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M185 – Everything Is Up

Sexta-feira, 31.10.14

Austríacos de origem, os M185 são uma daquelas bandas indie que podem passar um pouco despercebidas por causa do país de origem, mas que merecem estar mais perto dos holofotes, muito por causa de Everything Is Up, o novo e terceiro registo deste coletivo de Viena formado por Heinz Wolf, Wolfram Leitner, Joerg Skischally, Roland Reiter e Alexander Diesenreiter e que chegou aos escaparates já a vinte e quatro de maio, através da Siluh Records.

Os M185 formaram-se em 2005 em pleno concerto dos Pixies e logo no ano seguinte mostraram ao que vinham, apregoando os genes dos post punk em Soundscape & Coincidences, um EP com temas apenas instrumentais. Três anos depois, chegou finalmente Transformers, o longa duração de estreia e com ele uma inflexão para o indie rock mais clássico, já com uma voz na maior parte das canções e com arranjos sintetizados a fazerem parte do habitual cardápio do coletivo.

Olhando para o alinhamento deste Everything Is Up, se Russell ainda tem algumas reminiscências do tal EP de estreia, já Soon, o primeiro single retirado do álbum, é um verdadeiro tratado de rock comercial, com forte apelo ao airplay, uma tema assente numa percurssão vibrante, uma melodia jovial e uma guitarra bastante melódica. Em Jump Cuts, a presença do baixo e de um piano implicitamente cru e hipnótico e a forma como a canção evolui e cresce, incute ao disco um certo charme e uma nova personalidade, um pouco mais afastada do rock de garagem que, por exemplo, ShShSh tão bem replica e aproxima os M185 perigosamente de uma saudável psicadelia. Lá mais para a frente, já a quase instrumental e visceral L.O.V.E. e Spring Thing, uma canção que sabe imenso a Interpol, transportam-nos para o epílogo, com guitarras em catadupa e teclados cheios de detalhes e efeitos inspirados, com a bonomia melancólica, mas nem por isso menos ruidosa de Shuggled a encerrar um cardápio que abona em favor de um grupo que parece movimentar-se com ligeireza entre diferentes espetros e nuances que só o rock permite.

Deixei propositadamente para o fim Mt. Plywood, um tema que se divide em três capitulos sonoramente distintos, devido ao cariz certamente conceptual desta sequência e porque comprova o tal balanço entre diferentes latitudes, dentro do indie rock; Se The Years é um típico instante de punk rock acelerado e visceral, já Flotsam, Jetsam destila um certo groove que tresanda novamente a uma psicadelia pop fortemente experimental, enquanto The Matter Of Time é um instrumental que desliza até ao krautrock. Esta é aquela fase do disco que mostra uns M185 no apogeu do seu estado de maturidade e mais arrojados do que nunca.

Everything Is Up é um marco decisivo num projeto que parece apostado em calcorrear novos territórios e comprova a entrada em grande estilo dos M185 na primeira divisão do campeonato indie e alternativo europeu, podendo até figurar em algumas listas dos melhores discos lançados este ano, dentro do género. Este é mais um daqueles álbuns que prova que se o rock estiver em boas mãos tem capacidade que sobra para se renovar e quantas vezes for necessário. Espero que aprecies a sugestão...

M185 - Everything Is Up

01. Russel
02. Soon
03. Jump Cuts
04. ShShSh
05. Mt. Plywood I (The Years)
06. Mt. Plywood II (Flotsam, Jetsam)
07. Mt. Plywood III (The Matter Of Time)
08. L.O.V.E.
09. Two-Tone Song (Out Of Here)
10. Spring Thing
11. Shuffled
12. What I Want

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publicado por stipe07 às 21:58

Pontiak – Underneath Us Like A Snake

Sexta-feira, 31.10.14

Pontiak - "Underneath Us Like A Snake"

Os Pontiak, dos The Carney Brothers Lain, Van e Jennings Carney, três irmãos oriundos da Virginia rural e que têm no rock cru e experimental a pedra de toque das suas criações sonoras, lançaram no início do ano um excelente disco chamado Innocence. Agora, alguns meses depois, voltam à carga com Underneath Us Like A Snake, um novo tema, que será editado em formato vinil numa edição limitada a duzentos e cinquenta cópias, através da Revolve, uma editora nacional, sedeada em Guimarães e que parece apostada em assumir uma posição de destaque no universo sonoro indie e alternativo, não só por cá como a nível internacional.

