedermos à dimensão superior onde Astronauts nos senta, já que o efeito sibilante constante, o baixo encorpado, a percurssão hipnótica e pulsante e as cordas que se passeiam exuberantemente em redor da melodia, fazem deste tema uma daquelas preciosidades que devemos guardar com carinho num cantinho especial do nosso coração.

Adivinha-se pois mais um disco em que Dan Carney se entregará à introspeção e além de refletir sabiamente sobre o mundo moderno, irá fazê-lo materializando os melhores atributos que guarda na sua bagagem sonora, tornando-nos novamente cúmplices das suas angústias e incertezas, enquanto sobrepõe texturas, sopros e composições contemplativas, que criam uma paisagem imensa e ilimitada de possibilidades e um refúgio bucólico dentro da amálgama sonora que sustenta a música atual. Confere...

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publicado por stipe07 às 22:11

Savages - Adore Life

Quarta-feira, 20.01.16

Quase dois anos depois do estrondoso Silence Yourself, o registo de estreia, editado em maio de 2013 através da Matador Records, as londrinas Savages de Ayşe Hassan, Fay Milton, Gemma Thompson e Jehnny Beth, estão de regresso aos discos à boleia da mesma etiqueta e de punhos cerrados com Adore Life, dez canções escritas pela vocalista Jehnny Beth e que, na sequência do que foi possível apreciar no antecessor, continuam a debruçar-se sobre a intimidade sentimental de Beth, mas de modo a que qualquer comum dos mortais se possa apropriar das suas mágoas e prazeres, transportando-as para o seu próprio ideário sentimental.

Num universo pessoal em constante mutação e que encontra paralelismo nas próprias dinâmicas sociais e no frenesim dos dias de hoje, Adore Life submete-nos a um caos sonoro imponente e ruidoso, mas profundamente nostálgico e reflexivo, principalmente pelo modo como aborda o conceito de mudança e o poder que o amor tem para nos fazer evoluir e até, em casos mais extremos, modificar totalmente o nosso âmago.

O amor tem diferentes armas, com diversos calibres e várias escalas de destruição, mas também o potencial para, se for utilizado com mestria e sinceridade, fazer-nos ver com nitidez aquilo que de melhor guardamos dentro de nós e que podemos oferecer, para que possamos receber em troca semelhante manifestação de entrega. Aqui reside muitas vezes o busílis das relações a dois, na discrepância entre aquilo que se tem para oferecer e realmente se coloca à disposição e depois o grau de expetativa que se coloca do outro lado, não só em relação aos efeitos de tal atitude, mas também, e principalmente, aquilo que se espera em troca. E as Savages exploram até à exaustão e com enorme nitidez e capacidade reflexiva, este ideário, propondo a busca de um difícil mas recompensador equilíbrio, como a fórmula que poderá melhor balançar uma coexistência partilhada.

O verdadeiro amor é, pois então, a solução para a grande parte dos problemas do mundo e de cada um e logo em The Answer, o tema de abertura, essa verdade insofismável fica gravada de modo forte e dinâmico, montada numa variedade de texturas sonoras que entroncam no post punk e em outras sonoridades típicas dos anos oitenta. É um rock progressivo de elevada qualidade, com a percussão e o baixo vibrante em perfeita harmonia, conjugada com guitarras carregadas de distorção, que oferecem à canção uma toada psicadélica extraordinária. Depois, enquanto em I Need Something New abordam a necessidade natural de deixar para trás vivências que nos aprosionam, ou em Sad Person exploram os tais conflitos emocionais e, quase no ocaso, em T.I.W.Y.G. (This is what you get when you mess with love), reforçam os aspetos menos coloridos do amor, as Savages arrastam-nos continuamente para um turbilhão de sensações fisicas e emocionais que nem a mais contida Adore, por exemplo, abranda, com aquela contínua sensação de eminente caos e descontrole a nunca deixar de ser uma presença constante e bastante vincada.

Cheio de puzzles e dilemas nem sempre fáceis de destrinçar e visceral no modo como pretende questionar os alicerces da nossa individualidade, Adore Life flagela constantemente o ouvinte com verdades nem sempre fáceis de enfrentar e nada melhor que um som ruidoso, mas fortememente melódico e que se move em diferentes velocidades e ritmos de forma convincente, para reforçar essa mensagem forte e turbulenta. É um trabalho que se apresenta perante quem se presdispõe a deixar-se aprisionar por ele, como um bloco sombrio e único de som, um soco direto que estraçalha os maxilares e os ouvidos de quem chega desprotegido, uma estratégia agressiva desprovida de qualquer proximidade com o comercial e com uma sujidade que aprisiona, numa espécie de relação de amor ódio com as Savage. Espero que aprecies a sugestão...

1. The Answer
2. Evil
3. Sad Person
4. Adore
5. I Need Something New
6. Slowing Down The World
7. When In Love
8. Surrender
9. T.I.W.Y.G.
10. Mechanics

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publicado por stipe07 às 21:20


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