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Nick Nicely - Space Of A Second

Sexta-feira, 10.10.14

Lançado no passado dia vinte e nove de setembro, através da Lo Recordings, Space Of Sound é o novo compêndio sonoro de Nick Nicely, uma verdadeira caldeirada de pop psicadélica concebida por um músico e produtor que é já um nome lendário da eletrónica britânica, desde que se estreou no início dos anos oitenta com DCT Dreams, um single que, de Neu aos Kraftwerk, olhava já nessa altura e com acerto para o período mais psicotrópico dos Beatles e dos Pink Floyd, quando era Syd Barrett quem ditava as regras.

O primeiro disco chegou apenas em 2004 quando a Tenth Planet Records resolveu compilar uma série de singles que este músico tinha editado de 1978 até esse ano, tendo nascido assim Psychotropia. Com esse longa duração, Nick Nicely aitngiu um maior número de ouvintes e aquilo que era até então um segredo bem guardado da eletrónica de Terras de Sua Majestade, tornou-se num fenómeno à escala global. Não tardaram a surgir colaborações com nomes tão importantes como Ariel Pink ou John Maus e, como a sonoridade que o músico replica está na ordem do dia, tornava-se urgente ele mostrar a sua visão desta tendência atual na pop que é olhar para o passado e misturar várias influências, artistas e legados que há várias décadas gravitam em torno de diferentes conceitos sonoros e diversas esferas musicais e reinventar tudo isso com uma visão mais contemporânea. 

Space of a Second são então catorze canções que, muitas vezes, são dificeis de serem catalogadas como canções com identidade própria e que obdecem ao habitual formato das mesmas, já que que parecem funcionar como um alinhamento de vários blocos de som sintetizado e de experiências livres de qualquer formalismo ou regra e que só se justificam numa espécie de tratado de natureza hermética, onde esse bloco de composições não é mais do partes de uma só canção de enormes proporções. Sonoramente, a habitual onda expressiva de Nick relacionada com o espaço sideral, oscila, desta vez, entre o rock sinfónico feito de guitarras experimentais, com travos do krautrock mais rígido e maquinal e de uma psicadelia feita com uma autêntica salada de sons sintetizados, mudanças bruscas de ritmos e volume, ruídos impercetíveis e samples vocais e instrumentais bizarros.

A canção que melhor se aproxima do habitual formato e de uma sonoridade indie mais acessível é Longwaytothebeach, um tema que inicia com sons de passos na areia e que depois encontra os alicerces num baixo encorpado, numa bateria cheia de groove e numa guitarra que dispara riffs em várias direções. Mas quer nesta música, quer nas restantes, a voz de Nick aparece sempre num registo modificado sinteticamente e funciona, geralmente, como mais um agregado sonoro que amplia um certo barroquismo lo fi que exala dos temas, do que propriamente com a função explícita de dar vida e som a um poema com uma mensagem clara e entendivel. Se em HeadwindAheadwind parece que o produtor enlouqueceu de vez, Hilly Road é um bom tema para desesperar mentes ressacadas, enquanto que a hipnótica Wrottersley Road subjuga momentaneamente qualquer atribulação que nesse instante nos apoquente. A referida revisão eufórica que parece orientar o trabalho de Nick atinge o auge quando Space Of A Second desperta-nos para os tais Pink Floyd imaginários e futuristas ao som da sequência London South e Raw Euphoria, e principalmente de Rrainbow, o tema que melhor revive uns Pink Floyd que certamente não se importariam de ter sido manipulados digitalmente há quarenta anos atrás se fosse este o resultado final dessa apropriação.

Uma das virtudes e encantos de Nick Nicely terá sido sempre essa capacidade de criar tratados sonoros algo desfasados do tempo real em que foram lançados, quase sempre embebidos num conteúdo vintage heterogéneo, mas relacionados com um tempo futuro, cenários imaginados e universos paralelos. Space Of A Second segue esta permissa temporal, agora num futuro pós apocalítico e coloca o autor no olho do furacão de uma encruzilhada sonora, ao fazer uma espécie de súmula da história da música dos últimos quarenta anos. Este é um disco mutante, que cria um universo quase obscuro em torno de si e que se vai transformando à medida que avançamos na sua audição, que surpreende a cada instante, garanto-vos. Espero que aprecies a sugestão...

1. HeadwindAheadwind
2. Rosemarys Eyes
3. Space Of A Second
4. Wrottersley Road
5. Whirlpool
6. London South
7. Raw Euphoria
8. Change In Charmaine
9. Rrainbow
10. Longwaytothebeach
11. Lobster Dobbs
12. Hilly Fields Acoustic

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publicado por stipe07 às 19:17

Foxes In Fiction – Ontario Gothic

Sexta-feira, 10.10.14

Foxes In Fiction

Líder da insuspeita etiqueta Orchid Tapes, Warren Hildebrand também compôe música e fá-lo como Foxes In Fiction. Natural de Toronto, no Canadá, mas a residir atualmente nos Estados Unidos em Brooklyn, Nova Iorque, Warren editou no passado dia vinte e três de setembro, por intermédio da sua Orchid Tapes, Ontário Gothic, um verdadeiro tratado de dream pop e que será em breve dissecado por cá. Para já e como aperitivo, partilho Ontario Gothic, o single homónimo e primeiro tema retirado de Ontario Gothic nesse formato, assim como um texto do músico sobre o processo de composição do disco. Confere...

Musicially, “Ontario Gothic” begins where the previous song on the album, “Shadow’s Song” lets off. The the same melody – made from cutting up & copying and pasting singular guitar notes forms the melodic basis for the majority former. The instrumental elements of the middle / transition section make up the Foxes in Fiction song “Breathing In” found on the first Angeltown compilation. And like “Shadow’s Song” it features violin arrangements by Owen Pallett.

Lyrically, “Ontario Gothic” is written about a close friend name Cait who died in 2010 and to whom the album is dedicated. Cait was one of the closest friends that I had for many years when I was a bit younger. She and I became really close after I had moved back to my hometown in the suburbs of Toronto, away from a farm in rural Ontario that my family lived on from 2001 until 2004. I was coming away from what was the worst and most emotionally tumultuous period of my life at that point and I carried a lot of fucked up anxiety and deep sadness about my life and myself as a person. But more than anything else, getting to know, open up to and spend time with Cait during those first years helped open me up to kinds of happiness and a love for life that I didn’t think was within the realm of possibility at that point in my life.

She was one of the most remarkable, open and truly good people I’ve ever known, really. The song “Flashing Lights Have Ended Now” was also written about her just a point where we’re drifting apart; a year later she was gone. I wrote this song to crystallize the better parts of our friendship and to remember the healing effect that she had on me as a person which without I would not be the same person or have the same acceptance for life that I do now. I miss her enormously and I feel her influence and presence constantly.

 

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publicado por stipe07 às 13:10






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