A edição física do vinil verá a luz do dia a um de dezembro, mas pode ser já encomendada e terá como lado b o tema Colors Of The Limitless. Esta é uma edição que recomendo vivamente até porque nas duas canções os Pontiak voltam a afundar-se numa espiral psicadélica que os suga para um abismo feito com guitarras carregadas de fuzz e com o nível certo de distorção e uma percurssão vibrante e musculada. Confere...

 

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publicado por stipe07 às 16:49

The Airborne Toxic Event – Wrong

Sexta-feira, 31.10.14

Depois de Such Hot Blood, os norte americanos The Airborne Toxic Event, uma de uma banda de Los Angeles formada por Mikel Jollett (voz, guitarra, teclas), Steven Chen (guitarra, teclas), Noah Harmon (baixo, voz), Daren Taylor (bateria) e Anna Bulbrook (viola, teclas, tamborim, voz), estão de regresso aos discos com Dope Machines, o quarto trabalho da carreira do coletivo, ainda sem data de lançamento anunciada.

Wrong é o primeiro avanço divulgado de Dope Machines e, pelo sintetizador qe passeia livremente pela canção, ditando o rumo dos acontecimentos, a eletrónica terá um papel ainda mais preponderante no futuro deste coletivo. Confere...

The Airborne Toxic Event - Wrong

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publicado por stipe07 às 13:11

Astronauts - Four Songs EP

Quinta-feira, 30.10.14

Astronauts é um projeto musical encabeçado pelo londrino Dan Carney. um músico e compositor que fez carreira nos lendários Dark Captain e que divulguei recentemente por causa de Hollow Ponds o extraordinário disco de estreia desta nova vida musical de um homem que guarda no seu universo sonoro teclas, cordas e baquetas mas, acima de tudo, um tremendo bom gosto e uma capacidade ímpar para compôr canções que só poderão ser devidamente apreciadas se estivermos dispostos a fazê-lo equipados com um fato hermético que nos permita captar a simultaneamente implacável e sedutora sensação de introspeção e melancolia mitológica que elas possuem e transmitem.

Já a preparar o sucessor de Hollw Ponds, Four Songs EP acontece numa lógica de querer encerrar um capítulo extenso e intenso da vida de Carney, que se inspirou em algumas experiências traumáticas pessoais recentes para compôr esse álbum, nomeadamente uma fratura grave de uma perna que o fez sofrer bastante e o prendeu a uma cama de hospital durtante um longo período. As quatro canções deste EP são como que sobras dessa obra maior, mas não ficam a dever nada em termos qualitativos ao alinhamento do disco. Comprovam a efervescência com que Astronauts se serve do krautrock e da dream pop e ampliam ainda mais a sensação de bom gosto que experimentamos ao escutá-las, criadas por um compositor que, com um pé na folk e outro na pop e com a mente também a convergir para um certo experimentalismo, tem o comportamento típico de quem não acredita em qualquer regra na busca pela perfeição.

Only Son, o tema que abre o EP, é um fantástico instante sonoro e o último tema divulgado pelo músico que aborda diretamente a fratura do pé que o apoquentou. simultaneamente claustrufóbica e épica e fortemente melódica, é uma música inspiradora e vibrante, com arranjos deslumbrantes e que não poupa na materialização dos melhores atributos que Carney guarda na sua bagagem sonora, tornando-nos cúmplices das suas angústias e incertezas.

Lion Tamer é um pouco mais introspetiva e melancólica e conta com um dedilhar de guitarra que casa na perfeição com uns lindíssimos arranjos de metais, algo que confere à canção um clima particularmente charmoso e contemplativo. A voz em coro dá mais corpo à canção e à medida que a mesma cresce, com o aumento da distorção e do ritmo da percurssão, que replicam uma melodia repetitiva, parece que levantamos voo com ela sem qualquer receio de olhar para trás e de nos deixarmos levar pelo cariz fortemente hipnótico da mesma.

Os dois últimos temas do EP mostram um Carney ainda mais resguardado, mas a potenciar ao máximo a capacidade que possui de nos deslumbrar e, de modo algo inédito, a provar que também há uma elevada dose de sensualidade e suavidade na tonalidade das canções que interpreta. Se a planante e eterea Think On (2003) faz, um elogio sincro a Elliot Smith, um dos seus heróis, Death From The Stars é um pequeno instrumental onde acorda de uma viola se entrelaça com alguns efeitos edepois nos transporta numa viagem rumo ao revivalismo dos anos oitenta que nos traz brisas bastante aprazíveis.

Four Songs é um EP rico e arrojado, que aponta em diferentes direções sonoras, apesar de haver um estilo vincado que pode catalogar o cardápio sonoro apresentado. O trabalho tem um fio condutor óbvio, assente em alguma da melhor indie pop contemporânea, mas uma das suas particularidades é conseguir, sem fugir muito desta bitola, englobar diferentes aspetos e detalhes de outras raízes musicais, num pacote cheio de paisagens sonoras que contam histórias que a voz de Dan sabe, melhor do que ninguém, como encaixar. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 21:03

Twin Hidden – Join Hands

Quinta-feira, 30.10.14

Twin Hidden

Divididos entre Londres e Manchester os Twin Hidden são Matthew Shribman e Sam Lea, dois amigos de infância que com dez anos já faziam música juntos, tendo-se estrado nos lançamentos em 2001 com um disco cujo rasto é desconhecido (This album is now where it belongs, at the bottom of the sea, where it will never be found).

A separação física de ambos deu-se com a entrada na universidade, quando Matthew foi estudar para Oxford e Sam para Manchester. Acabou por haver um breve hiato no grupo, mas os Twin Hidden parecem estar apostados em regressar novamente à ribalta, desde que no ano passado resolveram voltar a compôr juntos, tendo o piano como instrumento privilegiado destas novas experências sonoras conjuntas.

Join Hands, o novo single da dupla, será editado em dezembro, mas já chegou à redação de Man On The Moon, enviado pela própria banda. Pelos vistos, está a captar a atenção das pessoas certas, porque o tema está a fazer enorme furor junto da crítica especializada e basta escutar a canção para se perceber porquê. Join Hands é uma peça musical magistral, uma pop futurista com o ritmo e cadência certas, conduzida por teclas inebriantes e arranjos sintetizados verdadeiramente genuínos e criativos, capazes de nos enredar numa teia de emoções que nos prende e desarma sem apelo nem agravo. A forma como os falsetes da dupla se entrelaçam entre si, enquanto metais, bombos, cordas e teclas desfilam orgulhosas e altivas, mais parece uma parada de cor, festa e alegria, onde todos comungam o privilégio de estarem juntos, do que propriamente um agregado de sons no formato canção. Ficarei muito atento a este projeto, nomeadamente ao possível lançamento de um disco. Confere...

 

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publicado por stipe07 às 13:29

The Twilight Sad – Nobody Wants To Be Here And Nobody Wants To Leave

Quarta-feira, 29.10.14

Os The Twilight Sad são uma banda de indie rock de Kilsyth, na Escócia, com onze anos de carreira e já lançaram três discos: Fourteen Autumns & Fifteen Winters (2007), Forget the Night Ahead (2009) e No One Can Ever Know (2012), trabalhos onde o post rock, com uma elevada toada punk e shoegaze esteve sempre presente, assim como o chamado krautrock que foi fazendo escola no universo sonoro alternativo desde a década de setenta. Nobody Wants To Be Here And Nobody Wants To Leave é o quarto disco desta banda escocesa, um trabalho lançado esta semana pela Fat Cat Records.

Sustentados pela doce melancolia e donos de um som épico e eloquente, mas que exige dedicação, os The Twilight Sad regressam aos discos com um trabalho que vive da mistura de indie pop e indie rock com o punk e o post rock, em canções que muitas vezes crescem em emoção, arrojo e amplitude sonora, sempre de forma progressiva, algo que os arranjos e o edifício melódico de temas tão díspares como There's A Girl In The Corner ou I Could Give You All That You Don’t Want, entre outros, claramente comprovam.

There's A Girl In The Corner é, aliás, um dos grandes momentos deste álbum, um tema que encanta pelos belíssimos arranjos e que coloca de imediato a nú a zona de conforto sonora estabelecida e pregada pelos The Twilight Sad e que reside num universo algo sombrio e fortemente entalhado numa forte teia emocional amargurada, na qual se enredaram, lirica e sonoramente. Por isso, se ficarem logo convencidos com esta entrada, mais inquietos e deslumbrados se irão sentir com a dupla Last JanuaryI Could Give You All That You Don’t Want, duas canções com um ritmo difrente, mais expansivo, impulsivo e fenético e que clamam por um óbvio sentido de urgência que nos deixa no final nos limites da nossa caapcidade de sofreguidão. A partir daqui, estou certo que não se irão arrepender de conferir o restante alinhamento porque irão encontrar mais boas letras e belíssimos arranjos, assentes num baixo vibrante adornado por uma guitarra jovial e pulsante e com alguns efeitos e detalhes típicos do rock alternativo e do punk dos anos oitenta.

Com a voz de Alexander Graham a soar a uma aproximação perfeita ao universo indie encorporado no registo grave dos nova iorquinos Matt Berninger ou Paul Banks, Nobody Wants To Be Here And Nobody Wants To Leave carimba o instante de maturidade plena da carreira em que este coletivo vive, que parece caminhar confortavelmente por cenários que descrevem dores pessoais e escombros sociais, com uma toada simultaneamente épica e aberta, fazendo-o demonstrarando a capacidade eclética de compôr, em simultâneo, temas com um elevado teor introspetivo (It Never Was The Same) e verdadeiros hinos de estádio (Last January).

Se para os mais distraídos, o alinhamento de Nobody Wants To Be Here And Nobody Wants To Leave pode ser do que mais depressivo e angustiante ouviram nos últimos tempos, este é um disco que eu penso valer a pena ser dissecado tomando como ponto de partida outra perspetiva, mais positiva. Os The Twilight Sad quiseram ter aqui muito presente a temática do amor nas suas diferentes vertentes, mas de modo a apelar à tomada de consciência de que a existência humana não deve apenas esforçar-se por ampliar intimamente o lado negro, até porque ele será sempre uma realidade. Há aqui canções como Drown So I Can Watch ou Pills I Swallow e Sometimes I Wished I Could Fall Asleep que não deixam margem para dúvidas sobre o cariz tumultuoso das mesmas, mas poderão também servir como gritos de alerta para que nos foquemos sempre, mesmo nesses instantes, no que de melhor nos sucede, para depois se explorar devidamente e até à exaustão o usufruto das benesses com que o destino nos brinda, mesmo que as relações interpessoais nem sempre aconteçam como nos argumentos dos filmes.

O que não poderá deixar dúvidas a ninguém é que este é um compêndio de rock alternativo muito bem produzido, sem lacunas, com elevada coerência e sequencialidade, mas é sobretudo um exercício de audição individual das canções. Com ele os The Twilight Sad firmam a sua posição na classe dos artistas que basicamente só melhoram com o tempo. Espero que aprecies a sugestão...

The Twilight Sad - Nobody Wants To Be Here And Nobody Wants To Leave

01. There’s A Girl In The Corner
02. Last January
03. I Could Give You All That You Don’t Want
04. It Never Was The Same
05. Drown So I Can Watch
06. In Nowheres
07. Nobody Wants To Be Here And Nobody Wants To Leave
08. Pills I Swallow
09. Leave The House
10. Sometimes I Wished I Could Fall Asleep

 

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publicado por stipe07 às 21:41

Yes I´m Leaving - Slow Release

Terça-feira, 28.10.14

Billy, Boyer e Cook são os Yes I'm Leaving, um trio australiano oriundo de Sidney e que se prepara para conquistar um lugar ao sol no universo sonoro indie com Slow Release, um disco que chegou aos escaparates a vinte e nove de setembro por intermédio da Homeless.

A cartilha insana do indie rock alternativo dos anos noventa está mais viva do que nunca e estes Yes I'm Leaving parecem exímios a remexer nessa época em que nomes como os Nirvana, Smashing Pumpkins, Soundgarden ou Pearl Jam, Offspring ou Green Day, pegaram nas guitarras e no baixo e testaram os limites das pedaleiras em canções eminentemente curtas e diretas que versavam, quase sempre, sobre os tipicos dilemas juvenis ou questões politicas e ambientais. Este trio navega um pouco em redor destes nomes distintos com Fear, por exemplo, a ser um tema cheio de detalhes típicos do grupo de Bryan "Dexter" Holland e Alchemy a chamar a si a herança mais noise de Eddie Vedder, só para citar dois exemplos concretos. Seja como for, em termos gerais, Slow Release soa a uma espécie dá vida a um som de marca e marcante que, algures entre Pavement e Smashing Pumpkins, numa espécie de encontro improvável entre Corgan e Malkmus, faz deste trio já um nome a ter em conta no último terço deste ano.

O álbum é um festim inebriante, feito com guitarras distorcidas, uma voz que ruge sem desafinar e que exala um espírito jovem e bastante beliçoso. Fica logo claro que os Yes I'm Leaving não cairam na tentação de complicar, já que ao longo do alinhamento deste trabalho não há quebras, nem momentos pouco ruidosos que os pudessem levar para territórios ponde se pudessem sentir, para já, menos cómodos. Os Yes I'm Leaving têm urgência em se mostrar e fazem-no com uma crueza avasssaladora mas, sem perder nunca o norte, nem sem se deixarem levar por experimentalismos e arranjos desnecessários. E quando, em Husk, perdem um pouco o norte, mas sem descarrilar e se desviam ligeiramente da rota, fazem-no em busca de alguns detalhes do rock mais progressivo e do próprio metal e não num sentido mais brando ou melancólico.

Há uma componente melódica particularmente assertiva em todas as canções, apesar do cariz particular da sonoridade que replicam, sendo Careless a canção que melhor explana este vertente. O baixo é mu instrumento essencial na forma como aconchega e domina as guitarras e a bateria e Salt e o fuzz visceral de Manic serão talvez os tema em que o red line é posto à prova com maior intensidade pelas cordas e simultaneamente aqueles em que o baixo tem maior destaque. A partir deste tema ficamos constantemente à espera que surja nos nossos ouvidos algo de imprevisível e inédito, na forma como as cordas são manuseadas e produzidas e, sendo um disco de guitarras, quem aprecia o baixo e a bateria irá certamente sentir-se deliciado com a quantidade de efeitos que vai descobrir neste álbum e querer replicar.

Independentemente do grau de acidez e de rudeza destes Yes I'm Leaving, Slow Release é um remate certeiro e um marco significativo na discografia atual que se inspira no período aúreo do rock alterativo norte americano, através de canções plenas de originalidade e com uma elevada bitola qualitativa e que devemos guardar com reverência para que sejam levadas para a linha da frente do nosso airplay particular quando nos apetece ouvir algo completamente distinto e único e longe da habitual limpidez sonora que geralmente nos cerca. No Bandcamp da banda podes escutar outros temas dos Yes I'm Leaving. Espero que aprecies a sugestão...

One

Puncher

Fear

Alchemy

Timer

Salt

Care Less

Manic

Funny

Secret

Husk

 

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publicado por stipe07 às 18:34

Belle & Sebastian – Party Line

Terça-feira, 28.10.14

Belle & Sebastian - "Party Line"

Já se sabe desde setembro que os escoceses Belle & Sebastian estão de regresso aos discos com um novo álbum. Esse trabalho irá chamar-se Girls In Peacetime Want To Dance e verá a luz do dia a vinte de janeiro através da Matador Records, sendo o primeiro da banda em quatro anos, desde Write About Love.

Hoje foi divulgado o primeiro single de Girls In Peacetime Want To Dance; A canção chama-se Party Line e conduz-nos de volta ao indie pop mais orelhudo, com aquele requinte vintage que revive os gloriosos anos oitenta. Confere...

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publicado por stipe07 às 18:25

Los Waves - This Is Los Waves So What?

Segunda-feira, 27.10.14

Depois do EP Got A Feeling, a dupla lusa Los Waves, formada por José Tornada e Jorge da Fonseca e que tem dado nas vistas devido à sonoridade única e até algo inovadora, tendo em conta o panorama musical nacional, está de regresso com This Is Los Waves So What?, o longa duração de estreia da dupla, que foi produzido entre Londres (Gun Factory Studios) e Lisboa (Elephant Studios) por James Wiseman e conta com Bruno Santos no baixo. This Is Los Waves So What? tem sido escutado por cá com insistência, um trabalho sobre o qual Man On The Moon teve oportunidade de conversar com os Los Waves, como podes conferir adiante.

Recordo que os Los Waves começaram a carreira em Londres, em 2011, onde deram os primeiros concertos em salas icónicas como o Old Blue Last, Cargo e Camden Barfly e nesse mesmo ano, lançaram os primeiros EP’s Golden Maps e How Do I Know, que deram logo que falar na imprensa, tanto no Reino Unido como nos Estados Unidos. Rapidamente atravessaram o Oceano Atlântico, onde conseguiram colocar músicas em vários canais de televisão, nomeadamente a a MTV, FOX, AXN e CBS, com destaque para a participação em bandas sonoras de séries como Gossip GirlJersey Shore (com a música Golden Maps) ou Mentes Criminosas (com a música Got A Feeling).

Com distribuição por cá pela Sony Music Portugal e nos Estados Unidos e no Reino Unido a cargo da Summer Filth Records, This Is Los Waves So What? são onze canções dominadas pelo rock festivo e solarengo, mas onde a eletrónica tem também uma palavra importante a dizer, já que os sintetizadores conduzem, quase sempre, o processo melódico, de modo a replicar uma sonoridade que impressiona pelo charme vintage .

Os riffs de guitarra harmoniosos e a percurssão vincada de Hyperflowers e Modern Velvet abrem-nos uma janela imensa de luz e cor e convidam-nos a espreitar para um mundo envolvido por uma psicadelia luminosa, fortemente urbana, mística, mas igualmente descontraída e jovial, que vai estar sempre presente durante os quase quarenta minutos que dura o disco. As guitarras metálicas de Strange Kind Of Love, um dos singles já retirados de This Is Los Waves So What?, conduzem uma música que, de acordo com o press release do lançamento, fala daquele amor que faz o mundo girar, parte de uma história de amor não correspondido para nos falar de outros tipos de amor. O amor vem assim sob a forma de todas as coisas, da simplicidade que enche a alma de uma forma natural, como a luz que refracta no prisma, como os últimos raios de luz que enchem a íris numa tarde de verão, sob a influência e o calor das leis universais.

Mas This Is Los Waves So What? não fica por aqui e tem outros destaques interessantíssimos. Se em Golden Maps os Los Waves nivelam com elevada bitola qualitativa as suas experiências eletrónicas, em Still Kind Of Strange How Days Won’t Go By, o jogo de sedução que se estabelece inicialmente entre o orgão e a bateria, acaba por chamar a atenção da guitarra, que pouco depois junta-se e todos mostram como as belas orquestrações podem viver e respirar lado a lado e harmoniosamente com distorções e arranjos mais agressivos.

A busca de diferentes ambientes e a capacidade dos Los Waves em abarcar um leque aprofundado de referências fica plasmada em Your World e Jupiter Blues, dois temas do disco que merecem audição cuidada. No primeiro, os Los Waves piscam o olho descaradamente ao indie rock dançável e anguloso nova iorquino e à energia do punk que se alia com alguns laivos de eletrónica que, neste caso, casaram impecavelmente com a voz, que, já agora, ao longo do disco evidencia uma elevada elasticidade e a capacidade de reproduzir diferentes registos e dessa forma atingir um significativo plano de destaque. Quanto a Jupiter Blues, atravessa o atlântico para o lado de cá, mas até à assumida pompa sinfónica e inconfundível e que nunca descurava as mais básicas tentações pop e que fez escola no  cenário indie britânico na década de noventa, com Oasis, Spiritualized e Primal Scream a serem aqui referências óbvias. Pelo meio, os xilofones e a percurssão tribal de Got A Feeling, dão ao conjunto final mais um toque de luminosidade e cor, a canção que acabou há cerca de um ano atrás por colocar os Los Waves num merecido plano de destaque do panorama indie musical.

Em onze canções com uma sonoridade impar, em This Is Los Waves So What? é possível absorver a obra como um todo, mas entregar-se aos pequenos detalhes que preenchem o trabalho é outro resultado da mais pura satisfação, como se os Los Waves quisessem projetar inúmeras possibilidades e aventuras ao ouvinte em cada canção do alinhamento. Conforme me confessaram na entrevista que podes conferir abaixo, o grupo não consegue única e simplesmente ficar por um estilo, houve uma preocupação em não fazer algo que fosse normal e tentaram que as musicas tivessem algo de diferente que fique retido pelas boas razões. Missão cumprida! Espero que aprecies a sugestão...

Hyperflowers

Modern Velvet

Strange Kind Of Love

Golden Maps

Darling

Still Kind Of Strange How Days Won’t Go By

Your World

Got A Feeling

Jupiter Blues

How Do I Know

Belong (Sister)

Depois de vos ter entrevistado há já quase um ano devido ao EP Got A Feeling, o que mudou nos Los Waves? Ainda têm tempo para fazer skate e surfar ou a música ocupa totalmente os vossos dias?

Por acaso não fazemos surf nem andamos de skate há algum tempo, se bem que seja dito que nunca fomos nenhuns prós na coisa, este ano andámos um pouco em sines no verão, temos uns cruisers e dão para descontraír. Este processo todo do album e dos videoclips também nos tirou bastante tempo livre. O surf e o skate foram de alguma forma trocado por futebol nestes meses.

This Is Los Waves so What? parece-me um título fantástico para um disco de estreia e bastante apelativo. Sabe a uma espécie de grito de revolta, uma daquelas entradas em grande no palco em início do espetáculo, de forma tão ruidosa que desperta logo o espetador mais incauto. É isso que vocês pretendem com o vosso trabalho de estreia? Causar um forte impacto? Como esperam que seja recebida a vossa música?

Por acaso o nome foi pensado no sentido de assumir uma atitude despreocupada, o facto de o album ter tantas músicas diferentes seria um problema para a maior parte das bandas e ainda o é na industria em geral, é dificil vender um produto disperso, mas para nós não faz sentido de outra forma, não conseguimos simplesmente ficar por um estilo. E sim o título também foi pensado no sentido de causar impacto, há sempre uma preocupação em não fazer algo que fosse normal ou apenas mais uma coisa, de certa forma achamos que apesar de serem "orelhudas", tentámos que as musicas tivessem algo de diferente que fique retido pelas boas razões

Quando conversámos há um ano atrás, confessaram-me que, neste disco, pretendiam, além da indie pop com influências da new wave e do psicadelismo, explorar sonoridades mais existências e mais calmas. À medida que iam gerando This Is Los Waves So What?, preocuparam-se em experimentar e compor de acordo com as vossas preferências, ou também tiveram o foco permanentemente ligado na vertente mais comercial? No fundo, em termos de ambiente sonoro, o que idealizaram para o álbum inicialmente, correspondeu ao resultado final ou houve alterações de fundo ao longo do processo?

Fomos sempre idealizando coisas muito muito diferentes ao longo do processo, o facto de sermos ouvintes recreativos de outras bandas faz com que em muitos momentos no empolguemos e digamos alto "EIA ..epa que cena temos que ter um ambiente assim", mas claro que até chegar lá existe todo um processo de sound design que pode correr muito mal ou muito bem e normalmente nunca se consegue o que se quer, mas é durante esse processo que nascem novas coisas que acabam por ser utilizadas, penso que isso aconteceu imenso ao longo do álbum.

Temas como Hyperflowers e Strange Kind Of Love também apontam a um universo mais próximo do indie rock, o que me parece, de algum modo, inédito nos Los Waves, tendo em conta, principalmente, o conteúdo do EP Got A Feeling. Concordam com esta minha perceção?

Sim é verdade, lá está, nós ouvimos tantas coisas tão diferentes em termos de género que é normal tocar nesses pontos, neste momento sinceramente já não sabemos nós proprios onde nos inserimos, isso é mau e bom ao mesmo tempo, talvez no  segundo album façamos algo muito mais inesperado mas que para nós seja a única coisa que faça sentido.

Sempre senti uma enorme curiosidade em perceber como se processa a dinâmica no processo de criação melódica. Numa banda com vários elementos, geralmente há sempre uma espécie de regime ditatorial (no bom sentido), com um líder que domina a parte da escrita e, eventualmente, também da criação das melodias, podendo os restantes músicos intervir na escolha dos arranjos instrumentais. Como é numa dupla como a vossa? Acontece tudo naturalmente e de forma espontânea em jam sessions conjuntas, ou um de vocês domina melhor essa componente?

Nunca fizemos uma única jam session na nossa vida. Os temas são compostos por mim (Jorge) e pelo Zé, em casa, muitas vezes separadamente. Eu faço as letras e normalmente apareço com melodias de voz e sketches de acordes e a partir daí construímos a música.

Liricamente, este disco deverá ser ainda muito fruto das longas viagens que fizeram em tempos pela América do Sul e pelo Índico, presumo… No que diz respeito à escrita das letras, o que mais vos inspira? E, já agora, qual é a dinâmica da dupla nesse aspeto?

As letras aparecem de forma estranha, nunca percebi muito bem como, mas de certa forma é sempre algo que é quase inconsciente e no fim acabam por bater demasiado certo, parece coincidência. De facto todos os processos de criação artistica são estranhos neste ponto, parece que já tudo existe num mar de informação universal que está noutra dimensão e nós através de processos de semi-abstração mental conseguimos chegar a esses lugares. Mas claro que serão também fruto de experiências. Nunca escrevi sobre nada em concreto de forma consciente, ou sobre temas que nao têm directamente a ver comigo, e noto que ao longo do álbum a letras foram passando de uma temática mais holistica para algo mais relacional, emocional, urbano. Este processo acompanhou naturalmente uma viragem mais rock que fizémos a certo ponto.

This Is Los Waves So What? foi produzido por James Wiseman. Como surgiu a possibilidade de trabalhar com uma verdadeira referência? Que peso teve no produto final?

De facto é uma ajuda enorme e uma mudança desde os primeiros EP's que foram gravados num laptop em condições miseráveis, ter acesso a um estúdio e a fazer as coisas como toda a gente faz. Foi um privilégio para nós. Conhemos o James em Londres, ele faz colaborações constantes com artistas portugueses mais na onda do jazz e fado - embora ele só ouça Black Keys!

Como estão a decorrer os concertos de apresentação do disco? E onde podemos ver os Los Waves a tocar num futuro próximo?

Vamos apresentar o disco no dia 13 de Novembro no Sabotage em Lisboa , 14 de Novembro no Maus Hábitos no Porto e 15 no Texas Bar em Leiria!

 

Para terminar, outra curiosidade… Quais são as três bandas atuais que mais admiram?

Ice Age, Mando Diao, Devendra Banhart.

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publicado por stipe07 às 21:22

San Cisco – Run

Segunda-feira, 27.10.14

San Cisco - RunOs San Cisco são uma banda natural de Perth, na Austrália e formada por Jordi James (guitarra, voz e teclados), Josh Biondillo (guitarra, voz), Nick Gardner (baixo) e Scarlett Stevens (bateria). Eles acabam de divulgar Run, o primeiro single do segundo disco do grupo, que deverá sair no início do próximo ano.

Run é um tema construído sobre linhas de guitarra e um sintetizador inspirado, com uma forte componente melódica e um refrão bastante luminoso. Confere...

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publicado por stipe07 às 18:30


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